Grupos de referencia
Embora todos conheçamos grupos e
pertençamos a vários deles, é mais fácil descrever um grupo que defini-lo. Uma
definição que tem se mostrado adequada é a de que um grupo é um conjunto
formado por duas ou mais pessoas que para atingir determinado (s) objectivo (s)
necessita algum tipo de interacção, durante um intervalo de tempo relativamente
longo, sem o qual seria mais difícil ou impossível obter o êxito desejado. Ou
dito de outro modo, um conjunto de pessoas se caracterizará mais fortemente
como grupo segundo as seguintes condições: a) quanto menor for o número de seus
membros; b) quanto maior for a interacção entre os seus membros; c) quanto
maior for a sua história e d) quanto mais perspectiva de futuro partilhado seja
percebido pelos seus membros.
GRUPOS
Embora todos conheçamos grupos e
pertençamos a vários deles, é mais fácil descrever um grupo que defini-lo. Uma
definição que tem se mostrado adequada é a de que um grupo é um conjunto
formado por duas ou mais pessoas que para atingir determinado (s) objectivo (s)
necessita algum tipo de interacção, durante um intervalo de tempo relativamente
longo, sem o qual seria mais difícil ou impossível obter o êxito desejado. Ou
dito de outro modo, um conjunto de pessoas se caracterizará mais fortemente
como grupo segundo as seguintes condições: a) quanto menor for o número de seus
membros; b) quanto maior for a interacção entre os seus membros; c) quanto
maior for a sua história e d) quanto mais perspectiva de futuro partilhado seja
percebido pelos seus membros. Como se vê, definições funcionais que pretendem
apenas situar o leitor de forma que ele possa compreender o processo que se
estabelece em uma relação na qual se pode dizer que existe um grupo.
Talvez
um contraponto sirva para aclarar as ideias. Pessoas esperando um autocarro em
uma parada não constituem um grupo porque o objectivo a alcançar depende
unicamente de cada uma delas. Mesmo só a pessoa pode atingir seu objectivo de
tomar a condução. Já amigos que se reúnem nos finais de semana para jogar
futebol, pode ser considerado um grupo na medida em que necessitam um dos
outros para poder se divertir. Podem até ser concorrentes em outras áreas da
vida profissional, mas ali, naquele momento, formam um grupo sim.
CARACTERÍSTICAS DOS GRUPOS
O Grupos possuem determinadas
características como serem pequenos, ou seja, as pessoas se conhecem entre si,
existe uma relação face a face; compartilham objectivos e aceitam as normas
construídas pelo próprio grupo. Em relação às normas construídas pelo próprio
grupo, cabe se remeter a alguns estudos sobre construção de normas sociais.
Geralmente pouca conta nos damos de que partilhamos normas e ao mesmo tempo
estamos contribuindo para a sua construção através dos diversos encontros que
temos com nossos companheiros, familiares, cônjuges, enfim, com quem nos
relacionamos socialmente. Quando fofocamos, estamos estabelecendo normas de
comportamento. Se fulano fez isto ou aquilo, passa por nosso comentário,
maldoso ou não, a aceitação do seu comportamento. Assim, estamos nesse instante
determinando se aquele comportamento é coerente com o que desejamos ou se pelo
contrário ele deve ser modificado, e estabelecemos sanções ou reforços
destinados a manter ou a mudar a maneira como nosso colega comportou-se.
Essas
normas são conhecidas por todos os membros do grupo. Não estão escritas, porém
quase sempre são seguidas à risca. Pertencer ao grupo implica em se submeter às
suas regras e normas. Para isto são também estabelecidos prémios e castigos. Os
prémios em geral se dão na forma de aceitação e prestígio. As punições variam
desde as que se administram em forma de brincadeiras, passando por admoestações
explícitas, até a expulsão ou morte física do antigo companheiro. Exemplos
diversos podem ser identificados ao analisar o que ocorre muitas vezes nos
grupos de delinquentes, de presos ou em grupos terroristas. A morte é sempre
uma possibilidade a quem fugir de determinadas regras.
IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR OS GRUPOS
Nós, raramente tomamos consciência de que
vivemos imersos numa grande camada de oxigénio. Do mesmo modo, quase nunca nos
apercebemos que vivemos em contacto directo com os grupos e as instituições.
Somente quando o peixe é retirado da água, quando sofremos alguma privação de
oxigénio, quando nos afastamos ou perdemos um grupo de referência, é que
sentimos o quanto estávamos envolvidos por este meio ambiente, que nos abraça
de forma tão subtil, tão quotidiana, que o temos como um fato, pouco nos
importamos com ele. Tal qual o amor, não a paixão, que nos acarinha com
tranquilidade, segurança e que alguma vez sentimos sua falta, mas não a sua
presença.
Pois
de maneira parecida ocorre com os grupos. De tão habituados a viver em relação
com os demais, poucas vezes nos damos conta de sua importância ou de sua
influência em nossos comportamentos ou em nossas decisões. Neste capítulo
procuraremos mostrar a relevância dos grupos em nossas vidas, chamando mais a
atenção para os seus aspectos organizacionais, porém sem perder de vista outros
contextos diferentes das organizações.
A
vida humana é grupal. Nascemos em uma família na qual nos relacionamos com
nossos pais e irmãos. Também existem os tios, tias, primos e toda uma gama de
pessoas que formam um conjunto perfeitamente identificável, que transmite características
próprias, de sorte que muitas vezes exclamamos ante um determinado
comportamento: “só poderia ser da família tal!”. Observe que não nos referimos
nesse momento ao sujeito do comportamento, e sim ao comportamento. É como se
essa pessoa reflectisse uma espécie de linhagem comportamental perfeitamente
identificada através dos diversos actos que já observamos em outros membros de
sua família. Ocorre o mesmo com algumas Ocorre o mesmo com algumas profissões,
os advogados têm um estilo, os militares outro, pedreiros agem de forma
parecida, e os consertadores de electrodomésticos têm uma maneira muito sua de
tratar os prazos acertados.
Todos
estes citados anteriormente, têm um modo próprio de comportar-se que ao mesmo
tempo reflecte a sua individualidade, mas também o grupo de referência a que
pertence. Isto é importante porque é este grupo de referência que o faz se
sentir apoiado no seu comportamento emitido. Às vezes um comportamento pode se
manifestar inadequado em um determinado contexto, porque o seu emissor estava
utilizando como referência um grupo distinto àquele com o qual está interagindo
momentaneamente.
GRUPO DE REFERÊNCIA DA ESTRUTURA SOCIAL
Os seres humanos são, essencialmente,
sociais, pois vivem e interagem, quotidianamente, em diversas esferas de
relacionamento interpessoal. As interacções que ocorrem nestas esferas
independem de nacionalidade, etnia, raça, género ou classe socioeconómica;
sendo o consumo de produtos, serviços e marcas uma importante forma de
interacção social e premissa fundamentadora deste trabalho. Assim, as
interacções pautadas em influências interpessoais interferem na atitude e no
comportamento das sociedades, em geral.
Neste
sentido, avaliações e informações provenientes de indivíduos ou grupos que, por
alguma razão, inspiram confiança ou identificação nos demais, possuem grande
credibilidade perante seus pares.
Esta
influência de indivíduos ou grupos recebe o nome de grupo de referência, que é
conceituado por Park; Lessig (1977, p.103) como “um indivíduo ou grupo reais ou
imaginários, concebidos como tendo relevância significativa sobre as
avaliações, aspirações ou comportamentos de um indivíduo”. Para Sheth; Mittal;
Newman (2001, p.165), os grupos de referência são “pessoas, grupos e
instituições a que os indivíduos recorrem para uma orientação de seu próprio
comportamento e valores, e dos quais esses indivíduos buscam aprovação”. Os
grupos de referência podem ser formados por indivíduos como celebridades,
atletas e políticos, institutos de pesquisa, publicações especializadas e
grupos de pessoas com semelhanças, como times esportivos, jovens estudantes de
uma mesma escola, apreciadores de vinho ou charutos, etc.
A
noção de estrutura social como a relação entre as diferentes entidades ou
grupos enfatiza a ideia de que a sociedade está agrupada em grupos ou conjuntos
de papéis estruturalmente relacionados, com funções, significados ou propósitos
diferentes. Um exemplo de estrutura social é a ideia de estratificação social,
que se refere ao fato da sociedade se dividir em diferentes estratos, ou
níveis, guiada (mesmo que apenas parcialmente) pelas estruturas subjacentes no
sistema social. Esta abordagem tem se tornado importante na literatura
académica, com o surgimento de várias formas de estruturalismo. É importante no
estudo moderno das organizações, pois a estrutura de uma organização pode
determinar a sua flexibilidade, a capacidade de mudar, além de muitos outros
factores.
Portanto,
a estrutura é um tema muito importante para os gestores. As estruturas sociais
parecem poder influenciar sistemas sociais importantes, incluindo os sistemas
económicos, legislativo, político, cultural etc. A família, religião, direito,
economia e classes são todas estruturas sociais. O "sistema social" é
o sistema "pai" desses vários sistemas que estão embutidos nelas.
Alguns
acreditam que a estrutura social se desenvolve naturalmente. Ela pode ocorrer
pelas necessidades de sistema maiores, tais como a necessidade de trabalho,
gestão, classes profissionais e militares, ou por conflitos entre gerados entre
esses grupos, tais como a concorrência entre os partidos políticos ou entre as
elites e as massas. Outros acreditam que essa estruturação não é um resultado
de processos naturais, sendo socialmente construída. Pode ser criada pelo poder
das elites que buscam manter o seu poder, ou por sistemas económicos que dão
ênfase à competição ou à cooperação.
O
conceito de estrutura social pode mascarar desvios sistemáticos, pois envolve
muitas sub-variáveis identificáveis, por
exemplo, de género. Alguns debatem que os homens e as mulheres, que de outra
forma teriam as mesmas qualificações, recebem tratamento diferenciado no
ambiente de trabalho por causa do seu sexo, que seria uma tendência
preconceituosa da estrutura social, mas outras variáveis (como
o tempo no trabalho ou horas trabalhadas) pode ser mascarado. A análise
estrutural social moderna leva isso em conta através de análise multivariada e
outras técnicas, mas o problema de análise de como combinar vários aspectos da
vida social em um todo permanece.
TIPOLOGIA DE GRUPO DE REFERÊNCIA
Os grupos sociais são classificados de
diversas formas, sendo que um indivíduo pode pertencer a vários grupos,
simultaneamente. As principais formas de classificação de grupos se dividem em
grau de formalidade, natureza da associação e tipo e frequência de contacto.
Alguns
grupos ou indivíduos exercem uma influência maior ou mais legítima do que
outros e, assim, influenciam uma oferta maior de decisões de compra. Esta
influência está, muitas vezes, directamente relacionada às características
pessoais de cada indivíduo, que se permite ou não ser influenciado por
determinado grupo ou pessoa, em uma dada situação de consumo.
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE REFERÊNCIA
A classificação de grupos proposta por
Blackwell; Miniard; Engel (2005) divide os grupos em: primários e secundários, formais e informais, aspiracionais e
dissociativos, e virtuais. Os grupos primários são os de maior impacto e
maior influência, sendo que a interacção entre seus participantes ocorre com
frequência, frente a frente ou não. Compactuam dos mesmos valores, crenças e
comportamentos e sua coesão leva seus integrantes a valorizarem as normas e
opiniões do grupo. O principal exemplo de grupo primário é a família. Os grupos
secundários, por sua vez, possuem uma interacção menos frequente e menos coesa,
as normas e opiniões do grupo têm menos impacto que as do grupo primário.
Parentes, associações profissionais e sindicatos são integrantes dos grupos
secundários.
Os grupos formais são caracterizados por uma
estrutura definida com condutas e comportamentos codificados. A abrangência e o
grau de sua influência variam de acordo com o valor que os indivíduos atribuem
às opiniões do grupo. Os principais tipos de grupos formais são os grupos
religiosos, as associações profissionais e as organizações comunitárias.
Os grupos informais são baseados na amizade e
em interesses comuns. Suas normas não aparecem escritas, embora possam ser tão
rígidas quanto as dos grupos formais. Neste caso, há um alto grau de valor
simbólico e o desejo de aceitação se relaciona fortemente com a importância
atribuída as opiniões e comportamentos preconizados pelo grupo. Grupos de
voluntários, grupos de amigos, grupos de pessoas com interesses comuns integram
este grupo.
TIPOLOGIA DE INFLUÊNCIA
DO GRUPO DE REFERÊNCIA
O primeiro tipo de influência é a utilitária e ocorre quando o indivíduo
submete seu comportamento às expectativas de terceiros, a fim de obter uma
recompensa ou evitar uma punição (PARK; LESSIG, 1977). Este tipo de
comportamento não é adoptado porque o mesmo faz parte de seu sistema individual
de crenças e valores, tampouco porque o indivíduo se identifica com outros
indivíduos daquele grupo; mas porque este indivíduo busca a conformidade. Para
Solomon (2002, p.264), a conformidade “refere-se a uma mudança nas crenças ou
acções como resposta à pressão real ou imaginária de um grupo”. Os factores que
afectam a probabilidade de conformidade são as pressões culturais, o medo de
desvio, o comprometimento, a unanimidade e a susceptibilidade à influência
interpessoal.
O segundo tipo de influência é a expressiva de valor e ocorre quando o
indivíduo aceita a influência de terceiros com os quais ele mantém uma relação
de identificação ou aspira ter esta identificação. Esta relação, contudo, é uma
via de mão única. Assim, neste tipo de influência, a aceitação não depende de
uma imposição externa do grupo, tampouco ela ocorre porque o indivíduo
influenciado acredita que seu sistema de valores é congruente com o do grupo;
mas porque ele acredita que ao agir desta forma ele próprio se mostraria para
seus pares como o indivíduo com o qual ele mantém uma relação de identificação.
Em outros casos, este tipo de influência gera no indivíduo influenciado uma
sensação de que a relação de identificação é recíproca.
O terceiro tipo de
influência é a informacional e
ocorre quando o indivíduo aceita a apreciação crítica, recomendação ou
experiência de terceiros, em relação a um produto, serviço ou determinada
marca, pelo fato dele acreditar que aquela pessoa é detentora de determinado
conhecimento sobre os mesmos, quer seja pela observação, uso ou contacto
anteriores. Este tipo de influência não é imposta ao indivíduo pelo grupo,
muito menos o indivíduo que a ela se submete possui seu sistema de valores
alinhado com o de quem o influencia.
PODER E
INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
Para compreender o funcionamento dos
grupos é necessário entender a natureza da influência social. As pressões para
a uniformidade se exercem mediante a interacção social na qual os membros
tentam modificar suas crenças, atitudes e acções mutuamente, como foi
vislumbrado antes. Surgem processos similares sempre que um grupo tenta tomar
decisão sobre metas a escolher ou sobre a maneira como alcançá-las. Coordenar
as actividades de grupo exige que a conduta de cada membro se ajuste a dos
outros, e se efectue a liderança mediante processo de influência sobre os
demais.
Quer dizer que os grupos tendem a se
ajustar entre seus membros influenciando-se mutuamente para alcançar os seus
fins. Você provavelmente já experimentou este processo muitas vezes e se agora
relembrar alguns momentos de trabalho com outros companheiros verá que em um
primeiro momento existe uma certa necessidade de definição do que vai ser
feito. Alguns não conseguem passar dessa fase, já outros se encontram e
rapidamente se organizam cuidando de distribuir tarefas e realizar o que é
necessário para alcançar os objectivos propostos. As vezes surge um que tenta
organizar tudo muito ligeiro, outras vezes se faz a coisa de forma mais
conversada. Fundamentalmente, existe um jogo de papéis que podem ser
influenciados tanto pelos traços de personalidade quanto pelo tipo de tarefa a
ser cumprido. Isto nos leva a que uma pessoa tenha influência sobre outra se
algum comportamento dela gera uma mudança no comportamento da outra. Agora,
para especificar as propriedades do indivíduo que podem servir como recursos de
poder em um determinado grupo é importante saber quais são as motivações dos
membros do grupo. Daí decorre que pesquisas sobre as expectativas dos membros
de uma organização são importantes fontes de conhecimento para conseguir a
dinâmica necessária a um bom funcionamento de grupo ou de equipe de trabalho. A
correcta percepção sobre as aspirações dos outros pode levar a condutas que
repercutem positivamente na consecução dos objectivos organizacionais, porque
nesses casos geram também realização de objectivos individuais, havendo uma
conjugação de esforços que pode ser muito benéfica para todos.
CONCLUSÃO
Com base nas pesquisas feitas concluímos
que designa-se de grupo de referência aquele no qual o indivíduo é motivado a
manter relações. Este grupo pode ter um âmbito restrito (grupo de pares ou
subgrupo particular) ou ter um âmbito mais alargado (grupo social, comunidade).
Quando um grupo de relações (exemplo: colegas de escola), torna-se um grupo de
referência, este passa a desempenhar um papel normativo no comportamento do indivíduo.
Vale salientar, ainda, que um grupo normativo tem a função de imprimir aos seus
membros valores e normas amplamente compartilhadas pela sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Álvaro,
J.L., & Garrido, A.L. (2003). Psicología Social:
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Lewin,
K. (1965) Teoria de Campo em ciência social.Ed.
Livraria Pioneira, São Paulo.
Machado, M. (1998). Equipes de
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Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.
Morales,
J. F. (1987). El estudio de los grupos en el marco de la Psicologia Social.
Site:
www.infoescola.com, tema: Estrutura Social Por: Gabriella Porto fonte:
http://www.infoescola.com/sociologia/estrutura-social/