O RITMO DE UMA VIDA, APRENDENDO A CONVIVER COM O PARKINSON
O RITMO DE UMA VIDA, APRENDENDO A CONVIVER COM O PARKINSON
Publicado em 17 de October de 2017 por ROSANE ARRUDA WENZEL
Doença de Parkinson, ouvi essa palavra pela primeira vez quando tinha 37 anos, um médico aqui da cidade que moro, moro no interior de MT, se chama Vera, cidade pequena e tranqüila. Mas afinal de contas o que é esse tal Mal de Parkinson? Bom fui pra casa com o conselho do médico de procurar um médico Neurologista, que fosse particular que pelo SUS ia demorar e era necessário pressa. Então vamos saber o que é o Mal de Parkinson, primeiro descobri que não se falava mais Mal de Parkinson e sim Doença de Parkinson. Pronto procurei na internet e não gostei nada do que encontrei, a Doença de Parkinson era uma doença causada pelo envelhecimento das células chamadas de Dopamina, mas como disse envelhecimento, portanto era uma doença predominante em pessoas idosas, de 55, 60 anos em diante. Então porque eu estava com aquela doença, estava com 37 anos, mais chocante são os sintomas. Os sintomas varia de pessoa para pessoa.
Fui ao médico particular, na cidade próxima chamada Sinop, uma cidade maior com mais recursos, marquei consulta com um médico de boa fama chamada Sinop Doutor Paulo Tarso, me pediu uma ressonância magnética e uma ultra cenografia, de posse dos resultados não agüentei e abri, os exames diziam que no meu cérebro não tinha nada, fiquei muito feliz, afinal o médico se enganou, já que os exames não deu nada nãoa era preciso voltar ao médico. Decidi não ir mais ao médico, mas meu esposo achou melhor voltar no retorno, então ta, voltei ao médico, qual foi aminha surpresa, quando o médico disse que ia entrar com a medicação. Mas doutor os exames não deu nada, eu não estou doente. Pra minha surpresa ele disse que os exames eram para descartar outra doença ou um câncer, que a Doença de Parkinson não dá em exames de laboratório, sendo feito através de exames clínicos, se os medicamentos fizessem efeito então se confirmaria eu estava com a Doença de Parkinson.
Sai do consultório médico arrasada, comecei a chorar e liguei para meu esposo para contar que eu estava doente, isso confirmou quando tomei o medicamento e os sintomas que eu demonstrava até o momento pararam.Os sintomas da Doença de Parkinson são muitas, mas cada individuo desenvolve de uma forma, conheço um senhor que tem apenar os tremores, mas nada. Comigo aconteceu diferente.
O primeiro sintoma que senti foi em 2010, uma dor que atravessava de um ombro ao outro, isso acontece na casa de um dos meus cunhados, além da dor inexplicável, também estava muito irritada, algo incomum pra mim, já que sou muito calma, também estava com o colesterol alto, comecei a fazer caminhada, começo do ano de 2011, percebi que o meu braço esquerdo não fazia o movimento natural de vai e vem, brinquei com umas amigas que o braço estava rebelde, pois não queria me obedecer, passado mais algum tempo, não me lembro quanto, comecei a ter dificuldade em realizar movimentos com o braço esquerdo, pensei estar com problemas nos nervos, enfim começaram os tremores, pensei só pode ser os nervos, passou algum tempo, assistindo um programa de televisão num domingo e o tema abordado era Doenças Degenerativas do Cérebro, mais especificamente Esclerose Múltipla, Pensei será que tenho essa doença? Somente depois disso que procurei o médico que deu o diagnóstico de Doença de Parkinson.
Como foi dito cada pessoa desenvolve o Parkinson de um jeito, parece que eu peguei o pacote completo, o único sintoma que não tenho ainda é a depressão. Tenho tremores, equilíbrio ruim, as vezes babo, tenho dores a minha rigidez é fenomenal, tomo dois medicamentos no momento Prolopa 200/100 e Sifrol 1 mg quatro vezes ao dia, se acontecer de faltar os remédios por apenas um dia fico petrificada, peguei a doença com o pacote completo, como se não bastasse tenho Artrose, um Erna de disco lombar. Imaginem as dores que eu sinto, pois não posso me dar ao luxo de ficar sem fazer a minha caminhada, isso mesmo continuo com minha caminhada mesmo depois de sete anos.
Isso mesmo estou com a Doença de Parkinson há sete anos e continuo firme, é uma luta diária, as vezes penso que não vale a pena lutar contra uma doença que não tem cura, que fica pior a cada dia, mas ai Deus me dá coragem e me ergo novamente. Estou relatando um pouco da minha vida para compartilhar algo que tem me ajudado, fazendo com que eu tenha uma qualidade de vida um pouco melhor. Em primeiro lugar acreditar em Deus e em Jesus Cristo, eles é que me dão força para continuar em pé, segundo tomar os medicamentos corretamente, terceiro fazer exercícios físicos diariamente, caminhada, aqueles aparelhos de academia nas praças indicados para os idoso e o quarto erguer a cabeça tomar conta da situação e mostrar que quem manda no seu corpo é você e não o Parkinson, andar nas ruas se os outros estão reparando que você está meio estranho com cara de gente maluca, pois quem tem Parkinson com o passar dos anos fica com o rosto petrificado, ouvi uma brincadeira que quem tem Parkinson não precisa fazer botox, nem que você está caminhando de forma estranha. O que realmente vale a pena é você lutar para viver bem o maior quantidade de tempo possível. Isso não é fácil, mas não há outra alternativa. Portanto companheiros Parkinsonianos essa é a minha vida um dia após o outro, mas de cabeça erguida e com Deus no coração.
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