higiene das mãos

INTRODUÇÃO

No presente trabalho abordaremos sobre a “Higiene das mãos” em que por sua vez, quando estamos a falar da higiene das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento. O termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas mais adiante.



HIGIENE DAS MÃOS

A higienização das mãos é geralmente realizada pela lavação com água e sabão ou pela fricção com álcool a 70%. Ambos são excelentes, atendendo perfeitamente o objectivo de eliminar os agentes patogénicos. A lavação com água e sabão é o processo que tem por finalidade primordial remover sujeira e a flora transitória (aquela adquirida no contacto com pessoas, objectos e superfícies), sendo preferida caso as mãos estejam com sujeira visível (poeira, talco, terra, etc).
No caso da eliminação exclusiva de bactérias, as soluções alcoólicas são mais potentes, mas só podem ser utilizadas caso as mãos estejam limpas, sem qualquer sujidade visível.
Dada à importância da higienização das mãos, é indispensável orientar desde a infância sobre os benefícios desse processo. Devemos encorajar as crianças a higienizar as mãos de forma correcta, assegurando que essa prática torne-se hábito ao longo da vida.

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Como sabemos, todos nós possuímos micro-organismos no nosso corpo, especialmente na pele e no tubo digestivo, que nos ajudam a manter a saúde através de funções metabólicas importantes. Esses germes são ditos comensais e fazem parte da chamada flora residente. Por outro lado, também podemos adquirir micro-organismos capazes de causar doenças. Esses agentes são transmitidos facilmente através do contacto com pessoas, especialmente através das mãos, e podem provocar infecções hospitalares, gripe, diarreia etc.
Os germes também estão presentes nos mais diversos objectos e superfícies e como não são visíveis a olho nu, muitas vezes não tomamos medidas adequadas de prevenção. Por exemplo, muitas das doenças transmitidas por alimentos estão associadas à falta de higienização ou à higienização incorrecta das mãos. Outro exemplo é a transmissão de patógenos quando tocamos no puxador da porta, pressionamos o botão do elevador, seguramos na barra dos transportes públicos ou damos apertos de mãos.
Quando devo higienizar as mãos?
Lavar as mãos deve fazer parte da rotina de todos nós, especialmente:
·         Antes de comer ou manusear alimentos;
·         Após ter utilizado as instalações sanitárias;
·         Após assoar o nariz, tossir ou espirrar;
·         Antes de efetuar qualquer ação que inclua o contato com mucosas corporais (por exemplo, colocar ou retirar lentes de contato);
·         Após tocar animais ou seus dejetos;
·         Após manusear resíduos (por exemplo, lixo doméstico);
·         Após usar transportes públicos;
·         Antes e após tocar doentes ou feridas (cortes, arranhões, queimaduras etc);
·         Antes e após uma visita a um doente internado (hospital ou outra instituição).
Lembre-se: lavar as mãos é um detalhe que faz toda a diferença, não apenas na sua saúde, mas também na saúde de seus entes queridos e de toda a comunidade.

DISCUSSÃO DOS DADOS

A lavagem das mãos é uma prática de assepsia simples que continua sendo a principal forma de prevenir e controlar as infecções, sem ônus significativos para as instituições, além de gerar benefícios extensíveis àqueles envolvidos no processo de cuidado, devendo configurar-se como um hábito que todos os profissionais de saúde devem realizar antes e depois de qualquer procedimento, seja ele invasivo ou não (SANTOS, 2002).
Quanto à formação profissional, a presente pesquisa torna-se diferente com o estudo realizado em um hospital de média complexidade do Vale do Aço em Minas Gerais, onde foram observados 19 profissionais de diferentes categorias e houve 46 lavagens das mãos. Entre os profissionais observados, os auxiliares e técnicos de enfermagem representaram 63,2% do total de avaliados, sendo os demais constituídos por 21% de médicos, 10,5% enfermeiros e 5,3% fisioterapeutas. Além da frequência de lavagem das mãos, analisou-se também a técnica quanto ao cumprimento de todas as suas etapas. Entre os profissionais observados, nenhum realizou a técnica conforme preconiza o Manual de Higienização das mãos em Serviço de Saúde (BRASIL, 2007).
Quanto à realização da técnica de lavagem das mãos, os achados nesta pesquisa são confirmados com os achados em pesquisa realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal de um Hospital Público do Município de Goiânia, estado de Goiás, em setembro de 2001, em que se teve como população alvo a equipe de enfermagem. Notou-se que esses profissionais apresentaram 100% de adesão à técnica de lavagem das mãos (MENDONÇA et al., 2003).
No Brasil, estima-se que 3 a 15% dos pacientes sob hospitalização adquirem infecção hospitalar e que, destes, 5 a 12% morrem em consequência disso. Estudos acerca dos processos de disseminação dos patógenos apontam as mãos dos profissionais da saúde como reservatório de micro-organismos responsáveis pela infecção cruzada (SCHEIDT e CARVALHO, 2006).
Segundo Santos e Gonçalves (2009), a técnica de lavagens das mãos é essencial para evitar infecção cruzada, ou seja, previne a transmissão de patógenos do cuidador para o paciente e vice-versa. Ainda afirmam que, apesar de não realizarem toda a técnica de forma correta, os profissionais sabem da importância que esta representa.
Estudos realizados na UTI neonatal de um Hospital Público do Município de Goiânia, estado de Goiás, em setembro de 2001, demonstraram que as equipes de enfermagem foram as que mais valorizaram a lavagem das mãos como um procedimento capaz de reduzir as taxas de infecção hospitalar (MENDONÇA et al, 2003). Tais achados corroboram com os achados na presente pesquisa.
Quanto à realização da lavagem das mãos antes e após procedimentos, os achados nesta pesquisa são diferentes dos achados de Correa (2003), o qual observou que 21% dos profissionais da enfermagem lavavam as mãos antes de realizar as tarefas e, 45% após os procedimentos realizados. Observou também que a maioria dos profissionais não realiza a lavagem das mãos, pois em 79% dos procedimentos, não lavaram as mãos antes e em 55 % não lavaram as mãos depois de realizá-los.
Analisando a quantidade de vezes que os profissionais lavaram as mãos, o presente estudo se torna diferente com a pesquisa realizada na Sala de Recuperação Pós-Anestésica de um hospital de ensino de Goiânia - Goiás, com 11 profissionais de enfermagem, sendo 3 enfermeiros e 8 técnicos de enfermagem, identificou, ao todo, 510 oportunidades de higienização das mãos. As frequências de higienização das mãos, segundo a categoria profissional, mostram que, antes dos procedimentos, os técnicos de enfermagem tiveram adesão de 2,95% e os enfermeiros de 15,93%. Após os procedimentos, as adesões foram de 6,34% e 17,70%, respectivamente. Embora a frequência de higienização das mãos, antes e após os procedimentos, tenha sido maior entre os enfermeiros, ambas as categorias tiveram baixa adesão.

CONCLUSÃO

Conclui-se que os estudos realizados anteriormente se contrapõem a esta pesquisa, pois esta mostra que os trabalhadores, técnicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros aderem à técnica correcta de higienização das mãos. O conhecimento sobre a técnica de lavagem das mãos foi considerado importante por todos, e os profissionais reconhecem que a técnica é fundamental na diminuição do risco de Infecção Hospitalar, proporcionando melhoria da qualidade no atendimento e assistência ao paciente.
A Educação Permanente deve direcionar - se á capacitação dos profissionais em serviço de saúde, proporcionando um processo de reflexão de seus actos. A necessidade dessa capacitação advém dos problemas encontrados nos serviços de saúde, e deve ser vista como forma de organização do processo saúde - doença, garantindo uma assistência qualificada e humanizada. Desse modo, é relevante implantar o processo educativo sobre a lavagem das mãos continuamente, envolvendo todos os profissionais do serviço, a fim de se reduzir infecções hospitalares, uma vez que um dos maiores índices de transmissão ocorre pelas mãos.




BIBLIOGRAFIA

BARRETO et al. Higienização das mãos: a adesão entre os profissionais de enfermagem da sala de recuperação pós-anestésica. Rev. Eletr. Enf. v.11, n.2, p.334-40, 2009.
BLOM, B.C; LIMA, S.L. Lavagem das mãos. In: COUTO, R.C; PEDROSA, TMG; NOGUEIRA, J.M. Infecção Hospitalar: e outras complicações não infecciosas da doença, epidemiologia, controle e tratamento. 3 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. p-481-496.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/legis/geral.htm. Acesso em 06 de Agosto de 2016.