INSTRUMENTOS E MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO
INTRODUÇÃO
A Educação Laboral é uma
disciplina técnica que surge na perspectiva de estabelecer um vínculo entre a
educação e o trabalho socialmente útil.
A arte de representar um objeto ou fazer sua
leitura por meio do desenho técnico é tão importante quanto à execução de uma
tarefa, pois é o desenho que fornece todas as informações precisas e
necessárias para a construção de uma peça. Visando abordar a maioria dos
assuntos relativos ao desenho técnico de forma sucinta, porém completa-se neste
trabalho elementos argumentativos sobre instrumentos e materiais de desenho
técnico. Para isto, este trabalho foi dividido no conteúdo de Educação Laboral onde
abordará os conceitos básicos para o seu entendimento.
INSTRUMENTOS E MATERIAIS DE DESENHO TÉCNICO
Etimologia
O português desenho é um substantivo deverbal
do verbo desenhar, que remonta ao latim designare,
“marcar, notar, traçar, desenhar; indicar, designar; dispor, ordenar, regular,
imaginar”, étimo do italiano desegnare.
O português desenhar (e desenho) é modernamente só “traçar (e traçado) com
linhas e afins”. Desenho é qualquer representação gráfica – colorida ou não –
de formas. Desenho é a expressão gráfica da forma, não se pode desenhar sem
conhecer as formas a serem representadas.
Conceito
O desenho técnico, como citado anteriormente,
é uma linguagem gráfica utilizada na indústria. Para que esta linguagem seja
entendida no mundo inteiro, existe uma série de regras internacionais que
compõem as normas gerais de desenho técnico.
É derivado da Geometria descritiva, que é a
ciência que tem por objetivo representar no plano (folha de desenho, quadro,
etc.) os objetos tridimensionais, permitindo desta forma a resolução de
infinitos problemas envolvendo qualquer tipo de poliedro, no plano do papel.
Como surgiu
O desenho tem a sua história, pela
necessidade própria que o homem teve de comunicar-se com o seu semelhante.
Devido a um fraco e pobre vocabulário, o
homem primitivo recorria a representações gráficas para expressar os
sentimentos. Nesse contexto, podemos afirmar que o desenho surge como um meio
de comunicação entre as pessoas antes da escrita.
Instrumentos e materiais utilizados
O desenho técnico deve ser exacto
e inteligível sendo de evitar, por isso tudo o que possa criar dúvida. A
escolha de instrumentos de precisão e de qualidade, bem como a sua correcta
utilização é muito importante.
Considerando ainda que para cada
tipo de desenho existe um material adequado e que é grande a variedade de
materiais existente no mercado, aqui indicam-se, apenas os instrumentos básicos
para a resolução da maioria dos problemas que surge no desenho técnico. Os
principais instrumentos e materiais utilizados no desenho técnico são: O lápis, papel, borracha, estiradores e
prancheta, régua T, esquadros, escantilhões, régua graduada (milimetrada) ,
compasso, tira-linhas, transferidor máquina de desenhar ou tecnógrafo.
O
lápis ocupa o primeiro lugar nos instrumentos do desenho técnico, o lápis é uma
peça ou objecto feito de madeira, com uma secção hexagonal ou cilíndrica, com
uma barrinha de grafite chamada mina.
Os lápis quanto a dureza da mina
classificam-se em duros, médios e moles ou brandos.
Os
lápis de mina dura identificam-se
pela letra H e utilizam-se para traços de
linhas finas
Os
lápis de mina média identificam-se
pela letra F ou HB e são os que mais se aplicam no
desenho técnico.
Os
lápis de
mina mole ou branda identificam-se pela letra B e utilizam-se para traçar linhas
grossas de traços escuros.
Papel
É um
meio utilizado para executar trabalhos com lápis, outros para desenho com tinta
e, finalmente, alguns permitem executar desenho tanto a lápis ou tinta.
OBS: No
desenho técnico usa-se mais o papel transparente que o papel opaco.
Borracha
É um
instrumento rectângular, de cor branca ou cinzenta de textura branda (mole) e flexível.
É constituída por diferentes substâncias. a principal é ocacho . A borracha
serve para apagar as marcas e traços desnecessários deixados pelo lápis ou
lapiseira de desenho.
Prancheta ou Mesa de desenho
É um
instrumento onde se coloca o papel para executar o desenho; constituída por um
tampo, geralmente de madeira ou de outro material o bordo lateral esquerdo é
chamado bordo de trabalho.
Estiradores
São
instrumentos que permitem a variação da altura da prancheta para uma correcta
posição do desenhador.
Habitualmente,
usa-se a prancheta numa posição próxima da horizontal.
Régua T
Como
o seu nome indica, tem a forma de um T é um instrumento constituído por duas
partes fundamentais : O cabeçote e a travessa. Utiliza-se principalmente para
traçar linhas horizontais e paralelas.
Como usar a régua T
Para
usar a régua T deve manter-se o cabeçote da régua sempre a esquerda. Junto ao
bordo da prancheta ou mesa de desenho, pressionando firmemente a régua contra o
papel na posição desejada.
Esquadros
São
instrumentos que se utilizam para traçar linhas rectas e inclinadas em relação
as traçadas com a régua T. São feitos de materiais plásticos.
Os
esquadros são de diferentes tamanhos e têm a forma de um triângulo. Um tem dois
lados iguais, formando dois ângulos de 45º e um de 90º e outro com todos lados desiguais
medindo os seus ângulos 30º,
60º e 90º.
Ao
traçar as linhas verticais, deve manter-se a régua T apoiada contra o bordo
esquerdo da mesa ou da prancheta e apoia-se sobre ela. A aresta perpendicular
do esquadro sobre a qual se traça, situa-se à esquerda, procurando que a luz
incida sobre esse lado. Também pode-se traçar outras linhas, dependendo da
combinação que se faz com os esquadros e a régua T.
Manuseamento do Esquadro
No
traçado de perpendiculares e paralelas pode usar-se um par de esquadros ou um
esquadro e uma régua qualquer.
Como verificar o ângulo recto com o esquadro
Para
verificar a exactidão do ângulo recto, com o esquadro fixa-se a régua mantendo-a
paralela ao traço horizontal, alinha-se a base do esquadro com a régua e
verificamos se o cateto vertical coincide com o traço vertical.
Escantilhões
São instrumentos
fabricados em plástico, transparentes, vazados, nos formatos convencionados
para diversos tipos de desenho, como arquitectónico, mecânico geométrico, etc.
Este
instrumento desempenha múltiplas funções, como por exemplo, para o traçado de
linhas curvas, de circunferências quadrados, letras, algarismos, etc.
Régua graduada ( milimetrada )
Este
instrumento basicamente utiliza-se para medir e transportar dimensões.
Fabrica-se
geralmente, com material plástico transparente e pode ter várias dimensões e
formas mas as que mais se utilizam são de 300 e 400 mm de longitude.
A
maioria deste tipo de réguas tem o bordo biselado, o que facilita a medição.
Compasso
O
compasso é um instrumento utilizado para traçar circunferências e os
seus arcos, o compasso é composto por duas hastes que formam um ângulo,
articulados de maneira a que os seus vértices se podem abrir para atingir maior
ou menor dimensão.
OBS: Quando o compasso está
fechado, as extremidades das suas hastes devem ficar à mesma altura e, ao
desenhar, deve começar-se por fixar a ponta seca, com a ajuda da mão esquerda,
exactamente no centro do arco.
As
extremidades das hastes devem ficar perpendiculares ao papel de desenho.
Como utilizar o compasso
Deve
segurar-se apenas pelo cabo, entre os dedos polegar e indicar. O lápis do
compasso deve trabalhar na posição vertical isto é, fazendo ângulo recto com o
papel; para tal, deve ser dobrado pela articulação.
Transferidor
Chama-se
transferidor aos instrumentos circulares e semicirculares criados para medir
ângulos. Fabrica-se geralmente, em material plástico, os quais apresentam
divisões de partes iguais, graduados em graus. Estas divisões permitem traçar e
comprovar ângulos.
O
circular está dividido em 360º e o semicircular em 180º.
A
linha horizontal, que é a base do transferidor, chama-se linha de fé ou linha de referência.
Para
melhor compreensão, o transferidor é um instrumento utilizado na construção e
medição de ângulos, É fabricado em metal ou em plástico material preferido por
ser transparente, leve e indeformável. O mais usado tem a forma semicircular de 0º a 180º nos dois sentidos com diâmetro de 12cm.
Uso do transferidor
Ao
construir um determinado ângulo, traça-se primeiro uma recta e marca-se nela um
ponto, de referência para o vértice do ângulo. Coloca-se o transferidor de tal
modo que a linha de fé coincida com a recta e o índex com o vértice. A partir
de 0º marca-se junto ao limbo, por um
ponto, a abertura do ângulo desejado unindo os pontos.
Como medir o ângulo com o transferidor
Coloca-se
o ponto central da linha de fé (índex) sobre o vértice do ângulo, assentando a
linha 0º- 180º sobre um dos lados do ângulo. O
outro lado do ângulo passará sobre o traço da graduação do transferidor,
dando-nos assim, a medida em graus.
Finalidade dos instrumentos e materiais de desenho técnico
A finalidade principal do Desenho Técnico é a
representação precisa, no plano, das formas do mundo material e, portanto,
tridimensional, de modo a possibilitar a reconstituição espacial das mesmas.
Essa representação de formas constitui o campo do chamado “desenho projetivo”;
o Desenho Técnico também abrange a representação gráfica de cálculos, leis e
dados estatísticos, por meio de diagramas, ábacos, e nomogramas, que pertencem
ao campo do “desenho não projetivo”.
Importância dos instrumentos e materiais de desenho técnico
O Desenho Técnico constitui-se no único meio
conciso, exato e inequívoco para comunicar a forma dos objetos; daí a sua
importância na tecnologia, face à notória dificuldade da linguagem escrita ao
tentar a descrição da forma, apesar a riqueza de outras informações que essa
linguagem possa veicular. Diante da complexidade dos problemas relativos aos
projetos de Engenharia e Arquitetura, poderia parecer excessiva a importância
atribuída à forma e à sua representação. Ocorre que a forma não é um acessório
nos problemas de tecnologia, mas faz parte intrínseca dos mesmos. O Desenho
Técnico, ao permitir o tratamento e a elaboração da forma de modo fácil
econômico, participa decisivamente das três fases da solução daqueles
problemas.
Essas três fases são:
1 º - A busca de conceitos e idéias que pareçam
contribuir para a solução.
2 º - O exame e análise crítica desses
conceitos, quando alguns são escolhidos e outros rejeitados.
3 º - O desenvolvimento dos conceitos
escolhidos, seu aperfeiçoamento final e comunicação.
Portanto, as aplicações do Desenho Técnico
não se limitam à fase final de comunicação dos projetos de Engenharia e
Arquitetura, mas ainda cumpre destacar sua contribuição fundamental nas fases
anteriores, de criação e de análise dos mesmos.
Nos trabalhos que implicam os conhecimentos de engenharia, a execução de
boas idéias depende de cálculos, estudos econômicos, análise de riscos, etc.
que na maioria são resumidos em desenhos que representam o que deve ser
executado, construído, ou representados em gráficos ou diagramas que mostram os
resultados dos estudos feitos.
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação
gráfica, o ensino de desenho técnico ainda e imprescindível na formação de
qualquer engenheiro, pois, além do aspecto de linguagem gráfica que permite que
as idéias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho
técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico e de organização,
tornando possível a fabricação de um projeto com precisão.
O desenho
técnico tem por finalidade a representação dos objetos o mais próximo possível,
em formas e dimensões, assim, o aprendizado de um engenheiro irá depender, de
uma forma ou de outra, do desenho técnico.
CONCLUSÃO
Portanto, o desenho técnico é uma forma de
expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e
posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas
diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura. Utilizando-se de um
conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas
normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem
gráfica universal da engenharia e da arquitetura. Assim como a linguagem verbal
escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica
do desenho técnico exige treinamento específico, porque são utilizadas figuras
planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.
BIBLIOGRAFIA
Márcio Fontana: Desenho técnico. Curitiba,
2016
GOMES, José Amândio
Francisco; FERREIRA, Augusto João. Educação Laboral 7ª
Classe. Manual do Aluno.
ÍNDICE