A TEORIA DA GESTALT
INTRODUÇÃO
O
presente trabalho abordaremos sobre “A teoria da gestalt” em que por sua vez,
Hoje adoptada no mundo inteiro significa um processo de dar forma ou
configuração. Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma do
"todo". A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu em 1523 de uma
tradução da Bíblia, significando "o que é colocado diante dos olhos,
exposto aos olhares".
A
Psicologia da Gestalt originou-se como uma teoria da percepção que incluía as
relações entre a forma do objecto e os processos do indivíduo que o recebe. Foi
uma reacção às abordagens atomistas que reduziam a percepção aos processos
mentais ou conteúdos mentais. A Psicologia da Gestalt teve sua origem na
Alemanha. Como muitos movimentos científicos importantes, a psicologia da forma
(gestalt) nasceu de uma rebelião contra a ciência estabelecida na época. Por se
oporem à tradição académica da psicologia mais antiga (psicologia
experimental), a gestalt era conhecida como uma psicologia de protesto.
A TEORIA DA GESTALT
A gestalt
(guès) (do alemão Gestalt,
"forma"), também conhecida como gestaltismo (gues),
teoria da forma, psicologia da gestalt, psicologia da boa
forma e leis da gestalt, é uma doutrina que
defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o
todo. Refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é
colocado diante dos olhos, exposto ao olhar". A
palavra gestalt tem o significado "de uma entidade concreta,
individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma
ou configuração como um de seus atributos".
A
gestalt, ou psicologia da forma, surgiu no início do século
XX e,
diferente da gestalt-terapia,
criada pelo psicanalista berlinense Fritz Perls
(1893-1970), trabalha com dois conceitos: superssoma e transponibilidade. O
psicólogo austríaco Cristian von Ehrenfels apresentou esses critérios pela
primeira vez em 1890, na Universidade de Graz. Um
dos principais temas trazido por ela é tornar mais explícito o que está
implícito, projectando na cena exterior aquilo que ocorre na cena interior,
permitindo assim que todos tenham mais consciência da maneira como se comportam
aqui e agora, na fronteira de contacto com seu meio. Trata-se de seguir o
processo em curso, observando atentamente os “fenómenos de superfície” e não
mergulhando nas profundezas obscuras e hipotéticas do inconsciente – que só
podem ser exploradas com a ajuda da iluminação artificial da interpretação.
De
acordo com a teoria gestáltica, não se pode ter conhecimento do
"todo" por meio de suas partes, pois o todo é outro, que não a soma
de suas partes: ". 'A+B' não é simplesmente '(A+B) ‘, mas sim, um terceiro
elemento 'C', que possui características próprias". Segundo o critério da transmissibilidade,
independentemente dos elementos que compõem determinado objecto, a forma é que
sobressai: as letras r, o, s, a não constituem apenas uma palavra em nossas
mentes: "evocam a imagem da flor, seu cheiro e simbolismo - propriedades
não exactamente relacionadas às letras." Um dos seus principais
representantes foi Max
Wertheimer (1880-1943). Wertheimer demonstrou que quando a
representação de determinada frequência não é transposta se tem a impressão de
continuidade e chamou o movimento percebido em sequência mais rápida de "fenómeno
phi". A tentativa de visualização do movimento marca o início da escola
mais conhecida da psicologia da gestalt e seus pioneiros, além de Wertheimer,
foram Kurt Koffka (1886-1941); Kurt Lewin (1890-1947); e Wolfgang Köhler
(1887-1967). Em 1913, a Academia Prussiana de Ciências instalou, na ilha
de Tenerife,
nas Canárias, uma estação para estudo do comportamento do macaco. Wolfgang Köhler foi
nomeado, então, director da estação - ainda muito jovem e com quase nenhuma
experiência em biologia e psicologia de animais. Suas pesquisas, pioneiras com
antropoides, enfatizaram que "não só a percepção humana, mas também nossas
formas de pensar e agir funcionam, com frequência, de acordo com os
pressupostos da Gestalt. Os seus experimentos comprovaram que os chimpanzés têm
condições de resolver problemas complexos, como conseguir alimentos que estão
fora do seu alcance.
Paralelamente
às pesquisas contemporânea da biologia
celular, que atribuem uma importância capital às funções
da membrana de qualquer célula viva,
concomitantemente barreira de protecção e lugar privilegiado de trocas, os
trabalhos dos gestaltistas têm enfatizado o papel real e metafórico da pele,
que nos protege, nos delimita e nos caracteriza, mas constitui, ao mesmo tempo,
um órgão privilegiado de contacto e de trocas com nosso meio, através das terminações nervosas
sensoriais e de suas miríades de poros. O
gestalt-terapeuta procede da superfície para o fundo - isso não significa que
ele permaneça na superfície. Na realidade, a experiência confirma que a Gestalt
atinge, mais facilmente do que as abordagens de suporte essencialmente verbal,
as camadas profundas arcaicas da personalidade -
aliás, constituídas no período pré-verbal do desenvolvimento da pessoa.
HISTÓRIA
Origens
Max
Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler
(1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940) foram os
criadores das leis da gestalt. Wertheimer pôde provar experimentalmente que
diferentes formas de organização perceptiva são percebidas de forma organizada
e com significado distinto por cada pessoa. Como pode ser visto nas figuras do
Cubo de Necker e do Vaso de Rubin. O todo é maior do que a soma das partes que
o constituem. Por exemplo: uma cadeira é mais do que quatro pernas, um assento
e um encosto. Uma cadeira é tudo isso, mas é mais que isso: está presente na
nossa mente como um símbolo de algo distinto de seus elementos particulares.
Em
uma série de testes, Wertheimer demonstrou que pode ser realizada uma ilusão
visual de movimento de um determinado objecto estacionário se este for mostrado
em uma sucessão rápida de imagens. Assim, se consegue uma impressão de
continuidade. Ele chamou este movimento percebido em sequência mais rápida de
"fenómeno phi" (o cinema é
baseado nessa ilusão de movimentos a imagem percebida em movimento, na
realidade, são conjuntos de imagens fixas (frames) projectadas na tela durante
1 segundo. Devem existir ao menos 24 fotogramas por segundo, ou 24 quadros por
segundo).
Escola "dualista" de Graz
A
tentativa de visualização do movimento marca o início de outra escola da
psicologia da Gestalt: a Escola de Graz ou "corrente dualista" (Áustria).
Esta identificou dois processos distintos na percepção sensorial: um, a
sensação, a percepção física pura dos elementos de uma configuração (o formato
de uma imagem ou as notas de uma música), próprio ao objecto percebido; e o
outro, a representação, que seria um processo "extrassensorial"
através do qual os elementos, agrupados, excitam a percepção e adquirem sentido
(a forma visual ou a melodia da música), que já é particular do trabalho mental
do homem.
Laboratório de 1913
Em
1913, a Academia
Prussiana de Ciências instalou, na ilha de Tenerife,
nas Canárias,
uma estação para estudo do comportamento do macaco. Wolfgang Köhler foi
nomeado, então, director da estação - ainda muito jovem e com quase nenhuma
experiência em biologia e psicologia de animais. Suas pesquisas pioneiras
com antropoides enfatizaram que não só
a percepção humana, mas também nossas formas de pensar e agir funcionam, com
frequência, de acordo com os pressupostos da Gestalt da reorganização
perceptiva.
Observou-se
que ato cognitivo corresponde a uma reestruturação do conhecimento anterior
(informações disponíveis na memória) tal como posteriormente estudada pelos
construtivistas a exemplo de Piaget.
Medidas da estimulação eléctrica cortical em gatos e os seus clássicos
experimentos com chimpanzés (empilhando
caixotes para alcançar alimentos) comprovaram que estes têm condições de
resolver problemas relativamente mais complexos do que os experimentos de
contornar um obstáculo e abrir fechaduras para fuga, aproximando-se da
inteligência humana.
A Gestalt-terapia na França e na Europa
A
história da gestalt na França começou
no início dos anos
1970,
quando, mais ou menos simultaneamente, vários psicólogos franceses trouxeram,
de uma estadia nos Estados
Unidos, experiências, técnicas, métodos e perguntas. Podemos
citar, em 1970: Jacques Durand-Dassier, Serge e Anne Ginger; depois, em 1972:
Jean-Michel Fourcade; em 1974, Claude e Christine Allais, Jean-Claude See, Jean
Ambrosi e o americano Max Furlaud.
A
gestalt francesa já tinha um retrospecto antes de 1975, mas cada um desses
terapeutas trabalhava isoladamente, em geral até ignorando a existência de seus
colegas. Seria preciso esperar o ano de 1981 e a criação da Societé Française
de Gestalt (S.F.G.) - iniciativa de Serge Ginger – para que essas diversas
pessoas, e outras, recém-chegadas, se encontrassem, em geral pela primeira vez,
e trocassem suas experiências. Este ano, 1981, marcou uma virada na história da
gestalt na França, que saiu então da sombra e da
"semiclandestinidade": várias formações profissionais de
Gestalt-clínicos ou Gestalt-terapeutas foram instaladas quase simultaneamente,
vindo somar-se aos cursos oferecidos há pouco na França por uma equipe de
profissionais do Centro Internacional de Gestalt de Quebec,
dirigido por Ernest Godin (formação depois paralisada). A École Parisiènne de
Gestalt (E.P.G.) do I.F.E.P.P., com Serge e Anne Ginger, foi primeira formação
promovida por franceses. A E.P.G. formou, nesse tempo, cerca de 300 clínicos em
gestalt, de 12 nacionalidades.
Foi
criado o Centre de Croissance et d'Humanisme Appliqué, em Nantes,
com Janine Corbeil, de Montreal (formação
depois paralisada). Depois, no ano seguinte, uma formação em Paris,
com Marie Petit e Hubert Bidault, no Centre d'Evolution (formação depois
paralisada). E uma outra, associando o Instituto de Gestalt deBordeaux (Jean-Marie
Robine) e o de Grenoble (Jean-Marie
e Agnès Delacroix). Todos esses institutos asseguraram uma formação teórica e prática de
500 a 600 horas, distribuídas geralmente por três ou quatro anos.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Segundo a Gestalt, existem quatro princípios a ter em conta
para a percepção de objectos e formas: a tendência
à estruturação, a segregação
figura-fundo, a pregnância ou boa forma e aconstância
perceptiva.
Outros conceitos dessa teoria são superssoma e transponibilidade. Superssoma
refere-se a ideia de que não se pode ter conhecimento de um todo por meio de
suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes: "(...) 'A + B'
não é simplesmente '(A + B)', mas sim um terceiro elemento 'C', que possui
características próprias".Já segundo o conceito da transponibilidade,
independentemente dos elementos que compõem determinado objecto, a forma se
sobressai. "(...) Uma cadeira é uma cadeira, seja ela feita de plástico,
metal, madeira ou qualquer outra matéria-prima."
Sete fundamentos básicos
Tendência
dos elementos de acompanharem uns aos outros; Mantém o movimento para uma direcção:
pontos, linhas, planos, cores etc; Ocorre quando o olho completa o movimento
através de um objecto e continua para outro.
Os
sete fundamentos básicos da Gestalt - muito usado hoje em dia em
profissões como design, arquitetura etc
- são:
·
Semelhança:
elementos da mesma cor e forma tendem a ser agrupados e constituir unidades. E
estímulos mais próximos e semelhantes, possuem a tendência de serem mais
agrupados.
·
Unidade: um
elemento se encerra nele mesmo; vários elementos podem ser percebidos como um
todo.
·
Proximidade:
elementos próximos tendem a ser agrupados visualmente: unidade de dentro do
todo.
·
Pregnância: é a
lei básica da percepção da gestalt.
·
Simplicidade: Tendência
à harmonia e ao equilíbrio visual.
·
Fechamento:
formas interrompidas: preenchimento visual de lacunas.
APLICAÇÕES NA ARTE
De
acordo com a gestalt, a arte se funda no princípio da pregnância da forma. O
importante é perceber a forma por ela mesma; vê-la como "todos"
estruturados, resultados de relações. A Gestalt após sistemáticas pesquisas,
apresenta uma teoria nova sobre o fenómeno da Percepção. Segundo esta teoria o
que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina. A excitação
cerebral não se dá por pontos isolados, mas por extensão. A primeira sensação
já é de forma, já é global e unificada. O postulado da gestalt no que se refere
as relações psicofisiológicas pode ser definido como: todo processo consciente,
toda forma psicologicamente percebida, está estreitamente relacionada com as
forças integradoras do processo fisiológico cerebral.
A
hipótese da gestalt para explicar a origem dessas forças integradoras, é
atribuir ao sistema nervoso central, um dinamismo autorregulador que, à procura
de sua própria estabilidade, tende a organizar as formas em todos coerentes e
unificados. Essas organizações, originárias da estrutura cerebral, são
espontâneas, independente da nossa vontade. Na realidade, a "psicologia da
gestalt" não tentou integrar os fatos da motivação com os fatos da
percepção e esta foi a grande contribuição de Frederick Perls e que deu origem
a gestalt-terapia.
A
tendência à estruturação, por exemplo, explica como os diferentes povos
distinguem grupos de estrelas e reconhecem constelações no céu; a configuração
ideal mais conhecida é a proporção áurea dos
arquitetos e geômetras gregos, o que explica muitas das formas que se tornam
agradáveis aos olhos humanos. As empresas de publicidade e os criadores de
signos visuais (marcas) são grandes usuários da descoberta dos símbolos e de
seu poder de atracção (pregnância). Vários artistas se utilizaram das ilusões de óptica.
Muitas delas são explicadas pela lei da segregação da figura e fundo, a exemplo
das obras de Escher e Salvador
Dalí ou
dos discos ópticos de Marcel
Duchamp. A ilusão de perspectiva e a proposição cubista de
criação de uma cena com (sob) múltiplos pontos de vista também são explicados
pela teoria da gestalt.
Gestalt-terapia
A
partir da teoria da gestalt e da psicanálise, o médico alemão Fritz
Perls (1893-1970) desenvolveu uma forma de psicoterapia
de orientação gestáltica. A gestalt-oterapia ou terapia
gestalt orienta-se segundo o conceito que o desenvolvimento
psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo com as
tendências inatas desse
organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente ao ambiente. A
prática psicoterapêutica é, normalmente, realizada em grupo e, ao longo das
suas sessões, destaca-se a realização de um conjunto de exercícios
sensório-motores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do
nosso corpo) e meditativos (de relaxamento). Estes exercícios
pretendem, principalmente, que os indivíduos descubram novas forças existentes
em si, para poderem ultrapassar as suas dificuldades. A gestalt-terapia, apesar
da coincidência de nome, não está directamente ligada à psicologia da gestalt.
Ela foi criada pelo médico alemão Frederick
Perls (1893-1970) em 1951. Perls atuou como psicanalista
até 1941, mas sua formação é muito eclética e passou por importantes
psicanalistas como Otto Fenichel e Karen Horney.
Passou também por Wilhelm
Reich e foi assistente de Kurt Goldestein,
que pertencia ao grupo da psicologia da gestalt, e foi muito influenciado
pela filosofia fenomenológica.
Provavelmente, dessa relação, veio a inspiração para o nome da corrente.
Com
a aproximação da Segunda Guerra Mundial,
Perls foi obrigado a se exilar e
escolheu a África
do Sul para morar, onde fundou o Instituto Sul-Africano de
Psicanálise. No final da década
de 1940, imigrou para
os Estados Unidos e, lá, lançou a primeira publicação em gestalt-terapia. Apesar
da experiência psicanalítica de Perls, a gestalt-terapia está muito mais próxima
da fenomenologia que dos princípios de
psicanálise. Em primeiro lugar, a gestalt-terapia não trabalha com o conceito
de inconsciente, que é central na
psicanálise. O que importa para essa corrente é o aqui-agora. A centralidade no
presente, ao contrário da psicanálise, que busca no passado a elucidação do
trauma, é a pedra de toque da gestalt-terapia. De acordo com Naranjo (1980),
são três os princípios gerais da gestalt-terapia: "Valorização da
realidade: Temporal (presente versus passado ou futuro); Valorização da tomada
de consciência e aceitação da experiência; Valorização do todo ou responsabilidade".
A partir da teoria da gestalt e da psicanálise, o médico alemão Fritz Perls
(1893-1970) desenvolveu uma forma de psicoterapia de orientação gestáltica. A
gestaltoterapia ou terapia gestalt orienta-se segundo o conceito que o
desenvolvimento psicológico e biológico de um organismo se processa de acordo
com as tendências inatas desse organismo, que tentam adaptá-lo harmoniosamente
ao ambiente. A prática psicoterapêutica é, normalmente, realizada em grupo e ao
longo das suas sessões destaca-se a realização de um conjunto de exercício
sensório-motores (que trabalham as áreas sensoriais e motoras do nosso corpo) e
meditativos (de relaxamento).
APLICAÇÕES NA GESTÃO DE EMPRESAS
A
análise gestalt é passível de incorporação na gestão das empresas. No seminário
realizado a 20 de Junho de 2012 no Instituto
de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais sobre o tema
"Pós-Capitalismo – Sociedade do Conhecimento", o doutor Amândio Silva
transmite a ideia de que as empresas são mais do que uma simples adição dos
seus diferentes sectores. Importa, ao gestor, ser capaz de olhar, avaliar e
gerir de acordo com os padrões e configurações que detecta. A visão do todo, da
forma que sobressai, é o elemento chave para a condução de uma gestão
empresarial de sucesso, pois só assim é possível identificar a completa
dimensão física, cultural e emocional da organização. Algo que a análise
individualizada a cada sector se mostra incapaz de percepcionar.
CRÍTICAS SOBRE A GESTALT
Embora
a Gestalt seja considerada por muitos como um consenso, alguns cientistas
apontam fraquezas nessa teoria. Segundo o autor Johan Wagemans e seus colegas
cientistas, a Gestalt possui alguns aspectos que poderiam ser esclarecidos:
A
Gestalt defende que as leis da percepção nascem com o ser humano ao invés de
serem aprendidas com o passar dos anos. No entanto, estudos recentes com
observadores adultos mostraram que a experiência passada pode influenciar a
forma como percebemos a diferença entre a figura e o seu fundo. Peterson &
Skow-Grant (2003) também compartilham dessa crítica. Wertheimer, um dos fundadores
da teoria Gestalt também falou sobre a influência da “experiência passada”, mas
o que ele disse não tem o mesmo sentido utilizado por outras correntes da
psicologia. Para ele, a experiência prévia da pessoa não consegue alterar os
princípios gerais da percepção (Luccio, 2011), mas não é isso que vemos
acontecer na prática, quando mostramos uma imagem ambígua (com mais de uma
interpretação) para diferentes pessoas.
A
teoria gestaltista nem sempre se verifica na prática
Um
dos pilares da Gestalt é a teoria do campo eléctrico, teoria que foi
considerada morta e enterrada em 1950. A Gestalt oferece meras demonstrações,
usando estímulos muito simples ou confusos, formulando leis com pouca precisão,
ou adicionando “leis” para cada factor que parecesse ter alguma influência na
percepção. Para evitar criar leis demais foi proposta uma lei principal,
chamada de Lei da Pragnanz, mas sua explicação foi deixada “confusa” de
propósito: “a organização psicológica será sempre tão BOA quanto as condições
permitirem”. Sobre esse assunto, Bruce & Green (1990) escreveram: “algumas
das suas “leis” de organização perceptiva hoje parecem vagas e inadequadas. O
que significa uma “boa” ou “simples” forma, por exemplo?”. Os próprios
gestaltistas admitem que este conceito é subjetivo (Koffka, 1975). Se
observarmos a natureza, poucos objetos naturais tem uma estrutura regular. A
maioria não tem forma ou tem uma forma imperfeita, de modo que poucos objetos
têm uma “boa forma” de modo a serem “melhores” do que outros (Luccio, 2011).
Todorovic
(2008) explica ainda que, embora a Gestalt seja coberta de alguma forma na
literatura científica como em Kubovy & van der Berg (2008), ainda resta
detalhar como é que diferentes princípios gestaltistas interagem entre si e
quais irão ser mais fortes em quais situações.
CONCLUSÃO
Depois
a pesquisa concluímos então que na psicologia da Gestalt é uma das tendências
teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Seus articuladores
se preocuparam em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base
metodológica forte, que garantisse a consistência teórica. Gestalt é um termo
alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou
configuração, que não é muito utilizado por não corresponder exatamente ao seu
real significado em Psicologia. No final do século passado muitos estudiosos
procuravam compreender o fenômeno psicológico em seus aspectos naturais
(principalmente no sentido da mensurabilidade). A Psicofísica estava em voga.
BIBLIOGRAFIA
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ARHHEIM,
Rudolf. Arte e Percepção Visual - Uma Psicologia Da
Visão Criadora. Editora: Thomson Pioneira.
·
ENGELMANN
(Org.) Psicologia (coleção grandes cientistas sociais). SP, Ática,
1978.
·
KOFFKA, W. Princípios da Psicologia da
Gestalt. Cultrix, SP.
·
KOHLER, W. Psicologia da Gestalt.
Itatiaia. Belo Horizonte, 1980.
·
MARX, M & HILLIX, W. Sistemas e
Teorias em Psicologia. SP, Cultrix.
·
PIAGET, Jean. Psicologia da
inteligência. SP, Forense.