Mandume rei dos Kuanhamas
Índice
Introdução
Neste trabalho abordaremos
sobe Mandume que foi escolarizado por
missionários protestantes alemães, naquilo que na altura era o Sudoeste Africano Alemão, a
Namíbia de hoje, território ao qual ficou integrado boa parte do reino cuanhama
e da sua população. Chegou ao poder em 1911 e seu reinado durou até 1917,
coincidindo portanto com o período em que o poder colonial português se
concentrou na ocupação efectiva, pela força, do território de Angola, conforme
exigido pelo Princípio da Ocupação Efectiva da Conferência de Berlim.
Mandume, rei dos kuanhamas
No sul de Angola há um marco
de resistência. Em Ohiole, Cunene, a terra abraça o corpo de um dos mais
conhecidos e temíveis pesadelos das forças coloniais europeias.
Mandume-ya-Ndemufayo foi o último rei dos Kwanhamas e um dos símbolos máximos
da luta angolana contra a invasão estrangeira.
Ao contrário do que muitos
pensam, os portugueses não ocuparam durante séculos e séculos o que hoje
corresponde ao território angolano. Até ao século XIX, a colonização
expandia-se, sobretudo, pelo litoral. O interior, imortalizado anos mais tarde
como a “Angola profunda”, foi sendo conquistado pouco a pouco em guerras com os
reinos locais, muitas vezes já entrado o século XX. A provar que a velha
historiazinha foi mais propaganda colonialista que outra coisa, está a
conhecida saga de Mandume, o grande rei Kwanhama.
No final do século XIX e
princípio do século XX, os portugueses e alemães disputavam o sul de Angola.
Aproveitando essa rivalidade, Mandume, rei dos Kwanhamas, conseguiu comprar
armas aos alemães.
Temendo que os alemães
ocupassem o território, os portugueses atacaram Njiva de surpresa, antes que a
defesa estivesse totalmente preparada. Mandume teve de fugir. Começou então a
percorrer o território Ambó, tentando unir todas as tribos para a luta.
Os Ambo, grandes
guerrilheiros, muito bem organizados e comandados por um chefe corajoso,
venceram os portugueses numa série de batalhas. Os portugueses tiveram de
mandar vir reforços e conseguiram dividir os Kwanhamas. Com isso, conseguiram
vencer as batalhas de Mongua e Mofilo. Preferindo a morte a não viver sobre o
domínio colonial, Mandume suicidou-se em 1917. Mandume ainda hoje é querido e
venerado pelo seu povo.
Estávamos em 1911 e o jovem
que uma famosa foto (contestada por muitos historiadores) mostra como alto e
maciço, assume os destinos do reino Kwanhama, o mais forte e poderoso dos
reinos Ambós (sul de Angola e norte da Namíbia). Nascido em 1884, Mandume
estava destinado a ser um herói trágico. Na primeira parte do seu reinado (1911
– 1915), dedicou-se a revolucionar as regras que regiam a vida do seu povo.
Mudou a capital dos Kwanhamas da Embala Grande para Ondjiva, e emitiu decretos
reais inovadores. Um deles, anotam vários historiadores, permitiu às mulheres
ser proprietárias de gado.
O momento, no entanto, era
tenso. Cobiçados tanto por portugueses como por alemães, os territórios na
margem do Cunene eram barril de pólvora a ponto de explodir. Instados pelos
apetites estrangeiros e alianças secretas entre invasores e povos da região,
batalhas e mais batalhas punham o território a ferro e fogo. O advento da
Primeira Guerra Mundial, que opôs Portugal à Alemanha, então colonizadora do
chamado Sudoeste Africano (actual Namíbia), não ajudou em nada a um cenário já
por si complicado.
Ciente que a “hora agá” se
aproximava a galope, Mandume formou alianças entre os Kwanhamas e os restantes
povos Ambós – Kuamatuis, Evale, Dombala e Kafima – numa luta contra um inimigo
comum. De arma na mão, o chamado “Cavaleiro Incomparável” lançou-se numa luta
de seis anos, impondo derrotas pesadas aos portugueses. Com o fim da Grande
Guerra, Portugal lançou, entre 1915 e 1916, uma série de ofensivas que acabou
por impor a sua ocupação dos territórios Ambós aquém Cunene. Para a História,
ficou a tristemente célebre batalha de Môngua, a norte de Ondjiva, que impôs
uma das derrotas mais pesadas às tropas de Mandume. Na região, são vários os
lugares que ainda hoje lembram estas guerras, como a Fortaleza Roçada e o
Monumento do Mufilo (Xangongo).
Com a guerra perdida, e abandonado
por muitos dos seus anteriores aliados, a 6 de Fevereiro de 1917 Mandume morre
na localidade de Ohiole, hoje município de Namacunde. As versões deste suspiro
final variam, de acordo às conveniências. Sul-africanos e portugueses
relataram, na época, que Mandume morreu em batalha, cravejado de balas; por seu
lado, a tradição oral garante que, perante a derrota inevitável, Mandume
preferiu suicidar-se a cair nas mãos dos inimigos. Já morto, o rei foi
decapitado. A sua cabeça foi exibida em várias cidades da região. Ainda hoje
autoridades namibianas exigem aos antigos colonizadores a restituição dos
restos mortais de Mandume.
O mito perdurou até aos dias
de hoje. Depois da Dipanda, a figura de Mandume foi recuperada como símbolo da
resistência nacional, tanto de Angola como da Namíbia, que partilha connosco
este personagem histórico.
Em 2002, reconhecendo o
simbolismo do rei Kwanhama, abria portas o Complexo Memorial do Rei Mandume, no
lugar onde o soberano perdeu a vida e foi enterrado (sem a cabeça!). A
cerimónia foi presidida pelos presidentes angolano e namibiano. O lugar é
simples, mas altamente representativo. Arcos verdes cruzam-se, protegendo o
último leito do rei, que está rodeado de estacas de madeira, como numa embala
da região. É lugar sagrado para os Kwanhamas, e ponto de visita obrigatório
para quem quer conhecer melhor as histórias e lendas que formaram o nosso país.
No túmulo, uma citação de
Mandume em forma de epitáfio diz muito do antigo rei: “Se os ingleses me
procuram, estou aqui; e eles podem vir e montarm-me num ardi, não farei o
primeiro disparo, mas eu não sou um cabrito nas mulolas, sou um homem (…) e
lutarei até gastar a minha última bala”. E assim foi.
Mandume Ya Ndemufayo (1894 — Sul de
Angola, 6 de Fevereiro de 1917)
foi o último rei dos Cuanhamas, um povo pertencente ao grupo etnolonguístico
dos ovambo (ou ambó) do sul de Angola e norte daNamíbia.[1]
Mandume opôs aos portugueses
uma resistência tenaz, enfrentando ao mesmo tempo o avanço dos ocupantes
alemães que vinham do sul. Face à superioridade militar dos europeus, acabou
vencido. Segundo a tradição oral angolana, Mandume, ao notar que já não tinha
outra saída, preferiu suicidar-se ao ter que se render. O relato oficial
Sul-africano afirma no entanto que Mandume foi morto a tiros por um
destacamento das forças sul-africanasEm 2002 foi
inaugurado o Complexo Memorial do Rei
Mandume no local onde o rei perdeu a vida e onde se
encontra sepultado. Em 2009, a
universidade pública constituída noLubango, a
partir de faculdades anteriormente pertencentes à Universidade Agostinho Neto,
recebeu o nome "Universidade Mandume ya
Ndemufayo".
Em
Agosto de 1915, Mandume perde a batalha da Môngua e abandona Ondjiva, sede do
reino. Incitado pelos ingleses, foge para Oihole na fronteira com a Namíbia,
presta vassalagem à majestade britânica e constrói nova embala sob domínio
inglês, já que só mais tarde Namacunde integrou território português.
Mandume desenvolve actividades nos domínios ocupados pelos portugueses; incitando as suas tropas à revolta. Um ano depois dirige fortes combates no Kwanhama, tentando reconquistar o reino perdido. As autoridades portuguesas pedem aos ingleses que ponham fim às actividades de Mandume.
A 30 de Outubro de 1946, aniquila as forcas portuguesas comandada pelo tenente general Raul de Andrade, e recusa-se a ir a Windhock, Namíbia conferenciar com os ingleses a quem teria dito "que venham ao Oihole se quiserem" e deixou um aviso: "se os ingleses me querem, podem vir apanhar-me. Não dispararei o primeiro tiro, mas não sou um touro do mato. Sou homem, não uma mulher, combaterei até ao último cartucho".
Mandume desenvolve actividades nos domínios ocupados pelos portugueses; incitando as suas tropas à revolta. Um ano depois dirige fortes combates no Kwanhama, tentando reconquistar o reino perdido. As autoridades portuguesas pedem aos ingleses que ponham fim às actividades de Mandume.
A 30 de Outubro de 1946, aniquila as forcas portuguesas comandada pelo tenente general Raul de Andrade, e recusa-se a ir a Windhock, Namíbia conferenciar com os ingleses a quem teria dito "que venham ao Oihole se quiserem" e deixou um aviso: "se os ingleses me querem, podem vir apanhar-me. Não dispararei o primeiro tiro, mas não sou um touro do mato. Sou homem, não uma mulher, combaterei até ao último cartucho".
Última batalha
Mandume
travou violentos combates entre as localidades de Namacunde e Oihole, mas os
ingleses contornam a operação. Kalola, um subordinado, vigiava o norte. Uma
força portuguesa entrou em acção. Pelo sul, em Ondangua os ingleses lutavam com
pequenas forças de Mandume. O soba do Kwanhama, com 600 homens da sua guarda
pessoal; enfrenta o último combate.
Cabeça do rei
Até ao momento desconhecer se o destino da cabeça do rei. Os portugueses dizem que encontraram o corpo decapitado. Hoje a embala do Oihole é um lugar histórico e condigno ao homem que foi senhor de um grande reino e que combateu com valentia contra o general português Pereira D 'Eça. Visitar o Oihole é conhecer a história do país, as inúmeras vicissitudes que o povo ambó viveu durante, as guerras de ocupação colonial, a resistência e determinação dos chefes tradicionais.
Em Oihole está presente o
memorial do Rei Mandume Yandemufayo, uma das figuras incontornáveis quando o
assunto é a luta de resistência à ocupação colonial no território do Cunene. O
monumento foi construído para homenagear a figurado soberano, o povo ambó e os
anónimos que ofereceram uma grande resistência à ocupação colonial na região.
Situado a 45 quilómetros da cidade de Ondjiva o memorial foi erguido na
localidade onde o rei perdeu a batalha frente aos ingleses e portugueses.
Actualmente o complexo
carece de, obras de melhoramento. Os trabalhos de reabilitação tão paralisados
há um ano.
Segundo o director
provincial da Cultura, Celestino Vicente, a paralisação das obras deveu-se a
problemas financeiros. "O complexo do Oihole estava a receber algumas
obras de melhoramento e ampliação, mas foram interrompidas e neste momento o
Governo Provincial está a fazer tudo para recomeçar os trabalhos",
salientou Celestino Vicente. A reabilitação prevê arranjos profundos na campa
de Mandume o aumento da área residencial com mais quartos, à construção de uma
biblioteca, um museu e uma piscina.
Congo: decadência do poder central, conflitos internos e afirmação dos poderes
regionais
E efeitos da intervenção
portuguesa
O aparecimento de
comerciantes, missionários e capitães portugueses no Congo, trouxe
consequências várias, algumas das quais de graves efeitos imediatos.
Assim, ao estabelecerem-se
as primeiras trocas entre os dois estados, as mesmas não resultaram vantajosas
para ambos. Pelo contrário, enquanto o Congo recebia bens de prestígio,
destinados apenas a um grupo restrito decongueses, os portugueses obtinham metais
(cobre e ferro) ou escravos,cujo trabalho se destinava a produzir riqueza em S.Tomé
e mais tarde no Brasil, em proveito dos colonos aí fixados.
Por outro lado, o
estabelecimento e incremento do tráfico de escravos afectou não só a população
do Congo, como as dos restantes tributários, que frequentes vezes eram
assaltados por grupos armados que capturavam homens e mulheres jovens.
O resultado das actividades
comerciais dos portugueses foi fazer surgir uma competição entre os chefes
políticos do Congo e do novo estado do Ndongo, formado em meados do século XVI,
como veremos mais adiante. Essa competição foi resultado da introdução pelos
portugueses das regras mercantilistas, como a concorrência brutal e a procura do
lucro por todos os meios.
Ao nível político, o poder
real deteriorou-se devido ao controlo do comércio de longa distância e
consequente autonomia por parte de alguns manis, especialmente o do Soyo. Quando
em 1545 começou a governar Nkumbi Nzinga (D. Diogo 1) iniciou-se o período das
contradições flagrantes entre congueses e portugueses.
o novo soberano mostrava que
tolerava o Cristianismo, na medida em que este
os projectos políticos, as suas ambições económicas, utilizando-o como iIl5~
poder e não como meio de transformar estruturas sociais ou mentalidades. l="
Cristianismo na medida das vantagens obtidas junto portugueses.
os projectos políticos, as suas ambições económicas, utilizando-o como iIl5~
poder e não como meio de transformar estruturas sociais ou mentalidades. l="
Cristianismo na medida das vantagens obtidas junto portugueses.
Em 1549, a sua posição de
reserva para com estes, levou os juristas a aconselharem as autoridades
portuguesas a substituição do rei, obstáculo a todo o progresso de
evangelização. Os problemas de sucessão do trono foram, pois, agudizados por
interferências estrangeiras. Assim, por ocasião da eleição de um novo rei, os
comerciantes e ospadres intervinham frequentemente reforçando o partido do
pretendente que maiores garantias lhes
ofereciam no futuro.
ofereciam no futuro.
As relações entre as
autoridades conguesa e portuguesa foram-se deteriorando, ao ponto de em 1555 o
rei ter expulso quase todos os europeus do Congo. Com efeito, eles conspiravam
já para a substituição do rei por outro que lhe fosse mais favorável e lhes permitisse
todos os abusos.
Desde cedo, as relações
entre o poder político do Congo e os missionários europeus se degradaram;
quando o rei Nzinga Nkuwu se baptizou, os elementos hostis ao governo central
simplesmente tradicionalista, criticaram-no pelo abandono dos costumes do país.
Em consequência disso,
previram calamidades e desordens, vingança dos antepassados
traídos. Os padres tinham provocado a destruição pelo fogo de objectos preciosos e dos casos de feitiço. O próprio rei, pouco a antes de ser baptizado, renunciou.
traídos. Os padres tinham provocado a destruição pelo fogo de objectos preciosos e dos casos de feitiço. O próprio rei, pouco a antes de ser baptizado, renunciou.
Para tal, deve ter
contribuído ainda a posição dos missionários face à poligamia. Ora, o
equilíbrio do reino dependia em grande parte de relações matrimoniais
contraídas entre as grandes famílias de aristocratas.
No reinado de Afonso I
desenvolveu-se a influência do Cristianismo ao nível da corte e através do
ensino ministrado a jovens da aristocracia conguesa. Foram edífícadas várias
igrejas.
Se o reino deste monarca foi
o mais favorável à propagação do Cristianismo, convém ter a noção das
proporções que atingiu a conversão: a acção dos missionários limitava-se a
minis- trar o baptismo, a pregar e a ouvir as confissões com a ajuda de
intérpretes.
A difusão do Cristianismo
dá-se entre alguns elementos do povo, da aristocracia e da família real, mas
não chegou a ter repercussão na transformação de hábitos sociais desta
classe e muito menos no povo. Na realidade, deve ter existido a convicção de que o baptismo e a prática do culto católico reforçariam o bem-estar e o poder contra as forças ad versá rias .
classe e muito menos no povo. Na realidade, deve ter existido a convicção de que o baptismo e a prática do culto católico reforçariam o bem-estar e o poder contra as forças ad versá rias .
Além disso, os monarcas
congueses fizeram a sua utilização política, visto que as relações com os
portugueses passavam obrigatoriamente pela aceitação formal da religião católica
pelos reis e pela liberdade de actuação dos missionários. Estes provocaram
conflitos com a grande massa do povo que continuava a venerar os antepassados e
a praticar os cultos tradicionais animistas. Quando foram impostas medidas para
impedir esta prática,
assim como a poligamia, houve fortes reacções populares.
assim como a poligamia, houve fortes reacções populares.
A invasão jaca «Yaka-Bayaka »
Desde a morte de Afonso I, o
poder degradou-se devido às questões internas de sucessão. Por outro lado, os
povos vizinhos do reino do Congo, tocados indirectamente pelo tráfico,
desejavam tomar-se beneficiários directos desse mesmo tráfico.
No interior do reino,
contudo, as trocas foram dificultadas e o sossego da sua população foi
perturbado devido ao avanço violento de guerreiros até à capital. Não se
conhecendo exactamente a sua origem, põe-se a hipótese de serem originários da
região do Catanga, de onde haviam imigrado por efeito da conquista da região
pelos Lubas. Por volta de 1560, os Jacas penetram no Congo pela província de
Mbata e atingiram rapidamente Mbanza Congo. Quando o rei tomou conhecimento, deixou
a cidade e refugiou-se na ilha dos Cavalos no rio Zaire, com os princi- pais do
reino e odero português que residia em Mbanza Congo. Dominando a situação, os
Jacas massacraram um grande número de congueses, enquanto outros conseguiam
refugiar-se nas montanhas.
A maioria dos que se refugiaram
na ilha do Zaire morre de fome e de peste, alguns venderam os seus familiares a
comerciantes de S.Tomé, que os exportaram. Muitos eram membros da família real.
o auxílio solicitado a
Portugal em 1568, foi atendido com o envio de soldados bem treinados na guerra
e outros aventureiros. Durante um ano e meio, foram desencadeadas acções contra
os Jacas, até os seus grupos armados abandonarem o reino do Congo. Uns atravessaram
o rio Cuango, outros dispersaram pelas regiões limítrofes dos reinos.
o rei D. Álvaro I, que subiu
ao trono em 1568, encontrou um reino arruinado pela guerra e pilhado pelos
comerciantes. Com o auxílio da força militar portuguesa, os Jacas tinham sido
expulsos. Porém, na nova situação criada, o monarca conduziu uma política hesitante,
concedendo facilidades aos traficantes que actuavam dentro das fronteiras do
reino.
Assim, a invasão dos jacas
veio reforçar a posição dos portugueses no Congo, contudo, a fuga de muitos
comerciantes para a ilha de Luanda, na altura da invasão, criou novas condições
para estes alargarem o seu campo de acção comercial e militar.
Em 1571, os portugueses
tinham começado a desenvolver um novo plano de exploração comercial e de
implantação militar a sul do reino do Congo. A partir de Luanda, espe- ravam obter,
em maiores quantidades, o produto que mais lhes interessava: os escravos.
Conclusão
Em suma mandume foi um rei
muito respeitado em todo mundo e decadência do reino explica-se por múltiplas
causas: o escravismo, as lutas entre chefes, a guerra a que se entregaram a sul
do reino os Portugueses e os Holandeses e sobretudo, desde 1648, o deslocamento
do comércio internacional que se fixou em São Paulo de Luanda cujo porto
oferecia aos navegadores excelente abrigo.
As motivações dessa
decadência não impediram que, sob o impulso de Afonso, o Congo tivesse aberto
suas fronteiras à cultura e à religião vindas da Europa, estabelecendorelações
diplomáticas diretas com Portugal, Brasil, Países Baixos e Santa Sé aonde
aquele monarca enviou , de 1504 a 1539, três embaixadas, provando,
assim, a possibilidade de um Estado negro desempenhar um papel importante
colaborando fraternalmente com o Ocidente.
Erros de governantes portugueses, lamentavelmente abalaram essa harmonia.
D.Afonso faleceu entre 1540 e 1541. A sucessão assumiu logo aspectos de luta dinástica. Por fim, seu neto D.Diogo conseguiu ser reconhecido por todos. Desprovido da forte personalidade do seu avô, inclinava-se para a sua atávica educação. Não lhe agradava plenamente a civilização européia. Não renunciou a esta, por nela haver passado grande parte da sua vida.
Erros de governantes portugueses, lamentavelmente abalaram essa harmonia.
D.Afonso faleceu entre 1540 e 1541. A sucessão assumiu logo aspectos de luta dinástica. Por fim, seu neto D.Diogo conseguiu ser reconhecido por todos. Desprovido da forte personalidade do seu avô, inclinava-se para a sua atávica educação. Não lhe agradava plenamente a civilização européia. Não renunciou a esta, por nela haver passado grande parte da sua vida.
Bibliografia
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1965
António Custódio
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0299092909
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1684-1706, Cambridge: University of Cambridge Press, 1998,ISBN
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do reino do kongo, luanda, Australivros: 2014
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