O reino do congo
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tende a falar Cabinda
e o Reino do Congo ou Império do Congo que por sua vez foi
um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao
noroeste de Angola incluíndo a Cabinda, à República
do Congo, à parte
ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão. Na sua máxima dimensão, estendia-se
desde o oceano
Atlântico, a oeste,
até ao rio Cuangoa, a leste, e do rio Oguwé, no
actual Gabão, a norte, até ao rio Kwanza, a sul. O reino do Congo foi fundado
por Ntinu Wene, no século XIII. O império era governado por um
monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e três
reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se
também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama. A capital era M'Banza Kongo (literalmente cidade
do Kongo), rebaptizada São
Salvador do Congo após os primeiros contactos com os portugueses e a conversão domanicongo ao catolicismo no século XVI; renomeada de volta para M'Banza
Kongo em 1975.
O REINO DO
CONGO
Congo
era o nome utilizado pelos portugueses, desde os finais do século XV, para
designarem o território do Zaire, descoberto pelo navegador Diogo Cão que, ao
atingir esta região, pensou que a Índia estaria próxima. Ao longo dos tempos
este nome tem um conteúdo abrangente, de tipo etnológico, geográfico e
político. Com efeito, aplica-se a certos povos africanos da grande família
banta, às extensas e imprecisas regiões que esses povos ocuparam e que o rio
Zaire de alguma forma estrutura, e, ainda, aos senhorios que esses povos
criaram e mantiveram. O âmbito de aplicação do vocábulo alargou-se mais tarde a
territórios fora dos domínios do rei do Congo e o próprio rio chegou a ser
assim chamado. O Congo, com o seu rei, o "Manicongo", foi visto pelo poder
político português dos inícios da Modernidade como uma potência com quem valia
a pena estabelecer relações de amizade, pois isso poderia ser proveitoso para
as causas comerciais e evangelizadoras portuguesas.
O
acolhimento inicial não podia ser mais favorável. A tal ponto que, com a
conversão dos povos, os portugueses procuraram dar uma feição europeia a este
reino africano e a este príncipe negro da época quinhentista: língua, títulos
de nobreza, cerimónias palacianas e costumes passaram a ser exactamente como em
Portugal. Mas o entusiasmo inicial, deixado para a posteridade por João de
Barros, cedo arrefeceu. Com excepção das lucrativas expedições de comerciantes
e missionários, esta assimilação poucos frutos deu, com uma ou outra excepção
ao nível do vestuário (alguns africanos passaram a vestir "à
portuguesa") e a adopção de algumas regras de direito português. Mesmo a
nível das relações de Estado a Estado, Portugal viu-se na perante a
eventualidade de fazer despesas pouco compensadoras.
Com
efeito, foi graças ao auxílio militar que os congoleses conseguiram aguentar
durante certo tempo a violenta invasão dos Jagas. Por outro lado, esta invasão
e outros problemas regionais desgastaram o território. Além disso, desde finais
do século XVI, os portugueses já não estavam sós naquelas paragens, tendo de
sofrer a concorrência de outros europeus. Por isso, pareceu mais proveitoso
desviar a atenção para sul, para o reino do N'Gola (futura Angola) que, com o
tempo, virá a dominar o antigo Congo. No século XIX, quando a movimentação
imperialista europeia obrigou os portugueses a defrontar ingleses, franceses e
belgas, do projecto inicial português para o Congo só restava uma recordação,
mantida pelo contacto esporádico do comércio de escravos e marfim.
Na
Conferência de Berlim (1884-1885) Portugal perdeu a maior parte da vasta região
que percorria desde há quatro séculos e nem as inscrições gravadas em Ielala
pelos homens de Diogo Cão foram suficientes para colocar esse local sob o
domínio português. Cabinda acabou por ser a excepção, entre as zonas a norte do
Zaire.
AS FRONTEIRAS DO REINO DO KONGO
Mbanza
Congo era a capital administrativa do reino do Congo, cujas delimitações,
segundo Raphael Batsikama ba Mampuya ma Ndwala, citado por Ana Maria de
Oliveira, correspondiam a um espaço territorial “entre o segundo e o décimo
terceiro grau a Sul do Equador”, o que equivalia a uma linha imaginária, que ia
do Cabo de S. Catarina, no Atlântico, ao ponto de convergência com o rio
Cuango. A Ocidente, o reino do Congo estava demarcado pelo Oceano Atlântico e a
Este “tocava o país dos Lunda”.
Considerando a actual configuração geográfica angolana, o grupo etnolinguístico Bacongo, que vive essencialmente da agricultura, mas também da pesca (os solongo) e do comércio (os zombo), ocupa as actuais províncias administrativas de Cabinda, Zaire, Uíge e uma parte do Kwanza-Norte e foi o primeiro a ter contacto com os portugueses.
Considerando a actual configuração geográfica angolana, o grupo etnolinguístico Bacongo, que vive essencialmente da agricultura, mas também da pesca (os solongo) e do comércio (os zombo), ocupa as actuais províncias administrativas de Cabinda, Zaire, Uíge e uma parte do Kwanza-Norte e foi o primeiro a ter contacto com os portugueses.
O REINO DO CONGO TEVE
IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS
Durante seu processo de expansão
marítimo-comercial, os portugueses abriram contato com as várias culturas que
já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do interior do
continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo Cão
alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente
estruturado conhecido como Congo.
Fundado por volta do século
XIV, esse Estado centralizado dominava a parcela centro-ocidental da África.
Nessa região se encontrava um amplo número de províncias onde vários grupos da
etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar da
feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores
locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade
monárquica.
Apesar da existência destas
subdivisões na configuração política do Congo, o rei, conhecido como manicongo,
tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias
dominadas. A principal cidade do reino era Mbanza, onde aconteciam as mais
importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os
portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana.
A principal atividade
econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde
predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem
animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou
com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de
Luanda.
O contato dos portugueses
com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação
do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na
exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente
da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus acabou
trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.
CONCLUSÃO
Cheguei a conclusão a herança cultural do
antigo reino do Congo encontra-se, hoje, dividida e subordinada às distintas
identidades políticas em Angola, nos dois Congos e no Gabão. Cabe agora aos
quatro Estados independentes e soberanos, edificarem, em cada um deles, as suas
respectivas nações, onde, evidentemente, os interesses políticos, económicos e
sociais se apresentam bem diferenciados uns dos outros, independentemente do
legado cultural comum se manter vivo e em permanente interacções com outras
culturas africanas e não só, num espírito de respeito e aceitação mútua.
BIBLIOGRAFIA
O reino do Congo. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Kongo. Acessado aos 08 de Abril
de 2015.
ÍNDICE