CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS


CONCEITO DE RELAÇÕES HUMANAS

Ao conjunto de interacções que mantêm os indivíduos no seio de uma sociedade dá-se-lhe o nome de relações humanas. Estas têm por base os vínculos, muitas das vezes hierárquicos, que existem entre as pessoas e que têm lugar através da comunicação (podendo ser visual, linguística, etc.).

Considera-se que as relações humanas são primordiais para o desenvolvimento individual e intelectual de cada ser humano, já que graças a estos laços se constituem as sociedades, quer as mais pequenas (por exemplo, nas aldeias) quer as maiores (nas cidades). As relações humanas implicam, necessariamente, pelo menos dois indivíduos. Não haja dúvida de que este conjunto de interacções permite que as pessoas convivam de forma cordial e amistosa, ao basear-se em certas regras aceites por todos os integrantes da sociedade e em reconhecimento do respeito pelos direitos individuais.

Convém diferenciar o conceito de relações humanas do de relações públicas. Estas pretendem inserir uma organização dentro da comunidade, ao comunicar os seus objectivos e procedimentos. Ou seja, enquanto as relações humanas são vinculações entre pessoas, as relações públicas, por sua vez, estabelecem vínculos entre as pessoas (indivíduos) e uma organização (grupo). O campo das relações humanas é bastante importante no mundo do trabalho, tendo em conta que se não decorrerem com cordialidade, acabam por prejudicar a produtividade e a eficiência das empresas. Por isso, os directores devem sempre esforçar-se no sentido de construir equipas de trabalho onde existam boas relações humanas, sem ambientes conflituosos e minimizando as discórdias. Pode-se afirmar que, sem boas relações humanas, não pode haver uma boa qualidade de vida.

Escola das Relações Humanas

A Teoria das Relações Humanas, surgiu nos estados unidos como conseqüência imediata das conclusões obtidas na Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Foi basicamente um movimento de reação e de oposição à Teoria Clássica da Administração.

A origem da Teoria das Relações Humanas são:

1- A necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano.

2- O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia.


3- As idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na administração.

4- 5As conclusões da Experiência em Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo. Os estudos em Hawthorne de Elton George Mayo (1880-1949).

A Western Eletric era uma companhia norte-americana que fabricava equipamentos para empresas telefônicas. A empresa sempre se caracterizara pela preocupação com o bem estar de seus funcionários, o que lhe proporcionava um clima constantemente sadio de relações industriais. Durante mais de 20 anos não se constatara nenhuma greve ou manifestação. Um diagnostico preliminar nos diria que o moral na companhia era alto e os funcionários confiavam na competência de seus administradores.

No período entre 1927 e 1932 foram realizadas pesquisas em uma das fábricas da Western Electric Company, localizada em Hawthorne, distrito de Chicago. A fabrica contava com cerca de 40 mil empregados e as experiências realizadas visavam detectar de que modo fatores ambientais - como a iluminação do ambiente de trabalho- influenciavam a produtividade dos trabalhadores.

As experiências foram realizadas por um comitê constituído por três membros da empresa pesquisada e quatro representantes da Escola de Administração de Empresas de Harvard.

Em 1924, com a colaboração do Conselho Nacional de Pesquisas, iniciara na fábrica de Hawthorne uma série de estudos para determinar uma possível relação entre a intensidade da iluminação do ambiente de trabalho e a eficiência dos trabalhadores, medida pelos níveis de produção alcançados. Esta experiência que se tornaria famosa, foi coordenada por Elton Mayo, e logo se estendeu ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados.

Entretanto a tentativa foi frustrada, os pesquisadores não conseguiram provar a existência de qualquer relação simples entre a intensidade de iluminação e o ritmo de produção. Reduziu-se a iluminação na sala experimental. Esperava-se uma queda na produção, mas o resultado foi o oposto, a produção na verdade aumentou. Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica. Tentaram eliminar ou neutralizar o fator psicológico, então estranho e impertinente, razão pela qual a experiência prolongou-se até 1932, quando foi suspensa em razão da crise econômica de 1929.

O Empowerment e a teoria organizacional

O empowerment é tratado de duas formas na Teoria Organizacional. Primeiro, como uma filosofia que vem crescendo em influência ao longo das diferentes abordagens das organizações. Segundo, como uma ferramenta gerencial eficiente, eficaz e efetiva que viabiliza o desenvolvimento e manutenção das equipes de trabalho nas modernas práticas culturais das organizações pós-empresariais. O poder e o empowerment são lados de uma mesma moeda e a compreensão de um passa pelo entendimento do outro, sendo que sua aplicação envolve fatores críticos que precisam ser considerados.

Empowerment é uma daquelas palavras inglesas sem tradução conclusiva para o português. Alguns autores a decodificam como"empoderamento", "energização" ou delegação de poder, outros como "repotenciamento" (Denthom, 1995:5). É certo que a raiz da palavra empowerment é power que facilmente podemos traduzir para a língua portuguesa como "poder".

O Empowerment é uma filosofia ou ferramenta gerencial adotada nas organizações modernas ou pós-empresariais que presume uma mudança nas relações sociais de trabalho através do emprego de formas autônomas de poder para as pessoas ou para as equipes. Portanto, os dois temas (empowerment e poder) são lados de uma mesma moeda.

As organizações, além de muitas outras coisas, são estruturas políticas. Logo, operam pela distribuição de autoridade e pelo estabelecimento de um palco para o exercício do poder (Zaleznik, 1986: 33). A relação entre política e poder nas organizações atrai também as relações entre os interesses e os conflitos pessoais, interpessoais e inter-grupais.

A política organizacional nasce quando as pessoas pensam diferentemente e querem agir também diferentemente. Essa diversidade cria uma tensão que precisa ser resolvida por meios políticos (Morgan, 1996:152). Assim para se compreender o empowerment é necessário se conhecer melhor o poder nas organizações empresariais, que além de estar intimamente relacionado com as relações políticas, permeia o conjunto de interesses e conflitos nestas organizações.

Os interesses representam um conjunto complexo de predisposições que envolvem objetivos, valores, desejos, expectativas e outras orientações e inclinações que levam a pessoa a agir em uma e não em outra direção (Morgan, 1996:153). Para este mesmo autor, para se compreender melhor a política organizacional é preciso conceber os interesses em três domínios ou conjuntos interligados: interesses da tarefa ou cargo, ou seja, interesses


ligados com o trabalho que alguém deve desempenhar; interesses da carreira que passam pela seqüência ou roteiro de posições ocupadas e de trabalhos ou projetos realizados na organização; e interesses extra-muro que representam o comprometimento da pessoa com o ambiente externo à organização. Este último conjunto permite configurar a forma de agir tanto em relação ao cargo, quanto à carreira.

O conflito surge à medida que os interesses colidem ou deixam de coincidir. O conflito pode ser pessoal, interpessoal ou entre grupos rivais e coalizões. Pode ser construído dentro das estruturas organizacionais, nos papéis, nas atitudes e nos estereótipos, ou ainda surgir em função de recursos escassos. Pode estar explícito ou implícito. Qualquer que seja a razão e qualquer que seja a forma que assuma, a sua origem residem em algum tipo de divergência de interesses percebidos ou reais (Morgan, 1996: 160).

O poder é um tema antigo, mas que nos últimos anos os teóricos das organizações passaram a reconhecer ainda mais a sua relevância nas análises e estudos a respeito dos diferentes aspectos das organizações empresariais. Esse reconhecimento, porém ainda não foi capaz de apresentar uma definição clara e precisa. Para alguns teóricos, o poder é um recurso possuído, para outros é uma relação social que gera dependência ou influência. A seguir são listadas algumas definições diferentes de poder nas organizações.