A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA IDADE PRÉ-ESCOLAR
INTRODUÇÃO
No presente trabalho
abordaremos sobre a importância do desenvolvimento da linguagem na idade
pré-escolar, que adota-se na infância da criança, sabendo que é o momento no
qual a criança inicia o desenvolver dessa comunicação, realizada através do
choro, gestos, fala, dentre outras formas de expressão, acções dessa natureza
poderão reportar a novas conquistas da criança pequena através da comunicação
desenvolvida.
Entre os 2 e 3 anos as crianças começam a
adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, começando assim a se preocupar
com as regras gramaticais. Usam, para tanto, o que chamamos de super –
regularização, que é uma aplicação das regras gramaticais a todos os casos, sem
considerar as excepções. É por isso que a criança quer comprar “pães”, traze-los
nas “mães”. Aos 6 anos a criança fala utilizando frases longas, tentando
utilizar correctamente as normas gramaticais.
A
IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA IDADE PRÉ-ESCOLAR
A linguagem das crianças intriga linguistas e
estudiosos do assunto. Sendo assim crianças do século XII, por exemplo, apesar
de crianças como as de hoje não brincavam com os mesmos brinquedos, nem
sentiam, nem pensavam, nem se vestiam como as crianças de hoje. E, certamente
as crianças deste século terão características muito diferentes das de hoje. É
interessante que assim surge um questionamento: se as crianças de antigamente
eram diferentes das de hoje certamente as de amanhã também serão.
A aquisição da linguagem tenta
explicar entre outras coisas o fato de as crianças, por volta dos 3 anos, serem
capazes de fazer o uso produtivo - de suas línguas”. Com base nisso
tentarei aqui expor alguns pontos importantes de aquisição da linguagem pela
criança. Desde pequenos já existe a comunicação, mas esta não é feita por meio
oral. A linguagem é um sistema de símbolos culturais internalizados, e é
utilizada com o fim último de comunicação social. Assim como no caso da
inteligência e do pensamento, o seu desenvolvimento passa também por períodos
até que a criança chegue a utilização de frases e múltiplas palavras.
Ao nascer, a criança não entende o que lhe é
dito. Somente aos poucos começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo
modo acontece com a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção
da linguagem falada evoluem. Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal,
a falada, a escrita e a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza, tanto a
linguagem corporal (mímica, gestos, etc.) como a linguagem falada. Lógico que
ela ainda não fala, mas já produz linguagem.
O desenvolvimento da linguagem se divide em
dois estádios: Pré – linguístico, quando o bebé usa de modo
comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o linguístico, quando
usa palavras. No estádio pré – linguístico a criança, de princípio,
usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em expressão emocional. Logo ao
nascer este choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe sabe o que ele
significa, mas aos poucos começa a ficar cheio de significados e é possível,
pelo menos para a mãe, saber se o bebé está
Chorando de fome, de cólica, por estar se
sentindo desconfortável, por querer colo etc. è importante ressaltar que é a
relação do bebé com sua mãe, ou com a pessoa que cuida dele, que lhe dá
elementos para compreender seu choro. Além do choro, a criança começa a
produzir o arrulho, que é a emissão de um som gutural, que sai da garganta, que
se assemelha ao arrulho dos pombos. O balbucio ocorre de repente, por volta dos
6-10 meses, e caracteriza – se pela produção e repetição de sons de consoantes
e vogais como “ma – ma – ma – ma”, que muitas vezes é confundido com a primeira
palavra do bebé.
No desenvolvimento da linguagem, os bebés
começam imitando casualmente os sons que ouvem, através da ecolalia. Por
exemplo: os bebés repetem repetidas vezes os sons como o “da – da – da”, ou “ma
– ma – ma – ma”. Por isso as crianças que têm problema de audição, não evoluem
para além do balbucio, já que não são capazes de escutar.
Por volta dos 10 meses, os bebés imitam
deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a importância da estimulação
externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebé
já tem certa noção de comunicação, uma ideia de referência e um conjunto de
sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele. O
estádio linguístico está pronto para se estabelecer. Sendo assim,
contando com a maturação do aparelho fonador da criança e da sua aprendizagem
anterior, ela começa a dizer suas primeiras palavras.
A fala linguística se inicia
geralmente no final do segundo ano, quando a criança pronuncia a mesma
combinação de sons para se referir a uma pessoa, um objecto, um animal ou um
acontecimento. Por exemplo, se a criança disser acho quando vir a água na mamadeira,
no copo, na torneira, no banheiro etc., podemos afirmar que ela já esta falando
por meio de palavras. Espera – se que aos 18 meses a criança já tenha um
vocabulário de aproximadamente 50 palavras, no entanto ainda apresenta
características da fala pré – linguística e não revela frustração se não for
compreendida.
Na fase inicial da fala linguística a criança
costuma dizer uma única palavra, atribuindo a ela no entanto o valor de frase.
Por exemplo, diz ua, apontando para porta de casa, expressando um pensamento
completo; eu quero ir para rua. Essas palavras com valor de frases são
chamadas holófrases. Chomsky defende a ideia de que a estrutura da
linguagem é, em grande parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner
afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiência
(empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão do
desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. Segundo
ele tanto o biológico quanto as interacções com o mundo social são importantes
para o desenvolvimento da linguagem (integracionista).
O
SISTEMA DA LINGUAGEM INFANTIL
O sistema da linguagem tem uma complexidade
que envolve a rede de neurónios distribuída entre várias regiões cerebrais. Em
contacto com os sons do ambiente, a fala inclui múltiplos sons que ocorrem
simultaneamente, em várias frequências e com rápidas transições entre estas. O
ouvido tem de sintonizar este sinal auditivo complexo, recodificá-lo e
transformá-lo em impulsos eléctricos, os quais são conduzidos por células
nervosas à área auditiva do córtex cerebral, no lobo temporal. Este reelabora
os impulsos, transmite-os às áreas da linguagem e armazena a versão do sinal
acústico por certo período de tempo. Desta forma a linguagem deve ser concebida
no contexto da interacção social, não simplesmente como meio de transmissão de
informação, mas sim como projecção das próprias pessoas, veículo de trocas, de
relações, como meio de representação e comunicação. A linguagem é, por um lado,
um meio de interacção, de relação e de construção do conhecimento; e, por outro
lado, algo que a criança precisa conhecer e dominar.
A partir do momento em que a criança
fala e se comunica com adultos ou outras crianças, ela está se expressando por
meio da linguagem oral. No entanto, as diversas instituições concebem a
linguagem e a maneira como as crianças aprendem de formas bem distintas. Umas
consideram o aprendizado da linguagem oral como um processo natural,
que ocorre em função da maturação biológica. Outras, ao contrário, concordam
que a intervenção directa do adulto é necessária e determinante para
a aprendizagem da criança.
LINGUAGEM
COMO MEIO DA INTERACÇÃO SOCIAL DA CRIANÇA
Actualmente, novas vertentes, baseadas na
análise de produções das crianças e das práticas correntes, têm apontado novas
direcções no que se refere ao ensino e à aprendizagem da linguagem oral e
escrita, considerando a perspectiva da criança que aprende. Com base na aquisição
do conhecimento pela criança de forma activa e não receptiva, há uma
transformação substancial na forma de compreender como uma criança aprende
a falar, a ler e a escrever.
Por meio da linguagem oral,
a criança se comunica e expressa os seus pensamentos, influenciando outras
crianças e estabelecendo relações umas com as outras. Tudo é contextualizado,
ou seja, as palavras só têm sentido em enunciados e textos que significam e são
significados por situações. A linguagem não é apenas vocabulário, lista
de palavras ou sentenças soltas, mas sim um meio eficaz de comunicação e
interacção social.Além disso, a linguagem é dinâmica, com variantes
regionais, diferenças nos graus de formalidade e nas convenções do que se pode
e deve falar em determinadas situações comunicativas. Quanto mais as crianças
puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em
casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma
informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de
maneira significativa.
DESENVOLVIMENTO
DA LINGUAGEM ORAL
Desde os primeiros dias, o bebé emite
sons articulados que revela o seu esforço para se comunicar com os outros.
Estes os interpretam, dando sentido à comunicação do bebé. Quando os
adultos falam com o bebé, eles tendem a utilizar uma linguagem simples,
breve e repetitiva, que facilita o desenvolvimento da linguagem e da
comunicação. Por outro lado, às vezes eles o expõem à linguagem oral em toda
sua complexidade, como por exemplo, ao trocar as fraldas, o adulto fala: “Você
está molhado? Eu vou te limpar, trocar a fralda e você vai ficar sequinho e
gostoso!”.
Além da fala, a comunicação pode
acontecer por gestos, sinais e até linguagem corporal, que dão significado
e apoiam a linguagem oral dos bebés. Dessa forma, a criança aprende a
verbalizar por meio da apropriação da fala do outro. Esse processo
refere-se à repetição, pela criança, de fragmentos da fala do adulto ou de
outras crianças, utilizados para resolver problemas em função de diferentes
necessidades e contextos nos quais se encontre.Por exemplo, um bebé de sete
meses pode engatinhar em direcção a uma tomada e, ao chegar perto dela, ainda
que demonstre vontade de tocá-la, pode apontar para ela e menear a cabeça
expressando assim, à sua maneira, a fala do adulto. Gradativamente, o bebé
passa a incorporar a palavra “não” associada a essa acção, que pode significar
um conjunto de ideias como: não se pode mexer na tomada; mexer aí é perigoso;
entre outras.Com o passar do tempo, a criança se expressa melhor, dizendo o que
gosta e o que não gosta, o que quer e o que não quer fazer e
a fala passa a ocupar um lugar privilegiado como instrumento de
comunicação. Esse desenvolvimento vai ampliando os recursos intelectuais,
porém as falas infantis são, ainda, produto de uma perspectiva muito
particular, de um modo próprio de ver o mundo.
DESENVOLVIMENTO
DA LINGUAGEM ESCRITA
Em nossa sociedade, desde os primeiros dias
de vida, a criança está exposta ao mundo das letras, em permanente
contacto com a linguagem escrita. Dessa forma a criança passa a descobrir
o aspecto funcional da comunicação escrita, desenvolvendo interesse e
curiosidade por essa linguagem. Diante do ambiente de letramento em
que vivem, as crianças podem fazer, a partir de dois ou três anos de idade, uma
série de perguntas, como “O que está escrito aqui?”, ou “O que isto quer
dizer?”, indicando sua reflexão sobre a função e o significado da escrita, ao perceberem
que ela representa algo.
No entanto, para aprender a escrever, a
criança terá de lidar com dois processos de aprendizagem paralelos: o que a
escrita representa e como. Além disso, a criança deve ter contacto com os
mais diversos textos presentes em seu Quotidiano, para que possa construir
sua capacidade de ler, bem como desenvolver a capacidade de escrever
autonomamente. Muitas crianças utilizam-se de livros, revistas, jornais,
gibis, rótulos, entre outros, para “ler” o que está escrito. Não é raro
observar crianças muito pequenas, que têm contacto com material escrito,
folhear um livro e emitir sons e fazer gestos como se estivessem lendo. Ou
seja, as crianças elaboram uma série de ideias e hipóteses provisórias antes de
compreender o sistema escrito em toda sua complexidade.
CONCLUSÃO
Sobre o trabalho realizado chegamos a
conclusão que o desenvolvimento da linguagem na idade pré-escolar e a
ludicidade da linguagem Oral e Escrita na Educação Infantil é uma fase para a
aprendizagem junto às crianças da pré-escola e destacam-se suas características
estimuladoras da imaginação e desenvolvimento da linguagem na infância a partir
de temas do ensino de ciências e periodizando a utilização do jogo e das
brincadeiras infantis. O uso de cantigas de roda e contos infantis contribuíram
para o desenvolvimento da linguagem e resgataram a cultura popular pouco
valorizada no mundo pós-moderno recheado de informações superficiais destinadas
ao público infantil e veiculadas na televisão, rádio, internet, etc.
BIBLIOGRAFIA
A linguagem infantil. Disponível em:http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/45251/a-linguagem-infantil-fases-do-desenvolvimento#ixzz43tu95pjv. Acesso aos 29 de
Março de 2016.
A educação infantil. Disponível
em: http://www.cpt.com.br/cursos-educacao-infantil/artigos/rcn-para-a-educacao-infantil-construcao-da-linguagem-oral-e-escrita. Acesso aos 29 de
Março de 2016.
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