IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NA GESTÃO BANCÁRIA E SEGUROS
INTRODUÇÃO
Em teoria, se poderia dizer que o processo de bancário e
seguros, pode ser configurado pela assimetria da informação, que supõe a gestão
da informação como condição para um acordo contratual economicamente eficaz. Ciente
desta condição, as organizações bancárias administram a informação através de
sistemas que objectivam facilitar a decisão dos gestores no processo de
negociação para concessão de crédito. Deficiências na gestão da informação
podem influenciar negativamente esse processo, contribuindo para a ineficiência
económica dos recursos disponibilizados.
O presente estudo objectiva analisar a qualidade da gestão
da informação, identificando o grau de deficiência nos sistemas de informação,
pela perspectiva dos gerentes de negócio que actuam como negociadores de uma
organização bancária e seguros. Estudos como este podem contribuir para o
aprimoramento dos sistemas de informação no segmento bancário e seguros,
favorecendo a eficiência económica dos recursos disponibilizados à sociedade em
que actua e colaborar com novos estudos sobre o tema.
IMPORTÂNCIA DA INFORMÁTICA NA GESTÃO BANCÁRIA E SEGUROS
Gestão da informação no contexto bancário
Considerando o contexto organizacional, o valor da
informação é reconhecido por quem a demanda e, com ela, obtém ganhos. Porém, a
problemática não se encontra localizada na informação em si, mas em sua
utilidade, que é estabelecida por seu significado, obtido através das relações
entre as diferentes informações. Neste processo, a gestão da informação é
fundamental para sua valorização e identificação de sentido.
As organizações bancárias podem tirar proveito desse
aspecto, utilizando bons sistemas de informação que possibilitam a gestão de
riscos nas negociações para concessão de crédito, por exemplo. Uma gestão da
informação eficaz estabelece a ordem e configura o sentido na tomada de decisão
no processo de negociação.
Os sistemas de informação caracterizam-se como um conjunto
de elementos que interagem, formando um todo, orientado para determinados fins,
em permanente relação de interdependência com o ambiente externo. Em outras
palavras, são conjuntos de procedimentos que visam captar informações sobre o
que acontece na organização e em suas relações, apresentando-as segundo uma
dada ordem, definida por um modelo objectivo, muitas vezes em forma de
relatórios (BIO, 1985).
A gestão da informação através de sistemas pode, também,
caracterizar-se como um conjunto de componentes inter-relacionados que visam colectar,
recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de
facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo
decisório em empresas e outras organizações (LAUDON; LAUDON, 2004).
Historicamente, a gestão da informação acontecia através de
métodos de análise e projectos de sistemas que enfocavam dados e processos.
Dessa ênfase inicial em algoritmos, programas e processos, as metodologias de
desenvolvimento migraram para uma abordagem centrada nos dados. Posteriormente,
as preocupações dos analistas e dos usuários foram passando dos dados
operacionais para as informações agregadas envolvidas no processo de tomada de
decisão. Assim, a gestão da informação evoluiu para se tornar um apoio na
tomada de decisão em situações de negociação.
Enquanto área de conhecimento, a gestão da informação é
constituída por duas vertentes, a saber: (1) sistemas de processamento de transacções
e (2) sistemas de suporte à decisão. Os sistemas de processamento de transacções,
ou sistemas operacionais, têm como principal objectivo registrar operações e
fatos relevantes das áreas de negócio. A ênfase nesses sistemas é a validação
dos dados, visando à maior qualidade e depuração das bases de dados. Já os
sistemas de suporte à decisão, denominados também sistemas de gestão da
informação, são desenvolvidos para apoiar os gestores de negócio no processo
decisório, disponibilizando informações para que a tomada de decisão seja
eficiente. Estes sistemas podem ser identificados em quatro categorias (TORRES,
1995), apresentadas na sequência.
• Sistemas Transaccionais: também reconhecidos como
sistemas operacionais, sua principal função é de registrar, actualizar e
recuperar transacções, ou seja, informações sobre ocorrências de qualquer
natureza que envolvam a operação da organização e a produção de relatórios
analíticos e sintéticos.
• Sistemas de Informações Gerenciais: também conhecidos
como sistemas de gestão da informação, destinam-se a alimentar processos de
tomada de decisão inerentes ao processo de planejamento, ao controle, à
formulação, ao acompanhamento de políticas e à interpretação de resultados que
requeiram informações adequadas. Sistemas de Informações Gerenciais bem
estruturados são aqueles que se preocupam essencialmente com a geração de
informações para o processo gerencial, em geral, orientada para necessidades
funcionais bem-estabelecidas, cuidando de funções como fornecer informações aos
níveis gerenciais das organizações. Esta geração de informações pode ser
considerada eficaz quando produzir informações realmente necessárias, em tempo
hábil e confiável, atendendo aos requisitos operacionais e de tomada de
decisões (BIO, 1985).
• Sistemas de Suporte a Decisões (SSD) ou Sistemas de Apoio
a Decisões (SAD): são todos e quaisquer tipos de recursos computacionais que
possam servir de instrumento de auxílio nos processos de tomada de decisões.
Esta categoria de recursos inclui desde sistemas de análise e projecções
estatísticas de séries de dados até complexos modelos simuladores da realidade
estudada, passando por recursos mais simples, como as planilhas electrónicas,
utilizadas para avaliar possibilidades diversas a respeito dessa realidade. Os
sistemas SSD e SAD servem para tratar situações que envolvam processos
decisórios não completamente estruturados, dos quais se conhece apenas parte
das relações de causa e efeito, que são utilizados como base complementar para
o tomador de decisões.
• Sistemas de Suporte a Executivos (ESS - Executive Support Systems):
referem-se aos recursos destinados aos executivos, que propiciam acesso às
bases de informação de forma livre e flexível, com ferramentas poderosas
capazes de produzir relatórios, consultas, gráficos e imagens, com base na
estrutura de informações transaccionais, utilizando comandos simples. Assim,
num ambiente desse tipo, um executivo pode, por meio de um microcomputador com
recursos gráficos, operar de forma interactiva com a base de dados, obtendo
informações consolidadas ou analíticas para o período desejado e na forma
desejada, sem que para isso necessite de suporte dos técnicos em processamento
de dados.
Na esteira dos referidos sistemas emergem os Sistemas de
Mineração de Dados. Em algumas situações, a quantidade de informações
disponíveis pode ser muito grande, o que dificulta a acção de análise; em
outras, a capacidade de análise pode não ser suficiente para distinguir quais
são as informações, ou suas combinações, que realmente são importantes.
Para Singh (2001), a capacidade de colectar e armazenar
ultrapassou nosso limite no que se refere à possibilidade de analisar, resumir
e extrair conhecimento dos dados disponíveis em determinados sistemas. Nessa
linha, o autor sugere que as empresas estejam preparadas para lidar com a
avalanche de informações em que se baseiam para tomar decisões estratégicas nos
negócios. Esta constatação vem provocando crescente interesse em Sistemas de
Mineração de Dados, que realizam um processo de extracção de informações
significativas de bancos de dados extensos, para análise.
Na busca por padrões de comportamento, que podem estar
implícitos nos dados armazenados, eles permitem extrair informações que até
então seriam desconhecidas, mas que oferecem importantes interpretações da
realidade, facilitando a tomada de decisões.
Os Sistemas de Mineração de Dados dependem da construção de
um banco de dados (depósito de dados) que são extraídos de um ou de vários
sistemas operacionais, e que foram seleccionados e depurados para o
processamento de consultas. Com base nos dados contidos nesse banco de dados
são realizadas simulações que procuram informações importantes, com a interacção
de um analista que conhece bem os sistemas de origem das informações, podendo
ser úteis na construção do conhecimento, um objectivo tão procurado por todas
as organizações.
As diversas classificações dos sistemas informatizados
caracterizam-se basicamente em sistemas operacionais. Estes utilizam bancos de
dados para registrar operações realizadas e sistemas de gestão da informação
que procuram utilizar todas as informações disponíveis nas organizações para
produzir relatórios, ou seja, mais informações que auxiliem na interpretação da
realidade e no processo decisório. Com base nos sistemas operacionais, podem
ser utilizados os Sistemas de Mineração de Dados, que podem ser considerados
uma evolução dos sistemas de gestão da informação, os quais permitem que
informações armazenadas auxiliem melhor os gestores na tomada de decisões.
Os sistemas, seja o operacional ou o de gestão da
informação, possuem dados como componente básico. Segundo Setzer (1999), os
dados podem ser definidos como a matéria-prima a ser utilizada na produção de
informações. São sinais que não foram processados, correlacionados, integrados,
avaliados ou interpretados de qualquer forma, e constituem uma abstracção
formal a ser representada e transformada por um sistema. Ou, ainda, definidos
como uma sequência de signos quantificados ou quantificáveis. Representam
fatos, textos, gráficos, imagens estáticas e sons, entre outros, e são colectados
com o uso de procedimentos técnicos. Para Davenport (1998), os dados são
elementos brutos, sem significado, desvinculados da realidade. Porém, esses
dados - signos - sistematizados adquirem sentido e possibilitam a configuração
da informação.
Neste sentido, os dados são a 'matéria-prima' da informação,
que carecem de sentido para a tomada de decisão. A informação é uma abstracção
informal de um dado, ou conjunto de dados, que lhe(s) dá, dependendo da
interpretação de quem a utiliza, um significado (SETZER, 1999). O que é
armazenado não é a informação, mas sua expressão em forma de dados.
Para sua utilização, os dados passam por algum tipo de
processamento que os transforma em informação para que possam ser usados. Este
processo de transformação envolve a aplicação de procedimentos como:
formatação, tradução, fusão e impressão, entre outros. A maior parte deste
processo pode realizada pelo sistema de informática. O sistema não processa
informações, apenas dados.
A gestão da informação, através de sistema, tem como
principal característica o fornecimento de informações, oriundas da
transformação dos dados que armazena e organiza. Com informações, surge a
possibilidade de configuração de texto, que dá sentido à formulação de
hipóteses, permitindo uma pesquisa que a aceite ou não, o que levaria o gestor
a uma tomada de decisão, como conceder ou não o crédito, por exemplo. A
informação é um instrumento vital no processo decisório. Sua qualidade terá
influência directa na eficácia das decisões tomadas. É um conjunto de dados
significativos e úteis aos seres humanos em processos como o de tomada de
decisões (LAUDON; LAUDON, 2004).
Se fossem representados por hierarquia, na base se
encontrariam os dados, nível mais básico, no extremo superior se encontraria o
conhecimento, enquanto no meio estaria a informação. Com a base de dados
constituída, eles são transformados em informações que, analisadas e avaliadas,
cumprindo os critérios de confiabilidade, relevância e importância, resultariam
em conhecimento (DAVENPORT, 1998). O conhecimento é um conjunto de ferramentas
conceituais e categorias usadas pelos seres humanos para criar, coleccionar,
armazenar e compartilhar a informação (LANDON; LANDON, op. cit.). Este é, segundo
Setzer (1999), obtido em um processo de transformação realizado por meio de
avaliação de dados e informações, onde os insumos provenientes das diversas
fontes são analisados e combinados, na síntese de um produto final, o
conhecimento.
É com conhecimento que os tomadores de decisões podem actuar
de forma mais eficiente na situação-problema. O conhecimento é entendido como
uma abstracção pessoal sobre algo que foi experimentado, vivenciado. Sendo
assim, pode-se pensar que, embora a geração de conhecimento não dependa de
sistemas informatizados, bons sistemas de gestão da informação podem permitir,
além de uma eficiente tomada de decisões, sua construção.
Setzer (1999, s.p.) considera que "dados são puramente
sintácticos, enquanto informação contém, necessariamente, semântica, e o
conhecimento é uma abstracção interior relacionada a alguma coisa existente no
mundo real e do qual temos uma experiência directa". O conhecimento não é
estático; ele se modifica mediante a interacção com o ambiente, sendo
construído num processo reconhecido como aprendizado. As informações
estruturadas como sistema estabelecem sentido e conhecimento potencial,
utilizável na tomada de decisões frente às questões-problema no processo de
negociação. É o tema que se abordará no próximo ponto.
ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO
Como destacado anteriormente, a informação é uma variável
importante no processo de negociação, tanto em termos de extensão como em sua
qualidade/relevância. Deste modo, a assimetria da informação levará a possíveis
consequências observadas por Akerlof (1970), que fez um estudo sobre o mercado
de automóveis usados. Este estudo reconhece a existência da assimetria das
informações e suas possíveis consequências. Em uma negociação, cada parte pode
possuir níveis diferentes de informação, o que as afectará de forma positiva ou
negativa, permitindo ganhos maiores para alguns e menores para outros.
Nesta perspectiva, Stiglitz (2000) argumenta em uma análise
do mercado financeiro que o problema económico fundamental é a informação. Este
problema advém da falta de informação entre as partes envolvidas ou, mesmo, de
não possuírem informação completa sobre todos os factores contidos no negócio a
ser realizado. Sobre as consequências da existência de assimetria da
informação, pode-se destacar o problema de selecção adversa e o risco moral.
Akerlof (1970) apresenta o conceito de selecção adversa,
destacando que ela surge antes do acordo estabelecido no processo de
negociação, com a assimetria da informação. Quando uma das partes envolvidas
possui informações sobre o que estão a negociar que a outra parte não possui,
emerge a possibilidade de selecção adversa. Em seu estudo, Akerlof parte do
princípio de que os compradores de automóveis usados não sabem se os produtos à
venda são bons ou ruins, por isso eles se dispõem a pagar um valor que se situa
na média de mercado. Enquanto isso, os vendedores, que geralmente conhecem bem
mais os produtos que estão vendendo, tendem a cobrar um valor mais alto por
produtos que consideram ter mais qualidade do que os outros. Nesse caso, a selecção
adversa pode ocorrer à medida que o comprador, tendo a opção de comprar ou não,
decide com base nas limitadas informações que possui. Em outras palavras, o
comprador se disporia a pagar o valor médio dos automóveis, à medida que ignora
os atributos que valorizam o automóvel, atributos esses que ele não valoriza,
uma vez que somente o vendedor os conhece (MACAGNAN, 2007a).
Relacionando o problema de selecção adversa e mercado
financeiro, Mishkin (2000) argumenta que nas transacções de concessão de
crédito poderiam existir mais tomadores com risco de crédito elevado, pois
estes seriam os mais propensos a buscar empréstimos. Como decorrência da
assimetria da informação, a quantidade de crédito disponível tenderia a
diminuir devido ao medo dos agentes bancários, sujeitos à selecção adversa por
não conseguirem distinguir os bons dos maus pagadores. Em uma análise inversa,
a oferta de crédito dos agentes bancários também poderia estar sujeita à selecção
adversa dos tomadores de crédito devido à falta de informações sobre o crédito
que disponibilizam. Os tomadores de crédito tenderiam a buscar o crédito apenas
pelas informações disponíveis, procurando, por exemplo, por taxas de juros que
estariam na média de mercado, sem levar em consideração os demais aspectos
relacionados, como credibilidade da empresa financiadora, condições de
pagamento e taxas de cadastro do cliente, entre outras.
O risco moral é outro problema que pode surgir devido à
assimetria de informações. Se a selecção adversa é um problema que antecede a
possibilidade de um acordo, o risco moral ocorre depois de assinado o contracto.
Conforme Arrow (1963), o problema do risco moral refere-se ao fato de o
contratante estar sujeito ao comportamento do contratado, sobre o qual não possui
informações suficientes que possibilitem o controle total de seu comportamento.
É um problema relacionado ao comportamento de uma das partes envolvidas, que
não pode ser totalmente previsto e pode ocorrer após a efectivação do contracto.
No mercado financeiro, os agentes de crédito também estão
sujeitos ao risco moral. Segundo Mishkin (op. cit.), em uma operação de
concessão de crédito o risco moral também pode ocorrer, por exemplo, quando o
tomador desvia o crédito concedido para outras actividades de alto risco, que
oferecem maiores retornos ao investimento, mas podem comprometer o pagamento da
dívida. Nesta situação, após a efectivação da concessão do crédito, quando o
tomador de crédito possui certo grau de autonomia em suas acções, poderá se
apresentar o problema do risco moral. Isso ocorre na medida em que os agentes
de crédito se encontrem com dificuldades de prever e monitorar as acções do
tomador.
A problemática da assimetria das informações, estudada por
Jensen e Meckling (1976), destaca a relação entre o principal e o agente. Esta
relação de agência ocorre quando uma ou mais pessoas, o principal, conferem a
outra pessoa, o agente, a prerrogativa de prestar algum serviço para elas.
Ocorre que, com as informações iniciais, nem sempre é possível saber se o
agente actuará em benefício dos melhores interesses do principal. Este pode,
por exemplo, adoptar um comportamento diferenciado do previsto, seja por
incompetência, negligência ou, até mesmo, má-fé. Com a assimetria da
informação, não há possibilidade de previsibilidade sobre o comportamento do
agente, impedindo o principal de dirigir com sucesso sua conduta, por
dificuldades de monitoramento.
Como destaca Macagnan (2007a), a assimetria das
informações, a selecção adversa, o risco moral e o problema de agência estão
interligados. O problema de agência está baseado em três fundamentos:
assimetria das informações, conflito de interesses e disposição distinta para
assumir o risco. No momento em que se estabelece o contracto é que o principal
estaria exposto ao problema de risco moral por parte do agente. Quanto maior a
autonomia e a quantidade de informações que o agente possui, assim como o
conhecimento especializado para actuar nas tarefas a que for designado, maiores
são as possibilidades de surgir o risco moral. Jensen e Meckling (1976)
destacam que o controle e a supervisão do comportamento do agente podem servir
para minimizar os custos de agência, assim como estabelecer incentivos, como
forma de garantir que o agente se comporte segundo os interesses do principal.
Sob outra perspectiva, a assimetria das informações poderia
dar lugar à diferenciação do que está sendo negociado através da sinalização de
informações. Spence (1973) introduz o conceito fazendo uma análise do mercado
de empregos, oportunidade em que o empregador tem dificuldades na selecção de
candidatos para o preenchimento das vagas disponíveis. Neste caso, o empregador
se valeria da informação indicativa do nível educacional, representativo de
qualidades que geram maior produtividade, como sinal para se diferenciar dos
demais candidatos. Esta sinalização torna mais efectiva e confiável a relação
entre o candidato e o empregador, fazendo com que ele se sinta mais seguro
sobre sua decisão de contratação. A sinalização poderia, assim, contribuir para
a diminuição dos problemas ocasionados pela assimetria das informações. Com
esta mesma lógica encontram-se os bancos, que identificam informações para
decidir sobre a concessão de crédito que sinalizem a capacidade de pagamento do
cliente, por exemplo.
Spence (1973) enfatiza a diferença entre informar e
sinalizar. Informar estaria na ordem da apresentação de um dado. Como exemplo,
no caso do mercado de empregos, o sexo do candidato, enquanto que o grau de
instrução pode ser considerado um sinal importante. A sinalização deve indicar
uma diferença relevante nas opções disponíveis. Esta diferenciação ocorre
quando o agente detém uma característica ou qualidade diferenciada e consegue
transmiti-la com credibilidade. No mercado financeiro, o tomador de crédito que
sinalizar de forma eficiente poderá obter vantagens adicionais no processo de
negociação. Um histórico que informe a capacidade de pagamento ou a
rentabilidade efectiva do negócio, por exemplo, é sinalizador que poderá
diferenciar e favorecer a concessão para obtenção de melhores condições de
crédito por parte dos bancos.
Já para os bancos, a sinalização pode ser utilizada para
transmitir informações que diferenciam seu produto dos concorrentes. Na
concessão de crédito, além das taxas de juros praticadas, pode ser
interessante, por exemplo, transmitir sinais sobre benefícios adicionados, como
facilidade de acesso e credibilidade dos produtos e serviços que a instituição
disponibiliza. Nesta perspectiva, a sinalização reduziria a assimetria da
informação, favorecendo o comportamento das partes envolvidas, para um
eficiente acordo estabelecido no processo de negociação.
CONCLUSÃO
Na Gestão Bancária e Seguros não poderia ser
diferente, toda empresa necessita ser informatizada para se
manter no mercado de trabalho e acompanhar as tecnologias, o computador veio
para inovar e facilitar a vida das empresas.
Actualmente nenhuma empresa pode ficar sem o
auxílio da informática, é através dela, que tudo é resolvido. O mundo está
informatizado, a informática talvez seja a área que mais influenciou o curso do
século XX. Se hoje vivemos na Era da Informação, isto se deve ao avanço
tecnológico na transmissão de dados e às novas facilidades de comunicação,
ambos impensáveis sem a evolução dos computadores.
O fruto maior da informática em nossa
sociedade é o de manter as pessoas devidamente informadas, através de uma
melhor comunicação, possibilitando assim, que elas decidam pelos seus rumos e
os de nossa civilização. Existe informática em quase tudo que fazemos e em
quase todos os produtos que consumimos. É muito difícil pensar em mudanças, em
transformações, inovações em uma empresa sem que em alguma parte do processo a
informática não esteja envolvida.
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