A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA IDADE PRÉ-ESCOLAR
INTRODUÇÃO
No presente trabalho abordaremos sobre a
importância do desenvolvimento da linguagem na idade pré-escolar, que adota-se
na infância da criança, sabendo que é o momento no qual a criança inicia o
desenvolver dessa comunicação, realizada através do choro, gestos, fala, dentre
outras formas de expressão, acções dessa natureza poderão reportar a novas
conquistas da criança pequena através da comunicação desenvolvida.
A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NA IDADE PRÉ-ESCOLAR
A linguagem das crianças intriga linguistas e
estudiosos do assunto. Sendo assim crianças do século XII, por exemplo, apesar
de crianças como as de hoje não brincavam com os mesmos brinquedos, nem
sentiam, nem pensavam, nem se vestiam como as crianças de hoje. E, certamente
as crianças deste século terão características muito diferentes das de hoje. É
interessante que assim surge um questionamento: se as crianças de antigamente
eram diferentes das de hoje certamente as de amanhã também serão.
A aquisição da linguagem tenta explicar entre outras
coisas o fato de as crianças, por volta dos 3 anos, serem capazes de fazer o
uso produtivo - de suas línguas”. Com base nisso tentarei aqui expor
alguns pontos importantes de aquisição da linguagem pela criança.
Desde pequenos já existe
a comunicação, mas esta não é feita por meio oral. A linguagem é um sistema de
símbolos culturais internalizados, e é utilizada com o fim último de
comunicação social. Assim como no caso da inteligência e do pensamento, o seu
desenvolvimento passa também por períodos até que a criança chegue a utilização
de frases e múltiplas palavras.
Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos
começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a
produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem falada
evoluem.
Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a escrita e
a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza, tanto a linguagem corporal (mímica,
gestos, etc.) como a linguagem falada. Lógico que ela ainda não fala, mas já
produz linguagem.
O desenvolvimento da linguagem se divide em dois estádios: Pré – linguístico,
quando o bebé usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o linguístico,
quando usa palavras
No estádio pré –
linguístico a criança, de
princípio, usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em expressão
emocional. Logo ao nascer este choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe
sabe o que ele significa, mas aos poucos começa a ficar cheio de significados e
é possível, pelo menos para a mãe, saber se o bebé está
Chorando de fome, de cólica,
por estar se sentindo desconfortável, por querer colo etc. è importante
ressaltar que é a relação do bebé com sua mãe, ou com a pessoa que cuida dele,
que lhe dá elementos para compreender seu choro
Além do choro, a criança começa a produzir o
arrulho, que é a emissão de um som gutural, que sai da garganta, que se
assemelha ao arrulho dos pombos. O balbucio ocorre de repente, por volta dos
6-10 meses, e caracteriza – se pela produção e repetição de sons de consoantes
e vogais como “ma – ma – ma – ma”, que muitas vezes é confundido com a primeira
palavra do bebé.
No desenvolvimento da linguagem, os bebés começam imitando casualmente
os sons que ouvem, através da ecolalia. Por exemplo: os bebés repetem repetidas
vezes os sons como o “da – da – da”, ou “ma – ma – ma – ma”. Por isso as
crianças que têm problema de audição, não evoluem para além do balbucio, já que
não são capazes de escutar.
Por volta dos 10 meses, os bebés imitam deliberadamente os sons que
ouvem, deixando clara a importância da estimulação externa para o
desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebé já tem certa
noção de comunicação, uma ideia de referência e um conjunto de sinais para se
comunicar com aqueles que cuidam dele
O estádio linguístico está pronto para se
estabelecer. Sendo assim, contando com a maturação do aparelho fonador da
criança e da sua aprendizagem anterior, ela começa a dizer suas primeiras
palavras.
A fala linguística se inicia geralmente no final do
segundo ano, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se
referir a uma pessoa, um objecto, um animal ou um acontecimento. Por exemplo,
se a criança disser acho quando vir a água na mamadeira, no copo, na torneira,
no banheiro etc., podemos afirmar que ela já esta falando por meio de palavras.
Espera – se que aos 18 meses a criança já tenha um vocabulário de
aproximadamente 50 palavras, no entanto ainda apresenta características da fala
pré – linguística e não revela frustração se não for compreendida.
Na fase inicial da fala linguística
a criança costuma dizer uma única palavra, atribuindo a ela no entanto o valor
de frase. Por exemplo, diz ua, apontando para porta de casa, expressando um
pensamento completo; eu quero ir para rua. Essas palavras com valor de frases
são chamadas holófrases.
Entre os 2 e 3 anos as
crianças começam a adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, começando
assim a se preocupar com as regras gramaticais. Usam, para tanto, o que
chamamos de super – regularização, que é uma aplicação das regras gramaticais a
todos os casos, sem considerar as excepções. É por isso que a criança quer
comprar “pães”, traze-los nas “mães”. Aos 6 anos a criança fala utilizando
frases longas, tentando utilizar correctamente as normas gramaticais.
Chomsky defende a ideia de que a estrutura da
linguagem é, em grande parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner
afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiência
(empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão do
desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. Segundo
ele tanto o biológico quanto as interacções com o mundo social são importantes
para o desenvolvimento da linguagem (integracionista).
Dentro da óptica interacionista, da qual
Piaget é adepto, o aparecimento da linguagem seria decorrência de algumas das
aquisições do período sensório – motor, já que ela adquiriu a capacidade de
simbolizar ao final daquele estádio de desenvolvimento da inteligência. Soma –
se a isso a capacidade imitativa da criança. As primeiras palavras são
intimamente relacionadas com os desejos me acções da criança.
O egocentrismo da criança pré – operatório também se faz presente na
linguagem que ela exibi. Desse modo, ela usa frequentemente a fala
egocêntrica, ou privada, na qual fala sem nenhuma
intenção muita clara de realmente se comunicar com o outro, centrada em sua
própria actividade. É como se a criança falasse em voz alta para si mesma.
Contudo ela também usa a linguagem socializada, que tem como objectivo se fazer
entendida pelo interlocutor.
A linguagem oral é um
instrumento fundamental para que as crianças possam ampliar suas possibilidades
de inserção e participação nas diversas práticas sociais. De acordo com o
Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil, “em algumas práticas,
se considera o aprendizado da linguagem oral, como um processo natural, que
ocorre em função da maturação biológica prescinde-se nesse caso de acções
educativas planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.”
As crianças desde que nascem dispõem de uma
inteligência própria que orienta suas acções no mundo, inteligência esta que
vai se modificando a partir das interacções estabelecidas com o outro este que
dá significados as suas expressões, gestos, sons, fazendo com que tenham uma
participação activa no mundo. A partir dessa interacção e do diálogo com outras
pessoas, a criança desenvolve uma inteligência denominada verbal, essa
inteligência é guiada pela linguagem agindo sobre as ideias. A criança começa a
comparar, classificar, inferir, deduzir etc., criando modalidades de memória e
imaginação indicando situações de desejo e objectos do mundo externo, as
crianças utilizam palavras que especifica características próprias, ser a linguagem permite a aprendizagem de noções como de
tempo, espaço e desenvolve a capacidade de raciocínio. O desenvolvimento da
linguagem e da fala está intimamente ligado, porém este processo caminha, de
certa forma, separado. A linguagem é o aspecto mais amplo, ou seja, é a
capacidade de comunicar-se, de compreender e ser compreendido (expressões
faciais, tremores, lágrimas e sorrisos); já a fala é a expressão desta, isto é,
a forma como transmitimos as nossas ideias.
Toda linguagem carrega
significados que correspondem a um conhecimento social, geral, mas estes não
são compreendidos pela criança somente por meio das informações linguísticas.
Apesar de ter o domínio da gramática prematuramente e usar os mesmos termos da
linguagem dos adultos, isto não significa que a criança atribua aos termos os
mesmos significados que aqueles. Os significados da linguagem da criança se
restringem à compreensão ainda limitada de um mundo que ela tem. Portanto, é de
extrema necessidade a interacção adulta/criança, pois a linguagem depende desta
interacção para constituir-se.
O sistema da linguagem infantil
O sistema da linguagem tem
uma complexidade que envolve a rede de neurónios distribuída entre várias
regiões cerebrais. Em contacto com os sons do ambiente, a fala inclui múltiplos
sons que ocorrem simultaneamente, em várias frequências e com rápidas
transições entre estas. O ouvido tem de sintonizar este sinal auditivo
complexo, recodificá-lo e transformá-lo em impulsos eléctricos, os quais são
conduzidos por células nervosas à área auditiva do córtex cerebral, no lobo
temporal. Este reelabora os impulsos, transmite-os às áreas da linguagem e
armazena a versão do sinal acústico por certo período de tempo
Desta
forma a linguagem deve ser concebida no contexto da interacção social, não
simplesmente como meio de transmissão de informação, mas sim como projecção das
próprias pessoas, veículo de trocas, de relações, como meio de representação e
comunicação. A linguagem é, por um lado, um meio de interacção, de relação e de
construção do conhecimento; e, por outro lado, algo que a criança precisa
conhecer e dominar.
A partir do momento em
que a criança fala e se comunica
com adultos ou outras crianças, ela está se expressando por meio
da linguagem oral. No entanto,
as diversas instituições concebem a linguagem e a maneira como as crianças
aprendem de formas bem distintas. Umas consideram o aprendizado da linguagem oral como
um processo natural, que ocorre em função da maturação biológica. Outras, ao
contrário, concordam que a intervenção directa do adulto é necessária e
determinante para a aprendizagem
da criança.
Linguagem como meio da interacção
social da criança
Actualmente,
novas vertentes, baseadas na análise de produções das crianças e das práticas
correntes, têm apontado novas direcções no que se refere ao ensino e à aprendizagem da linguagem oral e escrita,
considerando a perspectiva da criança que aprende. Com base na aquisição do conhecimento pela criança de
forma activa e não receptiva, há uma transformação substancial na forma de
compreender como uma criança
aprende a falar, a ler e a escrever.
Por
meio da linguagem oral,
a criança se comunica e expressa
os seus pensamentos, influenciando outras crianças e estabelecendo
relações umas com as outras. Tudo é contextualizado, ou seja, as palavras só
têm sentido em enunciados e textos que significam e são significados por
situações. A linguagem não
é apenas vocabulário, lista de palavras ou sentenças soltas, mas sim um meio eficaz de comunicação e interacção
social.Além disso, a linguagem
é dinâmica, com variantes regionais, diferenças nos graus de formalidade
e nas convenções do que se pode e deve falar em determinadas situações
comunicativas. Quanto mais as crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes
aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir
uma informação, mais poderão desenvolver
suas capacidades comunicativas de maneira significativa.
Desenvolvimento da linguagem oral
Desde
os primeiros dias, o bebé emite sons articulados que revela o seu esforço para se comunicar com os outros.
Estes os interpretam, dando sentido à comunicação do bebé. Quando os adultos falam com o bebé, eles
tendem a utilizar uma linguagem simples,
breve e repetitiva, que facilita
o desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Por outro lado, às
vezes eles o expõem à linguagem oral em toda sua complexidade, como por
exemplo, ao trocar as fraldas, o adulto fala: “Você está molhado? Eu vou te
limpar, trocar a fralda e você vai ficar sequinho e gostoso!”.
Além
da fala, a comunicação
pode acontecer por gestos, sinais
e até linguagem corporal, que dão significado e apoiam a linguagem oral dos bebés. Dessa
forma, a criança aprende a verbalizar por meio da apropriação da fala do outro. Esse processo refere-se à
repetição, pela criança, de fragmentos da fala do adulto ou de outras crianças,
utilizados para resolver problemas em função de diferentes necessidades e
contextos nos quais se encontre.Por exemplo, um bebé de sete meses pode
engatinhar em direcção a uma tomada e, ao chegar perto dela, ainda que
demonstre vontade de tocá-la, pode apontar para ela e menear a cabeça
expressando assim, à sua maneira, a fala do adulto. Gradativamente, o bebé passa
a incorporar a palavra “não” associada a essa acção, que pode significar um
conjunto de ideias como: não se pode mexer na tomada; mexer aí é perigoso;
entre outras.Com o passar do tempo, a criança se expressa melhor, dizendo o que
gosta e o que não gosta, o que quer e o que não quer fazer e a fala passa a ocupar um lugar
privilegiado como instrumento de
comunicação. Esse desenvolvimento vai ampliando os recursos intelectuais, porém as falas infantis são,
ainda, produto de uma perspectiva muito particular, de um modo próprio de ver o
mundo.
Desenvolvimento da linguagem escrita
Em nossa sociedade, desde os primeiros dias
de vida, a criança está exposta
ao mundo das letras, em permanente contacto com a linguagem escrita. Dessa forma a
criança passa a descobrir o aspecto
funcional da comunicação escrita, desenvolvendo interesse e curiosidade
por essa linguagem. Diante do ambiente
de letramento em que vivem, as crianças podem fazer, a partir de
dois ou três anos de idade, uma série de perguntas, como “O que está escrito
aqui?”, ou “O que isto quer dizer?”, indicando sua reflexão sobre a função e o
significado da escrita, ao perceberem que ela representa algo.
No entanto, para aprender a escrever, a criança terá de lidar com dois processos
de aprendizagem paralelos: o que a escrita representa e como. Além disso, a
criança deve ter contacto com os mais diversos textos presentes em seu Quotidiano, para que possa
construir sua capacidade de ler, bem como desenvolver a capacidade de escrever autonomamente.
Muitas crianças utilizam-se de livros,
revistas, jornais, gibis, rótulos, entre outros, para “ler” o que está
escrito. Não é raro observar crianças muito pequenas, que têm contacto com
material escrito, folhear um livro e emitir sons e fazer gestos como se estivessem
lendo. Ou seja, as crianças elaboram uma série de ideias e hipóteses
provisórias antes de compreender o sistema escrito em toda sua complexidade.
CONCLUSÃO
Sobre o trabalho realizado chegamos a
conclusão que o desenvolvimento da linguagem na idade pré-escolar e a ludicidade da linguagem Oral e Escrita na
Educação Infantil é uma fase para a aprendizagem junto às crianças da
pré-escola e destacam-se suas características estimuladoras da imaginação e
desenvolvimento da linguagem na infância a partir de temas do ensino de
ciências e periodizando a utilização do jogo e das brincadeiras infantis. O uso
de cantigas de roda e contos infantis contribuíram para o desenvolvimento da
linguagem e resgataram a cultura popular pouco valorizada no mundo pós-moderno
recheado de informações superficiais destinadas ao público infantil e
veiculadas na televisão, rádio, internet, etc.
BIBLIOGRAFIA
A linguagem infantil. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/45251/a-linguagem-infantil-fases-do-desenvolvimento#ixzz43tu95pjv.
Acesso aos 24 de Março de 2016.
A educação infantil. Disponível em: http://www.cpt.com.br/cursos-educacao-infantil/artigos/rcn-para-a-educacao-infantil-construcao-da-linguagem-oral-e-escrita.
Acesso aos 24 de Março de 2016.
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