interacção com campo e a cidade
Introdução
Na actualidade
observamos que as pessoas se deparam com um rol de rotinas para desempenhar
suas funções sociais, em que a regulação e a mensuração sempre estão presentes,
estas implicações também estão atreladas às atividades relacionadas ao lazer,
sendo estas demarcadas por componentes de produtividade.
Valoriza-se a “performance”, o produto e não o
processo de vivência que lhe dá origem; estimula-se a prática compulsória de actividades
denotadoras de moda ou “status”. Além disso, o caráter social requerido pela
produtividade, confina e adia o prazer para depois do expediente, fins-de-semana,
períodos de férias, ou, mais drasticamente, para a aposentadoria.
Há a
prorrogação de certas vivências em função dos cumprimentos das diversas tarefas
diárias, assim as expectativas de prazer nas pessoas quando estas anseiam a
chegada do fim-de-semana existe independente dos vínculos sociais das pessoas
de Estarem inseridas na ambiência do espaço rural ou urbano. Nesse sentido, o
trabalho enfoca o mover das pessoas quando procuram o meio rural para vivenciar
momentos que atendam a tais expectativas, ou a outras experiências.
Interação campo e cidade
O campo se caracteriza como um ambiente onde o silêncio e a calma
proporciona às pessoas uma sensação de tranquilidade e satisfação. Por esse
motivo, esse ambiente é procurado por muitas pessoas para ali realizar sua
prática de lazer. Nós pensamos: que lá você deixas a tensão do trabalho, e lá
você tem o lazer, e descanso.
Nesses lugares tem uma oferta boa de lazer pra todo mundo que mora lá ou
para quem pretende visitar estes lugares. Outros motivos dessa procura são
justificados pela amizade proporcionada pelas pessoas do campo, pelas opções de
lazer encontradas em tal ambiente, como nos revelam as seguintes falas: Então,
o que eu encontrei na comunidade? Aquilo que, de repente, a gente não tinha.
Passava domingo, por exemplo, o dia todinho vendo televisão e aí, vamos dizer,
quantas horas e horas dormindo. O que aconteceu? Eu percebi que aqui na
comunidade eu poderia ter os parceiros.
Por exemplo, o companheirismo que você encontra, a amizade que eles têm
pelas pessoas, nós achamos bem gratificante. Há lugares e momentos que podem
produzir erupção de sentimentos que na rotina do cotidiano seriam impossíveis
de se manifestar, como nos ressalta alguns sociólogos, e que nesses momentos de
excitação, os sentimentos de tristeza, as preocupações são esquecidas, ou
substituídas pela criação de sentimentos que podem trazer bem estar. Creio que
a satisfação de uma necessidade humana através do prazer, e em particular, por
intermédio da agradável excitação que equilibra o controlo regular dos
sentimentos na vida exterior ao lazer, é uma das funções básicas que a
sociedade humana possui para a sua satisfação.
A opção das pessoas do meio urbano se refugiarem no meio rural no uso do
seu tempo livre, pode refletir a procura de algo nostálgico ou mesmo exótico,
que representa a fuga de valores e actividades desenvolvidas no seu quotidiano.
Esse distanciamento pode ser uma compensação do stresse provocado pelas
obrigações laborais de trabalho diário na cidade.
Lazer coletivo e lazer solitário
Há pessoas
que preferem ficar sozinhas em seu tempo livre, realizando actividades na qual
possam sentir prazer sem a necessidade de outros em sua volta. Esse tipo de
lazer solitário pode ser exemplificado pela leitura de livros, escutar uma
música, jardinagem, etc.
O espectro do tempo livre
Segundo, Elias e Dunning (1992),
as actividades de tempo livre podem distinguir-se pelo grau de rotina e de
destruição da rotina ou pelo equilíbrio entre os dois aspectos que nele se
encontram integrados. Assim, pode-se destacar três grandes categorias de
atividades a serem realizadas em tempo livre:
A. Rotinas do tempo livre (provisão rotineira das próprias necessidades
biológicas e cuidados com o próprio corpo, bem como governo da casa e rotinas
familiares) que encontramos nas manifestações dos sujeitos investigados.
B. Actividades intermediárias de tempo que servem como necessidades de
formação ou auto-satisfação e auto-desenvolvimento (trabalho não-profissional,
voluntário ou para si próprio e atividade religiosas): É um conforto até para
nós, para o nosso coração a pessoa fica até mais suave quando está cantando em
nome de Deus, então dá para se falar como um grande lazer que a pessoa faz no dia-a-dia.
C. Actividades de lazer propriamente dita (lazer solitário ou comunitário).
Assim. A
possibilidade de ter a oportunidade de optar o que realizar no seu descanso ou
divertimento já é uma aquisição. Em
segundo plano estão às possibilidades para o desenvolvimento pessoal que actividades
de lazer podem trazer com novos conhecimentos do mundo, novas experiências,
desejos e projetos.
As actividades profissionais
De um modo geral, nos meios rurais predomina a
agricultura, a pecuária, a silvicultura e outras actividades ligadas à
exploração de alguns recursos naturais. Por esta razão, a população pertence,
na sua maioria, ao sector primário.
Nos
meios urbanos, pelo contrário, as actividades predominantes são o comércio, os
serviços, e a indústria pelo que a população pertence, na sua quase totalidade,
aos sectores secundário e terciário.
A ocupação dos tempos livres
Nos meios rurais, os tempos livres são poucos
e variam com a época do ano e com o ritmo a que se desenrolam os trabalhos
agrícolas. Os jogos tradicionais, as danças e os cantares populares, bem como
as festividades religiosas, são algumas das principais manifestações culturais
nestas áreas.
Nos
meios urbanos a situação é bem diferente. Os horários de trabalho e os vários
ritmos de vida, bem como a existência de uma série de equipamentos nas áreas da
cultura, do desporto e de entretenimento, permitem à população uma escolha mais
alargada na ocupação dos tempos livres e de lazer.
As deslocações
Nos
meios rurais, a população dedica-se principalmente à agricultura e as
habitações, normalmente unifamiliares, encontram-se, muitas vezes, integradas
nos campos de cultura. Por isso, as deslocações das pessoas para os locais de
trabalho são geralmente curtas e feitas a pé.
As ruas das
aldeias são, assim, pouco movimentadas e por elas circulam essencialmente
pessoas, máquinas agrícolas e animais.
Nos meios urbanos, pelo contrário, as
populações vivem normalmente em blocos de apartamentos longe dos locais de
trabalho, por vezes a quilómetros de distância. Além disso, é sobretudo no
centro das cidades que se situam as zonas comerciais e de serviços e as quais
as pessoas afluem frequentemente.
Assiste-se,
assim, todos os dias a uma grande deslocação de pessoas entre a sua residência
e o local de trabalho, utilizando os diversos meios de transporte: automóveis,
autocarros, comboios. Mas este movimento pendular dá-se em dois sentidos: pela
manhã é em direcção ao centro urbano e ao fim da tarde é o regresso a casa.
As ruas das
cidades são, portanto muito movimentadas e por elas circulam, sem cessar,
pessoas e veículos. Devido a todo esse movimento, os transportes são, por
vezes, lentos e difíceis.
Há muitos
sítios de lazer em Luanda e em outras províncias do nosso pais dentre as quais
destacamos as seguintes:
Província
Malanje possui uma grande variedade de recursos turísticos, e sítios de lazeres
quer seja nos locais rurais e urbanos dos quais se destacam
Sítios e
lugares de lazeres existentes na província de Malange
ü
Cemitério de Cambumdi-Catembo, Cemitério da Kizenga e ainda outros Cemitérios históricos nos
municípios de Caculama e Cacuso. Túmulos
da Rainha N’Ginga M’Bandi, N’Gola M’Bandi – estão situados em Kwaba
N’Zóji.
ü
Igreja Evangélica do Quêssua – no município de Malanje, que funcionava
antigamente como convento.
ü
Ruínas – Ruínas de Cacumbo, Ruínas da fortaleza de Pungo-Andongo (1671) e as Ruínas da fábrica do Quissol, de 1820
(em N’Zongola e Madimba).
ü
Parque Nacional de Kangandala. Possui uma área de 600 Km². A espécie mais
importante existente é a palanca negra gigante.
ü
Reserva Florestal do caminho de ferro de Malanje - Possuí 200 Km².
ü
Reservas Natural Integral do Luando e Especial do Milando - situadas nos municípios de
Luquembo e Kunda Dia-Baze/Marimba/Caombo.
ü
Reserva florestal do Samba-Lucala – Possui 400 Km² de extensão.
ü
Pedras Negras de Pungo Andongo –- formações rochosas onde dizem estar marcadas
as pegadas da rainha N’Ginga M’Bandi e do rei N’Gola Kiluange.
ü
Furnas do Cacolo –-
Ruínas antigas de habitações primitivas e onde se encontram jazigos naturais.
ü
As Quedas de Kalandula
ü
Os Rápidos do Kwanza
ü
A Barragem de Kapanda
As Quedas de Kalandula
As quedas de Kalandula constituem a fascinante
atracção turística da província de Malanje e uma das mais importantes de
Angola. Ocorrem, no rio Lucala e possuem cerca de 400 metros de altura, e 105
metros de altura. São as segundas quedas mais altas de África.
As Pedras Negras são um conjunto de blocos rochosos de
dimensões descomunais que ocorrem na localidade de Pungu-a-Ndongo, município de
Cacuso, província de Malanje.
O conjunto é composto por rochas intrusivas que terão
sido expostas pela erosão, ao longo dos séculos e por rochas sedimentares
(arenitos e conglomerados) bem consolidados. Quando for ao Pungu-a-Ndongo, o
visitante não deve esquecer-se de visitar a Pegada do Rei Ngola Kiluanji, as
Pégadas da Rainha Njinga, o Cantinho do Céu.
O Pungu-a-Ndongo, conhecido pelo nome aportuguesado de Pungo Andongo, encontra-se a curta distância da Barragem de Capanda, outro ponto turístico que vale a pena visitar.
O Pungu-a-Ndongo, conhecido pelo nome aportuguesado de Pungo Andongo, encontra-se a curta distância da Barragem de Capanda, outro ponto turístico que vale a pena visitar.
Túmulos dos
Reis
Entre os monumentos e sítios mais importantes, ocupam
lugar de destaque os túmulos do Rei Ngola Kiluanji, da Rainha Njinga Bandi e do
irmão, Mbingi a Mbandi que se encontram-se na aldeia de Mukulu a Ngola,
município de Marimba.
Na referida aldeia, as pessoas que cuidam dos túmulos
dos Reis são pertencentes à família real. É a eles que cabe organizar a limpeza
e as visitas. Os visitantes têm que vestir-se de um traje especial. Na foto,
vemos, em traje especial e com a sua comitiva, o Governador Cristóvão da Cunha
depositando uma coroa de flores nos túmulos dos Reis.
MONUMENTOS
Ø Forte de Cabatuquila
Ø Ruínas de Duque de Bragança
Ø Igreja metodista Unida
Ø Antigo Palácio
Ø Poço mais antigo de Malange
Ø Matari Ya Ginga
Ø Poço da Sé Catedral
Ø Manivela Mais Antiga
Parques nacionais, espaços privilegiados
da natureza
Ø A fauna e
a flora constituem um dos mais ricos patrimônios naturais de Angola,
exuberante nicho de turismo ecológico que garante momentos de lazer
e tem importância científica, pelo potencial genético existente nos
parques e reservas florestais.
Ø Há no país um
total de 37 áreas de valor turístico e ecológico,
equivalentes a 188.650km², ou 15% do território nacional. Desse total
13 são áreas de proteção ambiental: seis Parques
Nacionais, um Parque Natural Regional, duas Reservas
Naturais integrais e quatro Reservas Parciais.
Ø Os seis parques
nacionais são:
Ø – Parque Nacional de
Quissama, na província de Bengo, estabelecido como Reserva de Caça em 1938 e
elevado à condição de Parque Nacional em 1957.
Ø Tem uma área de
9.600km² e sua fauna mais notável é composta de manati, palanca
vermelha e tartaruga marinha.
Ø – Parque
Nacional de Cangandala, na província de Malange. Estabelecido como Reserva
Natural Integral em 1963 e Parque Nacional a partir de 1970.
Ø Tem uma área de 600
km² e sua fauna inclui a famosa palanca preta gigante, espécie exclusiva de
Angola.
Ø – Parque
Nacional de Bicuar, na província de Huíla. Criada como Reserva de Caça em 1938,
passou a Parque Nacional em 1964. Tem uma área de 7.900km² e na sua fauna o
destaque é o búfalo negro.
Ø – Parque
Nacional de Iona, na província de Namibe. Estabelecido como Parque Nacional de
caça em 1937, tornou-se Parque Nacional em 1964. Tem uma área de 15.150km² onde
a Zebra da Montanha é a estrela principal de sua fauna.
Ø – Parque Nacional de
Kameia, na província de Moxico. Em 1935 tornou-se reserva de caça, sendo
elevado à condição de Parque Nacional em 1957. Sua área é de 14.450 km² e a
fauna inclui girafas.
Ø – Parque
Nacional Regional Cimala-Vera, na província de Benguela. Foi estabelecido como
Reserva Especial em 1971 e elevado à condição de Parque Nacional Regional em
1974. Tem uma área de 150km² e na sua fauna se destaca a cabra de leque.
Ø Além da fauna,
existe nos parques nacionais uma flora de grande importância para o
equilíbrio do ecossistema e com valor medicinal. Mas a maior parte das áreas
protegidas sofreu o impacto da guerra civil. Com o advento da paz,
começou-se a refletir sobre a conveniênia de abri-las de imediato ao
turismo ou dar prioridade a trabalhos de ordenamento, delimitação e recuperação
das partes degradadas, ou ainda concluir o estatuto de áreas protegidas.
Sítios e lugares de
lazeres rurais e urbanos na província de Luanda
Na província de Luanda
também possui muitos sítios e lugares de lazeres quer seja rural tanto como
urbano tais como:
ü A ilha de Luanda
ü Mussulo
ü Largo da Independência
ü Floresta da ilha
ü Palácio de Ferro
ü Parque de diversão
ulengo
ü Museu da escravatuta
ü Museu das forças
Armadas
ü Mausoléu
ü A nova marginal
Todos os espaços
citados acima fazem parte de locais de lazeres urbanos na província de Luanda.
Os espaços de lazeres nas zonas
rurais da província de Luanda são:
Parque nacional da kissama
Barra do Dande
Barra do Kwanza
Igreja da Muxima ( Católica)
Conclusão
Depois de um estudo minucioso, concluímos que o lazer é uma das
necessidades sentidas tanto no meio urbano, como meio rural, sendo que este
último apresenta evidencias mais distintas dessa ausência, em que o processo de
mudanças nas dinâmicas no campo tem provocado este facto. Neste sentido, há a
preocupação de se repensar o enfoque dado a esta questão. Os moradores rurais
já têm outros interesses para com as atividades de lazer, e estas fogem dos
elementos convencionais.
Bem como os moradores da cidade estabelecem outra relação com o ambiente
rural. Os anseios e expectativas para as atividades de lazer refletem assim
novas perspetivas que procuram possibilidades que proporcionam o maior convívio
e aproximação com as pessoas, e a melhoria das condições de cada um na escolha
e realização dos seus propósitos em relação ao seu lazer, isto tanto em
qualidade quanto quantidade.
Bibliografia
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da
excitação. Lisboa: Difel, 1992.
10
MARCELLINO, Nelson
Carvalho. Lazer e educação. Campinas-SP: Papirus, 1987.
WILLIAMS, Raymond. O
campo e a cidade na história e na literatura. São Paulo: Cia da Letras,
1989.
Jornal de Angola,
edição 16/01/16