Agostinho Neto

INTRODUÇÃO

Neste trabalho aborda-se sobre a vida e obra de Agostinho Neto, aquele que foi considerado o fundador da nação e o primeiro presidente de Angola. Ao longo do trabalho veremos onde ele foi nascido, onde desenvolveu os seus estudos, como foi a sua vida politica, como conseguiu lidar com o colono, até chegar na fase da independência do nosso País.



António Agostinho Neto

Agostinho Neto nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km de Luanda. O pai era pastor e professor da Igreja Metodista e, a sua mãe, era igualmente professora.
Após ter concluído o curso liceal em Luanda, trabalhou nos serviços de saúde e viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, durante os anos quarenta, conheceu uma fase de vigorosa expansão em Angola.
Decidido a formar-se em Medicina,  embarca para Portugal em 1947 e matricula-se na Faculdade de Medicina de Coimbra, e posteriormente na de Lisboa. Dois anos depois da sua chegada à Portugal, foi-lhe concedida uma bolsa de estudos pelos Metodistas Americanos.
Envolve-se desde muito cedo   em actividades políticas sendo preso em 1951, quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo. Após a sua libertação, retoma as actividades politicas e torna-se representante da Juventude das colónias portuguesas junto do Movimento da Juventude Portuguesa, o MUD juvenil.
E foi no decurso de um comício de estudantes a que assistiam operários e camponeses que a PIDE o prendeu pela segunda vez, em Fevereiro de 1955 só vindo a ser posto em liberdade em Junho de 1957.
Por altura da sua prisão em 1955 veio ao lume um opúsculo com poemas seus, que  denunciavam as amargas condições de vida do Povo angolano. 
A sua prisão desencadeou uma vaga de protestos em grande escala. Realizaram-se encontros; escreveram-se cartas e enviaram-se petições assinadas por intelectuais franceses de primeiro plano, como Jean-Paul Sart, André Mauriac, Aragon e Simone de Beauvoir, pelo poeta cubano Nicolás Gullén e pelo pintor mexicano Diogo Rivera, e em 1957, Agostinho Neto, foi eleito Prisioneiro Político do Ano pela Amnistia Internacional. 
Em 1958, Agostinho Neto licenciou-se em Medicina e, casou com Maria Eugénia, no próprio dia em que concluiu o curso. Neste mesmo ano, foi um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas oriundos das diversas colónias portuguesas. 
Em 30 de Dezembro de 1959. Neto voltou ao seu País, com a mulher, Maria Eugénia, e o filho de tenra idade, e passou a exercer a medicina entre os seus compatriotas. Em 8 de Junho de 1960, o director da PIDE veio pessoalmente prender Neto no seu Consultório em Luanda.
Uma manifestação pacífica realizada na aldeia natal de Neto em protesto contra a sua prisão foi recebida pelas balas da polícia. Trinta mortos e duzentos feridos foi o balanço do que passou a designar-se pelo Massacre de Icolo e Bengo.
Receando as consequências que podiam advir da sua presença em Angola, mesmo encontrando-se preso, os colonialistas transferiram Neto para uma prisão de Lisboa e, mais tarde enviaram-no para Cabo Verde, para Santo Antão e, depois para Santiago, onde continuou a exercer a medicina sob constante vigilância política. Foi durante este período, eleito Presidente Honorário do MPLA.
Por mostrar a alguns amigos em Santiago (Cabo Verde) uma fotografia, em que um grupo de jovens soldados portugueses sorriam para a câmara, segurando um deles uma estaca em que foi espetada a cabeça de um angolano e inserta em diversos jornais (por exemplo, no Afrique Action, semanário que se publica em Tunes) Agostinho Neto foi preso na cidade da Praia em 17 de Outubro de 1961 e transferido depois para a prisão de Aljube em Lisboa.
Sob forte pressão, interna e externa, as autoridades fascistas viram-se obrigadas a libertar Neto em 1962, fixando-lhe residência em Portugal. Todavia, pouco tempo depois da  saída da prisão, Agostinho Neto, em Julho de 1962, saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha ao tempo a sua sede exterior.

Em Dezembro desse ano, foi eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.
  Em 1970 foi-lhe atribuído o Prémio Lótus, pela Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos com a "Revolução dos Cravos" em Portugal e a derrocada do regime fascista de Salazar, continuado por Marcelo Caetano, em 25 de Abril de 1974.
O MPLA considerou reunidas as condições mínimas indispensáveis, quer a nível interno, quer a nível externo, para assinar um acordo de cessar-fogo com o Governo Português, o que veio a acontecer em Outubro do mesmo ano.
Agostinho Neto regressa a Luanda no dia 4 de Fevereiro de 1975, sendo alvo da mais grandiosa manifestação popular de que há memória em Angola
Agostinho Neto que na África de expressão portuguesa é comparável à Léopold Senghor na África de expressão francesa. Foi um esclarecido homem de cultura para quem as manifestações culturais tinham de ser, antes de mais, a expressão viva das aspirações dos oprimidos, armas para a denúncia de situações injustas, instrumento para a reconstrução da nova vida.
Membro fundador da União dos Escritores Angolanos, foi eleito pelos seus pares o seu primeiro Presidente.

Obra literária

Poesia 
·         1957 - Quatro Poemas de Agostinho Neto, Póvoa do Varzim, e.a.
·         1961 - Poemas, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império
·         1974 - Sagrada Esperança, Lisboa, Sá da Costa (inclui poemas dos dois primeiros livros)
·         1982 - A Renúncia Impossível, Luanda, INALD
Política
·         1974 - Quem é o inimigo… qual é o nosso objectivo?
·         1976 - Destruir o velho para construir o novo
·         1980 - Ainda o meu sonho
·         Caminho do mato 



CONCLUSÃO

Concluindo, Agostinho Neto ao falecer em Moscovo, a 10 de Setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também. Na cadeia de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos do território angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto à liderança de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Activa -, partilhavam celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola (OCA) com mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.



BIBLIOGRAFIA


Carreira, Iko,  O pensamento político de Agostinho Neto, Lisboa: D. Quixote, 1996.