avaliação do desenvolvimento de uma criança de 3 anos de idade
INTRODUÇÃO
O crescimento de uma criança é algo
mais do que um crescimento físico. As crianças crescem, desenvolvem-se e
aprendem desde que nascem. O desenvolvimento o desenvolvimento de uma criança
pode ser acompanhada observado a forma como brinca e prende fala esse comporta.
Desenvolvimento da criança se inicia a partir da concepção e evolui abrangendo
aspectos neurológicos, cognitivos, afectivos, motores e perceptivos.
Podemos fazer uma analogia do cérebro da criança como uma clareira, enorme,
disponível e receptiva.
DESENVOLVIMENTO FÍSICO
Aos 3 anos de idade já podem manejar
com uma certa soltura um triciclo e podem subir para uma bola. Começam a
colocar-se de pé, a caminhar em pontas dos pés e a construírem torres com os
brinquedos. Também descobrirá que podem pintar e desenhar formas circulares e
horizontais. Podem mesmo utilizar tesouras especiais para crianças.
Mesmo crianças que já não usam mais
fraldas podem ter ainda "acidentes" de vez em quando, especialmente
durante a noite, por mais alguns meses ou até anos. Passar a noite toda seco é
o último estágio do desfraldamento, e tende a ser mais difícil para os meninos do que para as meninas.
Mas fique tranquila porque a maioria das crianças naturalmente supera essa fase -- os médicos só consideram isso um problema lá pelos 5 ou 6 anos, quando passa a ser chamado de "enurese noturna".
Não dê broncas se seu filho acabar fazendo xixi na cama. Uma atitude serena ajudará a diminuir a vergonha da situação. Se ele ficar chateado, explique que isso é parte do aprendizado e que, quando menos esperar, vai passar. Como a tendência para o xixi na cama durante a infância costuma ser familiar, aproveite para contar histórias de como você ou o seu parceiro também levaram um tempinho para "aprimorar" a técnica.
Para ajudar na tarefa, procure não oferecer bebidas depois do jantar e incluir uma última visita ao banheiro na rotina de antes de dormir.
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL E SOCIAL: AMIGOS IMAGINÁRIOS
Já ouviu o estranho pedido de colocar
um lugar a mais à mesa para o jantar de um amigo imaginário? Essas criaturas do mundo da fantasia de forma nenhuma indicam que seu
filho está se sentindo solitário ou tem algum problema. Na verdade, é justo o
contrário: crianças que cultivam amigos imaginários tendem a se tornar adultos
criativos, sociáveis, independentes e felizes.
Esse tipo de amigo pode ser um ser humano ou
um animal e geralmente tem nome e personalidade. Mistura de confidente,
parceiro de brincadeiras, protector e bode expiatório, ele ajuda a criança a
praticar como se constrói um relacionamento e permite que ela esteja no
controle -- algo muito diferente de sua rotina diária.
Observar como seu filho interage com
esse amigo pode ser fonte de boas informações sobre o que lhe causa medo ou
nervoso. Se o tal do amigo tem medo de bruxa, é bem provável que este seja o do
seu filho também.
Embora seja importante respeitar o
amigo imaginário, procure não se envolver demais no assunto. Evite, por
exemplo, usar o amigo para manipular o seu filho dizendo algo como "o
Gustavo comeu tudo, por que você não come também?".
Você não precisa mais fazer mágica
para decifrar o que seu filho diz, graças a uma melhor dicção e a uma incrível
noção de gramática. Você provavelmente já consegue entender mais de 75% do que
ele fala. As frases são maiores (três ou mais palavras) e o vocabulário é mais
extenso (de 300 a 1.000 palavras, dependendo da criança, mas quem está
contando?), o que facilita enormemente a comunicação.
Ele adora
conversar e é capaz de responder a perguntas e fazer as suas próprias. Às vezes
liga menos para a resposta e mais para o simples fato de estar mantendo um
diálogo. Note também como ele começa a descrever o que vê ou faz e a usar
palavras para qualificar as coisas ("o carro azul da vovó). Muitas
crianças já usam conjugação verbal correta, assim como plural das palavras.
SER EM COMUNICAÇÃO
O desenvolvimento da fala e da
linguagem têm início no nascimento e evoluirá por toda a vida. Os diferentes
choros são as primeiras interlocuções. Os pais nos primeiros dias de contacto
com o bebê, já conseguem distinguir os significados de dor, fome, incómodo ou
manha em cada choro.
Então vêm os primeiros balbucios, aos
três ou quatro meses. Aos cinco ou seis as primeiras palavras decorrentes dos
balbucios “mãããmãmã“ “papapa”, “dadada” e as interações quando se volta para a
direção de onde vem o som e já emite alguns ruídos com o intuito de chamar
atenção. Gritinhos e gargalhadas tornam a rotina, muitas vezes exaustiva, num
prazer inexplicável. Aos sete meses já atende e se volta, ao ser chamado pelo
nome.
Por volta dos oito meses o pequeno
começa a concentrar-se por um pequeno período de tempo, cinco ou dez minutos,
ouvindo uma história e repetindo a seu modo tudo o que escuta, demonstrando
aprovação. Gosta de reproduzir o que aprendeu com o telefone ao ouvido.
De um ano a um ano e meio adora imitar
sons e aumenta seu vocabulário, mas ainda não muito extenso.
Após os dois anos a criança começa a
descobrir o prazer em brincar com o outro. O egocentrismo começa a sair de cena
e então começa o processo de socialização. Até os dois anos e meio a criança
assimila centenas de palavras em pouco tempo. Já é capaz de construir frases
simples completas e de verbalizar muitas palavras, mesmo que com erros
fonéticos. Já anda por todo lado e é muito curiosa.
Compreende perfeitamente o significado
da palavra “NÃO” e outras palavras de ordem. Reconhece e classifica formas,
cores e espessuras.
O BRINQUEDO PERFEITO
Há quem até chame
isso de o brinquedo perfeito (para meninos ou meninas): não precisa de pilha,
dá para brincar de todo tipo de coisa, não custa caro, não ocupa espaço e
provavelmente você até já tem em casa. O que é? Uma bola!
É como se fosse uma esponja
pronta para absorver experiências, perceber e fazer sinapses. Toda experiência
vivida por esses pequenos será parte integrante e importante da formação da personalidade
do adulto que virá a ser. Por isso, conhecendo um pouco de como se desenvolvem
poderemos auxiliar estimulando adequadamente sem exigir algo que não é
apropriado para a etapa de desenvolvimento e também sem desprezar o aparato
neuropsicomotor e cognitivo que têm, pronto para aprender e crescer de forma
saudável.
EXAGEREM NA CANTORIA, BRINQUEM COM PALAVRAS, MÚSICAS E
POESIAS!
Dos dois anos e meio aos três anos,
papais e mamães precisam ter bastante disponibilidade para responder a todos os
questionamentos da criança: “Como?”, “Quando?” e o preferido “Por quê?”. Apesar
da linguagem ainda estar em desenvolvimento, seu vocabulário já é bastante
extenso. Consegue comunicar-se com perfeição.
DESENVOLVIMENTO SOCIAL E EMOCIONAL
As suas emoções serão, geralmente,
mais profundas que nas etapas anteriores. As crianças necessitam que puxem por
elas para expressarem os seus sentimentos com palavras; desfrutarão
dramatizando com outras crianças. É frequente que durante estes anos as
crianças tenham amigos imaginários, já que têm uma imaginação muito activa e
não sabem distinguir entre realidade e fantasia. Não tem porque se preocupar,
ao serem tão inquietas as crianças precisam de alguém com quem falar e brincar.
Para além disso, querem sentir-se importantes e querida.
Por vezes as crianças podem tornar-se
um pouco agressivas entre elas, já que nesta idade as crianças primam um pouco
pelo egocentrismo. Adoram fingir que são pessoas importantes como a mãe, o pai,
o polícia, etc. Lembre-se que precisam de sentir-se librés e independentes,
sempre conhecendo onde estão os limites e a partir de que momento é que se
quebra as regras.
Nesta idade as crianças aprendem
melhor com uma variedade de actividades e brincadeiras. Por exemplo, respeitar
os horários, compartilhar e cumprir as regras de um jogo. Necessitam de um
espaço, tanto dentro como fora de casa, e um equilíbrio entre jogos mais
activos e mais calmos, para fomentar o seu desenvolvimento intelectual.
Nesta etapa começam a fazer muitas
perguntas, a expressar as suas necessidades e as suas ideias. Falam muito e a
sua linguagem inclui palavras sem sentido. No entanto, nesta idade devem
perceber conceitos básicos como números, tamanho, peso, cor, distância, tempo e
posição. A sua habilidade para classificar e a capacidade de raciocinar estão a
desenvolver-se.
SAÚDE DENTAL E HÁBITOS DE VIDA DIÁRIA
Desde muito cedo que a criança
necessita de atenção dental, de forma regular. Para além de ir ao dentista,
requer um bom cuidado diário em casa. Conforme lhe vão saindo os dentes devem
começar a limpá-los suavemente com uma escovinha macia e com pouca pasta
dentífrica. Deve ter por hábito lavar os dentes depois de cada refeição e antes
de ir dormir.
Nesta idade a criança já avisa quando
tem vontade de fazer chichi e começam a largar as fraldas. O seu filho faz
quase tudo sozinho: vestem-se, lavam as mãos antes de comer e quando estão
sujas, bebem água directamente de um copo sem ajuda e arrumam os brinquedos.
Muito importante, devem ter uma hora estabelecida para irem dormir.
FOMENTAR A ACTIVIDADE FÍSICA
Os bons hábitos de actividades físicas
que se aprendem na infância servem para que sejam adultos activos e saudáveis.
O seu filho deve fazer regularmente algum exercício, algum tipo de desporto
como o qual aprenda e se divirta: como o ténis, a natação, o ballet, o futebol,
etc. Limite as suas horas de televisão para menos de duas diárias, leve-o ao
parque todas as tardes para que respire ar fresco e que brinque com outras
crianças. Para além disso, nestas idades as crianças ganham uma certa soltura,
espontaneidade e harmonia nos seus movimentos.
PRIMEIROS DIAS DE AULAS
Apesar das birras, do choro e dos
gritos está na hora de levar o seu filho à escola. Entre os 2 e os 4 anos é a
etapa mais suave de adaptação num encontro educativo adequado.
Quando os mais pequenos se incorporam
nas aulas, significa a entrada das crianças num mundo completamente novo.
Depois desses terríveis dias de desconcerto, o seu filho irá encontrar o gosto
por esse novo espaço de aprendizagem. No entanto, existem crianças que levam
mais tempo a adaptar-se, mas com o tempo tudo passa é preciso ter calma.
CONCLUSÃO
De maneira geral o
desempenho motor das crianças estudadas foi satisfatório. Destaca-se que a
habilidade de locomoção, comparada às demais, apresentou o menor desempenho, especialmente
na sala do Berçário 1. Isto possivelmente contribuiu para o desempenho motor
axial global deste grupo estar na sua maioria abaixo da média de referência.
· Os resultados alertam
para a necessidade de maior atenção ao estudo da habilidade de locomoção e às
oportunidades de exploração do ambiente em projectos futuros. Além disso, especial
atenção deve ser direccionada ao desenvolvimento das crianças consideradas
“outliers”, significando a possibilidade em se tornar algum estudo particular.
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ÍNDICE