comércio internacional e desenvolvimento
Comercio Internacional e Desenvolvimento
A
relação entre comércio internacional e desenvolvimento sempre foi uma questão
controversa, que coloca em choque visões e interesses divergentes. Este livro
mostra como vêm se desenvolvendo as relações comerciais internacionais desde do
final do século XIX, e como têm sido diferente o discurso e as práticas dos países
mais poderosos em relação ao “livre-comércio”.
E, em particular, questiona o papel que a Organização
Mundial do Comércio (OMC) pretende desempenhar no novo quadro internacional em
que predomina o neoliberalismo, e apresenta alternativas no sentido de tornar o
comércio e as relações internacionais mais justas.
O comércio é um aspecto importante das relações internacionais. Muitas rotas de comércio da antiguidade ajudaram a definir a geopolítica do mundo actual, bem como influenciaram a ascensão e a queda de impérios. Muitos conflitos entre nações deram-se em função de disputas comerciais. Mesmo hoje dá-se mais atenção aos aspectos comerciais das relações internacionais do que propriamente às relações políticas entre os países.
Durante a história
contemporânea houve abordagens muito diferentes sobre o comércio internacional.
A primeira foi o mercantilismo. Depois, com a produção de manufacturados em
larga escala, desenvolveram-se o “livre-comércio” e sua antítese, o “proteccionismo”.
Surgem daí duas visões sobre o vínculo entre comércio e desenvolvimento económico:
o liberalismo e o nacionalismo. Ao longo dos últimos 60 anos, estas visões, em
diferentes momentos, se opõem, e em outros, se complementam, durante as tentativas
de regulamentar e ao mesmo tempo liberalizar ao máximo o comércio e os investimentos.
Crescimento Equilibrado
Conseguir um crescimento
equilibrado parece ser o grande desafio das economias emergentes. Isto porque
nem sempre é possível manter um grande volume de investimentos, compatível com
o ritmo de expansão do consumo, tanto privado como do governo. No fim, sempre
acaba ocorrendo um desbalanceamento entre estas duas variáveis chaves,
investimentos e consumo.
Este último cresce mais
rapidamente, com os investimentos tendo um longo e gradual processo de
maturação, o que obriga os bancos centrais a intervirem através de políticas
monetárias mais cautelosas.
Para cidadãos
de uma determinada nação, é importante um crescimento saudável e equilibrado de
seu país. Deve-se haver boa distribuição de renda, oportunidades de emprego,
além de desenvolvimento de setores de base que deem sustentáculo para o
desenvolvimento populacional. De nada serve um Estado forte economicamente, se
seu povo vive na dificuldade e na miséria
Monetarismo e Industrialização
O monetarismo se apoia na
chamada teoria quantitativa da moeda, tirando conclusões a partir desta teoria
para a política monetária mais adequada. Ou seja, a inflação, para esta
corrente do pensamento económico, é causada por um excesso de moeda em
circulação.
Tal como o próprio nome
indica, o monetarismo tem como principal suporte a consideração de que a moeda
assume um papel fundamental ao nível das flutuações macroeconómicas das
economias. Os primeiros contributos para esta corrente surgiram no início do século
XX por acção de alguns economistas clássicos, designadamente Alfred Marshall,
que desenvolveram estudos acerca de alguns aspectos relacionados com a moeda,
criando designadamente o conceito de velocidade da moeda (rotatividade anual do
stock de moeda) e, consequentemente, a denominada equação quantitativa
das trocas. Esta equação traduz uma identidade entre o produto do stock de
moeda pela velocidade correspondente e o produto do nível geral dos preços pelo
produto nacional bruto (PNB) real, ou seja, o PNB nominal. Desta forma, ficou
estabelecida uma relação entre a moeda e o nível dos preços da economia, o que
constitui um dos fundamentos do monetarismo.
Industrialização é um tipo de processo histórico e social através do qual a indústria se torna o sector dominante de uma economia, mediante a substituição de instrumentos,
técnicas e processos de produção, resultando em aumento da produtividade dos factores e a geração de riqueza
Ainda
durante a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e
de produtividade. Mas isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou
características do capitalismo. O progresso
passou por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura,
artesanato e manufatura deram
suas contribuições para o desenvolvimento pleno da
indústria.O primeiro país a passar por uma industrialização efetiva foi a Inglaterra. Isso porque a indústria altera não só os meios de produção, mas são impactantes nas relações sociais também. É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial, quando a Inglaterra baseia seu desenvolvimento econômico nas indústrias, promovendo o cercamento dos campos e empurrando os trabalhadores para as áreas que se urbanizavam através da produção industrial.