a motivação
INTRODUÇÃO
Motivação (do
Latim movere, mover) refere-se em psicologia, em etologia e em
outras ciências humanas à condição do organismo que
influencia a direção (orientação para um objetivo) do
comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. Assim a principal questão da psicologia da motivação é "porquê o
indivíduo se comporta da maneira como ele o faz?" . "O estudo da
motivação comporta a busca de princípios (gerais) que nos auxiliem a
compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situações
específicas escolhem, iniciam e mantém determinadas ações".
MOTIVAÇÃO
Conceito de Motivação
Conjunto de forças internas que mobilização o
indivíduo para atingir um dado objectivo como resposta a um estado de
necessidade, carência ou desequilíbrio.
A palavra motivação vem do latim movere , que
significa "mover". A motivação é, então, aquilo que é
susceptível de mover o indivíduo, de o levar a agir para atingir algo (o
objectivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.
Ciclo motivacional:
1. Necessidade. É o motivo, a razão de ser da
acção. É provocada por um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou
privação (ex.falta de alimento no organismo).
2. Impulso ou pulsão. É a actividade desenvolvida pela
necessidade ou motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir
num dado sentido. (Ex.força que move o indivíduo para obter comida).
3. Resposta. É a actividade desenvolvida e
desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex.procurar comida).
4. Incentivo. É o objectivo para o qual se
orienta a acção. (Ex. ingerir o alimento).
5. Saciedade. É a satisfação decorrente de se
ter atingido o objectivo pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a
fome desaparece).
.
Este comportamento sequencial volta a repetir-se
sempre que se repete a necessidade que o provoca.
TIPOS DE MOTIVAÇÃO
Não existe uma classificação para as motivações, mas
várias. As motivações podem classificar-se em dois grandes grupos:
1.Motivações fisiológicas
(primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que estão ligadas à
sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem. Elas provocam no
organismo certos impulsos para o restabelecimento do seu equilíbrio. Estas
motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado estado interno do
organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor,
sono, etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio
interno do organismo.
2. Motivações sociais (secundárias,
culturais): as que dependem essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas
no processo de socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação),
de reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser
subdividido, por exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou
centradas na sociedade.
a) Centradas no indivíduo (auto-afirmação): desejo de
segurança, de ser aceite, de pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto
social elevado, de enriquecer, etc.
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos
interesses particulares): respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade,
de amor, etc.
Há que questione esta divisão das motivações,
afirmando que todas elas têm um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro
motivo de todas as acções humanas.
Frustração
Quando o indivíduo está motivado para atingir uma dado
objectivo, e por um obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado
de frustração. Este sentimento de depende de muitos factores: personalidade
do sujeito, idade, natureza da motivação, tipo de obstáculo, etc.
Reacções à frustração. Não existe uma reacção tipo
para determinada frustração, as respostas às frustrações dependem de muito
factores como acima aludimos.
Comportamentos resultantes da frustração :
1.Agressão (directa
ou deslocada). Esta agressão denomina-se directa quando é dirigida contra a
fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para outras outras
pessoas ou objectos. Ex. A criança agride o pai que a impede de brincar
(agressão directa); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com
que o pai a impede de brincar (agressão deslocada);
Ao longo do processo de socialização, o indivíduo
aprende a lidar com as frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou
compensando as suas manifestações de agressividade. Em situações extremas, o
individuo pode dirigir as suas manifestações de agressividade deslocada para
ele próprio (auto-agressão).
2.Apatia (indiferença
ou inactividade). Face a contínuas frustrações o individuo pode cair na reacção
apática (indiferença perante a fonte da frustração).A pulsão motivadora do
comportamento é reduzida ou eliminada.
Conflito
Estado de tensão que resulta de uma tensão interior
vivida pelo sujeito quando se debate com motivações inconciliáveis.
Kurt Lewin classificou os conflitos em três
grupos:
1.Conflito aproximação/ aproximação. Decisão
sobre duas coisas desejáveis, mas incompativeis. Ex.: Escolher entre uma festa
e uma viagem;
2. Conflito afastamento/ aproximação. Decisão
sobre algo que comporta aspecto positivos, mas também negativos. Ex. Fazer uma
viagem, mas ficar sem dinheiro.
3.Conflito afastamento/ afastamento. Decisão
sobre duas coisas igualmente desagradáveis, mas inevitáveis. Ex.: Para uma
criança- comer a sopa ou ir para a cama;
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Principais teorias:
1. Teoria de Abraham Maslow. Este
psicólogo, fundador da psicologia humanista, descreve o processo como o
indivíduo passa das necessidades básicas, como alimentar-se, a necessidades superiores
como as cognitivas ou estéticas.
Maslow
estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades partindo da ideia que se
não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se impossível satisfazer outras
de ordem superior.Se temos fome (necessidade fisiológica), por exemplo, somos
incapazes de nos concentrarmos em actividades estéticas.Esta ideia aplica-a a
todas as actividades da vida humana, afirmando também que todos os homens
aspiram à auto-realização plena das suas potencialidades.
Hierarquia das motivações (por
ordem crescente):
1. Necessidades
fisiológicas (água, luz solar, alimento,oxigénio, sexo, alojamento);
2.Necessidades de segurança (estar
livre do medo e das ameaças, de não depender de ninguém, de autonomia, de não
estar abandonado, de protecção, de confidencialidade, de intinidade, de viver
num ambiente equilibrado);
3.Necessidades de afecto ou de
pertença (afiliação, afecto, companheirismo, relações interpesssoais, conforto,
comunicação, dar e receber amor);
4.Necessidades de prestígio e estima
social (respeito pela própria dignidade pessoal, elogio merecido, auto-estima,
individualidade, identidade sexual, identidade sexual, reconhecimento);
5. Necessidades de
auto-realização e criatividade (auto-expressão, utilidade, criatividade, produção,
diversão e ócio);
6.Cognitivas e de curiosidade, de
conhecer o mundo (saber, inteligência, estudo, compreensão, estimulação, valia
pessoal);
7.Estéticas (realização de
possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza, intimidade, verdade,
objectivos espirituais).
2.Teoria Psicanalíticas. O
comportamento do indivíduo é motivado por uma energia libidinal, que se
manifesta sob a forma de pulsões. A satisfação desta pulsões diminuem a tensão
no indivíduo, mas também produzem prazer.Nem sempre esta satisfação se revela
aceitável, o que origina frustrações e conflitos.
A fim de
evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a tensão
interna, os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias estratégias
para a controlarem estas tensões e obterem alguma satisfação das pulsões Na
maior parte tratam-se de respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o
individuo se dê conta disso.
OS 3 TIPOS DE MOTIVAÇÃO: PODER, REALIZAÇÃO E AFILIAÇÃO
McClellan,
psicólogo americano, defendia que as nossas motivações são inconscientes, ou
seja, se formos investigar os nossos motivos últimos, nem sempre vamos saber
porque fazemos as coisas que fazemos.
Esta
inconsciência é sem importância se pensarmos porque escolhemos um filme para
assistir no final de semana e não outro, mas tem total importância se pararmos
para pensar nos momentos de grandes decisões como escolher uma faculdade,
trocar de carreira, iniciar um relacionamento ou aderir a uma prática
religiosa.
Avaliando
especialmente candidatos e trabalhadores em empresas e indústrias, McClelland
chegou à conclusão de existem 3 tipos de motivação:
1) Motivação
de Realização: o desejo de se aperfeiçoar e fazer da melhor maneira possível
uma atividade;
2) Motivação
de Poder: o desejo de obter e exercer influência nos relacionamentos
interpessoais;
3) Motivação
de Afiliação: o desejo de se sentir integrado em um grupo, o desejo de
pertença.
Na medida em
que as pessoas estão geralmente inconscientes de tais motivações, os testes
utilizados para seleção de pessoal não conseguem captar as reais motivações e
tendência. Por isso, McClelland acreditava que o uso do “Teste de Apercepção
Temática” (TAT) seria mais adequado.
TEORIA
MOTIVACIONAL APLICADA AO TRABALHO
Os
cientistas definiram que a motivação é a energia que desperta e mantém os
esforços até conseguirmos atingir um determinado objetivo. As motivações se
diferem, dadas as situações diferentes que o individuo vivencia, como no
ambiente escolar, de trabalho, religiosa e dentre outras.De acordo com Bergamini
(2008), os incentivos monetários e de bens materiais satisfazem, apenas no
instante em que ocorre a premiação, mas a satisfação das necessidades
psicológicas é que realmente incentivam aos trabalhadores a atingirem maiores
desempenhos e de forma duradoura.Existem alguns pontos que precisam ser
analisados para entender as reais motivações dos indivíduos. Primeiramente, a
empresa precisa entender por qual motivo o funcionário se candidatou a aquela
vaga e naquela empresa. Em segundo lugar, o departamento de recursos humanos
devem promover não apenas treinamentos, mas também recursos para que os
supervisores consigam sempre manter os seus liderados motivados. E por último,
é o fato de que as saídas e demissões de funcionários, também é uma forma
inteligente de receber feedbacks e poder compreender diferentes maneiras de
motivar os funcionários.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
·
Heckhausen, Jutta & Heckhausen, Heinz
(2008). Motivation and action. Cambridge University Press. ISBN 0521852595
·
Penna, Antonio Gomes (2001). Introdução a
motivação e emoção. Rio de Janeiro-RJ: Imago. ISBN 8531207452
·
Robbins, Stephen P. (2009). "Comportamento
Organizacional". 11ª Ed. São Paulo. Pearson Prentice Hall.
·
Bergamini, C.W (2005). "Psicologia aplicada à
Administração de Empresas". 4ª Ed. São Paulo: Atlas.