Principais constituintes do sangue


INTRODUÇÃO
A função básica do sistema cardiovascular é comunicação das células entre si, produzindo um fluxo, e com o meio externo, havendo uma integração com os sistemas respiratório, renal e digestivo. Do ponto de vista biofísico, a variável fundamental para que o sistema vascular exerça sua função primária é gerar fluxo. Para que haja fluxo, é necessário gradiente. Quando se fala em fluxo de volume, de ar, sangue e líquidos, está se referindo a um gradiente de pressão. O presente trabalho com o tema principais constituentes do sangue tende a falar directamente de como é constituído o sangue e as suas diversas funções no nosso corpo. Neste contexto podemos definir o sangue como um tecido conjuntivo líquido que circula pelo sistema vascular  em animais com sistemas circulatórios fechados; formado por uma porção celular de natureza diversificada - pelos "elementos figurados" do sangue - que circula em suspensão em meio fluido, o plasma.



1.    O SANGUE
O sangue que percorre nossas artérias e veias através do sistema circulatório e possui extrema importância para nossa vida. Quando observado por meio de um microscópio, é possível verificar sua constituição se dá por um líquido amarelo, chamado plasma, onde flutuam um aglomerado de células brancas e vermelhas, água, proteínas, glicose e sais minerais.
1.1.        Características, funções e componentes do sangue 
Os glóbulos vermelhos são tão pequenos que em uma pequena gota de sangue são encontrados mais de cinco milhões deles. Os glóbulos vermelhos têm essa coloração graças à hemoglobina, que chega às veias sem oxigênio, após ter realizado sua distribuição, através das artérias, por todo o corpo. Como é o oxigênio que dá à hemoglobina a coloração vermelha, os glóbulos vermelhos das veias possuem de fato a coloração azul-arroxeada. A vida útil dos glóbulos é curta, mas graças à medula de certos ossos é possível o nascimento de novos glóbulos a cada minuto.
No corpo de uma pessoa saudável, a distribuição destes glóbulos ocorre da seguinte forma: Para cada quinhentos glóbulos vermelhos, existe somente um glóbulo branco. Estes não possuem um formato definido, contudo, possuem tamanho superior se comparados aos vermelhos. Sua função em nosso corpo é tão importante quanto a dos glóbulos vermelhos, embora ocorra de forma bastante diferente. Os glóbulos brancos funcionam como verdadeiros "soldados de defesa", uma vez que protegem nosso organismo contra a invasão dos germes de inúmeras doenças. O combate contra estes germes ocorre com a absorção destes pelos glóbulos brancos que os absorvem, matando-os. A quantidade de glóbulos brancos geralmente é aumentada quando ficamos doentes, porém, este fato aumenta proporcionalmente a gravidade da doença.
2.    OS PRINCIPAIS CONSTITUENTES DO SANGUE
 Os tipos de sangue que existem são A, B, O e AB, sendo que a principal diferença entre eles estão na proteína que compõe o sangue. Além disso há diferença no Rh, podendo ser positivo ou negativo.
Os tipos de sangue mais raros são B e AB, enquanto os tipos de sangue mais comuns incluem o A e O. O sangue é classificado em grupos com a presença ou ausência de um antígono na superfície da hemácia.
Ele é composto basicamente por plasma, hemácias, leucócitos, plaquetas e factores de coagulação.

2.1.        Plasma
O plasma sanguíneo  é componente líquido do sangue, no qual as células sanguíneas encontram-se suspensas. Apresenta coloração amarelada e corresponde a aproximadamente 55% do volume sanguíneo total.
No plasma sanguíneo são encontradas diversas substâncias, como: água (92%), proteínas (fibrinogênio,  albumina  e globulina), sódio (7%), gases, nutrientes, excreta, harmónios e enzimas. Este componente líquido também pode servir como reserva de proteínas do corpo. Também desempenha um papel importante na manutenção da pressão osmótica intravascular, mantendo os electrólitos em equilíbrio, além de proteger o organismo contra infecções e outros distúrbios do sangue.
Ocorre um livre intercâmbio de vários componentes do plasma com olíquido intersticial, por meio dos poros presentes na membrana capilar. Habitualmente, em decorrência da dimensão das proteínas plasmáticas, estas não transpõem a membrana capilar, conservando-se no plasma. No entanto, outras moléculas dissolvidas no plasma e as moléculas de água presentes no mesmo, se difundem livremente. Esta saída de água do plasma por meio dos capilares é regulada pela pressão coloido-osmótica, bem como pelo estado de permeabilidade das membranas, sendo que a albumina representa uma das principais responsáveis pela manutenção dessa pressão.
2.2.        Hemácias
Hemácias são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, que estão presentes no sangue em número de cerca de 4,5 a 6,0 x 106/mm³, em condições normais. São constituídas basicamente por globulina ehemoglobina  (composta de 4 moléculas proteicas de estrutura terciária e 4 agrupamentos heme que contém o ferro, cada íon ferro é capaz de se ligar frouxamente a dois átomos de oxigénio, um para cada molécula de hemoglobina), e a sua função é transportar o oxigénio  (principalmente) e o gás carbónico (em menor quantidade) aos tecidos. Os eritrócitos vivem por aproximadamente 120 dias.
Estas células não possuem núcleo e o seu citoplasma é rico em hemoglobina, que é responsável pela cor vermelha do sangue. Por conta da sua característica a hemácia é utilizada para diversas pesquisas, como osmolaridade de membranas.
Hematopoiese das células do sangue - o segundo grupo de células representa a formação das hemácias.
A formação de hemácias é denominada eritropoiese. Este processo é dinâmico e envolve os processos de mitose, síntese de DNA e hemoglobina, incorporação do ferro, perda de núcleo, organicos e resulta na produção de glóbulo vermelho sem núcleo e com reservas energéticas.
2.3.        Leucócitos
Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são um grupo de células diferenciadas a partir de células-tronco pluripotenciais oriundas da medula óssea e presentes no sangue, linfa,órgãos linfoides e vários tecidos conjuntivos. As citadas células-tronco também dão origem aos chamados glóbulos vermelhos(hemácia ou eritrócito) e às plaquetas (trombócitos), que, junto com os leucócitos, integram os chamados elementos figurados do sangue. Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro  (milímetro cúbico) de sangue.
Os leucócitos fazem parte do sistema imunitário do organismo. Têm por função o combate e a eliminação de microrganismos e estruturas químicas estranhas ao organismo por meio de sua captura ou da produção de anticorpos, sejam eles patogênicos ou não. Os leucócitos compreendem um grande grupo de células que se apresenta numa grande variedade de formas, tamanhos, número e funções específicas. São células que não pertencem intrinsecamente ao tecido sanguíneo, utilizando-o apenas como meio de transporte. Suas origens, funções e morte dão-se em outros tecidos. Têm a capacidade de atravessar as paredes dos capilares (diapedese), passando a se deslocar nos tecidos conjuntivos mediante a emissão de pseudópodes. Alguns são abundantes na linfa e no sistema linfático. Por isso, o aumento de tamanho de gânglios, principalmente aqueles localizados logo abaixo da pele, revela a existência da uma infecção em acção, em alguma parte do corpo.
2.4.        Plaquetas
Plaquetas:  São fragmentos de células que também podem ser chamados de trombócitos. Graças às plaquetas, quando temos um machucado leve, rapidamente o sangramento para. Elas também ajudam no processo de cicatrização das feridas.
Embora pequenas, as plaquetas são as células do sangue responsáveis por elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e coagulação. São formadas na medula óssea a partir da fragmentação do citoplasma do seu precursor, o megacariócito – uma célula gigante e multilobulada presente na medula.
Do ponto de vista morfológico, as plaquetas são fragmentos cito plasmáticos enucleados de tamanho variado, de 2,9 a 4,3 µm e espessura entre 0,6 a 1,2 µm. É importante salientar que o tamanho das plaquetas varia de um indivíduo para outro. Há quatro tipos distintos de grânulos nas plaquetas: os α-grânulos, os corpos densos, os lisossomos e os micro peroxissomos.
Uma plaqueta sanguínea ou trombócito é um fragmenta coroplasmatico anucleado, presente no sangue que é formado na medula óssea. A sua principal função é a formação de coágulos, participando portanto do processo de coagulação sanguínea.
Uma pessoa normal tem entre 150.000 e 400.000 plaquetas por milímetro cúbico de sangue. Sua diminuição ou disfunção pode levar a sangramentos, assim como seu aumento pode aumentar o risco de trombose.
·         Trombocitopenia  (ou plaquetopenia) é a diminuição do número de plaquetas no sangue.
·         Trombocitose  (ou plaquetose) é o aumento do número de plaquetas no sangue.
3.    AS HEMÁCIA
Hemácias são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos, que estão presentes no sangue em número de cerca de 4,5 a 6,0 x 106/mm³,em condições normais. São constituídas basicamente por globulina e hemoglobina (composta de 4 moléculas protéicas de estrutura terciária e 4 grupamentos heme que contém o ferro, cada íon ferro é capaz de se ligar frouxamente a dois átomos de oxigênio, um para cada molécula de hemoglobina), e a sua função é transportar o oxigênio(principalmente) e o gás carbônico (em menor quantidade) aos tecidos. Os eritrócitos vivem por aproximadamente 120 dias.
Estas células não possuem núcleo e o seu citoplasma é rico em hemoglobina, que é responsável pela cor vermelha do sangue. Por conta da sua caraterística a hemácia é utilizada para diversas pesquisas, como osmolaridade de membranas.
3.1.        Formação nos humanos
A formação de hemácias é denominada eritropoiese. Este processo é dinâmico e envolve os processos de mitose, síntese de DNA e hemoglobina, incorporação do ferro, perda de núcleo, organelos e resulta na produção de glóbulo vermelho sem núcleo e com reservas energéticas.1
medula óssea é o cerne da eritropoiese que realiza-se pela diferenciação das células-tronco em proeritroblasto, eritroblasto basófilo, eritroblasto policromático, eritroblasto ortocromático e reticulócito (liberado na circulação). Após o período de um ou dois dias o reticulócito perde o retículo e torna-se um eritrócito.
3.2.        Características
Nos mamíferos, os eritrócitos são discos bicôncavos que não têm núcleo e medem 0,007 mm de diâmetro. Nos demais vertebrados, são ovais e possuem núcleo. A cor vermelha se deve à alta concentração da molécula de transporte de oxigênio dentro das células, a hemoglobina. Há cerca de 5 milhões de eritrócitos em um milímetro cúbico de sangue humano; eles são produzidos numa velocidade de 2 milhões por segundo por um tecido especial que se localiza na medula óssea de quase todos os ossos no recém nascido, e apenas em ossos membranosos em adultos (arcos costais, corpo vertebral, esterno e ílio) o tecido hematopoiético, e as partículas velhas são destruídas e removidas pelo baço liberando bilirrubina.
Os eritrocitos também atuam no começo da verífase (fase da divisão celular entre anáfase e telófase ) ativando a coenzima de restrição do MED2, enzima responsável pela promoção da citocinese.
As baixas tensões de oxigênio, hipoxia, nas grandes altitudes estimulam maior produção de hemácias para que o transporte de oxigênio seja facilitado. A hipoxia é detectada pelo sistema renal, e este produz a hormôna Eritropoetina que estimula a medula óssea a produzir maior número de eritrócitos, consequentemente causando a correção da hipoxia.
Quando colocadas em solução hipotônica (menos concentrada), as hemácias sofrem hemólise, ou seja, se rompem. Em meio hipertônico (mais concentrado), perdem água e murcham, ocorrendo plasmólise. Quando os eritrócitos se rompem, liberam a hemoglobina, que é convertida em bilirrubina e eliminada pela vesícula biliar ao sistema gastrintestinal.
Na membrana dos glóbulos vermelhos existem vários tipos de proteínas que são: a anquirinaactinaglicoforinabanda 3espectrina e banda 4.1.
3.3.        Doenças e ferramentas de diagnóstico
Doenças sanguíneas que envolvem as hemácias incluem:
·         Anemias são doenças caracterizadas pela capacidade diminuída de transporte de oxigénio devido à diminuição da contagem de eritrócitos ou à concentração de hemoglobina nestas células.4
·         Anemia ferropénica (ou anemia ferropriva) é a anemia mais comum; ocorre quando a ingestão de ferro ou a sua absorção pelo organismo está diminuída, levando a diminuição da produção da hemoglobina, pois o ferro é um dos seus principais constituintes;
·         Anemia falciforme é uma doença genética que resulta da mutação das moléculas de hemoglobina. Quando estas se desligam do oxigénio tornam-se insolúveis e levam à alteração da forma das hemácias. Estas partículas em forma de foice são rígidas e podem bloquear os vasos sanguíneos, causar dor, tromboses e outros danos teciduais. Especificamente, a anemia falciforme é devida a uma mutação que consiste na troca de um aminoácido Glu-6 (glutamato na posição 6) por uma Val-6 (valina na posição 6) na zona externa da hemoglobina; esta mudança de um aminoácido polar para um hidrofóbico causa a alteração conformacional própria da anemia falciforme.
·         Talassemia é uma doença genética que resulta na alteração da quantidade produzida de subunidades da hemoglobina.
·         Anemia hemolítica é um grupo de anemias cuja causa se deve à destruição aumentada de glóbulos vermelhos (hemólise), podendo ter origem factores intrínsecos ou extrínsecos à hemácia.
·         Esferocitose é uma anemia hemolítica caracterizada por um defeito genético nas proteínas da membrana e/ou no citoesqueleto da partícula, levando a hemácias pequenas, de forma esférica (esferócitos), daí o nome, e de constituição frágil, ao contrário da sua forma bicôncava e flexível.
·         Anemia Perniciosa é uma doença auto-imune caracterizada pela falta do factor intrínseco necessário para a absorção da vitamina B12 da comida. A vitamina B12 é essencial para a produção da hemoglobina.
·         Anemia aplástica é causada pela incapacidade da medula óssea de produzir particulas sanguíneas,(a produção de particulas sangüíneas pela medula óssea também pode ser chamada de eritropoeise).
·         O parasita da malária passa parte do seu ciclo de vida nas hemácias, alimenta-se da hemoglobina e depois provoca hemólise, o que origina febre. Tanto a anemia falciforme e a talassemia são comuns nas áreas da malária pois estas mutações oferecem resistência a esta doença.
·         Policitemias (ou eritrocitoses) são doenças caracterizadas por um aumento do número de glóbulos vermelhos. O aumento da viscosidade do sangue daí derivado pode causar vários sintomas.
·         Na policitemia primária o número aumentado de hemácias advém de uma alteração da medula óssea.
·         Várias doenças microangiopáticas, que incluem a coagulação intravascular disseminada e as microangiopatias trombóticas, apresentam no diagnóstico fragmentos de hemácias designado por esquitócitos. Estas patologias geram feixes de fibrina que prendem os glóbulos vermelhos quando estes tentam passar pelo trombose.
Os vários exames sanguíneos incluem a contagem de glóbulos vermelhos por volume de sangue e o hematócrito (percentagem de volume de sangue ocupado pelo volume total das hemácias). O tipo sanguíneoprecisa de ser determinado se for necessária uma transfusão sanguínea ou um transplante de órgãos.
3.4.        Sistema ABO
A descoberta dos grupos sanguíneos
Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner (1868 – 1943) verificou que, quando amostras de sangue de determinadas pessoas eram misturadas, as hemácias se juntavam, formando aglomerados semelhantes a coágulos. Landsteiner concluiu que determinadas pessoas têm sangues incompatíveis, e, de fato, as pesquisas posteriores revelaram a existência de diversos tipos sanguíneos, nos diferentes indivíduos da população.
Quando, em uma transfusão, uma pessoa recebe um tipo de sangue incompatível com o seu, as hemácias transferidas vão se aglutinando assim que penetram na circulação, formando aglomerados compactos que podem obstruir os capilares, prejudicando a circulação do sangue.
3.5.        Aglutinogênios e aglutininas
No sistema ABO existem quatro tipos de sangues: A, B, AB e O. Esses tipos são caracterizados pela presença ou não de certas substâncias na membrana das hemácias, os aglutinogênios, e pela presença ou ausência de outras substâncias, as aglutininas, no plasma sanguíneo.
Existem dois tipos de aglutinogênio, A e B, e dois tipos de aglutinina, anti-A e anti-B. Pessoas do grupo A possuem aglutinogênio A, nas hemácias e aglutinina anti-B no plasma; as do grupo B têm aglutinogênio B nas hemácias e aglutinina anti-A no plasma; pessoas do grupo AB têm aglutinogênios A e B nas hemácias e nenhuma aglutinina no plasma; e pessoas do grupo O não tem aglutinogénios na hemácias, mas possuem as duas aglutininas, anti-A e anti-B, no plasma.


CONCLUSÃO
Depois da pesquisa feita chegamos a conclusão de que O sangue é uma forma particular de tecido líquido que circula no sistema artério-venoso e capilar do organismo. O sangue assegura a “constância do meio” em que vivem as células, que é condição indispensável para a vida livre, entendo-se por livre o desenvolvimento das funções vitais sem serem condicionadas pelas variações do meio exterior.
Além disso, o sangue: é veículo de substâncias nutritivas (sais, glícidos, lípidos, proteínas) absorvidas ou mobilizadas dos depósitos; Transporta aos tecidos oxigénio e deles transporta dióxido de carbono, de forma a possibilitar a sua eliminação através do aparelho respiratório; Veicula para os órgãos de eliminação (rins, fígado, glândulas sudoríparas, intestino) todos os resíduos elaborados pelos tecidos mediante o transporte de hormonas produzidas por glândulas e colocadas directamente na corrente circulatória; Nivela e torna uniforme, nas várias zonas, a temperatura do corpo.
O Dia 14 de junho é considerado como o Dia Mundial de Doação de Sangue.


BIBLIOGRAFIA
As hemácias. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hem%C3%A1cia. Acessado aos 09 de Maio de 2015.
O sangue. Disponível em: http://www.oportalsaude.com/xfiles/onossocorpo/o_nosso_corpo_1108.pdf. Acessado aos 9 de Maio de 2015.