GRANDES MITOS SOBRE A IDADE MÉDIA

 GRANDES MITOS SOBRE A IDADE MÉDIA

Sujeira, bruxas, pessoas morrendo em fogueiras, atraso intelectual, alta religiosidade e pouco valor às artes… Normalmente, é esse o retrato da Idade Média pintado na cabeça dos alunos que vão conhecê-la através dos textos clássicos de História, tanto é que ela ainda é chamada Idade das Trevas. Mas não é preciso de muita pesquisa para descobrir que a realidade é outra, e por dois motivos. O primeiro é que os mil anos entre os séculos V e XV foram tidos como inferiores justamente pelos pensadores que os sucederam, os renascentistas e iluministas.
Eles acreditavam que estavam resgatando o esplendor da Antiguidade, e a Idade Média seria apenas o período “intermediário” entre duas épocas de calorosa produção de conhecimento, arte e beleza. O segundo motivo é que essa denominação universal de “Idade das Trevas” generaliza um período a partir da experiência histórica da Europa, desconsiderando outros povos que, pelo contrário, viveram seus anos mais magníficos justamente nestes anos sombrios.
De um jeito ou de outro, é certo que a Idade Média é muito injustiçada pela historiografia clássica. E, devido a este resquício de preconceito inserido nos estudos, pouco se reconhece do valor, das invenções e das bases que ela lançou para tudo o que nos rodeia hoje. Para acabar com a confusão, selecionamos alguns fatos não tão conhecidos que desmitificam várias ideias que temos dessa época.
Os hábitos de higiene eram estimulados Abandone a visão do fedor e da pouca higiene sobre as pessoas da Idade Média. Por incrível que pareça, os banhos eram estimulados, usados como terapêuticos e recomendados para tratamento de doenças. A água era vista como curativa e o corpo limpo estava mais próximo da pureza do que o sujo. Havia, inclusive, métodos rudimentares de escovação dos dentes.
Até meados do século XIII, inúmeros banhos públicos estavam espalhados pelas cidades europeias, uma tradição mantida desde a Antiguidade. Pelo preço, nem todos podiam ir com frequência, mas o costume era estimulado, até porque não havia água corrente nas casas da população. No século seguinte, a Igreja enrijeceu as regras e condenou com mais força os hábitos relativos ao corpo, o que fez com que pouco a pouco os banhos públicos fossem desaparecendo.


Mais uma das supostas ignorâncias do intelectual medieval que não tem embasamento: não há qualquer evidência que aponte que as pessoas pensavam que a Terra era plana – pelo contrário, porque os estudos da época baseavam-se no pensamento greco-romano, que há séculos sabiam que a Terra era esférica. Daí, você já pode concluir que é pura balela aquela história de que Cristóvão Colombo foi rechaçado pelos sábios da Universidade de Salamanca, que afirmaram que era impossível chegar ao Oriente pelo Ocidente porque a Terra é plana.
O mais provável é que seu projeto audacioso tenha sido recusado porque consideraram que os cálculos feitos pelo genovês estivessem incorretos – e realmente estavam. Foi a era das invenções Como dito no começo deste post, muito da ideia de que a Idade Média foi uma época morta para as ciências e artes foi propagado pelos pensadores renascentistas e iluministas, que proclamavam a si mesmos como resgatadores da riqueza cultural dos Antigos, e se diferenciavam dos medievais como um contraste entre a luz e a escuridão. Mas é claro que tudo isso não é verdade – se não fossem várias invenções medievais, de pequeno a grande porte, nossa vida hoje seria um bocado diferente. Essas criações vão desde peças do vestuário, como calças compridas, botões e cintos, até itens como janela de vidro, óculos, talheres para refeições e moinhos.