Reino do Congo

 REINO DO CONGO

O Reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene, por volta do século XIV, e ocupava a porção centro-ocidental da África, estendendo-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até o rio Cuangoa, a leste; e do rio Oguwé, no atual Gabão, ao norte, até o rio Kwanza, ao sul.
Durante o processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses travaram contato com várias culturas já consolidadas no litoral e outras regiões do interior do continente africano. No ano de 1483, quando o navegador lusitano Diogo Cão chegou à foz do rio Zaire, encontrou o Congo.
Assim como o reino de Benin e de Mali, o reino do Congo está entre os mais importantes e poderosos do continente africano. No Reino do Congo existia um grande número de províncias ocupadas por vários grupos da etnia banto (principalmente os bakongo), que tem origem nas narrativas míticas sobre a cidade de Ifé.

Apesar de ser um estado centralizado, neste reino existiam administradores locais, vindos de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica. O Congo era governado pelo rei, conhecido como manicongo, que tinha o direito de receber os tributos vindos de cada uma das províncias dominadas. O império consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), porém a sua área de influência alcançava os estados limítrofes, como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama.
A principal cidade do reino era Mbanza, local onde eram tomadas as decisões políticas mais importantes e onde os portugueses entraram em contato com esta civilização africana. A centralização estatal do Reino do Congo e o controle sobre a produção econômica da costa oeste africana coincidiram com a consolidação do Império Ultramarino Português, ao longo do século XV.
As principais atividades econômicas dos congoleses envolviam o comércio de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A prática deste desenvolvido comércio era feita por meio do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, um tipo de concha encontrada exclusivamente na região de Luanda.
O tráfico de escravos foi movimentado pelo contato das autoridades políticas do Reino do Congo com os portugueses. Inclusive, grande parte dos escravos que trabalharam na exploração de ouro no século XVII no Brasil era originária das regiões do Congo e Angola.

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