AS DOENÇAS DA PELE NA INFÂNCIA


INTRODUÇÃO
Este trabalho nos coloca no ponto de abordagem sobre as doenças da pele na infância, tema este que de uma forma abrangente essencialidade na formação do vigilante de infância, atendendo o ponto de característica da criança até um certo ponto. Sendo assim é de dizer que este trabalho está composta por uma parte introdutória, desenvolvimento e conclusão como também a bibliografia. No desenvolvimento deste tema estão submetidos algumas imagens que demonstram o formato de algumas infecções que geralmente actuam na idade infantil. Facto que nos importa falar sobre as doenças que normalmente actual na pele da criança e as suas formas de precaução.


AS DOENÇAS DA PELE NA INFÂNCIA
Nas últimas décadas, o número de crianças que recebem diariamente cuidados fora do lar de forma colectiva vem aumentando significativamente no mundo todo. O impacto que esta realidade vem apresentando no comportamento das doenças infecciosas na comunidade, através do risco aumentado para a aquisição de doenças transmissíveis a que estão expostos os envolvidos neste cuidado, tem sido amplamente reconhecido como problema de saúde pública.
A literatura científica também reconhece que medidas de controlo para diminuir a transmissão das doenças infecciosas são eficientes e necessárias para minimizar as consequências desfavoráveis que a convivência em creches possa trazer para a saúde da colectividade, recomendando normas e práticas de controlo de infecção para ambientes onde crianças recebam cuidado em grupo.
PROBLEMAS DE PELE COMUNS EM CRIANÇAS
Brotoeja
brotoeja é uma lesão de pele causada pela obstrução das glândulas sudoríparas. É muito comum em bebés e crianças que vivem em lugares quentes e húmidos. Para evitar o aparecimento de brotoejas, não deixe a pele do seu filho muito abafada com camadas excessivas de roupa e mantenha o ambiente sempre arejado, a fim de evitar a transpiração excessiva.
brotoeja
Catapora
catapora, ou varicela, é altamente contagiosa, sendo caracterizada por manchas vermelhas e bolhas por todo corpo, que causam muita coceira. A catapora é uma das doenças mais comuns em criança menores de 10 anos. Em crianças saudáveis ela não representa uma preocupação mais séria e, quando são infectadas pelo vírus varicela-zoster, adquirem imunidade para o resto da vida. A maioria das crianças necessita apenas de tratamento doméstico, como descanso e remédios para coceira e febre. A recuperação completa ocorre de 10 a 15 dias após o aparecimentos dos sintomas.
catapora

Coxsackie
A doença provoca o aparecimento de vesículas dolorosas na garganta, boca, palma das mãos e sola dos pés, além de febre alta. É causada por um vírus altamente contagioso que pode ser transmitido pelo contacto de pessoa para pessoa ou pelo contacto com superfícies que tenham resíduos de fezes, ou ainda através do espirro e tosse. Não existe vacina contra o vírus Coxsackie e a melhor forma de evitar a transmissão é lavar bem as mãos. Na maioria dos casos, o tratamento se restringe a hidratação e medicação para febre. Os sintomas costumam desaparecer em 2 ou 3 dias. Se a febre do seu filho durar mais de 24 horas ou se os sintomas piorarem, leve-o ao pediatra.
coxsackie
Dermatite Atópica
Também chamada de eczema, a dermatite atópica é um problema crónico que provoca pele seca, coceira intensa e lesões salientes. À medida que crescem, algumas crianças desenvolvem essa doença, enquanto outras podem ter casos mais leves. Em casos severos, essas lesões não-contagiosas formam pequenas bolhas. As crianças afectadas pela dermatite atópica geralmente têm um histórico pessoal de alergias, asma, rinite alérgica e hipersensibilidade imunológica. A dermatite atópica não é contagiosa, e o tratamento vai desde hidratantes de pele a anti-histamínicos, conforme cada caso.
dermatite atópica

Dermatite de Contato
dermatite de contato é uma reacção inflamatória que ocorre quando a pele é exposta a alguma substância que causa irritação ou alergia, como plantas, metais, sabonetes, detergentes, solventes ou outros produtos químicos. A reacção alérgica pode aparecer logo após o contacto ou demorar meses, dependendo do tipo de substância. Quando não se sabe qual substância provocou a reacção, os dermatologistas costumam realizar um teste de sensibilidade. O tratamento, geralmente, consiste na lavagem com água do local exposto e na aplicação de pomadas corticoides para amenizar a inflamação.
dermatite de contato

Escarlatina
escarlatina ocorre quando uma faringite estreptocócica (inflamação de garganta causada por bactérias do género Streptococcus) provoca erupção cutânea. Os sintomas são garganta inflamada, febre, dor de cabeça, dor abdominal e inchaço dos linfonodos do pescoço (caroços). Depois de 1 ou 2 dias, aparecem lesões avermelhadas que deixam a pele áspera. Depois de 7 a 14 dias, as lesões desaparecem e a pele se descama. A escarlatina é muito contagiosa, porém lavar bem as mãos pode evitar a transmissão. Entre em contato com o seu pediatra imediatamente se você suspeitar que seu filho está com escarlatina. Enquanto estiver com os sintomas e não tomar o antibiótico adequado, seu filho não deverá ir à escola.
escarlatina

Impetigo
impetigo, conhecido popularmente como impinge, é uma infecção causada por bactérias, caracterizada por bolhas e feridas em qualquer parte do corpo, mas principalmente no rosto, mãos e região de contacto da fralda. O impetigo é transmitido através do contacto directo ou através do compartilhamento de objectos como toalhas e brinquedos. Ao coçar as lesões, a criança acaba espalhando o impetigo para outras partes do corpo. O tratamento mais utilizado é a aplicação de pomada antibiótica sobre as lesões, porém um médico especialista deverá avaliar a necessidade de antibióticos orais. Para evitar o impetigo, oriente seu filho a lavar bem as mãos, tomar banho regularmente e usar suas próprias roupas e toalhas.
impetigo

Micose
micose é causada por fungos que vivem na pele. Quando eles se proliferam acima do normal ocorrem estas manchas brancas ou avermelhadas que provocam coceira. O excesso de humidade na pele, calor, uso prolongado de antibióticos e imunidade baixa são as principais causas da proliferação dos fungos. O tratamento, geralmente, consiste de pomadas antifúngicas. Para evitar micoses, evite que seu filho pise descalço em ambientes úmidos, como vestiários, saunas, lava-pés de clubes e piscinas. Após o banho, oriente-o a se enxugar bem com toalha própria, principalmente nas dobras do corpo, como axilas, virilha e dedos dos pés.
micose
Roséola Infantil
Também conhecida como exantema súbito ou febre dos três dias, a roséola infantil é uma doença contagiosa, porém inofensiva, comum em crianças de 6 meses a 2 anos de idade, causada pelo herpesvírus humano tipo 6. Os sintomas são parecidos com os de uma gripe, seguidos por febre alta. Quando a febre desaparece, surgem repentinamente pintinhas ou carocinhos avermelhados no tronco, e depois no pescoço, rosto e pernas. A febre pode ser controlada com paracetamol (não use aspirina). Enquanto estiver com febre, a criança transmite a doença e, portanto, deve permanecer afastada da escola ou creche.
roséola infantil

Urticária
urticária se apresenta em forma de placas avermelhadas e salientes, que podem coçar ou arder. Essas lesões podem surgir em qualquer parte do corpo e podem durar alguns minutos ou dias. A urticária pode ser indício de algum problema mais sério, principalmente se estiver acompanhada de dificuldades para respirar. As causas podem ser: remédios, como aspirina ou penicilina; alimentos, como ovos, nozes e frutos do mar; aditivos alimentares; temperaturas extremas; e infecções, como faringite estreptocócica. Evitar a substância alérgica geralmente resolve a urticária.
urticária


Verrugas
As verrugas são lesões na pele causadas pelo vírus HPV. Com o tempo, as verrugas que acometem as crianças costumam desaparecer. No entanto, o contacto com a verruga pode disseminar o vírus HPV para outras crianças e lugares do corpo. Por isso, recomenda-se levar a criança ao dermatologista, que avaliará qual a melhor opção de tratamento da verrugas, como medicamentos tópicos, crioterapia com nitrogénio líquido, cauterização ou cirurgia a laser.
verrugas
As características da creche e o risco de doença
A disseminação de doenças infecciosas nas creches sofre a influência das práticas utilizadas no manuseio das crianças e no cuidado ambiental.
As informações disponíveis indicam que os funcionários de creches, em sua maioria, integram uma população vulnerável de mulheres jovens em idade reprodutiva, frequentemente de baixo nível educacional e socioeconómico. Poucas receberam treinamento nos diferentes aspectos da assistência à criança relacionados à saúde, incluindo as práticas de manuseio de alimentos.
O contacto directo, geralmente pelas mãos, é considerado o principal meio de transmissão da maioria das infecções pediátricas. A contaminação das mãos de funcionários e crianças, de objectos e superfícies da creche já foi confirmada por vários estudos e associada à incidência de diarreia. Estudos demonstram maior frequência de doenças respiratórias e diarreia em creches onde a lavagem de mãos é infrequente; maior frequência de diarreia também já foi constatada em creches onde funcionários acumulam as funções de trocar fraldas e manipular alimentos.
A troca de fraldas é considerada o procedimento de maior risco para a transmissão de enteropatógenos entre crianças e funcionários de creches.
Surtos de hepatite A estão relacionados à inadequação das instalações para a troca de fraldas e às práticas dos funcionários da creche; o manuseio de fraldas usadas é o factor de risco mais importante entre os adultos. A utilização do banheiro por crianças pequenas, sem supervisão ou lavagem posterior de mãos, já foi implicada na disseminação da doença em surtos de infecção entérica.
A associação entre a densidade da população infantil na creche e o risco de aquisição de doenças já foi documentado, principalmente em relação ao número de crianças nas classes.
A transmissão de doenças nas creches também sofre influência da conduta diante da criança doente e da intensificação das rotinas de limpeza, diante de casos de doença infecciosa.
Além disso, funcionários sem conhecimento específico estão implicados no consumo aumentado de antibióticos por crianças usuárias de creches, recomendando sua utilização.
CUIDADOS A TER COM AS DOENÇAS DA PELE NAS CRECHES OU JARDINS-DE-INFÂNCIA
Há fortes evidências de que a lavagem apropriada reduz a contaminação das mãos e o risco de disseminação de doenças infecciosas; intervenções para promover a lavagem de mãos são efectivos, e estima-se que possam salvar milhões de vidas, com grande impacto na saúde pública.
Estudos demonstram a efectividade de programas de controlo de infecção em melhorar as práticas de controle e em reduzir a ocorrência de doenças transmissíveis nas creches, alguns sugerindo impacto favorável nos custos.
Revisões da literatura científica confirmam a efectividade de práticas de controlo de doenças infecciosas em creches, fornecendo subsídios para investimentos públicos na criação de infra-estrutura e na educação em saúde.
As evidências serviram de base para a criação de recomendações em vários países, sendo estas utilizadas para regulamentação do sector.
O afastamento de crianças doentes é controverso, e faltam estudos comprovando sua relação de efectividade. Evidências científicas que recomendem afastamento existem somente para algumas doenças. Por exemplo, em relação à diarreia, alguns autores acreditam que as crianças possam frequentar a creche desde que sejam capazes de alcançar o banheiro para todas as evacuações ou desde que a fralda contenha as fezes líquidas, ao passo que outros crêem que a possibilidade de contaminação ambiental não justifica o risco. O destino da criança doente depende muitas vezes de razões de ordem economiza que ultrapassam o controlo de infecção: o medo da perda do emprego faz com que pais levem seus filhos doentes à creche e muitas vezes ocultem a doença; um medo da mesma natureza compele os directores de creche a aceitarem crianças doentes. Para as autoridades de saúde pública, o afastamento da criança doente é um problema, já que a mesma pode acabar em outra creche com normas menos rigorosas, espalhando ainda mais a doença; tal ocorrência pode se intensificar diante de fechamento de creches na ocasião de surtos. Apesar de o isolamento funcionar no ambiente hospitalar, seu uso em creches é praticamente impossível: crianças dificilmente ficam voluntariamente confinadas e geralmente não existem funcionários a mais para a tarefa, tampouco o treinamento necessário.
Para que medidas de controlo e prevenção de doenças transmissíveis sejam implementadas, é fundamental o treinamento rotineiro dos funcionários de creches e pré-escolas, com envolvimento de profissionais de saúde e administradores de saúde pública em níveis locais e mesmo nacionais. Estudos confirmam o interesse de directores de creche por informação específica sobre prevenção de infecções e comprovam o papel do funcionário treinado na redução da transmissão e do número de casos de doenças infecciosas em creches, assim como a contribuição negativa daqueles sem treinamento adequado. A necessidade de orientação dos pais também é reconhecida. A participação dos profissionais de saúde na disseminação de conhecimento sobre prevenção e controle de doenças transmissíveis é considerada importante e necessária.
O pediatra tem um papel estratégico na multiplicação do conhecimento e divulgação de informação precisa sobre o tema aos pais, educadores, demais profissionais de saúde, legisladores e outros envolvidos com o cuidado da criança fora de casa, seja pela oportunidade e acesso à família, possibilitados pela puericultura, seja pela oportunidade e acesso aos demais profissionais de saúde e outros envolvidos, possibilitados pelas situações de treinamento e consultoria técnica.
O pediatra também é, na maioria das vezes, o responsável por medidas de controlo específicos, como o afastamento da creche por doença infecciosa Com a proliferação de estabelecimentos que cuidam diariamente de crianças pequenas em grupo, nem sempre passíveis de regulamentação específica em prevenção e controle de doenças transmissíveis, usuários e prestadores de cuidado bem orientados podem ser a melhor estratégia para diminuir a transmissão de doença nestes ambientes.
As crianças cuidadas em creches ou pré-escolas apresentam risco de adquirir infecções aumentado em até duas a três vezes, com impacto na saúde individual e na disseminação das doenças à comunidade. O risco está associado, entre outros factores, às características das creches, e medidas de prevenção simples são efectivas para diminuir a transmissão de doenças. Entre estas, recomenda-se: lavagem apropriada das mãos após exposição; utilização de precauções padrão; rotina padronizada para troca e descarte de fraldas usadas, localização e limpeza da área de troca, limpeza e desinfecção de áreas contaminadas; uso de lenços descartáveis para assoar o nariz; funcionários e área exclusivos para a manipulação de alimentos; notificação das doenças infecciosas; treinamento de funcionários e orientação dos pais.


CONCLUSÃO
Diante da pesquisa sobre as doenças da pele na idade infantil como causa de morbidade e mortalidade na infância, do uso crescente de creches e pré-escolas pela população infantil e das evidências do aumento de risco para aquisição de doença, associado à frequência crescente a esses estabelecimentos, são fundamentais as medidas de prevenção e controlo da transmissão de doença nesses ambientes, para minimizar o prejuízo à saúde das crianças e a disseminação do quadro infeccioso à comunidade. O treinamento de funcionários, a orientação dos pais e o envolvimento de profissionais e administradores de saúde são necessários para a existência de bons programas de prevenção e controlo de infecções.


BIBLIOGRAFIA

Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE-SP), Kids Health, Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente (UFMG) e Portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
As creches e pré-escolas e as doenças transmissíveis. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572007000500004&script=sci_arttext. Acesso aos 20 de Outubro de 2015.