Actividades lúdicas
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata sobre as actividades lúdicas a
serem desenvolvidas na literacia, um tema que nos mete num ponto extremo de pensamento
lúdico, com isso a escola deve facilitar a aprendizagem, utilizando-se de
actividades lúdicas que criem um ambiente alfabetizador para favorecer o
processo de aquisição da autonomia da aprendizagem, pois as actividades lúdicas
facilitam para a criança o progresso de sua personalidade integral. O objectivo
principal é de falar sobre as actividades lúdicas e a literacia na infância no
método de ensino e aprendizagem.
O PAPEL
DAS ACTIVIDADES LÚDICAS NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Devido o carácter
sócio-histórico de Vygotsky, o qual aponta a brincadeira como uma actividade
dominante na infância, em que através dela a criança expressa sua imaginação,
conhece seu corpo e até mesmo cria suas próprias regras, verificamos que a
brincadeira tem carácter essencial na formação e no desenvolvimento do
indivíduo na sociedade. Todavia, constantemente nos deparamos com situações
onde os jogos são relegados a um segundo plano. O jogo enquanto ferramenta de
aprendizagem vai se desenvolver de forma positiva, se o educador souber
trabalhar adequadamente com ele. É sabido que muitos vêem este tipo de
actividade como actividade de disputa, onde há perdedores e ganhadores e uma
grande parte dos docentes dissemina este conceito erróneo que se tem desta actividade.
Quando se trabalha o corpo, a ludicidade e o jogo, desenvolvemos diversas
potencialidades como a criatividade, o prazer, a interacção entre as pessoas, a
cooperação, entre outras.
O desenvolvimento da
criança e seu consequente aprendizado ocorrem quando esta participa
activamente: seja discutindo as regras do jogo, seja propondo soluções para
resolvê-los. É de extrema importância que o professor também participe e que
proponha desafios em busca de uma solução e de uma participação colectiva. O papel
do educador neste caso será de mediador e este não delimitará mais a função de
cada e nem como se deve jogar.
Outro teórico que
percebe o jogo como actividade importante no desenvolvimento da criança,
resultando em benefícios morais, intelectuais e físicos, é FROEBEL. Para este
teórico, a falta de liberdade e a repressão repercutem negativamente, no que
diz respeito ao estímulo da actividade espontânea, característica fundamental
para o desenvolvimento.
Ele percebe o jogo como instrumento de ensino, no qual é possível trabalhar as diferentes disciplinas, tais como: Matemática, Ciências e outras. De acordo com Froebel:
“ Brincar é a fase mais importante da infância do desenvolvimento humano neste período-por ser a auto-ativa representação do interno a representação de necessidades e impulsos internos.” (FROEBEL, 1912, pp. 54-55)
Ele percebe o jogo como instrumento de ensino, no qual é possível trabalhar as diferentes disciplinas, tais como: Matemática, Ciências e outras. De acordo com Froebel:
“ Brincar é a fase mais importante da infância do desenvolvimento humano neste período-por ser a auto-ativa representação do interno a representação de necessidades e impulsos internos.” (FROEBEL, 1912, pp. 54-55)
Assim, semelhante ao
pensamento de Vygotsky, que vê a interacção como acção que provoca intervenções
no desenvolvimento da criança, Froebel, também concorda que os jogos interferem
positivamente, pois no brincar a criança expõe sua capacidade representativa, o
prazer e a interacção com outras crianças.
Desta forma, entendo
que as actividades lúdicas cooperativas contribuem e oportunizam as crianças
momentos de expressão, criação e de troca de informação, além de trabalhar a
cooperação. Torna-se necessário também que o educador reavalie seus conceitos a
respeito dessas actividades, principalmente com relação aos jogos, e que neste
processo a criança tenha espaço para expressar sua fala, seu ponto de vista e
suas sugestões. O professor ao propor algum tipo de actividade, deve deixá-lo à
vontade, pois através da troca de experiências com outros colegas, da
criatividade e busca de soluções, ele conseguirá construir seu próprio conhecimento.
Tipos
da actividade lúdica
- Desenhar;
- Brincadeiras;
- Jogos;
- Danças;
- Construir colectivamente;
- Leituras;
- Softwares educativos;
- Passeios;
- Dramatizações;
- Cantos;
- Teatro de fantoches, etc.
As actividades
lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra actividade que
permita tentar uma situação de interacção. Porém, mais importante do que o tipo
de actividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o porquê
de estar sendo realizada. Toda criança que participa de actividades lúdicas,
adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e
agradável, que gera um forte interesse em aprender e garante o prazer. Na
educação infantil, por meio das actividades lúdicas a criança brinca, joga e se
diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As actividades
lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia-a-dia na educação infantil. De
acordo com Teixeira (1995), vários são os motivo que induzi os educadores a
apelar às actividades lúdicas e utilizá-las como um recurso pedagógico no
processo de ensino-aprendizagem. Segundo
Schwartz (2002), a criança é auto-motivada para qualquer prática,
principalmente a lúdica, sendo que tendem a notar a importância de actividades
para o seu desenvolvimento, assim sendo, favorece a procura pelo retorno e pela
manutenção de determinadas actividades.
Huizinga (1996), diz
que numa actividade lúdica, existe algo “em jogo” que transcende as
necessidades imediatas da vida e confere um sentido à acção. Para
Schaefer (1994), as actividades lúdicas promovem ou restabelecem o bem estar
psicológico da criança. No contexto de desenvolvimento social da criança é
parte do repertório infantil e integra dimensões da interacção humana
necessária na análise psicológica (regras, cadeias comportamentais, simulações
ou faz-de-conta aprendizagem observacional e modelagem).
Toda a actividade
lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas pode sofrer
intervenção em sua metodologia de aplicação, na organização e no prover de suas
estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas etárias. As
atividades lúdicas têm capacidade sobre a criança de gerar desenvolvimento de
várias habilidades, proporcionando a criança divertimento, prazer, convívio
profícuo, estímulo intelectivo, desenvolvimento harmonioso, autocontrole, e
auto-realização. O educador deverá propiciar a exploração da curiosidade
infantil, incentivando o desenvolvimento da criatividade, das diferentes formas
de linguagem, do senso crítico e de progressiva autonomia. Como também
ser activo quanto às crianças, criativo e interessado em ajudá-las a crescerem
e serem felizes, fazendo das actividades lúdicas na educação Infantil
excelentes instrumentos facilitadores do ensino-aprendizagem. As actividades
lúdicas, juntamente com a boa pretensão dos educadores, são caminhos que
contribuem para o bem-estar, entretenimento das crianças, garantindo-lhes uma
agradável estadia na creche ou escola. Certamente, a experiência dos
educadores, além de somar-se ao que estou propondo, irá contribuir para maior
alcance de objectivos em seu plano educativo.
As intuições infantis
precisam ser acolhedoras, atraentes, estimuladoras, acessíveis ás crianças e
ainda oferecer condições de atendimento ás famílias, possibilitando a
realização de acções socioeducativas.
As crianças
necessitam receber nas instituições de educação infantil:
- Acções sistemáticas e
continuadas que visam a fornecer informações;
- Realizar vivências através de actividades
lúdicas;
- Aprimorar conhecimentos.
São vários os
benefícios das actividades lúdicas, entre eles estão:
- Assimilação de valores;
- Aquisição de comportamentos;
- Desenvolvimento de diversas
áreas do conhecimento
- Aprimoramento de habilidades;
- Socialização.
O PAPEL DO EDUCADOR
Para se ter dentro de
instituições infantis o desenvolvimento de actividades lúdicas educativas, é de
fundamental importância garantir a formação do educador e condições de atuação.
Somente assim será possível o resgate do espaço de brincar da criança no
dia-a-dia da escola ou creche.
"A esperança de
uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um
animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a
faça pensar, tomar consciência de si de do mundo e que seja capaz de dar-lhe as
mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor".
(ALMEIDA, 2004, p. 195)
No brincar espontâneo
podemos registar as acções lúdicas a partir da: observação, registo, análise e
tratamento. Com isso, podemos criar para cada acção lúdica um banco de dados
sobre o mesmo, subsidiando de forma mais eficiente e científica os resultados
das acções. É possível também fazer o mapeamento da criança em sua trajectória
lúdica durante sua vivência dentro de um jogo ou de uma brincadeira, buscando
dessa forma entender e compreender melhor suas acções e fazer intervenções e
diagnósticos mais seguros ajudando o indivíduo ou o colectivo. Com isso
define-se, a partir de uma escolha criteriosa, as acções lúdicas mais adequadas
para cada criança envolvida, respeitando assim o princípio básico de
individualidade de cada ser humano.
Já no brincar
dirigido pode-se propor desafios a partir da escolha de jogos, brinquedos ou
brincadeiras determinadas por um adulto ou responsável. Estes jogos orientados
podem ser feitos com propósitos claros de promover o acesso a aprendizagens de
conhecimentos específicos como: matemáticos, linguísticos, científicos,
históricos, físicos, estéticos, culturais, naturais, morais etc. E um outro
propósito é ajudar no desenvolvimento cognitivo, afectivo, social, motriz,
linguístico e na construção da moralidade (nos valores). O educador tem como
papel ser um facilitador das brincadeiras, sendo necessário mesclar momentos
onde orienta e dirige o processo, com outros momentos onde as crianças são
responsáveis pelas suas próprias brincadeiras.
É papel do educador
observar e colectar informações sobre as brincadeiras das crianças para
enriquecê-las em futuras oportunidades. Sempre que possível o educador deve
participar das brincadeiras e aproveitar para questionar com as crianças sobre
as mesmas. É importante organizar e estruturar o espaço de forma a estimular na
criança a necessidade de brincar, também visando facilitar a escolha das
brincadeiras. Nos jogos de regras o professor não precisa estimular os valores
competitivos, e sim tentar desenvolver atitudes cooperativas entre as crianças.
Que o mais importante no brincar é participar das brincadeiras e dos jogos.
A brincadeira permite
à criança criar, imaginar e representar a realidade e as experiências por ela
adquiridas. O bom brinquedo deve ser aquele com a qual a criança interage e que
desperta sua imaginação. Uma boneca de pano, construída, quem sabe, por ela
mesma, pode ser mais interessante do que uma boneca electrónica, diante da qual
ela se torna um mero espectador.
As actividades
lúdicas fazem com que a criança aprenda com prazer, alegria, sendo relevante
ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção única de passatempo
e de diversão. É de suma importância a utilização das brincadeiras e dos jogos
no processo pedagógico, pois os conteúdos podem ser trabalhados por intermédio
de actividades lúdicas contribuindo, dessa forma, para o crescimento global da
criança.
Sabemos que a criança
brinca porque gosta de brincar e, quando isso não acontece, alguma coisa pode
não estar bem com ela. De modo geral, a criança traz consigo a inquietude da
descoberta, da curiosidade e do querer aprender as coisas. Jogos e brincadeiras
contribuem para o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo da criança. É
brincando com o mundo que ela aprende sobre ele e desenvolve a imaginação, a
criatividade e a atenção. O brincar se torna cada vez mais importante na
construção do conhecimento, oportunizando o prazer enquanto incorpora as
informações e transforma as situações da vida real.
CONCLUSÃO
Desta forma quando o educador alfabetizador dos anos
iniciais tiver se conscientizado de que a educação pelo lúdico é a peça mestre
do edifício pedagógico, que permite a criança resolver mais facilmente os
problemas de sua escolaridade e a prepara para isso, essa actividade ocupará um
lugar privilegiado ao lado da leitura, da escrita, enfim, de ensinar e
aprender. Portanto através da actividade lúdica, a aprendizagem é activa,
dinâmica e contínua, ou seja, uma experiência basicamente social, que tem a
capacidade de conectar a criança com a cultura e meio social mais amplo. As
actividades lúdicas preparam a alfabetização, bem como toda a aprendizagem
intelectual ou de relação com o mundo da cultura. O estudo lúdico na
alfabetização não deve ser encarado como mero lazer ou simplesmente uma forma
de distracção, e sim como um ato muito importante que deve ter muita
credibilidade. È importante considerar a inclusão das actividades lúdicas como
parte integrante dos métodos e procedimentos educativos de um processo de
alfabetização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- SANTOS, Carlos António – Jogos e Actividades Lúdicas – Editora Spirit –1998.
-
TEIXEIRA, Carlos E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995.
-
VYGOTSKY, L. A Formação Social da Mente. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1984.