a música em Angola
INTRODUÇÃO
No presente trabalho abordarei sobre a música, não é tarefa fácil porque
apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar
um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que
qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o some o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre
fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já
evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música
não pode ser completamente conhecida e por isso é tão difícil enquadrá-la em um
conceito simples.
A música de Angola é uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. Luanda, capital e maior cidade de Angola, é o berço de diversos estilos como o merengue, kazukuta, kilapanda e semba. Na ilha ao largo da costa de Luanda, nasce a rebita, um estilo que tem por base o acordeão e a harmónica. Há quem defenda que o próprio fado tem origem em Angola .
O semba, que partilha raízes com o samba (de onde a palavra tem origem e
significa umbigada), é também predecessor dakizomba e kuduro. É uma música de características urbanas, e surge das cidades, em especial
com o crescimento de Luanda. À volta desta capital, criam-se grandes
aglomerados populacionais, os “musseques”. O “musseque” (expressão que em língua nacional kimbundu significa "onde há areia", por oposição à zona asfaltada) é
o espaço de transição entre o universo rural e a cidade.
INSTRUMENTOS MUSICAIS ANGOLANOS
Os instrumentos musicais
angolanos são tradicionalmente utilizados para acompanhar as musicas
tradicionais, tais como akabetula, a kilapanda (também referenciada por kilapanga ou
kilaphanga), a moda-cabecinha, a kizomba, a kalupeteca, omerengue, o semba, a rebita, o makinu, entre
outros. No entanto, também são utilizados para celebrar rituais, como por
ocasiões de um nascimento, o atingir da puberdade, um casamento, durante a
caça, em rituais litúrgicos, em funerais, em actos espirituais ou em cânticos
tribais. São de feitura manual, pelo que são autênticas obras de arte, sendo
muito cobiçados por coleccionadores.
Uma descrição bem pormenorizada
dalguns instrumentos musicais dos Lundas foi feita por Henrique Augusto Dias de Carvalho na sua obra Ethnographia e história
tradicional dos povos da Lunda (veja páginas 364 – 379 do livro mencionado na
bibliografia).