A DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
A DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO E AS SUAS CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
Petróleo
Composição Química
Origem do Petróleo
Derivados do Petróleo
Gasolina
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
Querosene
Óleo Diesel
Nafta Petroquímica
Asfalto
Exploração e extracção do Petróleo
A
DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
Ouro negro
Refinação
Política e preços
Reservas estratégicas
CAUSAS
DA DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
CONSEQUÊNCIAS
DA DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
IMPORTAÇÕES
E EXPORTAÇÕES DO PETRÓLEO
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Energia é uma das partes mais fundamentais do nosso universo. Tudo que
fazemos está, de uma forma ou de outra, relacionada a ela. Nós a usamos para
trabalhar, estudar, iluminar nossas cidades, movimentar veículos, trens, aviões
e foguetes. Em alguns países ela é usada para aquecer as casas, já em outros
ela é usada para amenizar o calor. Nós também a usamos para cozinhar, nos
divertir ouvindo música, assistindo televisão, sem deixar de lado a importância
que ela tem para fazer com que as fábricas funcionem.
A economia mundial é altamente dependente de combustíveis fósseis, mais
precisamente do petróleo, que hoje em dia corresponde a mais de 40% do consumo
comercial de fontes de energia primárias no mundo, e as estimativas prevêem que
em 2030 ele ainda será o combustível dominante. Nossa comida depende dele, pois
os petroquímicos são usados como fertilizantes e pesticidas. As máquinas são
movidas a diesel. A maioria dos meios de transporte é movida a subprodutos dos
petróleos.
Quanto aos outros combustíveis fósseis, em muitos países a queima de gás
e carvão é a maior fonte de energia. Além do mais, os combustíveis fósseis
estão nos materiais de construção, produtos farmacêuticos e nas roupas que
usamos. Sendo assim neste trabalho poderemos falar sobre a dependência do
petróleo bem como as suas causas e consequências, como também a sua importação
e exportação. O objectivo desse guia de estudos é mostrar a importância de se desenvolver
fontes alternativas de energia face ao desequilíbrio entre demanda e oferta
energética, aos danos ambientais causados pelos gases poluentes resultantes da
queima de combustíveis fósseis e ao grande poder de barganha que os principais
exportadores de petróleo detêm no cenário internacional.
A DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO E AS SUAS CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
Petróleo
O
petróleo é encontrado no fundo dos oceanos, bem como no solo, em rochas
sedimentares. Petróleo, do latim petroleum, é a união das palavras petrus (pedra)
eoleum (óleo) que significa literalmente óleo de pedra.
Dentre
os primeiros colocados na produção de petróleo a nível mundial estão a Rússia, a Arábia Saudita e os Estados Unidos.
Composição Química
O
petróleo é uma substância natural composta por vários componentes orgânicos,
especialmente, hidrocarbonetos,
ou seja, moléculas de carbono e hidrogénio.
Em
estado natural, o petróleo é composto por: base parafínica, base naftênica e base aromática, porém, a
predominância de alguma dessas substâncias encontradas na composição do
petróleo varia conforme a sua procedência, de modo que o petróleo pode ser
classificado em: parafínico, naftênico, misto - mistura de parafínico e
naftênico ou aromático.
Após refino -
processo de limpeza que transforma o estado natural do petróleo, surgem os seus
derivados, dos quais falaremos mais adiante.
O
petróleo é oleoso, inflamável e, pelo fato de apresentar uma cor escura e ser
uma das principais fontes de energia a nível mundial, é conhecido como ouro negro.
Origem do Petróleo
O
petróleo é produzido pela pressão da água, donde os fitoplânctons se transformam em
petróleo, num processo que demora anos. Nesse sentido, é importante destacar
que, segundo estudiosos, uma jazida de petróleo pode levar entre dez e
quatrocentos milhões de anos para se constituir.
Muitas
teorias giram em torno de sua origem, contudo, a mais aceita é de que o
petróleo é oriundo da sedimentação
de matéria orgânica (animal e vegetal) depositada no fundo dos
mares e oceanos, durante milhões de anos.
Todavia,
pesquisadores afirmam que a substância já era utilizada por povos antigos da
Mesopotâmia, Egipto, Pérsia e China para fins de pavimentação, iluminação,
lubrificantes, dentre outros.
Derivados do Petróleo
O
petróleo é matéria-prima de muitos combustíveis, produtos, óleos, a saber:
gasolina, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás natural, querosene, óleo
diesel, nafta petroquímica, solventes, asfalto, dentre outros. Vejamos alguns:
Gasolina
A
gasolina é um dos subprodutos do petróleo utilizada, em sua maioria, como
combustível para veículos. É um produto líquido, volátil e inflamável, composta
por mais de 400 hidrocarbonetos. São classificadas em gasolina comum, aditivada
epremium, diferenciadas pela qualidade e melhor aproveitamento.
Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
Popularmente
conhecido como o gás de cozinha,
o GLP além de ser utilizado como combustível doméstico, é também produto de
alguns combustíveis industriais e aerossóis. É composto de hidrocarbonetos,
propano, butano, propeno e buteno e encontrado em temperatura ambiente no
estado gasoso.
Querosene
Chamado
popularmente de óleo de parafina, o querosene é produzido pelo processo de
destilação de petróleo, sendo um produto intermediário entre a gasolina e o
óleo diesel. Composto de hidrocarbonetos é utilizado como combustível doméstico
(iluminação) e de aviação, solventes, produto de limpeza, dentre outros.
Óleo Diesel
Subproduto
do petróleo, o óleo diesel é uma substância inflamável, viscosa, volátil e
tóxica, composta, em grande parte de hidrocarbonetos. É utilizado como
combustível industrial, de veículos e embarcações marítimas, além de ser
empregado na produção de energia eléctrica.
Nafta Petroquímica
A
nafta petroquímica é um composto proveniente do petróleo, de aspecto incolor e
utilizada principalmente, como matéria-prima básica para a produção de
plástico, borracha, solventes e combustível.
Asfalto
Derivado
do petróleo por meio do processo de evaporação ou destilação, o asfalto é uma
substância sólida, escura, constituída de hidrocarbonetos, no qual o betume
corresponde ao elemento activo do asfalto o que lhe confere a propriedade
impermeabilizante e aglutinante. É utilizado desde a antiguidade e, actualmente
o asfalto é empregado na pavimentação de estradas, como impermeabilizante,
fabricação de tintas e baterias electroquímicas, dentre outros.
Exploração e extracção do Petróleo
O
processo é iniciado com a prospecção,
com o conhecimento do terreno. Somente após um estudo detalhado é feita a perfuração e através de bombas de
extracção o óleo é sugado das jazidas. Se a pressão do gás é suficiente para
expelir a substância, não se inclui as bombas de sucção, colocando-se apenas
uma tubulação para a extracção do
petróleo bruto.
No
mar, são utilizadas bombas em plataformas marítimas de vários tipos - que
diferem de acordo com a profundidade dos poços, com o seu posicionamento, entre
outros.
Por
conseguinte, a substância é levada para as refinarias, a fim de separá-lo em
vários componentes, que por sua vez serão transformados em vários produtos
derivados do petróleo.
A DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
O petróleo é um combustível fóssil, não renovável, de
origem orgânica. Ele é o resultado do soterramento de ambientes marinhos
(zooplânctons e fitoplânctons) que se acumularam no fundo de oceanos e mares
entre 135 e 65 milhões de anos atrás, no período Cretáceo e Jurássico.
Ao longo do tempo a matéria orgânica depositada nos
fundos oceânicos foi soterrada por sedimentos. O calor do manto e a pressão das
rochas, aliadas ao trabalho de bactérias transformaram esse material em uma
substância viscosa de cor escura, composta basicamente de hidrocarbonetos, um
composto formado por hidrogênio e carbono, encontrados em bacias sedimentares,
normalmente nos oceanos e em terra em locais que já foram fundo de antigos
mares rasos e quentes.
Ouro negro
A humanidade conhece o petróleo desde a antiguidade,
mas foi somente depois da Segunda Revolução Industrial, quando se inventou o
motor a explosão, que o petróleo começou a ser utilizado em grande escala. O
primeiro poço petrolífero foi perfurado em Titusville, na Pensilvânia em 1859 e
a partir daí foi empregado como fonte de energia e combustível para os meios de
transportes e como matéria-prima para uma infinidade de produtos.
Hoje, a sociedade moderna é movida pelo petróleo e
seus derivados. Praticamente não há actividade económica que não utilize
produtos vindos do "ouro negro".
A larga utilização do petróleo como fonte de energia e
matéria-prima ocorreu devido a diversos factores como seu alto poder
calorífico, o fato de ser uma matriz energética em estado líquido, o que
facilita seu transporte, o de ser relativamente abundante e possuir vários usos
como matéria prima.
Refinação
Porém, para ser utilizado o petróleo não pode estar em
estado bruto, necessita passar por um processo chamado de refino, nele o
petróleo é aquecido em torres de aço, chamadas de torres de fracionamento
(abaixo), onde, de acordo com a temperatura, obtêm-se os seus subprodutos como
o óleo diesel, a gasolina, asfalto, solventes, plásticos, etc.
Como o petróleo é refinado. |
·
Apesar de toda essa necessidade de petróleo as
reservas do minério não são encontradas em todos os lugares, as principais
reservas estão concentradas no Oriente Médio (65%), golfo do México, sul dos
EUA, lago de Maracaibo (Venezuela), Sibéria (Rússia) e golfo de Bohai (China).
Actualmente, os maiores países produtores de petróleo no mundo são Arábia
Saudita, Rússia, Estados Unidos, Irão, México e China.
Nem todos os países que possuem reservas petrolíferas
utilizam toda a sua produção e acabam destinando o excedente para a exportação,
conseguindo enormes valores em dólares para o país e colaborando para a
manutenção do equilíbrio entre a oferta e a procura pelo produto. Os maiores
exportadores de petróleo são Arábia Saudita, Rússia, Noruega, Venezuela e
México.
Política e preços
A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo),
uma entidade que reúne a maioria dos países do Oriente Médio, além de países
produtores da África (Líbia, Nigéria, Gabão, Argélia) e a Venezuela, possui
enorme poder de estabelecer a quantidade de petróleo a ser produzida e,
portanto, influenciar o preço do petróleo, quando produzem mais petróleo o
preço do barril cai e quando reduzem a produção o preço sobe.
O preço do barril também é influenciado pela
instabilidade geopolítica nas áreas produtoras e nas vias de distribuição, além
da especulação relacionada a investimentos nas bolsas de mercadorias e futuros
e de petróleo. Desde a invasão do Iraque pelos EUA em 2003, o preço do petróleo
que estava na casa dos U$17,00 o barril, apresentou uma enorme alta e
ultrapassou os U$70,00 em Março/06.
Reservas estratégicas
Mesmo com a alta do preço, o consumo de petróleo
continua em alta. Os países dependentes da importação do produto têm
apresentado um aumento no déficit de suas balanças comerciais. Embora o
comércio continue aquecido e a economia mundial também continue a crescer,
verifica-se um aumento das pesquisas em torno de outras matrizes que permitam
uma menor dependência do petróleo e países que possuem reservas estratégicas,
como os EUA, aumentaram a produção interna. Os países que mais importam petróleo
no mundo são respectivamente EUA, Japão, Coréia do Sul, Alemanha, Itália e
Índia.
CAUSAS DA DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
A vertiginosa queda dos preços do
petróleo a que temos vindo a assistir nas últimas semanas não é propriamente
uma novidade, parecendo um dejá vu do passado relativamente recente.
Não deixa, ainda assim, de ser surpreendente pela sua rapidez e por ocorrer
durante um dos ciclos de mercado mais positivos das últimas décadas. Desta vez
a surpresa reside sobretudo na motivação para esta queda, pelos traços de
guerrilha económica que lhe estão inerentes.
A Arábia Saudita tem vindo a ser
apontada como o principal responsável por este movimento, por ter aumentado a
sua produção e diminuído os preços de venda por grosso, mas a génese da
problemática vem de trás. Há relativamente pouco tempo, os Estados Unidos
desenvolveram uma nova técnica de extracção de petróleo sintético (shale oil)
e gás natural. Apesar de ser um técnica mais dispendiosa, acabou por aproximar
o país da auto-sustentabilidade energética, o que gerou um desequilíbrio na
balança internacional desta matéria-prima.
De repente a oferta começou a
ultrapassar a procura, e ninguém quis dar o primeiro passo no sentido do corte
sustentado de produção! Sendo a Arábia Saudita um dos países do mundo com menor
custo de exploração (cerca de 25 dólares por barril), decidiram partir para o
ataque. Pensavam eles que, ao inundar o mercado e ao diminuir o preço de venda
por grosso, fariam o preço cair o suficiente para provocar o colapso das
exploradoras de shale oil (cujo custo de extracção de
aproxima dos 80 dólares). Para o fazerem, acumularam 800 mil milhões de dólares
em cash, para resistirem a um período
onde o preço do petróleo iria certamente diminuir. Eliminando estes oponentes,
no longo prazo receberiam os dividendos, já que os preços voltariam a subir
devido à diminuição da oferta no mercado. Em conluio com esta medida, a OPEP
decide manter os níveis de extracção, também na expectativa de uma queda rápida
de preços e subsequente falência dos principais competidores.
O plano é excelente, mas tem um
pequeno problema
Os principais produtores de shale oilanteciparam esse movimento e
fizeram hedging à possível queda da matéria-prima
via mercado de futuros. Ou seja, shortaram o petróleo para se assegurarem que não perdiam dinheiro
se o preço do petróleo caísse, fixando assim um preço de venda muito acima do
actual preço de mercado. Simplificando ainda mais, asseguraram-se de que, mesmo
que o preço a que vendem o petróleo esteja abaixo do preço a que o produzem,
ainda assim têm lucro! Apesar de não se saber ao certo até quando estará feita
esta cobertura de risco, estima-se que as maiores empresas de shale oil estejam protegidas dos baixos
preços até pelo menos 2017. Esta brilhante medida terá baralhado as contas aos
principais membros da OPEP, que apesar de terem reservas de cash, têm uma brutal dependência
económica das receitas geradas por esta matéria-prima.
E isso significa que não basta
ter custos de exploração baixos, já que a economia de muitos destes países é
tão dependente do petróleo que necessitam de uma significativa margem de lucro
por barril para conseguirem subsistir sem entrar em défice financeiro. Para se
ter uma ideia, apesar dos 25 dólares de custo de exploração que a Arábia tem,
necessita de um preço por barril de 80 dólares para suportar as despesas do
Reino. Abaixo desse nível, e para manter o faustoso estilo de vida dos seus
príncipes, será necessário consumir uma parte das reservas financeiras. Isso é
o resultado de uma dependência de petróleo para a economia superior a 90%! Ora,
mesmo com os 800 mil milhões de dólares que estão reservados (equivalentes ao
PIB de um ano), dificilmente aguentarão este nível de preços durante muito mais
tempo.
Nem tanto por eles, mas sobretudo
pelos membros da OPEP que foram apanhados desprevenidos! Veja-se o caso da
Venezuela, que tem uma dependência económica das receitas do petróleo em pouco
mais de 50% do PIB, mas que mesmo assim deixou recentemente por pagar uma nota
de dívida por falta de margem financeira. Para que haja um equilíbrio
financeiro na Venezuela, o preço do petróleo teria de estar muito acima dos 100
dólares, o que parece muito difícil a estes níveis. Outros países, como a
Rússia, necessitam também do petróleo acima de 100 dólares para manterem a
subsistência económica, e mesmo não pertencendo à OPEP, começarão a tomar
diligências para que algo seja feito no sentido de aumentar os preços do petróleo
(espero que isso não passe por um conflito mais severo com o Ocidente).
O que acontecerá se nada for
feito e o preço continuar a cair?
Muito provavelmente começarão a
surgir tumultos sociais nos países mais afectados, à medida que o dinheiro para
"acalmar" a população começar a escassear. Não me espantaria também
se houvesse uma nova intervenção no Médio Oriente, com uma justificação
democrática por detrás, de forma a alterar a balança de forças dos países
produtores. Quem perde e quem ganha com toda esta queda? Os países exploradores
são os principais perdedores, como é fácil de ver, já que a tentativa de
desestabilização do shale oil deverá ser infrutífera!
Poder-se-ia pensar que a diminuição dos preços da energia beneficiaria a
Europa, por diminuir as importações.
Mas isso só é verdade até certo
ponto, já que começa a agravar seriamente o risco de deflação e estanca as
exportações para os países exploradores! Veja-se o caso português, que verá a
exportação de bens para a Rússia continuar a cair mesmo que sejam levantadas as
penalizações a este país, ou a exportação de produtos de luxo para Angola, ou a
criação de obra em países produtores, tudo projectos que serão desafiados pela
austeridade que terá de ser imposta nestes países para que as suas balanças
comerciais voltem ao ponto de equilíbrio. Os Estados Unidos perdem, da mesma
forma, capacidade de exportação, o que desacelera a economia. Ganhará a
Ucrânia, pelo enfraquecimento económico da Rússia, ganhará a China por ter uma
forte dependência energética (perdendo, na mesma medida, se houver uma recessão
global), ganharão as empresas de aviação, produtores de automóveis, e todos os
restantes sectores com forte correlação inversa com esta matéria prima.
Ganharão os consumidores (por pagarem o combustível a um preço inferior) e os
investidores Europeus, por se tornar mais provável uma estimulação mais
agressiva ao mercado para evitar que este risco de deflação se
materialize.
E do longo prazo, o que se
espera?
Ainda assim, esta guerrilha
parece não fazer sentido no longo prazo, já que nenhuma das partes que está na
sua origem e na sua possível resolução ganha com ela. Assim, parece-me pouco
provável que o preço do petróleo continue a cair para além do final do primeiro
semestre de 2015. Acredito que a OPEP terá mesmo de cortar a produção logo no
início de 2015, e o excesso de matéria-prima no mercado não deverá demorar mais
de 6 meses a ser absorvido. Se tivesse de adivinhar, diria que o petróleo
estabilizará num novo intervalo, entre os 65-85 dólares, nível a que, com um
controlo moderado da despesa, a maioria dos países produtores conseguiria
subsistir. Este preço reflectiria a nova realidade relativa a um aumento na
oferta, e o impacto de um inevitável abrandamento na economia global
(provavelmente desencadeado por toda esta trapalhada).
Por que não vimos como provável
uma baixa nos preços do petróleo para além de 2015?
Como acabei de indicar, não
parece haver interesse por parte de nenhum dos exploradores em que esse cenário
se confirme. A haver, seria dos produtores de shale oil, presumindo que ohedging esteja montado pelo menos até
2017. Se os preços se mantiverem a estes níveis (ou abaixo deles) durante muito
tempo, a probabilidade de conflituosidade social nos países produtores cresce
exponencialmente. Resultado? A partir do momento em que a produção seja
colocada em causa por um conflito, os preços sobem. Se esse cenário não vier a
confirmar-se, no longo prazo haverá produtores que terão de deixar de explorar,
diminuindo a oferta da mercadoria. Resultado? Desequilibrio da balança
comercial, o que provocaria um aumento do preço.
CONSEQUÊNCIAS DA DEPENDÊNCIA DO PETRÓLEO
Desde
2009 que não se via o preço do petróleo tão baixo e estima-se que ainda vai
cair mais. Só desde o início do ano, o chamado ouro negro desvalorizou cerca de
11%. O ‘Brent’ está a ser vendido a 49 dólares por barril. E quais são as
consequências? Os automobilistas agradecem mas a ecologia ressente-se. Os
países produtores têm menos receitas, no entanto, as nações importadoras têm
vantagens. Em suma, o preço baixo do petróleo é uma faca de dois gumes.
Dia-a-dia
menos dispendioso
O
consumidor final vai beneficiar com a queda abrupta do preço do petróleo. O
preço dos produtos no mercado tende a cair. Certo é que os automobilistas, por
exemplo, vão esfregar as mãos de contentes, pois o custo por litro do
combustível baixa, a não ser que os governos decidam aumentar os impostos.
Outro exemplo, são as transportadoras aéreas que vão realizar economias com uma
baixa do custo de exploração mantendo o preço dos bilhetes. Regra geral, isso
aplica-se à economia que depende de combustíveis para funcionar.
Preços
baixos inimigos do ambiente
Com
os combustíveis fósseis ao preço da chuva, a tendência é para um aumento do
consumo e, consequentemente, da poluição. Os Estados podem então colocar um
travão сom o aumento dos impostos, logo, torna-se menos simpático encher o
depósito.
Países
produtores em desespero
Com
a queda abrupta do preço do ouro negro, as economias produtoras de petróleo
podem cair numa espiral recessiva se não tiverem outras receitas. Mais, a crise
torna-se maior mediante um elevado ponto de equilíbrio entre despesas e
receitas (break-even).
·
Rússia: O
“break-even” russo situa-se na casa dos 105 dólares por barril. Com o preço do petróleo
a quase metade desse valor, Moscovo está com a corda no pescoço, principalmente
quando se juntam as sanções internacionais e a dificuldade dos bancos em se
financiarem. Mais, a industria manufatureira, depende bastante das encomendas
das empresas energéticas. Nesta altura, o Estado tem menos receitas, o valor do
rublo cai e os preços dos produtos sobem. Há previsões de uma acentuada
recessão para a economia este ano.
·
Venezuela: Com o
petróleo nos 100 dólares, o tesouro nacional já estava a sofrer. O país depende
bastante das receitas do crude e do gás natural para pagar a importação de
vários produtos, incluindo de primeira necessidade. O agudizar da crise pode
agravar o descontentamento popular e gerar tumultos.
·
Irão: Atingido por
fortes sanções internacionais e com uma economia moribunda e largamente
dependente do petróleo, Teerão sufoca com os preços bastante baixos,
principalmente se tivermos em conta de que o preço de início do lucro situa-se
nos 130 dólares.
Estados
dependentes beneficiados
Com
o crude barato, os Estados mais dependentes sentem um alívio nos cofres, já que
as importações têm um custo inferior. Depois, há a tentação de aumentar os
impostos sem prejudicar a economia. Uma estimativa da seguradora espanhola
Crédito y Caució aponta para uma poupança na ordem dos 100 mil milhões de euros
por ano na União Europeia.
Risco
de deflação
Com
o petróleo mais barato, a tendência é para a redução do preço dos produtos ao
consumidor, o que eleva o risco de deflação, e fazer derrapar os países para
crises económicas.
Petróleo
de xisto
Há
quem veja a espiral de queda do preço do ouro negro como uma conspiração dos
principais produtores convencionais de petróleo para arruinar a exploração do
petroleo de xisto. Esta multiplicou-se, principalmente nos Estados Unidos, e
tem um “break-even” em média nos 80 dólares. Resta saber se as principais
empresas de exploração vão resistir e evitar a falência.
Petrolíferas
repensam modelos de negócio
Com
os preços anormalmente baixos, algumas petrolíferas são obrigadas a cortar
custos e mesmo a repensar o modelo de negócio, especialmente, as empresas mais
frágeis, que na impossibilidade de conseguirem receitas, são obrigadas a
adaptar-se ou a fechar as portas.
IMPORTAÇÕES
E EXPORTAÇÕES DO PETRÓLEO
Importação
Importação é o processo comercial e fiscal que
consiste em trazer um bem, que pode ser um produto ou um serviço, do exterior
para o país de referência. O procedimento deve ser efectuado via nacionalização
do produto ou serviço, que ocorre a partir de procedimentos burocráticos ligados à
Receita do país de destino, bem como da alfândega, durante o descarregamento e
entrega, que pode se dar por via aérea, marítima, rodoviária ou ferroviária. Quando mais de um tipo de transporte é
utilizado para entrega, chamamos de transporte multimodal.
Exportação
Exportação é a saída de bens, produtos e serviços além das
fronteiras do país de origem. Esta operação pode envolver pagamento (cobertura
cambial), como venda de produtos, ou não, como nas doações.
Tipos de Exportação
A exportação pode ser caracterizada como perfeita e imperfeita.
A exportação perfeita ocorre quando a própria empresa faz a
exportação, sem a utilização de intermediários no processo de introdução do
produto no mercado-alvo.
Exportação imperfeita trata-se de uma alternativa disponível para
empresas que desejam iniciar seu processo de internacionalização, porém não
possuem experiência suficiente para fazê-lo de forma independente.
O abrandamento na produção primária de hulha, linhite, petróleo bruto,
gás natural e, mais recentemente, da energia nuclear conduziu a uma situação em
que a UE ficou cada vez mais dependente das importações de energia primária
para satisfazer a procura, apesar de esta situação se ter estabilizado no
rescaldo da crise financeira e económica. Em 2013, as importações de energia
primária da UE-28 excederam as exportações em cerca de 909 milhões de tep. Os
maiores importadores líquidos de energia primária foram, de um modo geral, os
Estados-Membros mais populosos da UE, com excepção da Polónia (onde continuam a
existir reservas locais de carvão). Desde 2004, a Dinamarca tem sido o único
país exportador de energia primária de todos os Estados-Membros, mas em 2013 as
importações dinamarquesas de energia ultrapassaram as exportações de modo que
deixaram de existir Estados-Membros da UE exportadores líquidos de energia (ver
Quadro 2). No que se refere à dimensão da população, em 2013, os maiores
importadores líquidos foram o Luxemburgo, Malta e Bélgica.
A origem das importações de energia da UE-28 alterou-se
ligeiramente nos últimos anos, uma vez que a Rússia mantém a sua posição como
principal fornecedor de petróleo bruto e de gás natural, tendo emergido também
como o principal fornecedor de combustíveis sólidos (ver Quadro 3). Em
2013, cerca de 33,5 % das importações de petróleo bruto da UE-28 eram
provenientes da Rússia, ligeiramente abaixo das percentagens registadas em 2010
e 2012. A Rússia tornou-se o principal fornecedor de combustíveis sólidos em
2006, ultrapassando a África do Sul, depois de ter ultrapassado a Austrália em
2004 e a Colômbia em 2002. A percentagem das importações de combustíveis
sólidos provenientes da Rússia para a UE-28 subiu de 13,2 % em 2003 para
30,0 % em 2009, antes de cair ligeiramente para 25,9 % em 2012 e ter
recuperado para 28,8 % em 2013. Por outro lado, entre 2003 e 2010, a
percentagem de importações de gás natural provenientes da Rússia para a UE-28
baixou de 44,8 % para 30,1 %, uma evolução que, no entanto, se
inverteu conduzindo a uma percentagem de 39,3 % em 2013. Durante os 10
anos apresentados no Quadro 3, a Noruega manteve-se como o segundo maior
fornecedor das importações de petróleo bruto e gás natural da UE.
A segurança do aprovisionamento de energia primária da UE poderá estar
ameaçada caso uma elevada percentagem de importações se concentre em apenas
alguns parceiros. Em 2013, mais de dois terços (69,1 %) das importações de
gás natural da UE-28 eram provenientes da Rússia ou da Noruega; deste modo,
assistiu-se a uma maior concentração das importações do que a registada nos
dois anos anteriores, na medida em que esses mesmos dois países representaram
59,6 % das importações de gás natural em 2011 e 63,7 % em 2012. Uma
análise semelhante mostra que, em 2013, 53,8 % das importações de petróleo
bruto da UE-28 tiveram origem na Rússia, na Noruega e na Arábia Saudita,
enquanto 73,1 % das importações de hulha foram provenientes da Rússia, da
Colômbia e dos Estados Unidos. Embora os volumes das importações continuem a
ser relativamente pequenos, houve sinais do aparecimento de novos parceiros
entre 2003 e 2013. Este foi, nomeadamente, o caso das importações de petróleo
bruto provenientes da Nigéria, Cazaquistão, Azerbaijão e Iraque, bem como das
importações de gás natural provenientes do Catar e da Líbia.
CONCLUSÃO
Contudo, a palavra petróleo indica-se, em geral, as substâncias minerais
líquidas que se encontram juntas no subsolo e cujo nome é hidrocarboneto; o
petróleo, de fato, que se usa também em casa e que podemos comprar nas
mercearias, não é mais do que um dos muitos produtos que se pode extrair dos
hidrocarbonetos; agora, porém, seu nome é usado comummente para indicar o
conjunto de hidrocarbonetos que se pode extrair das vísceras da terra. Os
hidrocarbonetos, encontram-se, realmente, em grandes jazidas subterrâneas, em
muitas partes da terra e, destas jazidas, devem ser extraídas para poder-se,
depois, explorá-los industrialmente.
É
fácil compreender o porquê da grande importância do petróleo: seus derivados
são empregados, pode-se dizer, em quase todas as actividades humanas. Da
gasolina, que faz mover os automóveis e aviões, à nafta, que serve para os
motores Diesel, de caminhão e das auto motrizes, àqueles gigantescos dos
navios. Do petróleo, pode-se obter até electricidade: nas cabines termoeléctricas, de fato, os dínamos que
produzem energia são accionados por motores Diesel. Os óleos lubrificantes são
indispensáveis para o bom funcionamento de qualquer tipo de motor; os asfaltos
e os betumes são empregados na construção de rodovias, mas não é tudo: do
petróleo obtém-se, hoje, até matérias plásticas.
BIBLIOGRAFIA
Luiz Carlos Parejo:
Petróleo:
A principal fonte de combustível do mundo contemporâneo. Brasil, 2016.
Michel Santos: Consequência do preço baixo do petróleo.
Brasil, 2015.