as TICs em educação pré-escolar
utilização pelos Educadores de Infância e crianças
Rita Brito
britoarita@gmail.com
Universidade de Málaga
Málaga, Março de 2011
Nos últimos anos
apercebemo-nos de uma revolução tecnológica crescente que tem trazido novos
direccionamentos económicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade. A
evolução tecnológica é como uma bola de neve, isto é, cresce a cada dia, e a
ausência desse conhecimento faz-nos distanciar, gradualmente, do mundo real.
A informática marca a sua
presença na sociedade moderna, a ponto de imaginarmos ser impossível, hoje, uma
sociedade sem a tecnologia da informação (Garcia Velasco, 2006). Cada vez mais
existe uma necessidade de preparo técnico devido à presença marcante da
tecnologia nas nossas vidas, seja nos centros comerciais, nos bancos, nas
residências, e principalmente nas escolas (Madrid Vivar, 2006).
As tecnologias têm
consequências na sociedade em geral, e particularmente sobre a educação, onde
devem estar presentes, pois proporcionam novas vias de comunicação e potenciam
algumas já existentes. Uma escola ligada à sociedade deve considerar as
tecnologias como um factor de transformação das estruturas sociais (Madrid
Vivar, 2006), por isso, deverá estar atenta às inovações tecnológicas para
benefício do sucesso educativo, e como se encontra cada vez mais inserida nesta
sociedade em mudança como parte integrante da mesma, sofre as suas influências.
Expressões como educar
para a mudança, educar para o futuro, assumem cada vez mais importância, tendo
em vista principalmente a formação de cidadãos intervenientes e críticos,
capazes de desenvolverem um trabalho cada vez mais flexível ao longo da vida
activa. Exige-se que “estes jovens sejam capazes de resolver
problemas, que desenvolvam capacidades de comunicação, capacidades de relações
interpessoais e de liderança”, (Cabra & Marciales, 2009, p.
117). É necessário que a escola se adapte às necessidades de mudança dos seus
alunos, das comunidades onde se insere, e de um novo tipo de economia, para que
não se deixe atrasar em relação às grandes mudanças sociais operadas a um ritmo
cada vez maior, sob pena de se tornar obsoleta por
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não responder aos
múltiplos desafios e papéis dos tempos actuais, que se caracterizam pela
profunda transformação tecnológica operada pela rápida evolução e difusão de
novas tecnologias, principalmente as associadas às comunicações e aos
computadores (Cabra & Marciales, 2009; Ponte & Canavarro, 1997). A
escola deve reconhecer o lugar que as TIC ocupam no dia-a-dia de todos nós e as
potencialidades educativas destas tecnologias.
Os efeitos desta
revolução tecnológica são visíveis em todos os graus de ensino, desde o
jardim-de-infância até aos níveis mais elevados. As crianças do ensino
Pré-escolar devem beneficiar da integração das TIC, pois, "quando
aplicada de modo apropriado, a tecnologia pode desenvolver as
capacidades cognitivas e sociais, devendo ser utilizada como uma de muitas
outras opções de apoio à aprendizagem" (Moreira, 2002, p. 12).
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O novo modelo de
organização das sociedades, a Sociedade da Informação, assenta num modo
de desenvolvimento social e económico onde a informação, como meio de criação
de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na
contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos.
Na Sociedade
Industrial, que antecede a sociedade de Informação, o veículo essencial de
transmissão do saber é o livro. A televisão acrescenta o dinamismo das imagens
e a força da transmissão em directo. Na Sociedade da Informação,
diversificam-se os suportes do saber, que passam a incluir o computador e o
acesso a redes de comunicação à distância, de cunho interactivo. O
desenvolvimento da capacidade de compreensão continua a ser importante e, por
conseguinte, os livros não irão desaparecer. Mas surge um novo significado para
o saber que passa a centrar-se no saber procurar, saber
interpretar e saber integrar diversas fontes de dados com vista a
realizar um objectivo. Podemos arriscar ao dizer que esta sociedade de
informação gravita em torno da associação da informática com as
telecomunicações e, por isso, é designada por TIC – Tecnologias de Informação e
Comunicação. A sociedade em que vivemos encontra-se dominada pelas TIC. Este
termo inclui “todas as tecnologias utilizadas na criação,
armazenamento e troca de informação nas suas várias formas: dados, voz, vídeo,
imagens...” (Matos, 2004, p. 341). Segundo Garcia Velasco (2000), a
denominação de novas tecnologias é pouco apropriada pela sua referência
temporal. É preferível a denominação de TIC (Tecnologias de Informação e
Comunicação), que se caracteriza pelos processos de comunicação e tratamento
automático da informação, permite a interactividade de todo o processo de
ensino-aprendizagem e requer material informático sofisticado.
Está a operar-se no mundo
uma transformação, e por conseguinte, no modo como é perspectivada a educação
(Lou, Abrami & D’Apollonia, 2001). Surge, assim, um novo paradigma social,
que vive da informação e do conhecimento, e que tem como principal recurso a
tecnologia, obrigando o cidadão a desenvolver as competências necessárias para
compreender e se envolver neste novo
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processo, e não apenas a saber manusear correctamente as tecnologias
(Santos, 2004).
O computador na Educação Pré-Escolar: os seus benefícios a nível do
desenvolvimento e aprendizagem das crianças
A introdução da tecnologia nos currículos da Educação Pré-Escolar tem
provocado debate entre educadores, políticos e outros profissionais que
trabalham e se interessam por este período do desenvolvimento humano. Ao
equacionar o ambiente educativo tradicional do pré-escolar, em que as
actividades desenvolvidas (conversas em grande grupo, pintura, desenho,
dramatizações, histórias) e os materiais utilizados (jogos, livros, areia,
barro, desperdícios) pretendem estimular de uma forma equilibrada o
desenvolvimento sócio-afectivo, físico, intelectual e social das crianças,
também não podemos descurar a importância da introdução/utilização das TIC nas
salas dos jardins-de-infância, como recursos indispensáveis na construção dos
saberes (ser, estar, fazer).
“O papel do educador de
infância será o de facultar às crianças, no jardim-de-infância, um melhor
acesso a experiências e vivências, e uma cada vez maior diversificação de
recursos, criando espaços próprios que facilitem o contacto e a exploração dos
mesmos” (Carioca,
1999, p. 34). Sublinha-se, pois, a capacidade de escolha dos programas
(NAYEC, 2009), a elaboração de actividades para a "entrada" do
computador no mundo da criança e o novo desempenho do educador de infância, na
medida em que terá que planificar a sua actividade profissional com base na
nova realidade. No entanto, é preciso não esquecer que devemos encarar “o
computador apenas como um dos muitos instrumentos e materiais que
podem proporcionar experiências valiosas em programas orientados para o
desenvolvimento da criança” (Brickman & Taylor, 1996, p. 174).
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Através do computador, há
a possibilidade de se recorrer a jogos e outras actividades lúdicas, com
diferentes métodos de apresentação dos conteúdos pedagógicos, que cativam as
crianças e os adultos.
Várias investigações na
área demonstram que o uso adequado das tecnologias informáticas permite que se
desenvolvam diversas competências. O desenvolvimento da linguagem e
literacia constituem as áreas curriculares mais investigadas no que se
refere à sua relação com a utilização da tecnologia na idade pré-escolar
(Kariuki & Burkette, 2007; Morrow, 2009; Parette, H. P., Hourcade, J. J., et
al., 2009). Contrariamente à opinião dos críticos (Cordes & Miller,
2000; Healy, 1998), o computador não inibe o desenvolvimento da linguagem. De
facto a investigação tem revelado que: i) Os jogos de computador
estimulam a produção de discurso mais complexo e fluente (Kariuki &
Burkette, 2007); ii) As crianças são estimuladas a usar a linguagem,
principalmente quando utilizam programas abertos que encorajam a exploração e a
imaginação, como são o caso dos programas de desenho, fazendo descrições
enquanto desenham, deslocam objectos, ou "escrevem" (Clements &
Nastasi, 2002); iii) As crianças contam histórias mais elaboradas acerca
dos desenhos efectuados em computador (Clements & Nastasi, 2002); iv)
A interacção com os computadores estimula a comunicação verbal e a colaboração
entre as crianças (Van Scoter, 2008) e proporciona situações de conflito
sócio-cognitivo propiciadoras de aprendizagem (Amante, 2003, 2004).
No que se refere à linguagem
escrita, a investigação demonstra que as TIC, nomeadamente a utilização dos
processadores de texto, oferecem às crianças oportunidades de se envolverem na
exploração e co-construção de conhecimentos sobre representação simbólica e
desenvolvimento da literacia e de conceitos com ela relacionados, como
direccionalidade da escrita, sequencialidade, etc. (Amante, 2004; Morrow,
2009). A utilização de livros de história electrónicos, bem como a sua criação
pelas próprias crianças e educadores (Grimshaw et al., 2007;
Lefever-Davis & Pearman, 2005) tem também revelado ganhos significativos.
Com efeito, os livros interactivos parecem contribuir para o progresso de
capacidades ao nível de vocabulário, sintaxe e reconhecimento de palavras, como
nos refere, Uchikoshi (2005), bem
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como da compreensão da
estrutura narrativa das histórias (Verhallen, Bus & De Jong, 2006). Por seu
turno, Lewin (2000) assinala que os programas interactivos multimédia
complementam o desenvolvimento da literacia, na medida em que a sua componente
áudio permite trabalhar questões de pronúncia, bem como proporcionar leitura
silabada ou centrada em segmentos fonéticos, desenvolvendo deste modo a
consciência fonológica, como tem vindo a ser demonstrado por vários estudos
(Van Scoter, 2008; Wise et al., 2006).
Ainda relativamente ao
desenvolvimento da linguagem escrita, é inevitável, aqui, uma referência à
utilização do correio electrónico (Amante, 2003, 2004a;
Siraj-Blatchford & Whitebread, 2003), pois a sua facilidade de utilização
associada à instantaneidade na troca de mensagens, histórias, desenhos, etc.,
revela-se altamente motivadora para as crianças e estimuladora da comunicação e
descoberta da linguagem escrita.
A utilização de
computadores tem também demonstrado estimular a emergência de alguns conceitos
matemáticos tais como, reconhecimento de formas, contagem e classificação.
Clements & Nastasi (2002) referem que as crianças que têm a possibilidade
de associar experiências manipulativas directas à utilização de um programa de
computador, evidenciam maior competência em operações de pensamento lógico e
classificação do que aquelas que apenas tiveram acesso à experiência
manipulativa concreta.
Para além do acesso à
informação, é igualmente possível utilizar a tecnologia para transformar e
produzir nova informação (Ponte, 2002a). Assim, por exemplo, a Internet
oferece às crianças a possibilidade de editarem em papel ou online os seus
trabalhos, quer seja uma história, o jornal escolar ou uma pesquisa feita em
grupo (Mitchell, Foulger, & Wetzel, 2009).
A utilização de câmaras
digitais permite a realização de fóruns online, e permite às
crianças contactar com outras crianças, outras escolas ou família. Permite
também documentar experiências vividas pelas crianças no âmbito da sua
comunidade ou outros contextos, facilmente editáveis no jornal escolar, no
blogue da turma ou no site da escola (Amante, 2003; Mitchell, Foulger,
&
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Wetzel, 2009). A simples
utilização do correio electrónico permite a troca de mensagens, postais
animados, textos, histórias, fotografias e desenhos digitalizados, com os seus
amigos, família, elementos da comunidade e correspondentes. A exibição aos
olhos de outras pessoas que sejam importantes para as crianças e façam parte do
seu grupo relacional enaltece os seus trabalhos e atribui-lhes um sentido
acrescido (Amante, 2003; Drogas, 2007). A investigação a este nível é ainda
muito escassa, no entanto, é importante explorar a vertente da comunicação
interpessoal que a tecnologia oferece, pois esta assume-se como outra das suas
vantagens que importa considerar (Shields & Behrman, 2000). Outros
benefícios da introdução do computador na educação pré-escolar são a nível das capacidades
cognitivas e sociais (Nir-Gal & Klein, 2004). Segundo Moreira, “quando
aplicada de modo apropriado, a tecnologia pode desenvolver as
capacidades cognitivas e sociais, devendo ser utilizada como uma de muitas
outras opções de apoio à aprendizagem”
(Moreira, 2002, p. 12).
Ao analisarmos as várias perspectivas apresentadas, parece-nos pertinente
integrar as TIC nos currículos do pré-escolar e/ou trabalhar os currículos
recorrendo às tecnologias, pois estas são áreas igualmente importantes. É
imperioso adoptar uma orientação correcta, para que as tecnologias possam ter
uma influência positiva na atitude da criança face à aprendizagem, assim como
nas suas capacidades para se integrar, compreender e modificar o mundo que a
rodeia.
Projectos TIC em Portugal
A introdução das TIC no ensino em Portugal começou a sua expansão nos
anos 80, onde foram feitas as primeiras tentativas, um pouco por todo o mundo,
de integrar as tecnologias de informação e comunicação no ensino das várias
disciplinas. Deste modo, os países foram-se organizando no sentido de irem
lançando a semente que deveria frutificar rapidamente, isto é, foram
estruturando as bases para o desenvolvimento de projectos a nível nacional ou
internacional, que facilitassem a integração das TIC nas práticas dos
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professores. Para isso,
foram sendo lançados projectos ou programas que se foram alicerçando no
terreno.
Em Portugal, algumas
práticas de qualidade ou projectos têm sido implementados no terreno, dos quais
salientamos os que nos parecem mais significativos.
Surgiu pela primeira vez
em Portugal, em 1984, um projecto para a introdução das novas tecnologias no
sistema educativo: o Projecto Carmona. Os seus principais objectivos,
entre outros, foram promover a inovação tecnológica e criar os centros
escolares de informática (CEI).
Em 1985, Portugal vê
“nascer”, o grande projecto oficial de introdução do computador nas escolas – O
Projecto MINERVA (Meios Informáticos no Ensino-Racionalização,
Valorização, Actualização). Tinha como intuito principal
“promover a introdução
racionalizada dos meios informáticos no ensino, num esforço que permita
valorizar o próprio sistema educativo” (GEPE/Ministério da Educação,
1994, p. 14).
Em 1992 foi implementado
o Programa FOCO (Programa de Formação Contínua de Professores), destinado
a educadores de infância e a professores dos ensinos básico e secundário. Para
dar continuidade ao Projecto Minerva surge, em 1996, o Programa Nónio –
Século XXI, direccionado a professores e escolas do ensino secundário,
com o objectivo de “apoiar e adaptar o desenvolvimento das escolas às
novas exigências colocadas pela
Sociedade de Informação” (Silva e Silva, 2002, p.
8). Em simultâneo com o Programa Nónio surge a iniciativa
Internet nas Escolas, cujo objectivo era equipar todas as escolas
com um computador multimédia e sua ligação à Internet via RCTS – Rede Ciência,
Tecnologia e Sociedade. A Edutic criada pelo GIASE (Gabinete de
Informação e Avaliação do Sistema Educativo) era uma unidade que tinha como
objectivo desenvolver as TIC na Educação e dar continuidade ao Programa Nónio –
século XXI. Esta unidade foi extinta ainda no ano de 2005 com a criação da Equipa
de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola - CRIE (CRIE,
2007). Com o objectivo de “fazer da
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sociedade da informação e
do conhecimento uma alavanca para a coesão social e para a modernização
económica e tecnológica” (Ministério da
Educação, 2005, p.
11099), esta equipa tem a tarefa de coordenação, articulação, concepção,
realização e avaliação das iniciativas relativas ao uso de computadores, redes
e Internet nas escolas.
Nas reformas do sistema
educativo, tem havido sempre a preocupação de focar a necessidade de introdução
e utilização dos meios tecnológicos em contextos de ensino e de aprendizagem
(Ministério da Educação, 1986). Em termos práticos, constatamos haver poucos
projectos no sentido de introduzir as TIC no pré-escolar, comparado com outros
níveis mais avançados. Mais concretamente, e pelas vantagens que se lhes
reconhecem, a utilização das tecnologias informáticas no jardim-de-infância
está prevista nas Orientações Curriculares para o Pré-Escolar:
“A utilização de meios
informáticos, a partir da educação Pré-Escolar pode ser desencadeadora de
variadas situações de aprendizagem, permitindo a sensibilização a um outro
código, o código informático, cada vez mais necessário. Este pode ser utilizado
em expressão plástica e expressão musical, na abordagem ao código escrito e na
matemática” (Ministério da Educação, 1997, p. 82).
Apesar de termos
encontrado poucos projectos e programas com o objectivo de introduzir as TIC no
pré-escolar, todos os referidos tornam objectiva a constatação de que já se
encontra bastante trabalho desenvolvido no campo da introdução das Tecnologias
de Informação e Comunicação nas escolas portuguesas.
Justificação e objectivo do estudo
A nossa escolha em
desenvolver este trabalho ao nível do ensino pré-escolar e relacionado com as
tecnologias prendeu-se com vários factores.
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Um primeiro
aspecto prende-se com o facto de o número de estudos da faixa etária
pré-escolar ser ainda muito reduzido (Arroz, Figueiredo e Sousa, 2009). Um
segundo aspecto diz respeito ao facto de o pré-escolar ser um nível de
escolaridade que tem merecido, entre nós, muito pouca atenção ao nível de
inovação tecnológica, sendo também por isso, o potencial da sua utilização, a
este nível, pouco sabido. Como refere Folque, a utilização do computador em
contexto educativo, como mais uma ferramenta ao serviço do educador e da
criança no pré-escolar, está ainda numa fase muito primária (Folque, 2002,
s.p.). Corroborando com esta opinião, Plowman e Stephen referem que “existe
consenso entre políticos, profissionais, académicos e pais de que é benéfica
a introdução das TIC no pré-escolar. No entanto, são poucos os estudos
disponíveis sobre este tema” (Plowman & Stephen, 2005, p. 145-147).
Um terceiro aspecto
relaciona-se com os resultados da investigação actual (Amante, 2003; Brito,
2010; Kariuki & Burkette, 2007; Morrow, 2009). Estes resultados têm vindo a
comprovar a importância do contacto da criança desta idade com a tecnologia,
quer porque esta faz parte indiscutível do mundo que a rodeia, quer pela
importância educativa das experiências que lhe pode proporcionar.
Por último, no que se
refere às razões que determinaram esta escolha, é um facto que, apesar de se
escrever hoje muito sobre a integração das tecnologias de informação e
comunicação na escola, (existindo vários estudos que nos apontam taxas e
percentagens de utilização, números de utilizadores, ratio
alunos/computadores, programas mais e menos utilizados, etc.) (Paiva 2002,
2002a), e sem querer desvalorizar a relevância destes contributos, existem, no
entanto, muito poucos estudos que nos descrevam e analisem processos efectivos
de integração da tecnologia na Escola em geral, e ao nível da educação
pré-escolar em particular.
O objectivo do presente
estudo foi verificar as atitudes, meios e práticas de crianças em idade
pré-escolar e educadores de infância, em Portugal, relativamente à utilização
das TIC. Os educadores utilizam efectivamente as TIC? E o
computador? Como é o mesmo recebido pelos vários
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actores no terreno? Que
mecanismos desencadeia? Quais as mais-valias do computador para as crianças?
Que tipo de software utilizam? Foi no sentido de procurar resposta para
estas questões e outras, que emergiu a nossa abordagem.
Metodologia da investigação
Conforme foi já referido,
vários têm sido os projectos implementados com o objectivo de introduzir as TIC
no ensino pré-escolar, no entanto, pouco tem sido o feed-back que esses
estudos têm proporcionado. Pareceu-nos assim pertinente lançar um questionário,
para percebermos a situação actual relativamente à utilização das TIC, mais
concretamente do computador, na faixa etária referida. Foi elaborado um
questionário numa estratégia baseada na utilização conjunta de métodos
quantitativos e qualitativos numa lógica de complementaridade, tal como
aconteceu noutros estudos (Fernandes, 2006; Martinho, 2008; Martins, 2007). No
ano lectivo de 2008/2009, mais concretamente de Setembro de 2008 a Julho de
2009, foram enviados, por correio electrónico, questionários para vários
educadores de infância de todo o país. Em Agosto de 2009, foram recolhidos os
questionários e procedeu-se à sua análise. A nossa amostra consistiu em 363
educadores de infância. Assim, o questionário é composto por vinte e oito
perguntas, das quais cinco perguntas são de resposta aberta, e vinte e três são
de resposta fechada. Os dados recolhidos nas questões fechadas foram tratados
com todo o rigor científico, através da aplicação do programa Microsoft® Excel
2007™. Os dados recolhidos nas questões abertas foram tratados recorrendo à
análise de conteúdo, através de categorias e da catalogação das respostas.
Como forma de
triangulação de dados, foram também realizadas observações em dois
jardins-de-infância, mais concretamente nas aulas de informática de crianças do
pré-escolar, o que nos deu uma amostra de 355 crianças. As observações foram
também registadas num diário de bordo e foram complementadas com filmagens de
cada sessão. Por opção metodológica, estes dois jardins-de-infância irão ser identificados
por jardim-de-infância A e E. As
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observações foram
analisadas qualitativamente, sendo organizadas por categorias.
Análise dos dados
A totalidade dos
inquiridos respondentes ao questionário eram do sexo feminino (100%).
Relativamente à faixa
etária mais representada na amostra, a maioria (28%) tem mais de 45 anos. Em
termos de tempo de serviço, 21% tem entre 20 a 24 anos e estão efectivos (37%)
no jardim-de-infância onde trabalham, o que indica que a maior parte da nossa
amostra está numa situação estável a nível laboral. Em termos de nível de
escolaridade, 86% da amostra são licenciados.
A maioria dos educadores
inquiridos são naturais da zona Centro (69%) e trabalham na mesma zona (66%).
Cruzando estes dados, percebemos que os educadores se encontram,
maioritariamente, a trabalhar na sua área de residência.
Constatámos que 59%
dos educadores inquiridos consideram que utilizar as TIC no pré-escolar
é muito importante, e 86% referiram que utilizam as mesmas, o que
considerámos muito positivo. No entanto, é importante referir que a
maioria dos questionários foram recolhidos por correio electrónico, ou seja, a
maioria dos educadores respondentes já utilizavam as tecnologias. Concordamos
com Fernandes (2000, p. 91) quando refere que ”as novas tecnologias
da informação e comunicação constituem hoje um poderoso recurso a que as
escolas devem poder aceder de forma equitativa no sentido de se poderem criar
ambientes de aprendizagem estimulantes, recorrendo a estratégias pedagógicas
diferenciadas, que permitam individualizar os percursos de aprendizagem dos
alunos”. Na globalidade, os meios tecnológicos podem funcionar como
recursos maximizadores das potencialidades educativas, pedagógicas e
didácticas, pois permitem abranger conteúdos diversificados, em múltiplas
situações, quando usados correctamente e seleccionados em função
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da adequação das tarefas a realizar, por isso consideramos que é muito
importante que os educadores utilizem as TIC.
Verificámos que 64% da nossa amostra tem computador na sala e utiliza-o
com as crianças, o que é um dado muito importante, pois reflecte que
os educadores reconhecem a importância que o computador tem como ferramenta na
sala. Os educadores que não utilizam o computador
(36%), justificam o facto por não terem computador na escola ou na sala.
Alguns
jardins-de-infância ainda não apostaram nesta tecnologia na educação
pré-escolar. Segundo vários autores (Costa, 2004, 2008; Romero & Silva,
2003), as tecnologias são muito dispendiosas, quer em termos de aquisição de Hardware
e Software. Para além disso, estão constantemente em desactualização.
Estes são alguns dos factores enumerados como motivos da não integração dos
computadores no ensino.
Interessava-nos saber se os educadores tinham acesso à Internet
no jardim-de-infância e da amostra que respondeu ter computador na sala, 52%
disseram que tinham acesso à Internet, o que é para nós um
número significativo de educadores com acesso à Internet.
Relativamente à formação,
65% dos educadores afirmaram ter auto-formação TIC e apenas 8% recebe
formação TIC nos jardins-de-infância, o que reflecte a pouca importância
que estas instituições dão às TIC. No entanto, os educadores
preocupam-se em estar actualizados e isto reflecte-se no elevado número
de educadores da nossa amostra que têm auto-formação. Concordamos
com Alarcão (1998, cit. in Patrocínio, 2002, p. 70) quando este refere
que “o futuro de um país está na educação dos seus cidadãos e esta,
em grande parte, depende do que forem os seus professores”. No entanto
atribui, contudo, um grande protagonismo à formação de
professores na actualidade, o que é, a nosso ver, uma questão indiscutível se
considerarmos que o professor deve ser um agente essencial da mudança (Amaral,
2007). Assim, torna-se cada vez mais necessário investir na preparação dos
professores para a integração das TIC.
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Em relação ao número de vezes que os educadores utilizavam o computador
com as crianças, a maioria disse fazê-lo cinco vezes por semana (37%), durando
cada sessão uma média de 15 a 20 minutos (32%). Constatamos assim que as
crianças têm acesso diário ao computador.
Relativamente ao tipo de actividades realizadas no computador, os
educadores preferem utilizar os CD-ROM’s (84%), o MS Paint™ (71%)
e o MS Word™ (68%). Durante as nossas observações pudemos verificar que
estas também eram as actividades preferidas de ambas as professoras de
informática dos jardins-de-infância observados.
Os educadores
preocupam-se que os CD-ROM´s utilizados sejam benéficos para a aprendizagem das
crianças e não apenas como algo lúdico ou para “passar tempo”, por isso referem que a principal
motivação para a sua utilização seja a aprendizagem de várias áreas de
conteúdo, como Matemática (45%), Jogos (42%), Música (31%) e Iniciação à
Escrita (26%). Nas aulas de informática do jardim-de-infância E, a professora
também nos mencionava que tinha o cuidado de proporcionar software em
que as crianças aprendessem alguns conteúdos e que as actividades tivessem
objectivos. Já a professora do jardim-de-infância A não tinha esse cuidado, e
as aulas de informática acabavam por ser apenas um entretém para as crianças.
Davidson & Wright (1994, cit. in Amante, 2007) referem a importância dos
jogos de computador relativamente à aprendizagem, salientando que encorajam a
produção de discurso mais complexo e fluente.
Embora o Ministério da Educação disponibilize gratuitamente o CDROM “Nós
e os outros” aos jardins-de-infância, os educadores não o elegem como
preferido. Apenas 6% dos educadores o utiliza e a grande maioria acaba por
escolher CD-
ROM’s que podem ser adquiridos em superfícies comerciais, como o
“Planeta das Surpresas™”, utilizado por 38% dos educadores, e o
“Aprendilândia™”, utilizado por 32%. Verificamos a pouca importância que o
Ministério da Educação dá ao software para pré-escolar, investindo muito
pouco no mesmo.
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Em relação às páginas
Web visitadas, as eleitas são o “Google™” para pesquisa e
complemento de actividades, e o “Sítio dos Miúdos™”. As professoras de
informática de ambos os jardins-de-infância observados preferiam o site
“O Sítio dos Miúdos™”, referindo sempre que o achavam muito indicado para as
crianças, quer pela qualidade dos jogos disponíveis, quer pela facilidade de navegação
pelas crianças no site.
Pedimos aos educadores
para nomearem os motivos da utilização destes CD-ROM’s e páginas Web,
a maioria referiu que as crianças aprendem noções diferentes das áreas
de conteúdo (28%) e são promotores de aprendizagens significativas e
diferenciadas (25%). Mais uma vez, os educadores não escolhem as
páginas de Internet e os CD-ROM’s aleatoriamente, preocupando-se que os
mesmos tenham conteúdos de aprendizagens. Segundo Sung, Shang & Lee
(2008), uma das considerações mais importantes no que diz respeito ao software
educativo para crianças é estimular os seus interesses e permitir que adquiram
conhecimentos enquanto jogam.
Os educadores
revelaram-nos que pré-definiram alguns objectivos para as crianças,
ao utilizarem estas páginas Web e CDROM ´s, e esses objectivos
eram (entre outros) a aprendizagem de áreas de conteúdo (38%), o manuseamento
do computador (37%), aprendizagens diversificadas (23%) e desenvolvimento da
motricidade fina (17%). Praticamente todos esses objectivos foram
atingidos, conforme referido por 92% dos educadores, o que reflecte
o sucesso do computador em educação pré-escolar.
A grande parte dos
educadores referiu que notou progressos a nível cognitivo (90%), a nível da
motricidade (83%), em relação à colaboração entre pares (75%) e socialização
(68%), o que nos permite afirmar que a utilização do computador é
benéfica a vários níveis. Outros estudos, como por exemplo um estudo
elaborado pelos cientistas norte americanos Li & Atkins (2004) revelam que
as crianças, entre os três e os cinco anos, que utilizam com frequência o
computador, têm um melhor desenvolvimento cognitivo, as respostas são mais
rápidas e o nível de aprendizagem é superior.
16
Também os resultados de
um estudo efectuado por Mitchell & Dunbar (2006), assim como os de outros
(Clements & Sarama, 2003; Kumtepe, 2006; Mooij,
2007) revelam que os
computadores podem servir de “catalisadores de interacção social”
(Clements & Sarama, 2003, p. 340).
Enquanto utilizam os
computadores, as crianças ajudam-se umas às outras, ensinam-se umas às outras e
partilham ideias. Plowman & Stephen (2005, cit. in Waddell & McBride,
2008, p. 20) concluíram que “as crianças socializam umas com as
outras, no computador, em apenas três dias: primeiro, combinam como utilizar os
computadores à vez, quando não existem suficientes; segundo, ajudam-se umas às
outras a decidir onde clicar e o que escrever; terceiro, partilham a alegria
quando completam uma tarefa com sucesso ou quando aparece algo emocionante ou
divertido no ecrã”.
Ao longo das nossas
observações notámos igualmente modificações a nível de colaboração entre pares,
socialização e motricidade. Em relação à colaboração entre pares,
pudemos verificar que as crianças ajudavam-se e colaboravam em quase
todas as situações no computador, quer estivessem a realizar actividades na
Internet, a ajudar o colega a colocar o rato de maneira
correcta ou até a escrever algumas palavras no MS Word™. A actividade de
escrita no MS Word™ foi por nós eleita a actividade onde eles mais colaboravam
uns com os outros. As professoras de informática estimulavam
igualmente a colaboração das crianças no computador, tentando promover
comportamentos de trabalho colaborativo. Em relação à motricidade,
no início das nossas observações constatámos que as crianças de 3 e 4 anos
ainda manuseavam o rato com alguma dificuldade, e as de 5 anos já mostravam
alguma destreza. No entanto, no final do ano lectivo esse manuseamento
já tinha sofrido uma grande evolução, principalmente nas crianças de 3 e
4 anos. É importante referir que estes progressos resultaram da utilização
prolongada do computador.
Os educadores referiram
que também utilizam o computador sem ser para utilização com as crianças, 93%
utiliza-o na planificação de actividades, 88% utiliza o computador para fazer a
avaliação das crianças, 87% utiliza-o na
17
elaboração de fichas de
trabalho, 67% utiliza-o para apoiar no desempenho de outros cargos, 44% dos
educadores frequenta plataformas MOODLE e 31% comunica com os pais através de
correio electrónico, chat ou fóruns. Estes dados revelam que os
educadores concebem que o computador é uma ferramenta útil para outras
actividades, pois na realidade, as tecnologias, para além de
permitirem a realização de um conjunto de tarefas de apoio ao desenvolvimento
de trabalho com as crianças e de organização das actividades, permitem ainda,
através das possibilidades de comunicação online, estabelecer interacção entre
pais ou profissionais (Jonassen et al., 2003, Torres & Brocardo,
2006), permitem uma informação pontual, como nos boletins informativos ou a
participação em fóruns de comunicação e espaços virtuais de aprendizagem.
18
O jardim-de-infância tem
vindo a conceber, gradualmente, que a inclusão e apropriação das tecnologias
digitais por parte das crianças são um caminho sem retorno. A maioria dos temas
decorrentes de pesquisas recentes sobre o impacto das tecnologias na
aprendizagem das crianças indica que a tecnologia pode melhorar a aprendizagem,
aptidões e vidas das crianças (Brito, 2010; Kariuki & Burkette, 2007;
Morrow, 2009). Os computadores podem tornar a aprendizagem mais atraente,
motivadora, respeitando o ritmo de cada criança, promovendo a autonomia, e
proporcionando o acesso a uma grande variedade de informação, encorajando-as a
explorar e a criar. As TIC podem complementar a diversidade de materiais
existente nos contextos de aprendizagem, constituindo-se enquanto novos
recursos e novas ferramentas que surgem de forma integrada com outras
actividades comuns na educação de infância, e não como substituto destas.
Citando Papert, o
computador deve estar ao dispor das crianças como os lápis e deve ser usado
para uma diversidade de actividades, "(...) tanto para escrever como
para fazer rabiscos, tanto para desenhar como para garatujar (cit. in Turkle,
1989, p. 85). Este recurso deve fazer parte integrante do ambiente de trabalho
das crianças, ao qual as mesmas devem ter o acesso o mais facilitado possível.
Por isso, é necessário que se façam reflexões, debates e críticas sobre o tema
de como ensinar e integrar estas ferramentas, quantificando, o mais
objectivamente possível, as vantagens e inconvenientes que se nos colocam, e
como se hão-de introduzir nos jardins-de-infância, como utensílios didácticos
(Sevillano, 2002, cit. in Madrid Vivar, 2003).
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