TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
As teorias
construtivistas
Epistemológica
genética (Piaget)
A psicogénese
da escrita (Ferreiro)
Pensamento e linguagem (Vygotsky)
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
Construtivismo
é uma das correntes empenhadas em explicar como a inteligência humana se
desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é
determinado pelas acções mútuas entre o indivíduo e o meio. A ideia é que o
homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio,
isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e
organizar o seu próprio conhecimento de forma cada vez mais elaborada.
Dessa
forma pode-se dizer que o conhecimento consiste numa reestruturação de saberes
anteriores, mais que na substituição de conceitos por outros. A passagem de uma
didáctica centrada na transmissão do conhecimento para outra baseada na sua
construção não nasce de um dia para outro. Assim, as abordagens construtivas
para qual contribuíram os trabalhos de Piaget, Vygotsy, Ferreiro e outros, domina
este conjunto com intuito de melhor percepção no que tange à teoria
construtivista.
1.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Dominar os conhecimentos históricos relacionados com a
arte-educação é de fundamental importância como subsídio para uma acção
transformadora no ensino e na aprendizagem da arte na actualidade.
A busca de propostas contemporâneas para tratar das
questões do ensino-aprendizagem, nas instituições de ensino formal, vem sendo
uma das principais preocupações dos arte-educadores brasileiros nas duas
últimas décadas. Como afirma BARBOSA (1989, p. 14):
[...] um dos instrumentos de conscientização dos educadores poderá se
constituir na análise do sistema educacional, que numa sociedade dependente, de
acordo com Berger, "necessariamente tem que ser histórica", porque a
análise histórica atravessa o processo de transformação, modernização e
inovação do sistema educacional.
Ao analisar as tendências pedagógicas que influenciaram
e continuam influenciando o ensino-aprendizagem da arte, teremos condições de
escolher qual a prática educativa mais adequada como caminho a seguir neste
novo milénio.
Para compreendermos e assumirmos melhor as nossas
responsabilidades como professores de Arte, é importante saber como a arte vem
sendo ensinada, suas relações com a educação escolar e com o processo
histórico-social. A partir dessas noções poderemos nos reconhecer na construção
histórica, esclarecendo como estamos actuando e como queremos construir essa
nossa história. (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 20-21).
Muito já se escreveu sobre as tendências pedagógicas
relacionadas à nossa prática em sala de aula, portanto, neste estudo não é intenção
discuti-las aprofundadamente, mas sim retomá-las como base para a compreensão e
reflexão sobre a situação em que se encontram o ensino e a aprendizagem da arte
na actualidade.
1.1.
As teorias construtivistas
A
aprendizagem construtivista é simplesmente o processo de ajustamento do nossos
modelos mentais para incluir e organizar novas experiências.
Princípios do Construtivismo:
- A aprendizagem é uma procura de sentido. Como tal, deve começar com tópicos à volta dos quais o indivíduo esteja activamente interessado em construir sentido.
-
O sentido requer a compreensão tanto do todo como das partes. As partes devem
ser compreendidas no contexto do todo. Por isso a aprendizagem deve focar-se em
conceitos primários e não em factos isolados.
-
Para ensinar bem, o professor tem de compreender os modelos mentais que os
alunos utilizam para interpretar o mundo e os pressupostos que estão por detrás
desses modelos.
-
O objectivo da aprendizagem é que o aluno construa o seu próprio sentido, não é
memorizar as respostas “certas” e reproduzir o sentido de outra pessoa.
-
Visto que a educação é inerentemente interdisciplinar, a única maneira válida
de avaliar a aprendizagem é integrar o processo de avaliação no próprio
processo de aprendizagem, assegurando que o aluno receba informação sobre a
progressão na sua própria aprendizagem.
Estilos de Aprendizagem:
-
Cada aluno define o seu próprio estilo de aprendizagem, aprendendo o que se
quer, como e onde se quer;
-
É através deste estilo pessoal de aprendizagem que adquirimos a experiência de
vida;
-
Centra-se no ser humano, na sua singularidade, nos seus motivos e nos seus
interesses;
-
A aprendizagem é determinada pelo melhor processo que cada indivíduo encontra
para reter novos conhecimentos, novas experiências;
-
Aprendizagem como algo espontâneo.
Princípios Psicopedagógicos:
-
A preocupação central não deve ser com o ensino, mas sim com a aprendizagem
numa perspectiva de desenvolvimento do aluno;
-
Centrar a aprendizagem no aluno e nas suas necessidades, na sua vontade e nos
seus sentimentos;
-
Desenvolver no aluno a responsabilidade pela auto-aprendizagem e incutir-lhe o
espírito de auto-avaliação;
-
Centrar a aprendizagem em actividades e experiências significativas para o
aluno;
-
Desenvolver no seio do grupo relações interpessoais baseadas na empatia;
-
Ensinar também a sentir e não apenas a pensar;
-
Ensinar a aprender;
-
Criar no seio do grupo uma atmosfera emocional positiva, que ajude o aluno a
integrar novas experiências e novas ideias;
-
Promover a aprendizagem activa, orientada para processos de descoberta,
autónomos e reflectidos.
Técnicas de Ensino:
- Ensino individualizado;
- Discussões;
- Debates;
- Painéis;
- Simulações;
- Jogos de Papéis;
- Discussões;
- Debates;
- Painéis;
- Simulações;
- Jogos de Papéis;
-
Resolução de Problemas.
1.1.1.
Epistemológica genética (Piaget)
A teoria epistemológica
de Jean Piaget sobre a aquisição de linguagem desenvolve-se na abordagem
cognitivista construtivista, pois para ele o aparecimento da linguagem se dá na
superação do estágio sensório-motor dependendo do desenvolvimento da
inteligência da criança, com a união dos factores: conquista cognitivista e a
inteligência sensória e motora surge na criança a possibilidade de adoptar
símbolos, surgindo portanto, o desenvolvimento linguístico, já que para Piaget
a linguagem é entendida como um sistema simbólico de representações.
As ideias de Piaget
sobre a aquisição da linguagem são muito simples, apesar de terem revolucionado
o estudo da linguagem como também do pensamento das crianças, seus estudos
centravam-se apenas nas características das crianças, naquilo que ela têm e
não, nas suas deficiências com relação aos adultos. Para ele assim como também
para os behavioristas a criança adquire sua linguagem através de suas relações
com o meio. O ponto forte de sua teoria é a revelação e a classificação de novos
fatos, sempre evitando a generalização para não correr o risco da coexistência
de duas posições opostas, da dualidade que ocorre em consequência da grande
incompatibilidade entre as teorias. Piaget considera o egocentrismo, que para
ele ocupa uma posição genética, como o elo de ligação de toda a característica
lógica das crianças, como também uma estrutura intermediário entre o pensamento
autístico e o pensamento dirigido.
Piaget relaciona a
linguagem a cognição. Para ele a linguagem é adquirido através da experiência
da criança com meio físico e de forma integracionista. Diferenciando dos
empiristas, por acreditarem que a linguagem não construída por ela, mas, fora
do organismo e também do interaccionismo de Vygotsky, que considera o adulto
como criador da intenção comunicativa. Para Piaget, "a criança
como todo ser vivo tende a aumentar seu controle sobre o meio colocando-o a seu
serviço",(MIZUKAMI: P.) mas isto "obedece a um grau de
operatividade-moutora, verbal e mental - de acordo com nível do estágio de
desenvolvimento", portanto em cada período a criança, desenvolve um grau
maior de inteligência facilitando assim a linguagem ou seu melhoramento.
"Com efeito, nenhum conhecimento se deve somente às percepções, pois
estas são sempre dirigidas e enquadrado por esquemas de acções. O conhecimento
procede pois das acções, e toda acção que se repete ou se generaliza por
aplicação ao novos objectos gera, por isso mesmo, um "esquema", ou
seja, uma espécie de conceito práxico. A ligação fundamental constitutiva de
todo o conhecimento não é, portanto, uma "simples associação" entre objectos
mas a assimilação dos objectos ao esquema do individuo (Piattelli- Palmarini,
1983, p. 32).
O estudo psicogénese
dos conhecimentos feitos por Piaget evidenciou a existência de estágios que
parecem testemunhar a favor de uma construção continua de novidades no
desenvolvimento. O qual a criança desenvolve capacidades necessárias para o
estágio seguinte, provocando mudanças significativas no desenvolvimento.
O primeiro passo
seria constituição de uma loja de acções, através de uma inteligência que
trabalha a percepções (simbólicas) e das acções (motor) através dos
deslocamentos do próprio corpo (período sensório-motor). É uma inteligência
voltada para a prática. Já no final desse período sua linguagem vai da
repetição de sílabas a palavra - frase ("água" para dizer que quer
beber água) já que não representa mentalmente o objecto e as acções, pois para
ele o objecto só existe se estiver no seu campo visual. Sua conduta social,
neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ela). Por isso é
que a criança chora quando alguém esconde um brinquedo dela ou quando a mãe sai
do seu campo visual.
O segundo é o
Pré-operatório, onde dos dois anos a quatro anos, aproximadamente, surge a
função dos sistemas de significação que permite o surgimento da linguagem.
Podendo criar imagens mentais na ausência do objecto ou da acção, é o período
do faz de conta, no jogo simbólico com a capacidade de formar imagens mentais
transformar o objecto em outro que lhe traga prazer, satisfação, como por
exemplo, brincar com uma caixa fazendo de conta que é um carrinho ou com uma
escova de cabelo fazendo de conta que é um microfone. É também o período que
ela dá alma aos objectos ("O meu carrinho está dormindo", "a
minha boneca está comendo comidinha"). A linguagem está a nível de
monólogo colectivo, ou seja, todas falam ao mesmo tempo sem fazer relações com
a fala das outras, ou seja, dizem frases que não tem relação com a frase que a
outra está dizendo. Daí a ideia de fala egocêntrica ou centralizada, conversa
consigo mesmo, sem ter interacção comunicativa, pois não há preocupação com o
interlocutor. Já dos 4 anos aos 7 anos, a criança deseja explicações para os fenómenos.
É a "idade dos porquês", pois ela pergunta o tempo todo. Esse
pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista quando a linguagem
não mantém uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às
palavras do companheiro.
O terceiro período é
dos 7 anos aos 12 anos, aproximadamente é o das operações concretas, a criança
conhece e organiza o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização
social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e
admitindo. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada),
pois a fala egocêntrica desapareceu devido o desejo de trabalhar com os outros,
sem que no entanto possam discutir diferentes pontos de vista para que cheguem
a uma conclusão comum.
O quarto período é o
das operações formais, corresponde ao nível do pensamento hipotético-dedutivo
que e o auge do desenvolvimento da inteligência. A partir desta estrutura de
pensamento é possível o diálogo, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão
para chegar a uma conclusão.
Com base nos estudos
feitos sobre a epistemologia de Piaget na Aquisição da Linguagem podemos
concluir que a linguagem das crianças podem ser classificadas como egocêntrica,
onde a criança pensa e fala por se própria sem se preocupar se o seu
interlocutor está ou não entendendo e socializada quanto ela tenta estabelecer
uma comunicação, ou seja, entender e ser entendida, isto porém depende da fase
em que ela se encontra como também do meio a que interagem.
1.1.2.
A psicogénese da escrita (Ferreiro)
Nos últimos 20 anos nenhum nome teve tanta influência sobre a educação como
o da psicolinguística Emília Ferreiro.
Das obras de Emília a mais importante foi – psicogénese da Língua Escrita –
não apresenta nenhum método pedagógico, mas revela os processos de aprendizagem
da criança, levando a entender que puseram em questão os métodos tradicionais
de ensino da leitura e da escrita.
Segundo Emília Ferreiro, a construção do conhecimento da leitura e da
escrita tem uma lógica individual, na escola ou fora dela. No processo de
aprendizagem a criança passa por etapas com avanços e recuos, até dominar o
código linguístico. O tempo para o aluno transpor cada uma das etapas é bem
variado. Duas consequências importantes a ser respeitada em sala de aula é
respeitar a evolução de cada criança e compreender que o desempenho mais
vagaroso não significa que a mesma seja menos inteligente. A aprendizagem não é
provocada pela escola, mas pela própria mente das crianças, elas chegam a seu
primeiro dia de aula com conhecimento.
O processo inicial é considerado em função da relação entre método
utilizado e o estado de maturidade ou de prontidão da criança. As dificuldades
que a criança enfrenta, são dificuldades conceituadas a respeito da construção
do sistema e pode-se dizer que as crianças reinventam esse sistema. Não é
reinventar as letras ou números, mas compreende-se o processo de construção e
suas regras de produção.
De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda
criança passa por quatro fases até sua alfabetização:
·
pré-silábica: não consegue relacionar as letras
com os sons da língua falada;
·
silábica: interpreta de sua maneira,
atribuindo valor a cada sílaba;
·
silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior
com a identificação de cada sílaba;
·
alfabética: domina o valor das letras e
sílabas.
O processo de conhecimento da criança deve ser gradual dependendo de sua
assimilação e de uma re-acomodação dos esquemas internos, que necessariamente
levam tempo. É por utilizar esse sistema e não repetir o que ouvem, que as
crianças interpretam o ensino que recebem. Nada mais revelador do funcionamento
da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele
releu o conteúdo aprendido.
Emília Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque a prontidão das
crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliação de
percepção e de motricidade (coordenação). O peso para o aspecto externo da
escrita é excessivo, deixando de lado suas características como a compreensão
da escrita e sua organização. Seguindo esse raciocínio o contacto da criança
com a organização da escrita é adiado para quando ela for capaz de ler as
palavras isoladas, embora a relação com os textos inteiros sejam enriquecida.
Portanto a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais
da escrita.
Segundo Emília Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização
ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como
as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.”
Actualmente, os professores definem o processo de alfabetização como sinónimo
de uma técnica. Entretanto no processo de alfabetização inicial, nem sempre
esses critérios são utilizados. Os professores ensinam da mesma maneira como
aprenderam quando eram alunos, e não aceitam os erros que seus alunos cometem.
A autora defende, que de todos os grupos as crianças são as mais fáceis de
alfabetizar e estão em processo contínuo de aprendizagem, enquanto os adultos
já têm formas de conhecimento mais difíceis de modificar, ressalta.
Tradicionalmente, as decisões a respeito da prática alfabetizadora têm como
foco a polémica sobre os métodos utilizados. A metodologia normalmente utilizada
pelos professores parte daquilo que é mais simples, passando para os mais
complexos.
Para Ferreiro & Teberosky (1985, p.18) a preocupação dos educadores
tem-se voltado para a busca do melhor ou do mais eficaz dos métodos, levando a
uma polémica entre dois tipos fundamentais: método sintético e método
analítico.
O método sintético preserva a correspondência entre o oral e o escrito,
entre som e a grafia. O que se destaca é o processo que consiste em partir das
partes do todo, sendo as letras os elementos mínimos da escrita. O método
analítico insiste no reconhecimento global das palavras ou orações.
Então para Emília Ferreiro, o que seria correcto é interrogar, ”através de
que tipo de prática a criança é introduzida na linguagem escrita, e como se
apresenta esse objecto no contexto escolar” (1985, p.30).
Existem práticas que levam a criança à convicção de que o conhecimento é
algo que os outros possuem e que só se pode adquirir da boca destes, deixando
assim, de ser participante da construção. Algumas práticas levam a pensar que o
que existe para conhecer já foi estabelecido, como um conjunto de coisas que
não serão modificados. Algumas práticas fazem com que a criança, fique sem a
prática do conhecimento, como receptor daquilo que o professor ensina.
Ainda para Ferreiro ”nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão
apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objecto dessa
aprendizagem” (1985,p.31). Então para que o professor seja eficaz deverá
adaptar seu ponto de vista ao da criança.
1.1.3.
Pensamento e linguagem (Vygotsky)
Para
Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas.
Segundo
a tradição marxista, Vygotsky considera que as mudanças que ocorrem em cada um
de nós têm suas raízes na sociedade e na cultura.
A
relação do indivíduo com o mundo está sempre mediado pelo outro. Para fazer a
mediação, o homem também se utiliza de instrumentos, como por exemplo o machado
para o lenhador.
No
campo psicológico, o homem também se utiliza de instrumentos, só que agora chamados
de “signos” que por sua vez também são por Vygotsky chamados de “instrumentos
psicológicos”.
O signo
é uma marca externa que auxilia o homem em tarefas que exigem memória ou
atenção. Ex: fazer uma lista de compras por escrito.
Com o
tempo, a utilização de marcas externas vai dar lugar a processos internos de
mediação, chamados de processo de internalização.
As
possibilidades de operação mental não constituem uma relação directa com o
mundo real fisicamente presente; a relação é mediada pelos signos internalizados
que representam os elementos do mundo, libertando o homem da necessidade de
interacção concreta com os objectos de seu pensamento.
Um dos
instrumentos básicos que temos é a linguagem, onde Vygotsky trabalha com duas
funções básicas: intercâmbio social-criação e utilização de sistemas de linguagem:
que o homem utiliza para se comunicar com os seus semelhantes; e o pensamento
generalizante, onde a linguagem ordena o real, agrupando todas as ocorrências
de uma mesma classe de objectos, sob uma mesma categoria conceitual.
Antes
de o pensamento e a linguagem se associarem, existe, uma fase pré-verbal e uma
fase pré-intelectual. Após, os processos de desenvolvimento do pensamento e da
linguagem se unem, surgindo assim o pensamento verbal e a linguagem
intelectual. Podemos ainda dizer que é no significado da palavra que o
pensamento e a fala se unem em pensamento verbal, mas não podemos nos esquecer
que os significados continuam a ser transformados durante todo o
desenvolvimento do indivíduo. Deste modo é a função generalizante da linguagem
que a torna um instrumento do pensamento.
A
partir das concepções descritas acima, Vygotsky construiu o conceito de zona de
desenvolvimento proximal, que é a distância entre o nível de desenvolvimento
real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas
pela criança, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução
de problemas sob a orientação de um adulto, ou em colaboração com companheiros.
Sendo assim diz-se que para Vygotsky, as relações entre aprendizagem e
desenvolvimento são indissociáveis.
CONCLUSÃO
Mediante
a reflexão sobre as tendências pedagógicas que influenciaram e continuam
influenciando o ensino-aprendizagem, espera-se que o estudo abordado neste
artigo possa ajudar os estudantes a entenderem-se como sujeitos do processo
histórico, pois, ao mesmo tempo que fazem a história, são determinados por ela.
Devem perceber que para interferir e transformar o presente é necessário
conhecer e entender o passado. A compreensão da história lhes possibilitará uma
acção transformadora no processo ensino-aprendizagem, e lhes dará subsídio para
repensar as relações sociais existentes nas instituições, tanto de Educação
Infantil.
Contudo,
para alguns teóricos como Piaget, Vygotsy, construtivismo é uma teoria, que
procura descrever os diferentes estágios pelos quais passam os indivíduos, no
processo de aquisição de conhecimentos, de como se desenvolve a inteligência
humana e de como o indivíduo se torna autónomo. Em busca de descobertas feitas
pelas teses construtivistas, muito se tem escrito sobre como se poderia ser o
processo de ensino fundamentado nessa teoria, há várias críticas sobre o
construtivismo que advêm de uma tradução feita por alguns educadores para a
pedagogia, objectivando justificar a adopção de determinados procedimentos no
ensino.
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