o sistema educativo
INTRODUÇÃO
O
presente trabalho visa abordar sobre o sistema educativo e filosófico em
Angola. A educação é um direito de todos. Assegurá-lo e melhorar a sua
qualidade é necessariamente o dever do Estado. A primeira premissa apresentada
está bem explicita no Artigo 6º da Lei de Bases do Sistema de Educação Angolano
(2001) “A educação tem carácter democrático pelo que, sem qualquer distinção,
todos os cidadãos angolanos têm iguais direitos de acesso e na frequência aos
diversos níveis de ensino e de participação na resolução dos seus problemas”.
Apesar disso, a
realidade mostra-nos que em Angola, por diversas razões, uma minoria de pessoas
têm acesso ao sistema de ensino, com maior ênfase no Ensino Primário, em que a
Lei de Bases do Sistema de Educação Angolano (2001) o caracteriza como
obrigatório e gratuito. A finalidade da educação é a formação integral,
harmoniosa e progressiva do homem, enfatizando os seus aspectos adjectivos e
substantivos, tendo assim cidadãos livres, responsáveis e autónomos; indivíduos
capazes de julgar, com espírito crítico e criativo o meio social em que se
integram e de se empenhar na sua transformação progressiva, conferindo-os
dignidade e qualidade de vida.
O SISTEMA EDUCATIVO E FILOSÓFICO EM ANGOLA
Angola
está a atravessar um momento de mudança, política, social e em especial no
sistema educativo. O país revelou uma grande evolução na educação, demonstrado
pelas estatísticas referentes ao acréscimo do número de alunos, de salas, de
professores e de equipamentos. Com a autonomização do país, os princípios da
democratização, gratuitidade e obrigatoriedade da instrução primária
concorreram para maior aceleração do processo de formação de recursos humanos
necessários ao desenvolvimento de Angola, a partir da aquisição de competências
básicas.
Mas,
no período anterior e imediatamente posterior à independência, devido ao
abandono massivo do país de muitos técnicos portugueses e angolanos e dada a
gritante necessidade de quadros a formar aos mais diferentes níveis em todos os
sectores, as novas políticas educativas estavam mais voltadas para o número a
preparar (se possível de forma acelerada), do que para a qualidade. Os cursos
pré-universitários, concebidos para transitoriamente acomodarem os estudantes
que, no tempo colonial, frequentavam os antigos 5ª, 6º e 7º ano dos liceus ou
equivalentes, passaram a definitivos, ao constituírem-se numa via de chegada
mais rápida à universidade.
Vantagens
A
reforma educativa procura consolidar a concretização dos princípios da
integridade, laicidade, democratização, gratuidade e obrigatoriedade do
anterior sistema educativo. Esta reforma representa uma estratégia para
melhorar a qualidade da educação e ensino e responder aos desafios do
desenvolvimento do país.
A
Lei de Bases do Sistema de Educação preconiza a escolarização de todas as
crianças em idade escolar e, do mesmo modo, a redução do analfabetismo e a
formação profissional. Esta lei propõe uma readaptação do sistema educativo com
vista a responder às novas exigências da formação de recursos humanos necessários
ao progresso da sociedade angolana.
Para
além da componente política, a reforma educativa pode ser levada a cabo para
actualizar os métodos de ensino e para adequar as cadeiras/disciplinas aos
tempos actuais.
Desvantagens
O
currículo constituiu um dos factores que maior influência possui na qualidade
do ensino. Este aparente consenso, esconde um equívoco. Não existe uma noção
mas várias noções de currículo, tantas quantas as perspectiva adoptadas. O
currículo continua a ser frequentemente identificado, como um plano de estudo.
Sendo que este significa, pouco mais do que o elenco e a sequência de matérias
propostas para um dado ciclo de estudos, á um nível de escolaridade ou curso,
cuja frequência e conclusão conduzem o aluno a graduar-se nesse ciclo, nível ou
curso.
A
reforma educativa deve ser incentivada a partir de um amplo consenso social, já
que a educação abrange toda a sociedade e nunca deve depender de uma ideologia
ou do governo que estiver em funções. Quando a reforma educativa preenche
unicamente os interesses da autoridade do momento, costuma tratar-se de um
empreendimento político para difundir uma visão distorcida da realidade e para
formar as novas gerações de acordo com a mensagem dominante.
O
que havia a mudar? Para uma maior exigência do perfil de saída dos alunos, uma
maior exigência académico-profissional no perfil de entrada e saída dos
professores e isto é o que se procura retomar, hoje, nas actuais Escolas do
Magistério Primário. Só que ainda são muito escassas. Alguns dizem que, com a
actual reforma educativa, não há, no ensino primário, reprovações na 1ª, 3ª e
5ª classes. É verdade, entre outros aspectos, a dicotomia entre as assimetrias
culturais e de desenvolvimento existentes no país e um sistema educativo gerido
por princípios de unicidade, a baixa competência linguística no idioma de
escolarização, agravada pela falta de acompanhamento por parte de encarregados
de educação, a falta de condições adequadas de estudo em muitas escolas e
lares, a deficiente alimentação e assistência médica e medicamentosa… enfim,
factores que, evidentemente, ao não concorrerem para o sucesso escolar, levam à
necessidade de se oferecerem oportunidades de recuperação na vida escolar de
crianças no ensino primário, em função do seu ritmo próprio de aprendizagem.
Uma
conclusão importante a reter é, pois, a de que a legitimação política ou a
racionalidade científica dos projectos inovadores não constituem garantia de
êxito da sua implementação. A inovação tem revelado tanto de aliciante quanto
de problemático e de complexo!
Uma
das principais razões justificativas destes resultados insuficientes prende-se
com a complexidade do fenómeno da inovação aliado à ausência de uma perspectiva
teórica alargada e, em particular, ao pouco conhecimento das variáveis pessoais
e organizacionais que interactuam no complexo processo inovador.
REPENSAR AS POLÍTICAS
DA EDUCAÇÃO ANGOLANA - NUNES COTELO ALBERTO
Apesar
disso, a realidade mostra-nos que em Angola, por diversas razões, uma minoria
de pessoas têm acesso ao sistema de ensino, com maior ênfase no Ensino
Primário, em que a Lei de Bases do Sistema de Educação Angolano (2001) o
caracteriza como obrigatório e gratuíto (Artigos 7º e 8º).
A
finalidade da educação é a formação integral, harmoniosa e progressiva do
homem, enfatizando os seus aspectos adjectivos e substantivos, tendo assim
cidadãos livres, responsáveis e autónomos; indivíduos capazes de julgar, com
espírito crítico e criativo o meio social em que se integram e de se empenhar
na sua transformação progressiva, conferindo-os dignidade e qualidade de vida.
Para
um país em via de desenvolvimento como o nosso (diga-se) é necessário
generalizar o sistema de ensino e esclarecer o papel que a educação
desempenhará no contexto da consolidação da paz, da busca da harmonização e
unidade nacional e do melhoramento das condições de vida face aos objectivos de
desenvolvimento do milénio e às exigências do progresso social. A história
sócio-política do país deixou sequelas, amarguras por parte dos vencidos e
vencedores da batalha e que nos dias de hoje tem criado a discriminação social
e política, ao ponto de não se notar o desenvolvimento em todos aspectos,
particularmente no sector da educação em todas as regiões, sobretudo naquelas
em que na época dos conflitos armados apoiaram a oposição.
A
educação tem o seu próprio estatuto, pelo que é necessário uma filosofia
educativa e prática pedagógica séria para que tenhamos um sistema de ensino
sério, que se adeque ao perfil de alunos que temos e do cidadão que pretendemos
formar. Os problemas educativos devem ser reflectidos de forma constante e
sistemático. Como afirmou ARENDT (2000) “é preciso que aqueles que fazem a
educação assumam a educação a responsabilidade ao mesmo tempo, pela vida e
desenvolvimento da criança e pela continuidade do mundo.”
Ainda
na mesma perspectiva, VIEIRA afirma que “A educação tem responsabilidades
acrescidas porque nela convergem as aspirações dos indivíduos para alcançarem
os lugares cimeiros na estrutura social, mas também, porque a educação pode
ajudar a sociedade a constituir-se como um espaço heterogéneo onde todos possam
ter voz e vez, através da promoção da igualdade cultural” (Revista Kulonga,
ISCED-LUANDA, 2009).
Porém,
a educação como tarefa importante para o desenvolvimento sustentável do país
deve ser objecto de controlo sistemático para assegurar a realização dos seus
objectivos. A maior parte dos Governos que se preocupam com a formação
qualitativa de seus cidadãos, vêem a educação como um investimento importante,
investindo-se cada ano grandes somas de dinheiros ao fornecimento da educação a
todos os níveis. É através da avaliação constante, que se detectam as
deficiências e defeitos que devem ser corrigidos, para que os objectivos da
educação possam ser atingidos.
Há
inúmeros problemas que afectam o sistema educativo angolano, tendo em conta as
politicas precárias que giram em torno dele, perpetuados por situações como: o
crescimento demográfico descontrolado e a falta da verdade na aplicação e nos
gastos dos capitais orçamentados. Com isso, políticas como “realizar a
escolarização de todas as crianças em idade escolar, reduzir o analfabetismo de
jovens e adultos e aumentar a eficácia do sistema educativo” que constituem o
preâmbulo da Lei de Bases do Sistema de Educação angolano, estão longe de
surtirem efeitos.
CONCLUSÃO
Com
a pesquisa feita conclui-se que, o contexto de paz que se vive em Angola é
favorável à institucionalização das mudanças em vários domínios. Neste sentido,
têm sido alteradas as políticas educativas que têm servido de base para a
reforma educativa e curricular em curso, visando melhorar qualitativamente o
sistema educativo angolano. No contexto da estratégia de desenvolvimento
educativo para o país, assente em políticas, programas e projectos, torna-se
necessário compreender os pressupostos da reforma educativa e curricular bem
como o impacto que tem tido no sistema educativo e na sociedade angolana. No
presente artigo dá o conceito de reforma educativa e faz uma abordagem acerca
das vantagens e desvantagens da reforma educativa.
REFERÊNCIAS
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