O parto

INTRODUÇÃO
Este trabalho fala sobre o parto que como sabemos é a saída do feto do útero materno. Pode ser visto como o oposto da morte, dado que é o início da vida de um indivíduo fora do útero. A idade de um indivíduo é definida em relação a este acontecimento na maior parte das culturas. A ciência do nascimento é a obstetrícia e o médico especializado no atendimento ao parto é o obstetra. A especialidade médica que abrange essa subespecialidade é a "Ginecologia e Obstetrícia". Também existem outros profissionais habilitados na assistência ao parto normal: a obstetriz e a/o enfermeira(o) obstetra.
O PARTO

Primeiro período do parto - período de dilatação
Um parto humano típico começa com o início da primeira fase do parto: contracções do útero, inicialmente com frequência de 2 a 3 em cada 10 minutos e com duração aproximada de 40 segundos. Ocasionalmente, o parto é precedido da ruptura do saco amniótico, também chamado de "ruptura das águas". As contracções aceleram até que ocorram com frequência de 5 a cada 10 minutos e duração clínica de 70 segundos, quando se aproxima a expulsão do feto. Na expulsão, somam-se as contracções uterinas aos esforços expulsivos voluntários da mãe.
O trabalho de parto pode se iniciar com o colo uterino fechado, abrindo com a força das contracções, ou com dilatação de 2 a 3 centímetros nas primíparas (mulheres no primeiro parto), e de 3 a 4 centímetros nas multíparas (mulheres do segundo parto em diante). Cada contracção dilata o colo uterino até que ele atinja 10 centímetros de diâmetro.
A duração do trabalho de parto varia imensamente, mas, em média, dura cerca de 12 horas para mulheres parindo pela primeira vez (primíparas), ou em torno de 8 horas em mulheres que já pariram anteriormente (multíparas).
Segunda fase do parto - período expulsivo
A segunda fase do parto inicia com o cérvix completamente dilatado (10 centímetros) e termina com a expulsão fetal. Uma nova força começa a actuar: a contracção da musculatura do diafragma e da parede abdominal, que, associados às contracções, comprimem o útero de cima para baixo e da frente para trás e, assim, o bebé é expelido.
O bebé usualmente nasce de cabeça, na chamada "apresentação cefálica". Em alguns casos, ocorre a apresentação dos pés ou nádegas primeiro (apresentação pélvica). Com pessoal devidamente treinado, mesmo bebés nessa apresentação ("breech") podem nascer através da vagina.
·         95% Nascem com apresentação cefálica
·         4% Nascem com apresentação pélvica
·         1% Nascem com apresentação transversa
Existem vários tipos de posições invertidas de nascimento, sendo a mais comum aquela em que as nádegas do bebé saem primeiro, e as pernas estão dobradas sobre o corpo do bebé com os joelhos curvados e pés perto das nádegas. Outras disposição consistem quando o bebé tem suas pernas estendidas e direcção das orelhas, ou mais incomum quando uma ou as duas pernas estão estendidas, sendo o pé(s) primeiro apresentados ao nascer. Uma outra disposição, rara, é quando o bebé encontra-se numa posição transversal, isto é, disposto de lado no útero, e sendo a mão ou o cotovelo o primeiro a entrar no canal de parto. Neste caso, o nascimento "natural" (vaginal) não deve ser empreendido, a menos em raríssimos casos em que se pode empurrar o braço do bebé de volta, e fazê-lo voltar à posição apropriada.
Imediatamente após o parto, a criança passa por extensas modificações fisiológicas à medida que se habitua à sua respiração independente. Várias estruturas cardíacas começam a regredir imediatamente após o parto, como o ductus arteriosus e o foramen ovale.
O estado médico da criança é avaliado através da escala de Apegar, baseada em cinco parâmetros. Quanto maior o valor, melhor está a criança.
Terceira fase - terceiro período, secundamento ou dequitadura
A terceira fase do parto compreende ao desprendimento, descida e expulsão da placenta e membranas. Ocorre entre 5 a 30 minutos após o término do período expulsivo. Ocorre pelas contracções uterinas que diminuem o volume do útero e, consequentemente, aumentam a espessura da parede muscular: com esta redução, a placenta se descola, pois não possui elasticidade. Assim, ocorre a infiltração de sangue entre a placenta e a decídua basal remanescente, originando hematoma retroplacentário.
As membranas fetais permanecem no local até que a placenta se desprenda por completo, quando se dirige à vagina e é expulsa através de contrações ou por meio de esforços manuais, ou da mãe, se não estiver sob efeito anestésico, ou do ou da assistente do parto.
A dequitação efectua-se através de dois mecanismos:
·         Central ou Baudelocque-Schultze: 75% dos casos: placenta se torna invertida sobre si e a superfície fetal brilhante aparece primeiro na saída vaginal com sangramento somente após a expulsão.
·         Marginal ou de Ducan: 25% dos casos: placenta desce lateralmente e se apresenta na saída vaginal com a superfície materna encrespada, acompanhada de discreto mas contínuo sangramento.
Quarta fase - período de Greenberg
O período de Greenberg de imediato corresponde à primeira hora depois da saída da placenta. É de fundamental importância nos processos hemostáticos (impedir o sangramento excessivo). Durante esse período, há a possibilidade maior de ocorrerem grandes hemorragias. Os mecanismos que coíbem a hemorragia pós-parto são:
·         Miotamponamento: inicia-se imediatamente depois da saída da placenta e consiste na contracção potente da musculatura uterina, tamponando a saída dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta. Se este mecanismo não ocorrer de forma adequada, há a chamada "hipotonia uterina", que pode resultar em sangramentos excessivos e colocar a vida da mulher em risco.
·         Trombotamponamento: depende da formação de pequenos coágulos (trombos) que obliteram vasos uteroplacentários.
Após a primeira hora, o útero apresenta-se em condições normais, firmemente contraído, completando, assim, o mecanismo de hemostase.
Vantagens do parto normal
·         A recuperação é rápida;
·         Não há dor pós-parto;
·         A rápida recuperação deixa a mãe mais tranquila, o que favorece a lactação;
·         A alta é mais rápida, o que possibilita à mãe retomar seus afazeres prontamente;
·         A cada parto normal, o trabalho de parto é mais fácil do que no anterior;
·         Se a mulher vir a sofrer de mioma  (patologia comum do útero), na eventual necessidade de uma operação, esta será mais fácil;
·         O relaxamento da musculatura pélvica não altera em nada o desempenho sexual;
·         A mulher participa activamente do nascimento do filho.
Desvantagens do parto normal
·         Possíveis danos à pelve;
·         Possíveis danos ao períneo,  uretra e ânus;
·         Incontinência urinária e fecal;
·         Dor no períneo, em casos de episiotomia e laceração.
A maior parte dos danos ocorridos durante o parto normal é causado pela má condução do mesmo, especialmente quando são utilizadas manobras e intervenções desnecessárias, muitas das quais condenadas pela Organização Mundial de Saúde - como episiotomia ("corte"), manobra de Kristeller (quando o médico ou enfermeiro pressiona a barriga para forçar a expulsão do bebé) e uso corriqueiro de ocitocina (hormônio que acelera as contracções). Um parto natural, realizado sem intervenções e preferencialmente em posição que ajude a saída do bebé, dificilmente causará qualquer tipo de consequência negativa.
Indicações
Três factores devem ser levados em consideração para determinar a possibilidade ou não do parto normal:
·         a bacia (quadril), também chamada "trajecto do parto";
·         Força das contracções uterinas e o próprio feto;
·         Nenhuma intercorrência na gestação, pré-parto e trabalho de parto.
Se estes factores forem bem proporcionados, a probabilidade de parto normal é grande.
Riscos do parto normal
·         Risco de ruptura do útero durante o trabalho de parto caso este tenha sido submetido a uma cirurgia anteriormente - como cesariana ou miomectomia (cerca de 0,5% de risco);
·         Mortalidade materna (menor do que na cesariana);
·         Mortalidade neonatal (menor do que na cesariana);
·         Prolapso anal;
·         Topoalgia perineal.
Vantagens da cirurgia cesárea
O nascimento é menos demorado;
·         A mãe pode decidir quando será o nascimento;
·         É realizada no mesmo dia da internação;
·         A mulher não sente dores durante o processo devido à anestesia;
·         Ter a disponibilidade do médico que a acompanhou durante o pré-natal.
Desvantagens da cirurgia cesárea
·         Recuperação mais lenta do que no parto normal;
·         Os pontos internos são absorvidos, entretanto os externos precisam ser retirados, demanda um retorno ao serviço de saúde;
·         Na recuperação a mulher sente dores, ao rir, chorar, ficar de pé, espirrar, tossindo, amamentar, ao se movimentar, também há o receio de evacuar e os pontos se abrirem;
·         A mãe não participa activamente do nascimento;
·         Atraso na lactação;
·         Risco de morte da mãe é 16 vezes maior do que no parto normal;
·         Dobro na permanência hospitalar;
·         As dores após a cirurgia são do corte na barriga e da manipulação da cavidade abdominal pelo médico;
·         Risco de infecção, inflamação, perda do útero e hemorragia;
·         Aumenta as chances de sofrer novas cesáreas nos nascimentos seguintes;
·         O útero fica com uma cicatriz em seu músculo que é sempre um ponto mais frágil; na região, pode haver perda da sensibilidade, dor,  queloides e aderências;
·         A ruptura uterina acontece em 0,2 a 1,3% das mulheres que tiveram uma a três cesáreas e pode representar risco de morte para mãe e bebé;
·         O pulmão do bebé não é comprimido durante a cesárea e ele tem maior risco de ter desconforto para respirar após ser extraído. Pode acontecer uma síndrome que leva a criança à unidade de terapia intensivaneonatal (pulmões húmidos e pneumonia, especialmente nas cesarianas marcadas antes do sinal de maturidade pulmonar);
·         A criança que nasce de cesárea passa por mais intervenções como aspiração nasogástrica, reanimação, entubação e respiração artificial;
·         A mulher deve ficar sem pegar peso e fazer esforço físico nem ginástica por pelo menos 2 meses após a cirurgia;
·         Cirurgias pélvicas como de miomas se complicam devido às aderências e às cirurgias anteriores;
·         Qualquer operação cirúrgica pode trazer complicações à saúde, o que pode prejudicar a disposição sexual;
·         Interfere com o estabelecimento do vínculo com a criança e atrasa a primeira amamentação;
·         Há chances maiores de o bebé não chorar quando nasce.
Riscos
·         A probabilidade de haver uma hemorragia é 10 vezes maior do que em um parto normal;
·         O risco de morte da mãe chega a ser 16 vezes maior do que no parto normal;
·         A possibilidade de depressão pós-parto da mulher é 30 a 40 vezes maior do que no parto normal;
·         Problemas com a incisão cirúrgica e anemia;
·         Aumenta a probabilidade de outra cesárea;
·         Riscos da anestesia (por exemplo, choque anafilático);
·         Morbidade materna (sete a vinte vezes maior do que no parto normal);
·         Riscos maiores de doenças respiratórias no recém-nascido;
·         Aumento da mortalidade neonatal;
·         Risco de ruptura uterina em gestação/ parto subsequentes;
·         Risco de desencadeamento de trombose em membros inferiores;
·         Riscos de paralisação dos intestinos.
Após o nascimento
Normalmente, logo após o nascimento, os pais dão um nome à criança. Podem escolher de dois conjuntos de nomes; um se for um menino, e outro se for uma menina.
É costume as pessoas visitarem e trazerem uma prenda para a criança. Muitas culturas prevêm ritos de iniciação para os recém-nascidos, tais como circuncisão ou baptismo, entre outros.
Variações
Quando o saco amniótico não rompeu durante o trabalho de parto ou fase expulsiva, a criança pode nascer com as membranas intactas. Esta membrana pode ser facilmente removida por quem estiver a auxiliar o parto. Na era medieval, esta membrana era considerada sinal de boa sorte, e em algumas culturas como sinal de protecção contra afogamento. Em alguns países, era impressa em papel e deixada como recordação para a criança. Com o advento das modernas técnicas obstétricas interventivas, a ruptura artificial das membranas durante o período de dilatação do parto tornou-se comum e é hoje raro (no Ocidente) ocorrerem nascimentos com as membranas intactas. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha não se romper artificialmente as membranas durante o parto. Aguarda-se a ruptura espontânea. Se não ocorrer até a expulsão do feto, estará indicada a sua ruptura artificial.
Controle da dor
Devido ao tamanho relativamente grande do crânio humano e à forma da pélvis humana, o parto é mais difícil e doloroso do que no caso dos outros mamíferos. Existem vários métodos para aliviar as dores do parto, entre os quais se incluem a preparação psicológica, apoio emocional, analgesia epiduralprotóxido de azotoopioides, e métodos de estímulo ao parto natural tais como o método de Lamaze. Cada método tem vantagens e desvantagens.
Complicações
Ocasionalmente, surgem complicações durante o trabalho de parto que requerem manejo por parte do médico obstetra.
A não progressão do trabalho de parto (longo tempo de contracções na fase activa do trabalho de parto sem dilatação satisfatória do colo uterino), geralmente, é tratada com correcção de dinâmica via gel deprostaglandina ou preparação intravenosade ocitocina sintética. Estando mãe e bebé em boas condições, pode-se aguardar, porém, em situações adversas (quando as intervenções não funcionam), uma cesariana pode ser necessária.
sofrimento fetal é definido por um padrão não tranquilizador da frequência cardíaca fetal intraparto. A bradicardia - como é chamada -, isoladamente, não constitui sofrimento fetal: outros factores como a acidezsanguínea podem ser avaliados antes de se optar por uma intervenção.
A não progressão da expulsão (a cabeça, ou parte que se apresente primeiro, não é expulsa apesar das contracções) pode determinar intervenções como mudança de posição materna, manobras, versões internas, extracção a vácuoextracção e, em último caso, cesariana.
No passado e hoje, as causas de morbidade e mortalidade materna são basicamente as mesmas: hemorragia, hipertensão e infecção, e não estão relacionadas à via de parto e sim à sua condução.
A hemorragia durante ou após o nascimento é potencialmente fatal em lugares sem acesso a um alto nível de cuidado de emergência. Severas perdas de sangue podem causar choque hipovolêmico, isto é,perfusão insuficiente dos órgãos vitais, podendo levar à morte se não for imediatamente tratada por estancamento da hemorragia e transfusão sanguínea. Ao hipopituitarismo depois de um choque hipovolémico, denomina-se síndrome de Sheehan.
No parto normal, não necessariamente a episiotomia é necessária. Estima-se que, se a mulher estiver em posição favorável e a saída do polo cefálico (a cabeça) se der de maneira suave, o períneo mantenha-se íntegro - sem lacerações - em aproximadamente 50% dos nascimentos. Lacerações de 1º grau são mais comuns e não requerem sutura. As lacerações de 2º e 3º graus são raras e requerem sutura e maiores cuidados.
A episiotomia rotineira tem sido estudada e abolida; por se tratar de uma laceração de segundo grau (compromete músculo e mucosa), tem vindo a ser considerada perigosa, e seu uso não está associado a protecção da bexiga e assoalho pélvico.
Mecanismo do parto
Sob o ponto de vista mecânico, são quatro os elementos básicos para o estudo do parto:
·         trajecto: a bacia
·         objecto: o feto
·         motor: as contracções uterinas e a prensa abdominal
·         mecanismo: o conjunto de movimentos passivos desempenhado pelo feto para que possa nascer
Os movimentos próprios do mecanismo de parto concorrem para que haja adaptação aos pontos mais estreitos do canal do parto e às diferenças de forma do canal, mediante redução e acomodação dos diâmetros fetais aos pélvicos. A finalidade primordial é colocar os menores diâmetros do feto em concordância com os menores diâmetros da pelve.
CONCLUSÃO
Concluímos que no parto cirúrgico e normal podem ser utilizados anestésicos para amenizar a dor durante o procedimento. A anestesia dependerá do tipo de parto e da indicação médica. As anestesias mais utilizadas são: local, peridural e raquidiana. A local é aplicada directamente na região genital e indicada para o período expulsivo do trabalho de parto, quando o bebe está nascendo. Tendência actual, a peridural é uma associação de anestésicos que possibilitam não sentir quase nenhuma dor e um mínimo de efeito nas fibras nervosas motoras, mas que pode requerer a colocação de um cateter para aplicação continua.




BIBLIOGRAFIA
O parto. Disponível em: http://www.gineco.com.br/saude-feminina/gravidez/parto/. Acesso aos 24 de Março de 2016.
O Parto. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Parto. Acessos aos 25 de Março de 2015.