O Povo Lunda Tchokwe
O
presente que nos foi conferido na disciplina de História tem como tema as
organizações sócio-políticas e culturais entre o século III e XV no território
que é Angola: O Reino dos Tchokwe.
Tem
por finalidade de fazer uma abordagem geral, sobre a organização sociopolítica
e cultural, do povo Tchokwe, isto é séculos III e XV. Desde o seu modo de
organização, sua origem, seu modo de vida cultural.
Por
outro lado faremos uma abordagem específica do povo Tchokwe desde o seu modo de
vida, a constituição do reino, a cadeira do rei, os seus grupos étnicos
linguísticos, a sua cultura e escultura a cadeira do rei e a máscara Mwana Pó,
por fim a sua localização.
LUNDAS E TCHOKWES
O
Reino Lunda, que no Séc.XVII chegou a ser um dos grandes potentados de Africa,
foi fundado no início do Séc.XVI, por Mwatiânvua e sua mulher Lukocheka.
Segundo
a tradição lunda, Mwatiânvua era descendente de Lweji, filha de Kondo grande
chefe lunda, que era casada com o grande caçador Luba Tyibinda Ilunga. Depois
da morte de sua mãe, Muatiânvua, submeteu várias tribos lundas e formou um
Reino, nos finais do séc. XVI.
Embora
fosse um Reino só e coeso em todos os aspetos e sentidos, Mwatiâmvua governava
a metade Norte e a Rainha Lukocheka reinava na metade Sul. Tinham poderes iguais,
e as decisões que fossem concernentes ao Reino como um todo, eram baseadas no
consenso dos dois, ajudados pelo conselho de séculos (velhos).
Depois
de lutas com os Tchokwé até ao fim do século XIX, os Tchokwé sublevaram-se
definitivamente, forçando as barreiras de governantes lunda que os cercavam e
expandiram-se rapidamente para norte e sul.
Há
muitos séculos atrás os Lundas e tchokwes tinham sido um povo só. Saíram do
mesmo núcleo, a grande diferença é que os Lunda ficam no seu território desde
sempre, os tchocwe transformam-se num grupo de extrema mobilidade que a partir
do século XVI percorre todo o país. São essencialmente caçadores e comerciantes
saindo, por isso, em busca de marfim borracha, etc. Essa extrema mobilidade não
lhes permite desenvolver estruturas políticas tão pesadas como era a hierarquia
da Mussumba, por isso fazem aquilo que se chama a diáspora Tchokue, inflectem
para o sul, dividem os Nganguela ao meio. Angola tem Tchokwe em todo o
território. No final do século XIX os Tchokwe regressam ao seu território de
origem, tomam, militarmente, o poder dos Lunda e absorveram as suas
instituições.
Em
1885, ocorre a primeira invasão Tchokwé, que munidos de armas capturaram seis
mil lundas, após Musumba, a capital do império, ter sido saqueada. Dois anos
depois, em Janeiro de 1887, ocorre uma nova invasão Tchokwé. Musumba foi
incendiada e os lunda ficaram sob domínio Tchokwé, até ao final do século XIX.
Os
Tchokwé estabeleceram então o seu próprio reino com a sua língua e costumes. Os
chefes lundas e o povo continuaram a viver na região lunda porém diminuidos de
poder.
A
expansão dos Tchokwé levou-os para além das fronteiras de Angola,
encontrando-se grandes núcleos na República Democrática do Congo e na Zâmbia.
DOMINAÇÃO EUROPEIA
No
início da era colonial (1884) o coração da terra lunda foi dividido entre a
Angola portuguesa, o Estado Livre do Congo do rei Leopoldo II da Bélgica e o
noroeste da britânica Rodésia, que viriam a tornar-se em Angola, R.C.Congo e
Zâmbia, respectivamente.
Em
1908, o Estado Livre do Congo deixa de ser propriedade da Coroa e torna-se
colónia da Bélgica, sob o nome de Congo Belga, permanecendo assim por quase 60
anos. Por sua vez, o Império Lunda – inicialmente repartido entre o reino
Portugal e o Estado Livre do Congo –, encontrava-se, desde meados do século
XIX, em decadência, já que “o poder do Mwant Yaav, em larga medida apoiado no
comércio de escravos, acabou por ser afetado pela abolição deste tráfico”.
CADEIRA DE UM SOBA LUNDA
No
início do século XX, após a expulsão dos Tchokwé que acabaram sendo vencidos
pelas forças coloniais portuguesas, por volta de 1920, o Império Lunda já havia
perdido alguns territórios e muito do seu poderio inicial. Diz-nos Manuela
Palmeirim que “é decorrente deste contexto histórico que muitos grupos
distintos a nível linguístico se encontram frequentemente designados na
literatura como ‘povos lunda’, hoje grupos inteiramente autónomos mas que,
outrora, partilharam uma unidade política comum sob a autoridade do Mwant Yaav
e que reconhecem esta ligação através de um corpus de tradições orais. Podem
ser referidos como “lunda” – para além do próprio grupo a partir do qual o
império se originou e que ficariam conhecidos na literatura por ‘lunda do Mwant
Yaav’ (os aruwund) – os ndembu (ou lunda-ndembu), os yaka, os luvale (também
designados por lunda-baluvale ou lwena), os imbangala (reino de Kasanje), as
gentes do Luapula sob o domínio do rei Kazembe.
AS VARIANTES LINGUÍSTICAS
Os
Lunda-Tchokwé são o grupo etnolinguístico predominante do nordeste de Angola,
tendo-se estabelecido, em finais do século XIX, nas províncias administrativas
da Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico, mas estendendo-se, posteriormente, até ao
interior da província da Huíla.
Segundo
Vatomene Kukanda, este grupo apresenta poucas variantes linguísticas. Na
província da Lunda-Norte predominam o lunda, o cokwe (kioku), o mataba, o
kakongo ou badimba e o mai. Na província da Lunda-Sul: o Tchokwé (kioku). Em
uma parte da província do Moxico: o lunda-lua-shinde, o lunda, o ndembo e o Tchokwé
(kioku). Noutra parte das províncias do Bié e do Kuando-Kubango: o cokwe
(kioku).
O ARTESANATO LUNDA E OS
DESENHOS NA AREIA
Apresentavam,
em 1960, uma população de 360 mil pessoas, que se espalhavam por milhares de
quilómetros quadrados, não apresentando, por este fato, uma população densa.
Por tradição, são caçadores savânicos, embora hoje vivam da agricultura.
- Máscara Lunda
São
também grandes artistas a trabalhar em ferro ou madeira. José Redinha
revela-nos que os Tchokwé constituem a parte que mais se destaca neste grupo
etnolinguístico e que a designação Lunda-Tchokwé é, a bem dizer, de ordem
histórica, porque, na realidade, quem predomina são os Tchokwé.
- Escultura Lunda
Para
além de hábeis em várias espécies de artesanato, os Tchokwé (kioku) ou Quiocos
(na forma aporteguesada), estando na aldeia ou no acampamento de caça, sentados
à volta da fogueira ou à sombra de árvores frondosas, costumam passar o tempo a
conversar e vão ilustrando os temas dessas conversas com desenhos na areia.
Muitos desses desenhos, de acordo com Paulus Gerdes, pertencem a uma velha
tradição. Referem-se a provérbios, fábulas, jogos, animais, etc. Acabam por
desempenhar um papel importante na transmissão do conhecimento e da sabedoria
de uma geração para a seguinte.
Em
1906 - Revolta dos Luchazes, 1908 - Revolta dos Lunda Tchokwes dirigida por
Quelendende (Muene Luchico) que o governo Português denominou de rebelião, como
sempre acontece, quando o dono da terra reclama o colonizador chama a
reclamação de REBELIÃO, e finalmente em 1916 – Revolta dos Luchazes, dos Bundas
e dos Lunda Tchokwes e, entre 1950 a 1960 foi criada a ATCR – Associação de
Lunda Tchokwes de Angola, Congo e Rodesia, actual Zâmbia para a renegociação
dos tratados com as potências Europeias ocupantes do Imperio Lunda; Bélgica,
Portugal e o Reino Unido da Inglaterra, acção que não teve êxito, primeiro
devido a fraca participação dos filhos Lundas ao projecto ATCAR, falta de visão
e a incerteza do futuro por parte de alguns intelectuais da época.
Portanto,
a questão da reivindicação da Independência da Nação Lunda Tchokwe, sob
ocupação estrangeira, não é um assunto de hoje, ela data do início do século
passado, as provas da época o descreve, Portugal, Bélgica e a Inglaterra são
testemunhas desta reivindicação.
Confirmada
na portaria régia de 24 de Março de 1884,que determinou a organização da
exploração científica Portuguesa ao Muat Yanvua, cuja chefia foi confiada ao
major do exército Henrique Augusto Dias de Carvalho, que passando o Reino de
Kassanje, descreve assim a região: Não tivemos dificuldades para atravessar
esta região à excepção de termos de atravessar as enchentes dos rios, e
molharmo-nos com as chuvas quase constantes, mas quando nos aproximamos a tribo
denominada Lunda Tchokwe, fomos tão incomodados com multas lançadas pelos mais
frívolos protestos que mudamos a nossa rota. A multa é uma pena passiva
aplicada ao infractor, quem paga a multa dentro de um território não é
Soberano. Não é imposto que advêm de rendimento de trabalho.
Como
a partir de 1885 até 1975, e, nos acordos do Alvor, não houve com o governo
Português o acordo de integração da Nação Lunda Tchokwe a Angola, a actual
integração a Angola feriu com o direito Internacional da Lunda Tchokwe como
Nação Livre.
O
Governo Português não abordou a questão da Nação Lunda em 1975, fez a mesma
coisa com o TIMOR LESTE, deixando o direito intacto pelos ascendentes que nós
descendentes, estamos a reivindicar, com justa causa, para além das
discriminações, é um direito legítimo natural e transcendental que a Nação
Lunda Tchokwe tem.
Informações
sobre os acordos de alvor, dão-nos conta de ter havido negociações secretas
entre os signatários: Drº Jonas Malheiro Savimbi, Drº António Agostinho Neto,
Sr. Holden Roberto e a Delegação Portuguesa, de silenciarem a “Questão do
protectorado da Lunda Tchokwe”, em que os três líderes dos três movimentos
FNLA, MPLA e a UNITA, teriam dito ao governo português que o mais importante
era a independência de Angola outros diferendos seriam resolvidos entre irmãos,
e o MPLA tQuando Kundi, o sucessor de Iala Maku, envelheceu, a harmonia entre
os povos lundas estremeceu. Quem seria o sucessor do velho Kundi? Um dos
rapazes? – O Tchinguri ou o Tchinhama? - Ou a menina, Lweji, a mais jovem filha
da segunda esposa? Dizem que os irmãos não se entendiam. Tchinguri era o mais
afoito e Tchinhama o mais ponderado. Porém, numa tarde, os dois irmãos
irromperam embriagados de vinho de palma pela tchota (palácio) do pai e
maltrataram-no, ambos querendo sucedê-lo. O velho, meio cego, no seu
leito de morte, amaldiçoou-os e logo ali avisou que nenhum deles seria o seu
sucessor. Chamou os macotas (anciãos) e informou da sua decisão de entregar o
poder a Lweji, meia-irmã de Tchinguri e Tchinhama. Iria agora começar na
Mussumba (povoação) o império Muatyânvua, constituído que foi o casamento de
Lweji, a nova rainha lunda, com o caçador baluba Tchibinga Ilunga.
Várias
são as versões contadas sobre este império. Embora todas elas interessantes,
optamos pela versão do engenheiro Sá Vicente, no livro A Lunda, os diamantes e
a Endiama. Das várias conversas que tivemos com alguns mais-velhos da
Lunda-Norte, sem querer meter a foice em seara alheia, apelamos aos
historiadores que nos deixem romancear mais uma vez esta
maravilhosa epopeia.
Assim
que o velho Kundi morreu, Lweji recebeu o lukano (pulseira feita com tendões
humanos que simboliza o poder) e de imediato é conduzida à chefia dos Lundas.
Lweji, digo a bela Lweji (Lua em português), já que se diz que era uma jovem de
extraordinária beleza, mas também munida de muita inteligência, foi governando
os Lundas com a prestimosa ajuda dos mais velhos, os macotas.
Um
belo dia, vindo do Leste, apareceu Tchibinda Ilunga, um caçador da etnia luba,
também de sangue nobre, neto do fundador do segundo império luba, Mutondo
Mukulo (árvore velha) que com as suas gentes desafiou os lundas caçando nos
seus domínios. Tchibinda Ilunga (tchibinda significa caçador) não trazia
mulheres no seu séquito. Somente o acompanhavam homens, caçadores e guerreiros,
e ele era, para além de destemido, conhecedor da pólvora e da arma de fogo da
altura – o canhangulo (arma de carregar pelo cano), que iria revolucionar para
sempre aqueles povos, ao contrário dos lundas que ainda estavam no tempo da
zagaia (arco e flecha), que embora conhecedores do ferro, ainda desconheciam
a pólvora.
Lweji
apaixonou-se de imediato pelo corajoso caçador com quem se casou, contra o que
lhe era permitido, já que o seu povo praticava a endogamia, que a obrigava a
contrair matrimónio unicamente dentro da sua tribo. Para agravar ainda mais a
situação, entregou-lhe o lukano, a pulseira dos antepassados que representa o
poder.
Tchinguri,
o primogénito, e Tchinhama, já de si agastados com o casamento com o
estrangeiro Ilunga, com a entrega do lukano viraram-se contra a irmã. Nada
conseguiram, porém, já que o poder dos guerreiros lubas e dos canhangulos de
Tchibinda suplantavam o arco e a flecha usados pelos lundas.
É
Lweji, mais uma vez, quem sai a ganhar e expulsa os dois irmãos da tribo,
embora se diga também que os próprios a terão abandonado de sua própria
iniciativa, depois desta ter pedido a Tchibinda que lhes ensinasse os seus
conhecimentos sobre a arma e a pólvora.
Tchinguri,
o mais agressivo, rumou para ocidente e estabelece-se às portas de Luanda,
tendo sido recebido pelo governador português D. Manuel Pereira Forjaz, com
quem fez aliança ajudando-o a combater os povos do interior, e de quem recebeu
em troca o título de Jaga (Grande chefe) e também a oferta de terras na região
de Ambaka e do Golungo Alto. Acabou, finalmente, por se estabelecer na Baixa do
Cassanje, fundando o jagado dos bangalas.
Tchinhama,
por sua vez, acompanhado da sua tia Anguina Cambamba e pelo chefe guerreiro
Andumba Uá Tembué, subiram o rio Cuango até às suas cabeceiras onde se fixaram,
formando as tribos kiokas ou tchokwes, que são os povos que, descontentes com o
casamento de Lwéji com o caçador Luba Tchibinda Ilunga, se separaram dos
lundas, seguindo o caminho dos desavindos irmãos. Entretanto, os vários Muatas
que acompanharam Tchinhama e Andumba Uá Tembué foram-se separando para formarem
estados independentes. Esta é uma versão contada na Lunda-Norte, que não obtém
consenso naquelas paragens, já que os lubas, partidários de Tchibinda Ilunga,
defendem o seu herói. Os lundas, que ficaram com Lweji e Tchibinda, defenderam
a sua rainha, e os partidários de Tchinguri e Tchinhama terão certamente a sua
versão sobre este caso, que remonta ao início do século XVII.
Entretanto,
a Lunda não é só história, é detentora de colossais reservas de diamantes,
descobertos em 1912 pelos prospectores da Forminiére, que encontraram sete
diamantes no rio Musalala, um afluente do rio Chiumbue, próximo do que é hoje a
cidade do Dundo. Em 1917, sob domínio português, criou-se a companhia Diamang,
detentora do monopólio da extracção de diamantes e do comércio naquela região.
Finalmente, em 1984, criou-se a Endiama, a companhia angolana que controla até
agora a exploração dos diamantes angolanos.
Com
uma colossal superfície de 103.760 Km2, a Lunda-Norte possui apenas, segundo
estimativas, 800 mil habitantes, que se dividem em vários grupos étnicos, como
os cokwe, lunda, kakhongo ou bandinga, baluba, musuku, bondo bangala, khoji,
khari, xinje matapa, bena may, kakhete e songo. Os lundas são exímios
escultores e é da sua autoria a famosa estatueta do Samanyonga (pensador) e a
de Tchibinda Ilunga, o famoso guerreiro-caçador que se casou com a Lwéji.
Tchibinda é sempre representado com uma arma na mão, enquanto que Samanyonga se
apresenta sentado de cócoras, agarrado à cabeça no acto de pensar.
A
mulher não deixa de ser lembrada em escultura, sendo a máscara Mwana Pó uma
peça de grande beleza e muito destacada pelos artistas tchokwé. A máscara é
exibida normalmente por um bailarino vestido de mulher, para entretimento da
sociedade, que imita as virtudes da mulher e os seus devaneios.
Caçadores
por natureza, os homens lunda-tchokwés não se dedicam à agricultura, que é uma
tarefa somente atribuída às mulheres, enquanto os homens se dedicam, além da
caça, ao artesanato, à arte ferreira e mesmo à pesca, abundante nos inúmeros
rios que sulcam esta província.
A
dança e a música são também muito comuns e fazem parte do dia-a-dia das
festividades lunda-tchokwé. As danças mais vulgares, dançadas ao som de
diversos batuques, xilofones e idiofones, são Akixi Cianda, Ulengo, Makopo,
Cisela, Diximbi Kundula-Ve, Canga, etc. Como entretenimento, os mascarados
actuam nas cerimónias de entronamento dos grandes chefes. Os Akixi e Cikuza
dançam principalmente na cerimónia da Mukanda, referente à circuncisão
masculina. Já a dança Cikungu é usada no acto de investidura dos grandes
chefes tradicionais.
Hoje
a Lunda-Norte tem a sua capital no Dundo, antiga sede da companhia de diamantes
Diamang, e está prevista a construção de uma nova cidade, já que a estrutura
colonial, que se situa no município do Chitato, compõe-se apenas de uma rua
onde está situado o palácio, um hospital e algumas casas de comércio.
O MUSEU DO DUNDO
O
emblemático Museu do Dundo foi criado em 1936, com a finalidade de estudar a
área cultural, as populações lunda-tchokwe e os povos circunvizinhos,
potenciais trabalhadores da antiga Diamang, a poderosa empresa de diamantes.
Com
os trabalhos da sua implantação conduzidos pelo etnólogo José Redinha, a
construção do edifício central do museu foi iniciada em 1942, tendo sido
somente finalizada em 1948. Congrega áreas de etnografia, história natural,
arqueologia e paleontologia. Possui 14 salas de exposição, sendo 12
permanentes, uma de folclore e outra de exposições temporárias. Com uma
colecção etnográfica de cerca de 10 mil peças, já foi considerado um dos
maiores a sul do Saara.
Estão
publicados diversos trabalhos de pesquisa da região lunda-tchokwe, realizados
por diversos investigadores de renome, como Luoise Bastin, Manuel Laranjeira,
Henri Breuil e José Redinha.
Hoje
o edifício do museu está completamente reabilitado, estando em curso a preparação
das salas de exposição permanente, no sentido da sua breve reabertura ao
público. A Lunda-Norte brilha novamente, como os diamantes que são extraídos
das suas entranhas.
CONCLUSÃO
Depois
de longas investigações chegamos a conclusão de que o povo tchokwe tinham sido
um povo só, saíram do mesmo núcleo. A grande diferença é que os Lundas ficam no
seu território desde sempre, ao passo que os tchokwe transformam-se num grupo
de extrema mobilidade que a partir do século XVI percorre todo país. São essencialmente
caçadores e comerciantes em busca de marfins, borracha, que lhes permite
desenvolver as estruturas políticas tal como a hierarquia da mussunda.
BIBLIOGRAFIA
Kizerbo,
Joseph. História de África Negra, Vol. I, Publicações Europa – América, 1999.
M´bokolo, Elikia,
África negra – História e Civilizações até ao século XVIII, 1ª Edição
portuguesas, Editora Vulgata, 2003.
O povo Lunda.
Disponível em: http://www.africafederation.net/Lunda_3.htm. Acessado aos 27 de Março de
2015, pelas 14h30min.
Thornton, Jhon K. A África e os africanos na formação do mundo
atlântico: 1400 – 1800. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.