Vantagens e desvantagens da globalização
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa a realçar
sobre a globalização que por sua
vez podemos definir como um dos
processos de aprofundamento internacional da integração económica, social, cultural, política, que é impulsionado pelo facilidade dos meios de
transporte e de comunicação dos países no final do século XX e início do século XXI. O grande avanço deve-se a queda do muro de Berlim, ao
fim do socialismo, a expansão do capitalismo e do neoliberalismo, após a
Segunda Grande Guerra Mundial e com o avanço da Comunidade Comum Europeia. O
termo globalização, de acordo com os autores contemporâneos, recebeu
vários significados, que entre as suas mais variadas expressões, objectivam
expressar um mundo sem fronteiras, que possibilite uma economia global para os
mercados internos já saturados, visando sobremaneira aproximar as nações umas
das outras, tudo isto, associado a expansão do capitalismo no mundo.
A
GLOBALIZAÇÃO VANTAGENS E DESVANTAGENS
Historial
Os seres humanos têm interagido por
longas distâncias por milhares de anos. A Rota da Seda que ligava a Ásia, África e Europa é um bom exemplo do poder
transformador de troca que existia no "Velho Mundo". Filosofia, religião, língua, as artes e
outros aspectos da cultura se espalharam e misturaram-se nas nações. Nos
séculos XV e XVI, os europeus fizeram descobertas importantes em sua exploração
dos oceanos, incluindo o início das viagens transatlânticas para o "Novo Mundo" das Américas. O movimento global de pessoas, bens e ideias expandiu
significativamente nos séculos seguintes. No início do século XIX, o
desenvolvimento de novas formas de transporte, como o navio a vapor e
ferrovias, e as telecomunicações permitiram um intercâmbio global mais rápido.
Já em meio à Segunda
Guerra Mundial
surgiu, em 1941, um dos primeiros sintomas da globalização das comunicações: o
pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía várias edições diárias de
O Repórter
Esso, uma síntese
noticiosa de cinco minutos rigidamente cronometrados, a primeira de carácter
global, transmitido em 14 países do continente americano por 59 estações de
rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofónica mundial.
É tido como início da globalização
moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir que uma
monstruosidade como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações
vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que
era de suma importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos
diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das
outras. Deste consenso nasceu as Nações
Unidas, e começou a
surgir o conceito de bloco económico pouco após isso com a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA.
A necessidade de expandir seus
mercados levou as nações a aos poucos começarem a se abrir para produtos de
outros países, marcando o crescimento da ideologia económica do liberalismo.
Actualmente os grandes beneficiários
da globalização são os grandes países emergentes, incluindo o BRICS (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul), com grandes economias de exportação,
grande mercado interno e cada vez maior presença mundial. Antes do BRICS,
outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a exportação
para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres
asiáticos na década
de 1980 e Japão na década de 1970.
Enquanto Paul Singer vê a expansão comercial e marítima europeia como
um caminho pelo qual o capitalismo se desenvolveu assim como a globalização, Maria da
Conceição Tavares
aposta o seu surgimento na acentuação do mercado
financeiro, com o
surgimento de novos produtos financeiros.
Impacto da globalização na sociedade
A globalização afecta todos os sectores
da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de
movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento
e integração das nações ao redor do planeta.
Comunicação e a globalização
A globalização das comunicações tem
sua face mais visível na internet, a rede mundial de computadores,
possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas da
área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de
troca de ideias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes
uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar
parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como factor
de limitação a barreira linguística.
Outra característica da globalização
das comunicações é o aumento da universalização do acesso a meios de
comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os
de infra-estrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento
geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada no
Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar
sucesso de mercado. Redes de televisão e imprensa multimédia em geral também
sofreram um grande impacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em
dia pode ter acesso, algumas vezes por televisão por assinatura ou satélite, a
emissoras do mundo inteiro, desde NHK do Japão até Cartoon Network americana.
Pode-se dizer que este incremento no
acesso à comunicação em massa accionado pela globalização tem impactado até
mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de
radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o mundo,
mostrando a elas como o mundo é e se comporta.
Mas infelizmente este mesmo livre
fluxo de informações é tido como uma ameaça para determinados governos ou
entidades religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto enorme quantidade
de recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos tem acesso.
Na China, onde a
internet tem registado um expressivo crescimento, já contando com 136 milhões
de usuários graças à evolução, iniciada em 1978, de uma economia centralmente
planejada para uma nova economia socialista de mercado, é outro exemplo
de nação notória por tentar limitar a visualização de certos conteúdos
considerados "sensíveis" pelo governo, como do Protesto na Praça Tiananmem em 1989, além disso em torno de 923 sites de noticias ao redor
do mundo estão bloqueados, incluindo CNN e BBC, sites de
governos como Taiwan também são proibidos o acesso e sites
de defesa da independência do Tibete. O
número de pessoas presas na China por "ação subversiva" por ter
publicado conteúdos críticos ao governo é estimado em mais de 40 ao ano.
No Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande
influência da religião nas esferas governamentais, a internet sofre uma enorme
pressão do estado, que tenta implementar diversas vezes barreiras e
dificuldades para o acesso a rede mundial, como bloqueio de sites de redes de
relacionamentos sociais como Orkut e MySpace, bloqueio de sites de noticias como CNN e BBC. Acesso a
conteúdo erótico também é proibido.
Qualidade de vida nos tempos globalizados
O acesso instantâneo de tecnologias,
principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas,
aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos mesmos, tem
causado nas últimas décadas um aumento generalizado da longevidade dos países
emergentes e
desenvolvidos. De 1981 a 2001, o número de pessoas vivendo com menos de US$1
por dia caiu de 1,5 bilhão de pessoas para 1,1 bilhão, sendo a maior queda da
pobreza registada exactamente nos países mais liberais e abertos a globalização.
Na China, após a
flexibilização de sua economia comunista centralmente planejada para uma nova economia
socialista de mercado, e uma relativa abertura de alguns de seus mercados,
a percentagem de pessoas vivendo com menos de US$2 caiu 50,1%, contra um
aumento de 2,2% na África
sub-saariana. Na América Latina, houve redução de 22% das pessoas
vivendo em pobreza extrema de 1981 até 2002.
Embora alguns estudos sugiram que actualmente
a distribuição de renda ou está estável ou está melhorando, sendo que as nações
com maior melhora são as que possuem alta liberdade económica pelo Índice de Liberdade Econômica,20 outros estudos mais recentes da ONU indicam
que "a 'globalização' e 'liberalização', como motores do crescimento económico
e o desenvolvimento dos países, não reduziram as desigualdades e a pobreza nas
últimas décadas".
Para o prémio Nobel em economia Stiglitz, a globalização, que poderia ser uma força propulsora de
desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais, está sendo
corrompida por um comportamento hipócrita que não contribui para a construção
de uma ordem económica mais justa e para um mundo com menos conflitos. Esta é,
em síntese, a tese defendida em seu livro A globalização e seus malefícios:
a promessa não-cumprida de benefícios globais. Críticos argumentam que a
globalização fracassou em alguns países, exactamente por motivos opostos aos
defendidos por Stiglitz: Porque foi refreada por uma
influência indesejada dos governos nas taxas de juros e na reforma tributária.
Efeitos na indústria e serviços
Os efeitos no mercado de trabalho da
globalização são evidentes, com a criação da modalidade de outsourcing de empregos para países com
mão-de-obra mais baratas para execução de serviços que não é necessário alta
qualificação, com a produção distribuída entre vários países, seja para criação
de um único produto, onde cada empresa cria uma parte, seja para criação do
mesmo produto em vários países para redução de custos e ganhar vantagens
competitivas no acesso de mercados regionais.
O ponto mais evidente é o que o
colunista David Brooks definiu como "Era Cognitiva", onde a
capacidade de uma pessoa em processar informações ficou mais importante que sua
capacidade de trabalhar como operário em uma empresa graças a automação, também
conhecida como Era da
Informação, uma
transição da exausta era industrial para a era pós-industrial.
Nicholas A. Ashford, académico do MIT, conclui
que a globalização aumenta o ritmo das mudanças disruptivas nos meios de
produção, tendendo a um aumento de tecnologias limpas e sustentáveis, apesar que isto irá requerer uma
mudança de atitude por parte dos governos se este quiser continuar relevante
mundialmente, com aumento da qualidade da educação, agir como evangelista do
uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e desenvolvimento de ciências
revolucionárias ou novas como nanotecnologia ou fusão nuclear. O académico, nota porém, que a
globalização por si só não traz estes benefícios sem um governo pró-activo
nestas questões, exemplificando-o cada vez mais globalizado mercados EUA, com
aumento das disparidades de salários cada vez maior, e os Países Baixos, integrante da UE, que se foca no comércio dentro da própria UE em vez de
mundialmente, e as disparidades estão em redução.
Teorias da Globalização
A globalização, por ser um fenómeno
espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direccionado por
uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar
sua origem e seu impacto no mundo actual.
A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde
o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se
denomina Globalização é bem mais
recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco
socialista e o
consequente fim da Guerra
Fria (entre 1989 e 1991), do
refluxo capitalista com a estagnação económica da URSS (a partir
de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda
Guerra Mundial.
No geral a globalização é vista por
alguns cientistas políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo
de ampliação da hegemonia económica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a
reinvenção do processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta
reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa
ou não) dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo
e individualismo) e económico (abertura de mercados e livre competição).
Vale ressaltar que este projecto não é
uma criação exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende
exclusivamente aos interesses deste, mas também é um projecto das empresas, em
especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro.
Nesta ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso
de Washington.
Segundo António Negri o pensador italiano, defende, em seu livro "Império", que a nova realidade
sócio-política do mundo é definida por uma forma de organização diferente da
hierarquia vertical ou das estruturas de poder "arborizadas" (ou
seja, partindo de um tronco único para diversas ramificações ou galhos cada vez
menores). Para Negri, esta nova dominação (que ele batiza de
"Império") é constituída por redes assimétricas, e as relações de
poder se dão mais por via cultural e económica do que uso coercitivo de força.
Negri entende que entidades organizadas como redes (tais como corporações, ONGs e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade
(portanto, mais chances de sobrevivência no novo ambiente) do que instituições
paradigmáticas da modernidade (como o Estado, partidos e empresas tradicionais).
Por sua vez o economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens
científicas mais antigas e consistentes sobre o fenómeno da Globalização ,
defende que, no século XXI, se verifica uma 'desocidentalização' da
Globalização, visto que se constata que os países do Oriente, como a China, são
os principais atores actuais do processo de Globalização e a hegemonia do
Ocidente, no sistema económico mundial, está a aproximar-se do seu ocaso, pelo
que outras dinâmicas regionais, sobretudo na Ásia do Pacífico, ganharam mais
força a nível global. Para Mário Murteira, a Globalização está relacionada com
um novo tipo de capitalismo em que o «mercado de conhecimento» é o elemento
mais influente no processo de acumulação de capital e de crescimento económico
no capitalismo actual, ou seja, é o núcleo duro que determina a evolução de
todo o sistema económico mundial do presente século XXI.
Stuart Hall em A Identidade cultural na
Pós-Modernidade, Hall (2003) busca avaliar o processo de deslocamento das
estruturas tradicionais ocorrido nas sociedades modernas, assim como o
descentramento dos quadros de referências que ligavam o indivíduo ao seu mundo
social e cultural. Tais mudanças teriam sido ocasionadas, na contemporaneidade,
principalmente, pelo processo de globalização. A globalização alteraria as
noções de tempo e de espaço, desalojaria o sistema social e as estruturas por
muito tempo consideradas como fixas e possibilitaria o surgimento de uma
pluralização dos centros de exercício do poder. Quanto ao descentramento dos
sistemas de referências, Hall considera seus efeitos nas identidades modernas,
enfatizando as identidades nacionais, observando o que gerou, quais as formas e
quais as consequências da crise dos paradigmas do final do século XX.
Neste contexto Benjamin Barber em seu
artigo "Jihad vs. McWorld", Barber expõe sua visão dualista para a organização
geopolítica global num futuro próximo. Os dois caminhos que ele enxerga — não
apenas como possíveis, mas também prováveis — são o do McMundo e o da Jihad.
Mesmo que se utilizando de um termo específico da religião
islâmica (cujo significado, segundo ele, é genericamente "luta",
geralmente a "luta da alma contra o mal", e por extensão "guerra
santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana a tendência
antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica nesta
corrente inúmeros movimentos de luta contra a acção globalizante, inclusive
ocidentais, como os zapatistas e outras guerrilhas latino-americanas.
Está claro que a democracia, como regime de governo particular do modo de produção
da sociedade industrial, não se aplica mais à realidade contemporânea. Nem se
aplicará tampouco a quaisquer dos futuros económicos pretendidos pelas duas
tendências apontadas por Barber: ou o pré-industrialismo tribalista ou o pós-industrialismo globalizado. Os modos de produção de
ambos exigem outros tipos de organização política cujas demandas o sistema
democrático não é capaz de atender.
Para Daniele Conversi, os académicos ainda não chegaram a um acordo sobre o real significado
do termo globalização, para o qual ainda não há uma definição coerente e
universal: alguns autores se concentram nos aspectos económicos, outros nos
efeitos políticos e legislativos, e assim por diante. Para Conversi, a
'globalização cultural' é, possivelmente, sua forma mais visível e efectiva
enquanto "ela caminha na sua trajectória letal de destruição global,
removendo todas as seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É
também a forma de globalização que pode ser mais facilmente identificada com
uma dominação pelos Estados
Unidos. Conversi vê uma correlação entre a globalização cultural e seu conceito
gémeo de 'segurança cultural', tal como desenvolvido por Jean Tardiff, e outros.
Conversi propõe a análise da
'globalização cultural' em três linhas principais: a primeira se concentra nos
efeitos políticos da alterações sócio-culturais, que se identificam com a
'insegurança social'. A segunda, paradoxalmente chamada de 'falha de
comunicação', tem como seu argumento principal o fato de que a 'ordem mundial' actual
tem uma estrutura vertical, na realidade piramidal, onde os diversos grupos
sociais têm cada vez menos oportunidades de se intercomunicar, ou interagir de
maneira relevante e consoante suas tradições; de acordo com essa teoria não
estaria havendo uma 'globalização' propriamente dita, mas, ao contrário,
estariam sendo construídas ligações-ponte, e estaria ocorrendo uma erosão do
entendimento, sob a fachada de uma homogenização global causando o colapso da
comunicação interétnica e internacional, em consequência directa de uma
'americanização' superficial. A terceira linha de análise se concentra numa
forma mais real e concreta de globalização: a importância crescente da diáspora
na política internacional e no nascimento do que se chamou de 'nacionalismo de
e-mail" - uma expressão criada por Benedict Anderson (1992). "A
expansão da Internet propiciou a criação de redes
etnopolíticas que só podem ser limitadas pelas fronteiras nacionais às custas
de violações de direitos humanos".
Samuel P. Huntington o cientista político, ideólogo do
neoconservadorismo norte-americano, enxerga a globalização como processo de
expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de
vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque
de civilizações".
Antiglobalização
Apesar das contradições há um certo
consenso a respeito das características da globalização que envolve o aumento
dos riscos globais de transacções financeiras, perda de parte da soberania dos
Estados com a ênfase das organizações supra-governamentais, aumento do volume e
velocidade como os recursos vêm sendo transacionados pelo mundo, através do
desenvolvimento tecnológico etc.
Além das discussões que envolvem a
definição do conceito, há controvérsias em relação aos resultados da
globalização. Tanto podemos encontrar pessoas que se posicionam a favor como
contra (movimentos
antiglobalização). Um
dos maiores eventos do movimento anti-globalização é o Fórum Social Mundial,
que se reuniu pela primeira vez em Porto Alegre, Brasil, em 2001. O Fórum
Social Mundial serve como ponto de encontro para movimentos sociais de todo o
mundo propondo a globalização alternativa, não baseada nas dinâmicas reguladas
pelo capitalismo.
A globalização é um fenómeno moderno
que surgiu com a evolução dos novos meios de
comunicação cada vez
mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto positivos quanto
negativos na globalização. No que concerne aos aspectos negativos há a referir
a facilidade com que tudo circula não havendo grande controle como se pode
facilmente depreender pelos atentados
de 11 de Setembro nos
Estados
Unidos. Esta
globalização serve para os mais fracos se equipararem aos mais fortes pois tudo
se consegue adquirir através desta grande auto-estrada informacional do mundo
que é a Internet.
Outro dos aspectos negativos é a
grande instabilidade económica que se cria no mundo, pois qualquer fenómeno que
acontece num determinado país atinge rapidamente outros países criando-se
contágios que tal como as epidemias se alastram a todos os pontos do globo como
se de um único ponto se tratasse. Os países cada vez estão mais dependentes uns
dos outros e já não há possibilidade de se isolarem ou remeterem-se no seu
ninho pois ninguém é imune a estes contágios positivos ou negativos. Como
aspectos positivos, temos sem sombra de dúvida, a facilidade com que as
inovações se propagam entre países e continentes, o acesso fácil e rápido à
informação e aos bens. Com a ressalva de que para as classes menos favorecidas
economicamente, especialmente nos países em desenvolvimento, esse acesso não é
"fácil" (porque seu custo é elevado) e não será rápido.
CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO
A globalização ou processo de
mundialização, de acordo com o entendimento maioritário dos autores contemporâneos, caracteriza-se pela ampla integração
econômica, política, cultural e outros entre as nações. Contudo, a integração
nos seus mais variados aspectos se destaca pela economia, podendo ser de
diversos tipos, mas nenhuma integração econômica é melhor do que a outra. A
escolha do país pelo modelo de integração decorre de seus objetivos e do seu
grau de dependência entre as grandes potências.
Os Estados, quando da adoção de
medidas ou adesões aos sistemas mundiais, deve se atentar para a questão da
soberania nacional ou interna de cada país. A observância visa evitar conflitos
entre a legislação interna e legislação estrangeira.
O desenvolvimento da integração entre
os países trouxe o surgimento de um terceiro mercado, denominado de mercado
eletrônico ou virtual, decorrente do uso da internet. Neste mercado, a interferência estatal é praticamente nula
ou mínima, porque não existem donos ou porque todos são donos. Característica
que o diferencia, dos mercados até então existentes, quais sejam, o mercado
nacional e o mercado internacional.
Assim, a globalização em decorrência
do avanço tecnológico trouxe várias conseqüências positivas e negativas.
Dentre os efeitos positivos pode-se enumerar a diminuição de barreiras
geográficas, políticas e econômicas, a criação de uma única moeda, maior fluxo
de capitais, pessoas e mercadorias, aproximando sobremaneira as pessoas de
diferentes regiões do mundo.
Por outro lado, pode-se elencar,
conseqüências negativas, como o crime organizado, paraísos fiscais, tráfico de
pessoas, de mercadorias, de entorpecentes e órgãos, e de baixos salários.
Referidas características tornam-se mais presentes entre os
países emergentes, onde o grau de dependência com países desenvolvidos
pode levar sobremaneira a amplo desemprego, formação de grandes bolsões de
ignorância e miséria, de grandes desigualdades sociais, acarretando sociedades
desequilibradas econômica e socialmente.
A globalização dita um direito
diferente, especialmente para países periféricos, como o nosso. O direito
brasileiro vem sendo redesenhado como resultado de nossa inserção no mundo
globalizado, o que isto significa que não basta fazer parte da globalização é
necessário a sua instrumentalização, mecanismos
que viabilizem resultados positivos para o governo e para a sociedade.
Para Eric Hobsbawm, os efeitos somente
são negativos, por não acreditar que países desenvolvidos possam praticar atos
que auxiliem países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, exemplificando,
pode-se citar uma de suas assertivas, “primeiro, a globalização acompanhada de
mercados livres, atualmente tão em voga, trouxe consigo uma dramática
acentuação das desigualdades econômicas e sociais no interior das nações e
entre elas”.
Analisando o estágio atual do Brasil, pode-se observar que
o país evolui muito nos setores da
educação, saúde e moradia com programas populares e de incentivo as populações
carentes. Outra característica é a emigração das pessoas dos países mais pobres
para os países de economias mais ricas. Neste ínterim, para as nações
desenvolvidas e ricas gera uma série de conseqüências positivas, que vão desde
a contratação de mão de obra mais barata, sem assegurar aos imigrantes qualquer
benefício previdenciário, auxílio saúde até mesmo a uma aposentadoria.
Por outro lado, para as nações mais
pobres, a maioria dos efeitos são
negativos, são conseqüências opostas as impostas aos países ricos.
ASPECTOS RELEVANTES DA GLOBALIZAÇÃO
O que se pode observar de um estudo
mais aprofundado da globalização é que as grandes potências, restringem a entrada de países em desenvolvimento, na rodada de negociações. A barreira tem por
finalidade de que estes permaneçam cada vez mais em situação de dependência
econômica, social e cultural; pode-se citar como exemplo clássico os medicamentos
onde os grandes laboratórios retém a cura de doenças, a fim de manter vínculo
de supremacia e superioridade com os países em desenvolvimento (caso da AIDS).
O autor Joseph Stiglitz, assim se
manifestou:
[...] o que separa o mundo desenvolvido do em
desenvolvimento não é apenas a disparidade de recursos, mas uma disparidade de
conhecimentos. O ritmo em que essa desfasagem pode ser diminuída dependerá do
acesso dos países em desenvolvimento ao conhecimento, e isso, por sua vez,
dependerá de nosso avanço para um sistema mais livre ou mais restrito.
Para o autor, a globalização por quase
uma década foi aceita como a melhor
descoberta do homem. Mas, a partir de certo instante, este mesmo
homem, começou a sentir seus reflexos negativos e ameaças, para o mundo. Desta forma, conclui-se que a
globalização se apresenta como uma
moeda, com dois lados, um positivo e um negativo. O primeiro traz benefícios
para as grandes potências; enquanto que o segundo, são as regras impostas aos
demais países que não como se fazer serem ouvidos, ficando cada vez mais
excluídos de sua própria sociedade e país. Exemplificando, primeiro, têm-se o
fato de que o único país no FMI que tem poder de veto são os EUA; segundo,
todos os presidentes do Banco Mundial foram designados pelo presidente dos EUA,
assim, resta claro, que a globalização é a forma maquiada dos EUA impor sua
vontade soberana.
Preceitua Joseph Stiglitz, in verbis:
Cerca de 80% da população do mundo vive em países em
desenvolvimento, marcados por renda baixa e alta pobreza, alto desemprego e
baixa educação. Para esses países, a globalizaçào apresenta ao mesmo tempo
riscos e oportunidades sem precedentes.
Para fazer a globalização funcionar de um modo que enriqueça o mundo inteiro é
preciso fazê-la funcionar para os habitantes desses países.
É
preciso esclarecer, que por mais
que o país se insira no cenário internacional,
e receba investimentos estrangeiros, estas ações signifiquem o seu
crescimento e desenvolvimento.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GLOBALIZAÇÃO
Vantagens
A primeira grande vantagem da globalização tem a ver com o facto de aproximar as pessoas e de fazer circular a informação a uma velocidade inimaginável há alguns anos atrás. Hoje em dia, quer queiramos quer não, somos cidadãos do mundo, como dizia Sócrates sobre si mesmo já no século V a.C.. A comunicação entre as pessoas não conhece fronteiras e aquilo que se passa a milhares de quilómetros de nossa casa chega até nós no mesmo instante. Em termos políticos também há algumas vantagens, na medida em que os políticos se organizaram em instituições cada vez mais amplas - ONU, NATO, UE, FMI... - de modo a eliminar as desigualdades e a promover valores universais. A par das vantagens para o capital, pois claro, que pode circular e multiplicar-se sem grandes limitações.
A primeira grande vantagem da globalização tem a ver com o facto de aproximar as pessoas e de fazer circular a informação a uma velocidade inimaginável há alguns anos atrás. Hoje em dia, quer queiramos quer não, somos cidadãos do mundo, como dizia Sócrates sobre si mesmo já no século V a.C.. A comunicação entre as pessoas não conhece fronteiras e aquilo que se passa a milhares de quilómetros de nossa casa chega até nós no mesmo instante. Em termos políticos também há algumas vantagens, na medida em que os políticos se organizaram em instituições cada vez mais amplas - ONU, NATO, UE, FMI... - de modo a eliminar as desigualdades e a promover valores universais. A par das vantagens para o capital, pois claro, que pode circular e multiplicar-se sem grandes limitações.
A abertura foi fundamental no combate à inflação e
para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o
consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos
e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de
produtos nacionais com preços menores e mais qualidade.
A vantagem da globalização é que ela gera empregos,
investimentos externos, traz tecnologias, melhora a relação do país com os
outros países, ajuda o país a participar das trocas comerciais internacionais,
traz cultura de outros lugares.
Desvantagens
As desvantagens também são várias. Desde logo, ao contrário do que era suposto, porque as diferenças entre países ricos e pobres é cada vez maior. O mesmo dentro de cada país, os pobres são cada vez mais pobres e em maior número, enquanto os ricos, uma minoria, são cada vez mais ricos. Depois, porque a economia engoliu a política, obrigada a seguir o ritmo da bolsa, quando deveria ser ao contrário: os políticos a ditar as regras à economia. Em terceiro lugar, exactamente porque a economia é o centro a partir do qual tudo o resto é determinado, as grandes multinacionais têm vindo a impor-se em todo o mundo, às vezes sem olhar a meios e recrutando mão de obra barata e infantil, arrasando com todos os projectos económicos nacionais, regionais e locais o que justifica, para terminar, o perigo da emergência dos novos nacionalismos: há pessoas que entendem que a melhor maneira de lutar contra estas novas injustiças é alimentar um falso nacionalismo, que tende a culpar os estrangeiros e emigrantes, também eles vítimas da globalização, pela descaracterização a que todos vamos sendo sujeitos.
As desvantagens também são várias. Desde logo, ao contrário do que era suposto, porque as diferenças entre países ricos e pobres é cada vez maior. O mesmo dentro de cada país, os pobres são cada vez mais pobres e em maior número, enquanto os ricos, uma minoria, são cada vez mais ricos. Depois, porque a economia engoliu a política, obrigada a seguir o ritmo da bolsa, quando deveria ser ao contrário: os políticos a ditar as regras à economia. Em terceiro lugar, exactamente porque a economia é o centro a partir do qual tudo o resto é determinado, as grandes multinacionais têm vindo a impor-se em todo o mundo, às vezes sem olhar a meios e recrutando mão de obra barata e infantil, arrasando com todos os projectos económicos nacionais, regionais e locais o que justifica, para terminar, o perigo da emergência dos novos nacionalismos: há pessoas que entendem que a melhor maneira de lutar contra estas novas injustiças é alimentar um falso nacionalismo, que tende a culpar os estrangeiros e emigrantes, também eles vítimas da globalização, pela descaracterização a que todos vamos sendo sujeitos.
A necessidade de modernização e de aumento da
competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o
desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram
de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e
máquinas. E também desvaloriza a cultura nacional, faz com que as
transnacionais se instalem em outros países pobres, explorando a matéria prima
abundantemente e pagando mão de obra barata.
CONCLUSÃO
Deste modo, verifica-se que o processo da globalização
decorre no avanço tecnológico, bem como, em decorrência dos países. Pode-se
dizer então que, hoje, o mundo está caracterizado pela especialização dos
serviços, pela celeridade dos fatos, da sociedade. Neste contesto o mundo precisa se organizar, se reestruturar, regulamentar
suas relações entre nações, com indivíduos e empresas situadas em outros territórios
a fim de facilitar todo o processo de internacionalização do capital e,
consequentemente, da globalização, uma vez que, actualmente, não existem mais
fronteiras que separem os países quando o tema é acordos e contratos
internacionais. Por fim, resta
salientar, que é muito cedo para afirmar se o processo de globalização é ou não
bom, vez que, os estados ricos e poderosos
impõem seus interesses e vontades aos países pobres, sem observar e
questionar se aquela decisão será ou não favorável aquele país. Simplesmente
impõe sua vontade e esta deve ser cumprida e observada incondicionalmente
BIBLIOGRAFIA
_________ A globalização. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o. Acessado aos 25 de
Novembro de 2014.
Andreia Nádia LIma de Sousa: A Globalização.
Disponível em:
http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CBwQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.faete.edu.br%2Frevista%2FArtigo%2520Andreia%2520Nadia%2520Globalizacao.pdf&ei=xtR1VOOLJcXvauzCgKAN&usg=AFQjCNHaDmiQT4eieLNoPdvQr9IYQ_CnQg&bvm=bv.80642063,d.d2s.
Acessado aos 25 de Novembro de 2014.
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