TÉCNICAS PARA O ENSINO DA REDAÇÃO
INTRODUÇÃO
Ultrapassar a barreira entre a
formação das ideias e o papel em branco não é uma tarefa simples. Portanto, se
tem todo direito de ter dificuldades para redigir uma boa redacção. Porém, o
fundamental já se possui: a capacidade de pensar. Basta agora aliar força de
vontade à prática de escrever. Para
tanto, é imprescindível estar bem informado sobre o tema a ser
discutido. A veracidade das informações é de suma importância. Sejam elas
históricas, científicas, ou culturais. Isso não significa que se deixe de questionar
a respeito, pois um bom texto depende muito do seu teor crítico acerca da
realidade. Assim, podemos dizer que: É possível apoiar no conhecimento já
existente da nossa cultura, ou é possível questionar o conhecimento já
existente, desde que você conheça bem o tema tenha argumentos concretos.
O ideal é nos esforçarmos
para escrever nossas próprias ideias, preocupando-nos com o bom senso, mas
sem manter uma postura reacionária, acreditando numa verdade absoluta. É
importante ressaltar que não existe um conteúdo neutro: sempre existe
um questionamento a se fazer, tanto da parte do leitor como de quem
redige o texto. Neste contexto o presente artigo disserta sobre as técnicas
para o ensino da redação. Ele é um tema complexo e extensivo, mas poderá se fazer
esforço de fazer um resumo no que concerto ao aspecto entendimento do mesmo.
TÉCNICAS PARA O ENSINO
DA REDACÇÃO
1.1 Conceito
Denomina-se redação ao processo em que se estrutura um
discurso escrito. A redação é uma arte, mas também uma técnica, à medida que é
utilizada para garantir que o texto tenha certo nível de coerência. Ela se
desenvolve com o tempo e a prática, circunstância exigida continuamente na
educação formal das crianças. Outros lugares que praticam a elaboração de
textos também recebem o nome de redação, como é o caso dos jornais e revistas,
que atribuem um lugar específico para profissionais capacitados para esse fim.
1.2 O ensino da redação
Escrever
bem exige conhecimento linguístico, técnica e muita dedicação. A redação costuma
ser protagonista em muitos concursos e estudos e, infelizmente, deixa muitos
candidatos ou alunos apreensivos na hora de transferir para o papel ideias e
argumentos. Redigir um texto de maneira competente é indispensável para o
sucesso da vida acadêmica e para a vida profissional, afinal de contas,
comunicar-se bem é uma habilidade que, além de abrir portas, melhora as
relações pessoais.
Por meio
da leitura de diferentes tipos e gêneros
textuais, entramos em contato com a língua e seus diferentes
registros e temos a oportunidade de aprender na prática o seu funcionamento.
Embora as gramáticas apresentem as regras para uma escrita correta, nem sempre
mostram as reais situações de uso, que serão encontradas apenas nas diversas
atividades discursivas, sejam elas orais ou escritas. Para compor seu
repertório cultural, lembremo-nos de que todo tipo de leitura é bem-vinda, seja
de best-sellers[1],
seja dos clássicos da literatura – os textos-fontes de toda literatura
contemporânea. Diversificar a leitura é importante para que se
conheça e identifique os diversos gêneros, assim como é importante para que se
aproprie dos inúmeros recursos linguísticos que eles oferecem.
Normalmente
a redação compreende aos seguintes critérios:
Introdução
A introdução escreve-se por último. Todo texto
dissertativo argumentativo precisa de 1) introdução, 2) desenvolvimento e 3)
conclusão. A introdução é o primeiro contacto (superficial) que o corretor terá
com a redação. Por isso, pode deixar para escrevê-lo quando terminar
a dissertação.
Desenvolvimento
O desenvolvimento da redação tem argumentos que dão força
ao posicionamento do texto. Essa parte deve ter dois parágrafos.
Ficar atento às ideias que escolheu e procurar
lembrar de exemplos que se relacionem com elas. Podem ser fatos históricos, comportamentos
da natureza, citações de Filosofia e Sociologia, séries, filmes, músicas,
publicidades, estudos científicos e outros acontecimentos de acesso público.
Conclusão
Na conclusão sempre proponha uma solução para o
problema. Em alguns casos, isso não é necessário, então algumas pessoas se
esquecem. Mas um dos cinco critérios para avaliar a sua nota na
redação é esta proposta. Ou seja, sem ela, o seu texto não tem sentido.
Título
O título da redação deve ser curto e resumir o que foi
abordado na sua redação.
2. REDAÇÃO TÉCNICA
A redação técnica é um texto
redigido de maneira mais elaborada e formal. Ela difere das redações
literárias, pois são objetivas e imparciais, além do que utilizam a linguagem
denotativa.
2.1 Características
Esse tipo de redação apresenta algumas peculiaridades em sua estrutura e
estilo. Isso porque geralmente tratam-se de documentos oficiais de
correspondência que possuem uma finalidade, seja informar, solicitar,
registrar, esclarecer, dentre outros. Por isso, nas redações técnicas é
utilizada a linguagem formal, objetiva, e segue as regras da norma culta
padrão. Ela abriga modalidades de textos que cotidianamente nos deparamos, por
exemplo, a ata de uma reunião, o currículo, o relatório, o atestado, dentre outros.
As redações técnicas são muito
utilizadas no meio acadêmico, profissional, comercial e empresarial.
2.2. Tipos
De acordo com a finalidade
proposta, existem diversos tipos de Redação Técnica, a saber:
Ata, memorando, atestado,
circular, carta comercial, relatório, requerimento, declaração, ofício,
procuração, contrato, currículo.
2.3 Estrutura
Cada tipo de redação técnica
apresenta uma estrutura específica, no entanto, algumas características são
comuns a todos, a saber:
Timbre, destinatário, título, tema,
corpo do texto, saudações finais, assinatura.
3. REDAÇÃO CIENTÍFICA
A redação científica diz
respeito à performance que caracteriza o discurso como um todo, demarcada por
pressupostos específicos.
Partindo dessa premissa, até
mesmo no sentido de reforçar nossa discussão, vejamos o que nos ensina Secaf
(2004, p.47):
Um artigo científico exige
que o autor expresse o que sabe sobre o tema, utilize a língua vernácula de
maneira precisa e exponha as ideias de maneira simples e com palavras que não
sejam rebuscadas. Deve-se usar a linguagem padrão (por exemplo: homem) e não a
expressão coloquial (por exemplo: camarada) e nunca gíria (por exemplo: cara,
careta). Atenção especial ao uso, ou não, do jargão (termos técnicos), pois
influencia a compreensão do leitor do periódico em que irá publicar [...]
As palavras ditas pelo autor nos
remetem àqueles fatores elementares evidenciados no início do artigo, sobretudo
no que tange ao conhecimento, uma vez que, aliados ao rigor técnico, se
encontram também os conhecimentos relacionados às normas que regem a modalidade
escrita da linguagem.
Alguns pontos fundamentais que
norteiam redação científica são:
Objetividade, concisão, clareza,
precisão, imparcialidade, encadeamento, impessoalidade, coerência.
Assim, torna-se essencial que as
etapas pelas quais terá de se passar não se tornem um fardo. Ao contrário, a
pesquisa deve ser concebida como uma oportunidade de estudar, bem como de
aprender um pouco sobre um determinado tema de igual relevância. Dessa forma,
quanto mais comprometido estivermos com o trabalho realizado, maiores são as
chances de êxito, no sentido de socializar nosso conhecimento e se tornar
visível junto à prática.
4. REDAÇÃO LITERÁRIA
A redação literária é aquela que
tem como finalidade a expressão artística por meio da linguagem escrita. Por
meio das palavras cuidadosamente escolhidas por um escritor, uma obra literária
— por exemplo, um poema — pode expressar um número muito grande de
sentimentos e emoções. Exemplos de textos literários são: ensaios, contos,
novelas, poemas e até textos não-ficcionais, como memórias, autobiografias,
entre outros.
4.1 Estilo do texto
Vocabulário voltado para a
subjetividade, marcado pelo uso de figuras de linguagem, emprego das funções
poética, metalinguística e emotiva; tom pessoal; apego a aspectos estéticos;
multiplicidade de interpretações; elaboração artística da frase. Esse tipo de
composição se destaca por dar ao escritor bastante liberdade na hora de
escrever.
4.2 Objectivo
Entretenimento, reflexão,
fruição artística e estética.
5. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Quando lemos uma história
esperamos encontrar no enredo determinados elementos que a fazem se classificar
como tal: personagens, narrador, apresentação, complicação, clímax e desfecho
final, entre outros, igualmente importantes. Já ao nos depararmos com um texto
de opinião, nossa perspectiva mantém-se fiel: desejamos que as ideias estejam
prontamente definidas, de modo a percorrermos um trajeto que nos conduz ao
início, perpassa por um desenvolvimento e nos conduz a um fim, a uma conclusão.
Lembremo-nos também que o texto
jamais poderá representar uma imagem de nós mesmo (a), por isso mantenhamo-nos
o mais imparcial possível, deixando as emoções e os juízos de valor para a
“hora certa”, ou seja, haverá circunstâncias comunicativas em que tais atitudes
poderão ser perfeitamente exploradas.
Colocando tudo em prática:
momento em que se irá materializar tudo aquilo que planejou-se. Para tanto,
algumas hipóteses se revelam como preponderantes, entre elas:
- A primeira delas é se colocar
como leitor de sua produção, ou seja, como nós gostaríamos que as ideias ali
estivessem dispostas. - Outra questão diz respeito à clareza da mensagem,
dada a evidência de haver “múltiplos” interlocutores. Desse modo, para não
correr o risco de não ser bem interpretado, sejamos claro em tudo que disser. -
Voltando à questão do caráter coesivo do nosso texto, procuremos fazer com que
um parágrafo nunca encerrar a ideia em si mesmo, pois é preciso haver uma
interligação entre todos eles (os parágrafos). - Procurando cuidar bem da
performance textual, nada mais sugestivo que variar a estrutura sintática,
quando a situação assim o permitir, é claro. Um exemplo é o uso do predicado
antes do sujeito, como em: vã foi a luta/ caótico é o trânsito/ imprecisos são
os detalhes, entre muitos outros.
Pois bem, todas as elucidações
aqui firmadas tendem a colaborar para o aprimoramento de uma competência
necessária a todo usuário do sistema linguístico: a escrita.
CONCLUSÃO
Portanto, a redação bem redigida
certamente faz o seu leitor pensar sobre o assunto. Portanto, clareza e
objetividade acerca do tema escolhido são fundamentais. A dificuldade
inicial para escrever o texto pode estar justamente na delimitação do tema. Às
vezes, o tema escolhido pode ser amplo demais e uma delimitação se faz
necessária a fim de evitar divagações. A delimitação da ideia central a ser
desenvolvida se encontra, geralmente, logo na introdução.
Delimitado o tema,
a introdução deve ser sucinta, apenas citando o argumento inicial.
Não deve ultrapassar oito ou dez linhas, ou seja, um quinto do texto. Exceto em
um ensaio curto (10, 15 linhas), cuja introdução pode se fundir com o
desenvolvimento. Os demais argumentos, os dados, as ideias e o questionamento
entram no desenvolvimento do texto. Os argumentos do desenvolvimento devem
surpreender o leitor. Suas ideias devem ser "saborosas" para atrair
sua atenção. Quando a proporção do texto que se escreve não corresponder ao
ensinado, pode-se estar com problemas em delimitar o tema. Ás vezes, terminamos
"enchendo linguiça" ou o contrário: ficamos sem ter o que dizer.
Por último deveremos pensar
o desenvolvimento como uma ponte que levará o leitor da introdução
à conclusão. Esta última deve ter um quinto do texto e encerrar a
discussão. A não ser quando, propositalmente, o autor queira deixar a conclusão
para o próprio leitor.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CASTRO, Luana. Redação.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/. Acesso aos 21 de Março
de 2018.
Portal Toda Matéria. Redação
técnica. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/redacao-tecnica/. Acesso
aos 21 de Março de 2018
SECAF. Victoria. Artigo
científico: do desfio à conquista. 3. ed. São Paulo: Green Florest do Brasil,
2004.
[1]
Best-seller,
best seller ou, ainda, bestseller é um livro que é considerado como
extremamente popular entre os que é incluído na lista dos mais vendidos, sendo
considerado como "literatura de massa".