O que os bebes pensam?


O que os bebes pensam?
Nos últimos trinta anos, as descobertas entorno da ciência do desenvolvimento mudaram completamente a concepção sobre as crenças acerca da potencialidade mental na primeira infância. Se antes, os cientistas achavam que os bebês eram quase irracionais, atualmente acredita-se que eles têm uma capacidade cognitiva semelhante à dos maiores gênios da história.
Isso porque, segundo a psicóloga Alison Gopnik , as pesquisas têm desenvolvido linhas alternativas para investigar essa atividade cerebral, já que os bebês não conseguem se expressar por meio da fala.
A especialista, que apresentou uma palestra sobre o tema no TED, versão completa abaixo, garante que bebês de dezoito meses são capazes de refletir sobre o que o outro ser humano está pensando. A conclusão veio de um experimento simples, feito por ela e uma aluna.
A experiência consistia em oferecer dois pratos de comida a bebês de 15 e 18 meses. Um contendo brócolis cru e outro com bolachas saborosas e decoradas em formato de peixinho.
A aluna simulava para alguns grupos de bebês a preferência por determinado alimento. Para outro grupo, sinalizava outro. O que elas constataram foi que enquanto o grupo de bebês de 15 meses não compreendia a preferência pelo brócolis (já que na percepção deles, o biscoito é mais saboroso), os de 18 entregavam, quando solicitado, o alimento favorito da interlocutora. Ou seja, compreendiam que outros seres humanos pensam de forma diferente e trabalham para ajudá-las a realizar o seu desejo.
“Há duas coisas impressionantes em relação a isto. A primeira é o fato de estes bebês de 18 meses terem já descoberto esta verdade profunda da condição humana: que nem sempre queremos as mesmas coisas. E mais, eles sentiram que deviam fazer o possível de forma a ajudar outras pessoas a terem o que queriam. Mas mais impressionante, o fato de os bebês de 15 meses não terem feito isto indica que os bebês de 18 meses aprenderam esta profunda verdade da natureza humana nos três meses que passaram depois de fazerem 15 meses”, afirmou a pesquisadora.
Em outro estudo, verificou que crianças de quatro anos de idade fazem, internamente, complexos cálculos de probabilidade e são melhores em descobrir uma hipótese improvável do que adultos perante a mesma tarefa.
Em síntese, Alison Gopnik defende que os bebês e as crianças pequenas têm dificuldade em focar a atenção em uma única fonte de informação, mas têm uma capacidade incrível de absorver aprendizados de várias fontes, sem limitar a experiência, como os adultos geralmente fazem.
A Brincadeira
No que se refere à brincadeira, para definirmos a brincadeira infantil ressaltamos a importância dela para a criança nos aspectos físicos, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. A brincadeira é uma das etapas essencial para o desenvolvimento da criança, e na brincadeira que a criança aprenderá sua relação com o outro e o meio, a brincadeira é uma ação que imobiliza todo o processo de desenvolvimento da criança, ela cria sua linguagem de comunicação.
A criança vê a brincadeira de forma diferente do adulto, para elas muitas vezes não é um simulador da realidade, tanto que Piaget (1971) apud Kishimoto (2001) afirma “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação como o objeto não depende da natureza do objeto mais da função que a criança lhe atribui”. Desse modo, o objeto para a criança passa a ser o que ela quer que seja na hora da brincadeira, mando assim, sua liberdade.
Ainda na brincadeira, a criança estimula suas aptidões e criação acerca da compreensão da realidade. No momento que a criança está brincando seu envolvimento está atrelado a sua vivencia diária a sua ação na brincadeira torna-se um alicerce daquilo que virá ser futuramente como sujeito. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, 1998, p. 22) A criança quando brinca ela projeta aquilo que vê em seu cotidiano o seu comportamento frente à brincadeira é espontâneo, oras brinca de mamãe e filhinha e ao mesmo tempo muda sua ação brincando de médico, seu brincar é flexível.
No que refere se ao desenvolvimento infantil à brincadeira não estruturada oferece contribuição em vários aspectos para o futuro da criança em desenvolvimento. Teles (1999, p.15) diz que a criança reproduz na brincadeira a sua própria vida. Por meio dela, ela constrói o real, delimita os limites frente ao meio e o outro e sente o prazer de atuar ante as situações.
O papel do professor e proporcionar esse momento, cabe a ele mediar e participar somente se for convocado pela criança, sendo que o professor será um observador do brincante. De acordo com Teles (1997, p. 15) “a brincadeira tem um sentido de suma importância para a criança para sua formação de mais tarde ser um adulto feliz, criativo, equilibrado, aberto para a vida, o mundo e as pessoas”. Sendo assim, a brincadeira infantil é valorizada pela criança, pois é nesse momento que ela manifesta seu livre pensamento sem regras, são atos espontâneos, manifestações que surgem do seu interior e que ajuda no seu desenvolvimento e aprendizagem.
Desse modo à brincadeira na Educação Infantil é de suma importância para a criança, pois é nesse momento que se manifesta seu livre pensamento sendo eles atos espontâneos, manifestações que vem do interior desta e que ajudam no seu desenvolvimento e em sua aprendizagem.
As brincadeiras aprofundam, para a criança, a compreensão da realidade, ao mesmo tempo que estimulam a imaginação e condições básicas para se poder ser criativo. (TELES, 1997, p.21).
Percebemos que a brincadeira é uma situação privilegiada no processo da aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil, alcançando níveis complexos até mesmo possibilitando a interação com o outro, podendo dar significado ao seu cotidiano onde existirão regras de convivência e a criança se adequará conforme a suas necessidades.
Conhecendo as crianças
Quem são as crianças? As crianças gostam de brincar? Onde acontece o brincar? Do que brincam? Como e com quem brincam? Quais os são os espaços de brincadeira para a criança viver sua infância na contemporaneidade? Estas indagações nos remete a considerar que cada criança é um ser único especial na sua amplitude em seu modo de ser e ver e rever o mundo que a cerca por meio da sua linguagem que é vivenciada pelo brincar.
Das crianças entrevistadas, 18 são do sexo masculino e 12 do sexo feminino, totalizando 30 crianças, com idade de 5 a 6 anos. Segundo Batista, (2009) As crianças de 4 a 6 anos se encontram no auge do jogo simbólico assim valorizar a capacidade de produção simbólica das crianças requer evidenciar a sua competência para construir sentidos sobre o mundo.
É preciso reconhecer suas formas específicas de ocupar e se apropriar dos espaços, entendendo a brincadeira como fundamental, tanto para a criança conhecer o mundo quanto reconhecer-se no mundo. Nessa perspectiva, é necessário desenvolver olhares atentos e uma escuta sensível e refinada para as brincadeiras, as relações entre crianças e adultos, as diferentes formas de ocupação e os sentidos estabelecidos.