A REVOLTA DO NDONGO
Revolta do Ndongo
INTRODUÇÃO
Neste trabalho poderemos falar sobre a revolta do
Ndongo, tema este que nos leva a contemplar os tempos passados, onde os nossos
compatriotas tiveram que unir as suas forças para juntos chegarem até o tempo
da independência. Falar da revolta do Ndongo é falar de um grande reino que nos
tempos passados lutou muito contra a colonização dos portugueses e muito se
esforçou para a invasão portuguesa não atingisse em muitos lugares do
território de Angola. Sendo assim é importante dizer que este trabalho está
constituído pela introdução, desenvolvimento e conclusão, que descrevem o
conteúdo do trabalho.
A REVOLTA DO NDONGO
O reino do Ndongo
O reino do Ndongo (ou reino do Ngola)
é o nome de um estado pré-colonial africano na
actual Angola, criado por
subgrupos dos Ambundu. Os registos mais antigos acerca deste reino datam
do século XVI. Ndongo foi
- como Matamba um dos
vários estados vassalos do Reino do Kongo que
existiram na área habitada pelos Ambundu. Ele foi liderado por um rei cujo
título era Ngola (que deu origem à palavra
"Angola").
Quando os portugueses chegaram à foz do rio Zaire
encontraram dois reinos, Kongo e Ndongo. Ndongo foi fundado no início do século
XVI, por um pequeno chefe Kimbundo que possivelmente, controlava o comércio de
ferro. Os primeiros ngolas, partindo da possível ligação com a arte do ferro,
estenderam a autoridade do Ndongo sobre diversos sobas. (Soba: do quimbundo, senhor
de um distrito) para terminarem, em meados do século XVI, ocupando as terras
compreendidas entre os rios Dande, Lucala e Cuanza.
Os ngolas foram obrigados a se submeteram os
manikongos e pagarem impostos e rendiam a eles homenagens. A organização do estado
Ndongo era parecida com a do Kongo, o estado Kimbundo só se tornou independente
em l556, quando as tropas do Ngola Inene, apoiadas por alguns portugueses,
infligiram uma importante derrota ao Manikongo. Este último, inspirado
pelos portugueses, tentava uma aventura militar nos territórios do Ndongo.
Após a independência do reino do Ndondgo, o Ngola,
ouvindo os conselhos dos escravistas da ilha de São Tomé e sendo chefe de um
estado totalmente soberano, enviou uma embaixada a Portugal para pedir contactos
directos com a Coroa. Era a melhor forma de garantir um fluxo sistemático dos
produtos europeus, imprescindíveis a chefes políticos que assentavam parte do
poder e prestígio sobre o controle do comércio de longa distância.
O Nula Ndambi, que sucedeu o Inene e olhava com
desconfiança os contactos com os europeus, recebeu, em l560, uma embaixada
portuguesa comandada por um jovem e ambicioso nobre português, Paulo Dias de
Novas, e mais quatro jesuítas.
As relações entre a embaixada portuguesa e o Ngola ruíram-se
a tal ponto que o único jesuíta que continuava na região foi reduzido
praticamente à escravidão e Paulo Novas foi colocado sob residência forçada. O
jovem português, em melhores condições com Ngola, voltou à corte em l566, com
um carregamento de escravos e de marfim. Em Portugal, Dias de Novas convenceu o
rei a conceder-lhe, como donatária, as terras defronte à ilha de Luanda e os
territórios orientais que conquistasse. Ele voltou em l575 como proprietário
exclusivo das terras do Manikongo e do Ngola.
O desembarque de Dias de Novas não encontrou
resistência. As terras, próximas ao reino de Ndongo, onde alguns portugueses já
comerciavam com escravos, pertenciam ao distante reino do Kongo. Era nestas
praias que os Manikongos mandavam pescar os nzimbos, que serviam como moeda
nacional no reino do Kongo. O Ngola não se sentiu ameaçado. Mandou, no mesmo
ano, uma delegação de boas-vindas ao nobre lusitano. O lusitano começou sua
expansão a procura de preta e escravos. Invadiu terras do Ndongo.
O Senhor africano, após massacrar o comerciante
português aliados de Dias de Novas, que se encontravam na capital, reuniu suas
tropas e atacou os lusitanos de Luanda. Uma longa e sanguinária guerra. Uma
aliança entre Ndongo e Mtamba, um reino mais a leste permitiu vitórias
importantes sobre os portugueses. A Aliança entre portugueses e os Yagas
(jagas) permitiu que aqueles fossem impondo sua soberania aos sobas e
apoderando-se das terras do reino do Ndongo. Os resultados da guerra foram
prejudiciais a todos os tipos de comércio, todo mundo corria perigo e nos
primeiro anos do século XVII, os portugueses foram obrigados a abrirem uma
conversa sobre a paz em Luanda, com os Kimbundos dos Ndongo. Ai apareceu à
figura de Nzinga pela primeira vez na vida dos lusitanos, Nzinga Mbundi –
rainha Ginga dos documentos da época – embaixadora plenipotenciária de seu tio,
o ngola. A Africana mostrou-se esperta na arte da diplomacia e mais tarde nas
artimanhas da guerra. Ela com habilidade conquistou na mesa de negociação quase
tudo que o Ndongo havia perdido na guerra. Morrendo o ngola, ela quebrou as
regras de sucessão e subiu ao poder. Exigiu então dos portugueses os que haviam
sido acordados no tratado.
Os portugueses preocupados com a possível aliança
entre holandeses e o manikongo, não deram importância às exigências de Nzinga,
que de imediato, rearticulou uma poderosa frente de batalha composta de yagas,
quimbares, cativos fugidos, kongos e até holandeses. Ocupou o reino de Mtamba e
reforçou suas tropas. Os portugueses desesperaram. Os holandeses abandonaram
Luanda. Portugal voltou às negociações.
Inúmeros historiadores apresentam Nzinga Mbundi como
um exemplo de mulher combatente, no entanto é bom frisar que ela foi sempre um
expoente de uma elite senhorial envolvida no tráfico escravista. Sua
resistência visava manter o monopólio das rotas escravistas.
Estabelecida à paz, Nzinga estreitou seus contatos com
os negreiros portugueses. Convertida à monogamia (era casada com inúmeros
esposos) e ao catolicismo como nome de Ana de Souza, guardou até a morte o
poder e o prestígio que o comércio negreiro lhe assegurou.
Sementes de
independência
Em 1518 o Ndongo enviou uma embaixada
a Portugal pedindo missionários e, indirectamente, pelo reconhecimento da sua
independência face ao Congo. Uma missão portuguesa chegou ao Ndongo em 1520 mas
disputas locais e talvez a pressão do Congo forçou os missionários a abandonar.
Afonso I do Congo levou os missionários para o Congo e deixou o seu próprio
padre no Ndongo.
Guerra de 1556
Por volta de 1556, o Ndongo enviou outra missão
a Portugal procurando
ajuda militar e oferecendo-se para ser cristianizado, mesmo apesar dos
oficiais portugueses da
altura terem duvidado da sua sinceridade religiosa. Em 1901, E. G. Ravenstein afirmou que esta
missão foi o resultado de uma guerra entre o Congo e o Ndongo, na qual o Ndongo
saiu vencedor e afirmou a sua independência. O mesmo disse Jan Vansina em 1966
(e a partir daqui vários outros escritores), porém isto parece ter sido uma
incompreensão das fontes originais. O Ndongo poderá ter realmente visto a
missão como uma espécie de declaração de independência, já que a resposta do
Congo à missão de 1518 sugere
que ainda mantinha poder suficiente para prevenir movimentos independentistas.
De qualquer forma, a segunda missão portuguesa,
liderada por Paulo Dias de Novais, neto do famoso explorador Bartolomeu Dias, atracou na
foz do rio Kwanza em 1560, juntamente com vários padres jesuítas, incluindo o
notável Francisco de Gouveia. A missão de Dias de Novais falhou igualmente,
tendo ele voltado a Portugal em 1564, deixando o padre jesuíta Francisco
Gouveia para trás.
A colónia portuguesa de Angola
Em 1571 a coroa portuguesa providencia
a Dias de Novais carta para construir uma colónia em Angola, autorizando-o a
fazer conquistas na região, trazer colonos e construir fortes. Dias de Novais
chegou a Luanda, situada
então em território do Congo, dado o acordo do Rei Álvaro I do Congo em
recompensa pelo apoio de Portugal contra
o reino de Jaga.
Incapaz de conquistar qualquer território por si
mesmo, Dias de Novais fez alianças com ambos os reinos do Congo e Ndongo, servindo como
exército mercenário.
CONCLUSÃO
Depois da pesquisa feita chegamos então a conclusão de
que o reino do Ndongo foi um dos principais pilares da revolução portuguesa no
tempo colonial, onde o rei não aceitava que os portugueses pudessem ocupar
terra desnecessariamente. Vimos que o rei que naquele tempo liderou o reino do
Ndongo tinha o nome de Ngola na qual deu origem ao nome dessa grande nação
Angola. Vimos também que na guerra feita no ano citado acima os dois reinos
tanto Ndongo como Congo não se entediam perfeitamente então sempre houve uma
disparidade nos dois reinos.
BIBLIOGRAFIA
O reino do
Ndongo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Ndongo. Acessado aos
26 de Setembro de 2015.
Reino do
Ndongo. Disponível em:http://www.agencia1.com.br/pmbm/site/page/racismo_africa_ndongo.asp. Acessado
aos 26 de Setembro de 2015.