O EQUILIBRIO ECONÓMICO E A DÍVIDA PÚBLICA
INTRODUÇÃO
No presente trabalho
abordaremos sobre o “equilíbrio económico e a dívida pública”, em que
posteriormente as nossas dívidas ficam cada vez maiores pelos efeitos da inflação e de outros
fatores associados (desemprego, política, taxas de juros, etc.). Então, você
liga a televisão ou o rádio, para tentar se distrair, e ouve nos noticiários:
“a dívida pública acumulada registrou aumento de X% no período avaliado…”
Afinal, o que é essa tal dívida pública? De quanto dinheiro estamos falando? O
que eu tenho a ver com mais essa dívida? Essa dívida é boa ou ruim para o país?
Nos próximos tópicos
estudaremos essas questões com base no Relatório Mensal da Dívida Pública
Federal referente ao mês de outubro de 2015 e faremos comparativos com outras
estatísticas econômicas do país e do mundo para que você possa extrair suas
conclusões a respeito do tema.
O EQUILIBRIO ECONÓMICO E A DÍVIDA PÚBLICA
Equilíbrio Econômico
O ponto de equilíbrio econômico é similar ao ponto de equilíbrio contábil, com exceção que ele engloba também o custo de oportunidade da organização, ou seja, a perspectiva da empresa através de outros investimentos ou recursos. Segundo Bruni e Famá, 2003, o ponto de equilíbrio financeiro desconsidera a soma dos gastos que não representam desembolsos financeiros para a empresa. Para encontrá-lo, deve-se desconsiderar os gastos com depreciações, exaustões ou amortizações já que estes são gastos que não representam desembolsos da empresa. Para encontrar o volume financeiro das vendas no ponto de equilíbrio, basta multiplicar a quantidade vendida pelo preço de venda.
Encontramos então o ponto de equilíbrio econômico através da seguinte fórmula:
PEE = CF + COp
pv - cv
Onde,
pv = preço por unidade
vendida
PEE = Ponto de
Equilíbrio Econômico em quantidade vendida
cv = custo variável
unitário
cf = custo operacional
fixo
COp = Custo de
Oportunidade
Ponto de Equilíbrio Financeiro ou de Caixa
O ponto de equilíbrio
financeiro, também conhecido e denominado por alguns autores como ponto de
equilíbrio de caixa, não leva em consideração a Depreciação nem a Amortização,
ou seja, fatores que diminuem o lucro, mas não apresentam retiradas do caixa. Segundo
Santos, 2005, o ponto de equilíbrio econômico representado pelas receitas
totais iguais aos custos totais acrescidos por um lucro mínimo de retorno do
capital investido. A empresa deve estabelecer um retorno desejável de lucro e
realizar as vendas dentro das hipóteses estabelecidas para que consiga cobrir
seus custos e obter o retorno desejado. Trata-se do faturamento que a empresa
deverá obter para remunerar o capital próprio investido na mesma,
considerando-se os valores de mercado. Teoricamente, o lucro auferido deveria
ser igual à remuneração do capital próprio. Esse lucro desejado poderá ser
definido pela empresa durante o processo de elaboração do orçamento.
Considera-se um lucro desejado e determina-se o ponto de equilíbrio.
DÍVIDA PÚBLICA
Dívida
governamental ou dívida pública é o termo usado para descrever
o endividamento de qualquer divisão
administrativa, desde uma vila até um país. A dívida do governo de um dado país
também é chamada por vezes de dívida nacional. Pode ser categorizada como
sendo uma dívida interna - quando o governo
deve dinheiro a entidades do próprio país – ou externa – se se deve
dinheiro para entidades de outros países que não o devedor. Em geral, a dívida
pública é aquilo que o setor público deve aos bancos (como créditos bancários) e, principalmente, aos portadores de títulos públicos (que também podem ser de propriedade de bancos).
Os títulos públicos podem ter juros pré-fixados ou pós-fixados.
Nos títulos pré-fixados,
os juros são definidos previamente ao lançamento ou são determinados nos
leilões de venda. No caso de títulos pós-fixados, os juros dependem do
comportamento futuro de outras variáveis, sendo que, no Brasil, dependem
principalmente da taxa de juros para operações financeiras de curto prazo
(a taxa SELIC, determinada pelo Banco Central do Brasil), mas também dos índices de inflação e da variação cambial.
DÍVIDA PÚBLICA OU DÍVIDA DO GOVERNO
O problema angolano
prende-se com a necessidade de o Governo obter financiamento que compense a
quebra, para metade, nas receitas da exportação de petróleo, recorrendo para
tal à emissão de dívida para garantir o funcionamento do Estado e a
concretização de projectos públicos, chegando a pagar juros em título de
tesouro, a um ano, de 19%.
Uma dívida pública de
70% até não é nada de assustador. O problema reside no facto de o país só
respirar, do ponto de vista económico, petróleo. E com a cotação do crude aos
níveis que está, o “doente” pode morrer a qualquer momento, se não for da
doença será da cura.
Só em 2015, já para
compensar as quebras na receita fiscal petrolífera, o serviço da dívida pública
angolana ascendeu a 18 mil milhões de dólares.
Os juros pagos pela
dívida pública também não param de subir, algo que se a inflação mantiver a
tendência actual, a caminho dos 30%, levará a taxas cada vez mais altas. É uma
bola de neve. Em linguagem com sabor militar, o país corre o risco de ir
vencendo batalhas mas acabando por perder a guerra.
A agência de notação
financeira Moody’s aponta Angola como o país da África subsaariana cuja dívida
pública, em dólares, mais aumentou desde o início da descida do preço do
petróleo, em meados de 2014.
“Angola, Gana e Zâmbia
são os países mais afectados pelo aumento da dívida denominada em moeda
estrangeira, que aumentou ainda mais com a emissão de dívida pública nos
mercados internacionais”, lê-se num relatório especial sobre o impacto dos
preços mais baixos das matérias-primas nas economias africanas.
O relatório, uma análise
aprofundada sobre este sector, com o título original ‘The impact of lower
commodity prices on African economies’, salienta que “apesar dos esforços para
diversificar as suas economias e acumular ‘folgas orçamentais’, os exportadores
de matérias-primas na África subsaariana continuam vulneráveis aos choques de
preços”.
A descida dos preços,
lembram os analistas da Moody’s, já atirou a previsão de crescimento do Fundo
Monetário Internacional para valores do século passado: “o FMI estima que o
crescimento do PIB real da região vá desacelerar para 3,8% este ano, o valor
mais baixo desde 1999″.
O impacto, notam, tem
sido “considerável”, de tal forma que esperam que a maioria dos países desta
região vá desacelerar ou estagnar o crescimento económico: “O abrandamento teve
um impacto desproporcional em países que tinham crescido rapidamente antes do
choque dos preços das matérias-primas, nos quais esta aceleração era suportada
pelo aumento das exportações”.
É por isso que Angola é
repetidamente nomeada como o país mais afectado por ter a economia mais
dependente do petróleo, cuja produção e exportação valia mais de 75% das
receitas fiscais e representava mais de 95% das exportações do país antes da
crise. A diversificação económica, comummente apontada como a principal solução
para cortar com a dependência das receitas petrolíferas, não está a avançar na
região como um todo.
“A região é hoje menos
diversificada do que era há duas décadas”, e nesta zona “a diversificação das
exportações e a complexidade económica é menor nos exportadores de petróleo
africanos do que nos seus pares em desenvolvimento na Ásia ou na América
Latina”, dizem os analistas da Moody’s.
Assim, não surpreende
que o panorama para os próximos meses deva passar por mais descidas de
‘rating’, o que torna ainda mais caro o financiamento de que os países precisam
para compensar a quebra das receitas fiscais, como no caso de Angola. “As
degradações do ‘rating’ da Zâmbia, Gana e Moçambique, bem como a perspectiva de
evolução negativa para Angola e para a República do Congo, reflectem o
enfraquecimento da tendência de crescimento, o alargamento dos défices gémeos
[orçamental e de balança comercial] e a crescente incerteza sobre a capacidade
dos governos consolidarem as suas finanças públicas”, avalia a Moody’s.
CONCLUSÃO
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, constatamos a importância da aplicação do ponto de equilíbrio como ferramenta de auxílio na tomada de decisões. Pois ele permite visualizar com antecipação, diversas possibilidades, analisando os diversos fatores que possam influenciar de alguma maneira na saúde financeira e gerencial da empresa.
Um gestor que prima pela competência nas suas atividades,
não pode descartar esta ferramenta de extrema utilidade para colher e analisar
informações, que trarão o embasamento necessário tomar as decisões mais
acertadas, em um tempo ágil.
BIBLIOGRAFIA
Dívida Pública: a
experiência brasileira / Anderson Caputo Silva, Lena Oliveira de Carvalho,
Otavio Ladeira de Medeiros (organizadores). – Brasília: Secretaria do Tesouro
Nacional: Banco Mundial, 2009. 502 p.
Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Orçamento Federal ao Alcance de Todos: Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA 2014. Brasília, 2013. 92p.
Brasil. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Relatório Mensal da Dívida Pública Federal: Outubro de 2015. Brasília, 2015. 22p.Lei Federal nº. 10.179/2001: dispõe sobre títulos da dívida pública. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10179.htm.Acesso em: 16/08/2016.
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