ambiente empresarial


RESUMO
As empresas ao longo do tempo fazem parte de um ambiente cada vez mais turbulento e competitivo, é inadmissível que ela se enclausure e deixe de trocar energias com seu meio, e que perceba ameaças e oportunidades, provocadas pela globalização da economia, associada às tendências sociais e tecnológicas. O presente trabalho apresenta de forma resumida a organização como um sistema aberto e dinâmico, bem como o planejamento estratégico, gestão e monitoramento, apresentando também a gestão e monitoramento do ambiente de trabalho de uma organização.
Palavras-Chave: ambiente empresarial; estratégias competitivas; gestão estratégica da organização.



INTRODUÇÃO
As empresas necessitam conhecimento de sua realidade ambiental a partir de informações encontradas em seu ambiente externo. Estas informações podem ser consideradas estratégicas pois contribuem para a acção estratégica dos dirigentes das organizações. Segundo Pereira (1999) a empresa é um sistema aberto e dinâmico, isto é, um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para a consecução de um fim comum, em constante inter-relação com seu ambiente. Os adeptos da abordagem dos sistemas fechados se concentram apenas no ambiente interno da empresa que, embora importante, tem valor limitado no que se refere ao processo estratégico.
OBJECTIVOS
Gerais
Fazer uma abordagem sobre ambiente empresarial, bem como os componentes que o associam.
Específicos
- Saber os delineares do ambiente empresarial numa organização.
- Falar sobre o ambiente empresarial segundos autores com publicações sobre a matéria;
- Abordar aspectos do ambiente empresarial que remetem uma organização num sentido lato e eficiente;



1 - A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA ABERTO E DINÂMICO
A continuidade, a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento de uma organização está na sua capacidade de interagir com o ambiente em que está inserida. A organização sofre influência externa, e influencia o ambiente em que faz parte, conforme o seu poder de: negociação, de pesquisa e desenvolvimento económico, etc. Muitas das influências externas não podem ser previstas ou controladas.
Sob o enfoque da teoria dos sistemas, as organizações caracterizam-se como um sistema aberto e dinâmico, onde o sistema é visto como um conjunto de elementos interdependentes que, interagem entre si, com determinados objectivos e efectuam determinadas funções.
A organização é composta de vários subsistemas do sistema principal, cada um tem suas características próprias, porém de forma se relacionarem na constituição de um todo, e com objectivos ou uma razão que integra e justifica a reunião de suas partes.
Segundo Pereira In: Catelli (1999),
...como um sistema aberto, a empresa encontra-se permanentemente interagindo com seu ambiente. Como sistema dinâmico, realiza uma actividade ou um conjunto de actividades, que a mantém em constante mutação e requerem seja constantemente orientadas ou reorientadas para uma finalidade principal.
A estabilidade ou recorrência de actividades podem ser verificadas em relação às entradas de energia (inputs), à transformação de energias dentro do sistema e ao produto resultante ( outputs), este modelo de sistema de input-output é tirado de sistema aberto, exposta por Von Bertalanffy (apud KATZ & KHAN , 1987).
A organização como sistema apresenta um padrão de actividades de troca de energia, de carácter cíclico, o produto resultante do processo para o ambiente supre as fontes de energia para a repetição das actividades do ciclo.
As organizações como sistema aberto para Katz & Khan (1987), tem características como: ciclos de eventos, entropia negativa, feedback, homeostase, diferenciação e equifinalidade.
A entropia negativa - os sistemas abertos precisam adquirir entropia negativa para sobreviver, os sistemas mantêm suas características internas de ordem, quando inputs são maiores que outputs no processo de transformação.
O feedback, diz respeito aos inputs de informação e proporcionam alertas à estrutura sobre o ambiente e sobre seu próprio funcionamento do próprio sistema.
A homeostase ou estado firme é mais um equilíbrio dinâmico do que estático, os sistemas abertos não se acham em repouso, os inputs de energia para deter a entropia agem para manter um certo equilíbrio no intercâmbio de energia, de modo que os sistemas sobrevivam.
Os sistemas abertos em constantes movimentos, tendem a elaboração e diferenciação, devido a própria dinâmica de seus subsistemas como pela relação entre crescimento e sobrevivência.
Os sistemas abertos são caracterizados pelo princípio da equifinalidade ou seja um sistema pode alcançar mesmo estado final com origem em diferentes condições iniciais e através de caminhos diversos de desenvolvimento.
Segundo Bowditch & Buono (1997), a definição de um ambiente organizacional, há uma distinção analítica feita por teóricos da organização: ambiente geral versus específico.
O ambiente geral da organização se refere aos factores, condições, tendências que afectam ou podem vir a afectar todas as organizações, sendo importante a empresa acompanhar suas mudanças e tendências. Inclui as condições tecnológicas, sociais e económicas, interacções políticas, factores geográficos e ecológicos, de mercado e culturais.
O ambiente específico enfoca os factores e as condições externas que tenham relevância imediata para a organização: clientes, fornecedores, sindicatos, concorrentes, sistemas bancários, governo, etc., o qual varia de empresa conforme o sector que está inserida, seus produtos e serviços ofertados.
Dentro do conceito de um ambiente organizacional específico, há necessidade de se entender a relação entre organização e diversos grupos sociais, a chamada teoria dos
Stackholders.
A teoria dos Stakeholders, sugere que as organizações estejam a serviço da sociedade e não como o modelo dos stockholders onde uma organização é vista como uma porção de propriedade privada possuída por aqueles que dela tem acções, onde gestores cumprem suas obrigações básicas quando trabalham pelos interesses financeiros dos accionistas, sendo que os demais grupos constituídos pelos consumidores, fornecedores, concorrentes, funcionários, governos, sindicatos, comunidade local ou seja qualquer grupo ou indivíduos que possam afectar ou ser afectado pelo desempenho da organização são relegados a um plano secundário.
Segundo, Bowditch & Buono (1997), “os accionistas continuam a ocupar um lugar de destaque, mas seus interesses específicos devem ser definidos no contexto mais amplo do interesse público”.
A teoria dos Stakeholders propicia aos gestores uma maneira mais dirigida de pensar sobre o ambiente da organização com exigências novas, baseadas em expectativas da sociedade em mudanças e sobre o papel da organização com relação a sociedade, a compreensão e satisfação dos stakeholders são importantes para a continuidade da organização.
2 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AMBIENTE EXTERNO
Segundo Motta (1982), o primeiro resultado da constatação de que as organizações vivem em um ambiente de turbulência e constantes mutações foi a necessidade sentida por elas de aperfeiçoar seus processos de planejamento e manter-se alertas para possíveis modificações futuras. Assim, surgiu a técnica administrativa denominada planejamento estratégico, substituindo técnicas de projecção do futuro baseadas no crescimento histórico, que não conseguiam lidar com um ambiente em constante modificação.
É consenso entre os estudiosos que o planejamento é considerado estratégico quando tem como principal característica a ênfase no ambiente da empresa e que essa técnica visa, portanto, ajustar a organização às variáveis ambientais. Estas são as colocações de Hax e Majluf (1984), Vasconcellos Filho (1985), Fischmann e Almeida (1991), Certo e Peter (1993), Bethlem (1999), Oliveira (1999), Thompson Jr. e Strickland (2000) e Almeida (2001).
Assim, autores como Fischmann e Almeida (1991) relacionam essa técnica intimamente à análise do ambiente da organização, que objectiva, justamente, estabelecer o propósito de direcção que a organização deverá seguir para aproveitar oportunidades e evitar riscos do ambiente em que se insere. Certo e Peter (1993) chegam a afirmar que o relacionamento com o ambiente externo condiciona a vida ou a morte de uma empresa. Hax e Majluf (1984) também colocam que a manutenção de uma atitude vigilante em relação às mudanças nas variáveis ambientais é a maior força que indica a capacidade da organização de sobreviver em seu ambiente.
Planejamento estratégico é, portanto, um sistema de levantamento e avaliação de situações, que pretende não ponderar o futuro ou eliminar a incerteza, mas preparar a organização para as modificações neste futuro (VASCONCELLOS FILHO, 1985). E se, de acordo com Thompson Jr. e Strickland (2000), a elaboração da estratégia é um exercício de empreendimento e uma maneira de pensar de fora para dentro, o grande desafio dos gerentes consiste em manterem suas estratégias muito próximas dos acontecimentos externos.
Para lidar com a incerteza, as estratégias precisam adquirir flexibilidade para ampliar o escopo de possíveis respostas às imposições de um ambiente em constante mutação. O aumento da incerteza e a intensificação da concorrência significam privilegiar soluções que aumentem a agilidade de resposta às novas condições mais incertas e mutáveis (SOUZA, 1995).
Para Meyer (1997) é através do planejamento estratégico que as empresas podem adoptar um comportamento que procure minimizar o crescente grau de incerteza ambiental. Fischmann e Santos (1982) dizem que, para isso, surge a necessidade de capacitar a administração para antecipar estados futuros do ambiente em que a empresa actua ou pretende actuar, mediante a avaliação do comportamento das múltiplas variáveis que compõem a realidade da organização.
Assim, a organização deve se preocupar com factores do ambiente externo porque ele cria incertezas e é preciso responder a elas projetando a organização para se adaptar a este ambiente e influenciá-lo. A incerteza aparece quando os gerentes não têm informação suficiente sobre os factores ambientais para compreender e antecipar as necessidades e mudanças do ambiente (DAFT, 1999).
Para Oliveira (1999), o executivo deve atentar para as falhas mais frequentes na consideração do ambiente de uma empresa. Segundo ele, a primeira é não considerar factores ambientais que exerçam influência sobre a empresa. A segunda é não considerar o grau de influência da empresa sobre os factores considerados do ambiente e a terceira é não actuar de forma adequada sobre os factores identificados no ambiente. Em contraposição à segunda falha exposta pelo autor e a posição de Daft (1999) sobre a influência da empresa em seu ambiente, Fischmann & Almeida (1991), Bethlem (2002) e Almeida (2001) afirmam que as ocorrências no exterior da empresa sofrem pouca ou nenhuma influência dela.
Davenport e Prusak (2002) dizem que há pelo menos três tipos de respostas básicas a partir das quais a empresa pode reagir ao ambiente externo. A empresa pode: 1- se adaptar ao mundo exterior; 2- investigar esse mundo em busca de transformações a que deve responder; 3- ou moldar as condições exteriores, por meio de serviços e produtos da informação.
Daft (1999) diz existirem duas estratégias básicas para conviver com incertezas ambientais relevantes. Uma é adaptar a organização às mudanças ambientais e a outra é influenciar o ambiente para torná-lo mais compatível com as necessidades da organização. A primeira estratégia deve ser baseada em previsões, ou seja, no esforço para antecipar as tendências que permitirão prever eventos futuros. O planejamento, segundo ele, pode atenuar os efeitos contrários originados por rápidas mudanças do ambiente. A segunda estratégia, a de influenciar o ambiente, pode ser realizada, segundo o autor, através de propaganda e relações públicas, da actividade política e de associações de classe.
Assim, considerando que os acontecimentos no ambiente externo da organização podem influenciar de maneira relevante sua competitividade e afetar seu desenvolvimento, uma gestão estratégica que vise um melhor ajustamento entre ela e seu ambiente pode significar o sucesso desta organização.
3 - GESTÃO ESTRATÉGICA E MONITORAMENTO DO AMBIENTE
A actividade de monitoramento, entendida como a observação sistemática das variáveis que podem influenciar o desempenho da organização, é uma maneira de colectar informações para o processo estratégico, seja na fase de elaboração da estratégia, seja na implementação dos planos e nas mudanças necessárias para adequar organização e ambiente. Monitorar o ambiente externo da empresa pode significar a diferença de uma gestão estratégica de outra não estratégica.

4 - MONITORAMENTO AMBIENTAL
O enfoque tradicional do planejamento empresarial, bastante em voga até meados da década de 1960, recomendava avaliação ocasional e reformulação de objetivos para adaptação estrutural da empresa aos factores do ambiente. O enfoque moderno parte da premissa de um ambiente em constante mutação e turbulência, que exige um processo contínuo de formulação e avaliação de objectivos baseado em um fluxo de informações sistemáticas sobre as transacções entre ambiente e organização (MOTTA, 1982).
Portanto, devido ao fato de as mudanças ocorridas no ambiente de negócio serem dinâmicas, elas precisam ser continuamente monitoradas (SANTOS & PEREIRA, 1995).
Autores como Certo e Peter (1993) acreditam que a actividade de análise do ambiente é a principal etapa do processo estratégico, indicando que as variáveis ambientais devem ser constantemente examinadas pela empresa. Esses autores dizem que a análise do ambiente consiste, exactamente, em “monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras, que possam influenciar na capacidade da empresa em atingir objectivos” (p.35). Assim, a etapa de monitoramento do ambiente deve fornecer aos administradores informações adequadas para reflexão, sendo que elas devem ser obtidas de todos os níveis do ambiente organizacional e a análise dessas informações deve estabelecer a relevância destes níveis ambientais e das várias questões estratégicas para a organização.
Para Aguilar (1965), com o monitoramento ambiental os administradores obtêm informações relevantes sobre eventos que ocorrem fora da empresa a fim de guiar o seu curso de ação futuro. Segundo o autor, os administradores são chamados a considerar e inter-relacionar de maneira significativa uma grande quantidade de factores externos, onde a quantidade de dados disponíveis é imensa e a confiança neles é frequentemente questionável, além de sua colecta e processamento poderem ser caros e muita informação desejável não estar disponível.
De acordo com Kotler (1998), uma unidade de negócio precisa monitorar as forças macroambientais, ou seja, as forças demográficas, económicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais, e também os atores microambientais importantes, como os consumidores, concorrentes, canais de distribuição e fornecedores.
Segundo Bethlem (1999), é importante que os dirigentes de empresa se mantenham informados sobre as variáveis externas que vão influenciar a actuação da empresa e quando possível procurar interferir no comportamento e evolução dessas variáveis.
Sobre a necessidade de estruturação do processo de monitoramento do ambiente, os autores têm opiniões diferentes. Zaccarelli et al. (1980) dizem que a alta administração, de um modo ou de outro, sempre tem analisado os factores ambientais mas quase sempre de modo informal, correndo o risco de fazer uma análise incompleta ou insuficiente. Stewart et al. (2000) defendem que o desenvolvimento e a organização de um processo de monitoramento ambiental formal é importante, pois esse processo fornece qualidade às informações obtidas. Em contraposição, Debortoli (2001) diz que o planejamento estratégico tem como base processos formais, ou processos informais, de monitoramento das informações do ambiente.
De outro modo, Fahey e King (1982) colocam a existência de três modelos de investigação ambiental: modelo irregular, modelo regular e modelo contínuo de investigação. O modelo irregular é um processo de estudo ambiental casuístico, provavelmente criado por alguma ocorrência inesperada no ambiente; o modelo regular é realizado a partir de uma revisão regular do ambiente, ou pelo menos daqueles componentes considerados importantes; e o modelo contínuo propõe uma observação constante de vários sistemas ambientais, ao invés de eventos específicos.
É preciso considerar que, em muitos casos, as empresas não necessitam de sistemas complexos para monitorar informações ambientais. Assim, é necessário identificar formas adequadas às necessidades particulares de cada empresa, até mesmo no que diz respeito a necessidade de estruturação do processo.
Portanto, o monitoramento do ambiente externo, através da busca contínua de informações nas variáveis encontradas fora da organização, é um instrumento útil para conhecimento do ambiente em que a organização se insere e fundamental para uma gestão estratégica.





5 - IDENTIFICANDO O AMBIENTE EXTERNO
O ambiente é entendido de maneiras diferentes pelos autores. A segmentação e o entendimento de cada segmento são questões que não apresentam consenso na literatura sobre processo estratégico. Muitos deles deixam de definir ambiente, o que provoca muitas confusões e interpretações ambíguas.
Vasconcellos Filho (1983) divide o ambiente externo em dois: Macroambiente e Ambiente Operacional. O Macroambiente é composto pelas variáveis de nível macro, como as económicas, sociais, cultura is, demográficas, políticas, tecnológicas, legais e ecológicas. O Ambiente Operacional é composto pelos Públicos Relevantes Externos com os quais a organização mantém vários tipos de relacionamentos, como pessoas, grupos de pessoas, entidades, empresas, órgãos do Governo. Segundo esse autor, são as características de cada organização - como tamanho, autonomia, âmbito de actuação e grau de participação – que irão estabelecer o grau de relevância das variáveis de cada segmento ambiental.
Certos e Peter (1993) segmentam o ambiente em Ambiente Geral e Ambiente Operacional. O Ambiente Geral é o nível do ambiente externo à organização, composto de componentes que normalmente têm amplo escopo e pouca aplicação imediata para administrar uma organização. O Ambiente Operacional é composto por sectores que normalmente têm implicações específicas e relativamente mais imediatas na administração da organização. Os principais componentes do Ambiente Operacional são os clientes, a concorrência e os fornecedores. O ambiente organizacional é definido como o conjunto de todos os factores que possam afectar seu progresso de atingir metas.
Para Daft (1999), o ambiente organizacional externo inclui todos os elementos existentes fora das fronteiras da organização que têm potencial para afecta-la; o ambiente externo da organização pode ser mais bem conceituado como tendo duas camadas: Ambiente Geral e Ambiente Tarefa. O Ambiente Geral corresponde às camadas externas que afectam a organização indirectamente; inclui factores internacionais, tecnológicos, sócio - culturais, económicos e político-legais que influenciam, igualmente, todas as organizações inseridas nesse ambiente. Estes eventos não afectam as operações do dia-a-dia, mas acabam por afectar toda a organização. O Ambiente Tarefa é mais próximo da organização e inclui os sectores que transaccionam directamente suas operações básicas e seu desempenho; é geralmente constituído de concorrentes, fornecedores e clientes.
Oliveira (1999) divide o ambiente da empresa em duas partes: em Ambiente Directo e Ambiente Indirecto. O Ambiente Directo representa o conjunto de factores através dos quais a empresa tem condições não só de identificar, mas também de avaliar ou medir, de forma mais efectiva e adequada, o grau de influência recebido e/ou proporcionado. O Ambiente Indirecto, por sua vez, representa o conjunto de factores através dos quais a empresa identificou, mas não tem condições no momento de avaliar ou medir o grau de influência entre as partes. Pode ser o caso de algumas variáveis culturais, demográficas ou sociais. Para o autor, dividir o ambiente em dois é útil, pois facilita a manipulação das variáveis externas que apresentam, em determinado momento, maior facilidade de mensuração da relação de influências entre a empresa e seu ambiente. É possível p redizer que empresas de um mesmo ramo económico, área geográfica, amplitude de actuação (nacional e multinacional) e de aproximadamente mesmo porte terão diferentes graus de receptividade ou repulsão aos factores ambientais, dependendo da amplitude relativa de seus insumos e resultados.
Almeida (2001) define ambiente como um conjunto de variáveis que influenciam o desempenho da empresa e esta pouco ou nada pode fazer para alterá-lo. O autor segmenta o ambiente externo em três: Macroambiente Clima, Macroambiente Solo e Ambiente Operacional. Para o autor, essa divisão é útil pois os diferentes segmentos têm características e formas de análise diferentes. O segmento ambiental denominado Macroambiente Clima tem como variáveis as decorrentes do poder político, como por exemplo a inflação, o crescimento do PIB e a legislação. Fazem parte do Macroambiente Solo as variáveis do futuro da população e suas características, como por exemplo crescimento por região, por faixa de renda e por sexo. O Ambiente Operacional é constituído por variáveis decorrentes das operações da empresa com concorrentes, fornecedores e clientes directos.
Considerando os cinco autores examinados e suas diferentes maneiras de conceituar o ambiente externo à organização e seus segmentos, optou -se pela classificação que segmenta o ambiente em Macroambiente e Ambiente Operacional. Deve-se considerar, também, que não serão feitas, em princípio, afirmações quanto à relevância de determinados segmentos para determinadas empresas, como fizeram Daft e Certo & Peter. Como sugeriu Vasconcellos Filho, o grau de relevância das variáveis de cada segmento ambiental depende das características de cada organização que podem ser consideradas, no momento, resultantes do tamanho, da autonomia, do âmbito de actuação e do grau de participação da empresa em seu ambiente. Assim, não se pode, num primeiro momento, relacionar determinados segmentos com determinados graus de importância para a empresa.
6 - RELEVÂNCIA DO MONITORAMENTO AMBIENTAL
A importância do monitoramento ambiental está no fato de a organização impreterivelmente interagir com o seu ambiente, podendo seu desempenho ser influenciado por ele de maneira relevante.
Considerando isso, pode-se dizer que o processo estratégico tem como objectivo melhorar essa interacção, pois pode fornecer informações necessárias para a empresa se relacionar de maneira mais coerente com seu ambiente. No entanto, o processo estratégico precisa ser realizado de tal modo que considere actividades contínuas de observação das variáveis ambientais no tocante às suas modificações.
Para Tregoe e Zimmerman (1984), o exame do ambiente é um aspecto importante do pensamento estratégico. Os autores dizem que os dirigentes devem identificar, organizar e usar dados sobre o ambiente para definir e testar possíveis forças motrizes futuras. Assim, segundo os autores, é necessário melhorar a qualidade e a precisão das informações sobre economia, tecnologia, factores sócio -políticos e concorrentes, e trabalhar para que tais informações sejam usadas pela directoria na formulação da estratégia.
Por outro lado, Thompson Jr. e Strickland (2000) afirmam que “a estratégia é mais do que os gerentes planejam cuidadosamente e pretendem realizar como parte de um grande projecto estratégico. Novas circunstâncias estão sempre emergindo, sejam elas importantes desenvolvimentos tecnológicos, introdução de novos produtos pelos rivais, novos regulamentos e políticas governamentais ou aumento do interesse do consumidor.
O futuro contém tantas incertezas que os gerentes não podem planejar cada acção estratégica com antecedência e perseguir sua estratégia pretendida sem necessidade de alteração”.
Assim, segundo esses autores, são necessárias alterações nas estratégias deliberadas, por meio de respostas estratégicas não planejadas (estratégias emergentes). Para isso, a empresa deve possuir comportamentos ao mesmo tempo pró-activos, mediante a estratégia pretendida, e reactivos, mediante estratégias emergentes, a fim de se adaptar às mudanças ambientais. O monitoramento ambiental, sem dúvida, ajuda na identificação das mudanças necessárias.
De modo semelhante, Zaccarelli et al. (1980), a partir de estudos sobre ecologia de empresas, afirmam que a existência de uma empresa em determinado ambiente depende do atendimento às condições impostas por este ambiente à empresa. Assim, se faz necessário um contínuo acompanhamento das variáveis ambientais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um ambiente de crescente aumento da competitividade de mercado nacional e internacional, as organizações podem nortear-se pela gestão de custos a fim de obterem eficiência de seus processos internos no sentido de redução de custos e melhoria de seus produtos e serviços. A nova forma de competição global exige comprometimento contínuo e completo aperfeiçoamento de seus produtos, processos e colaboradores. Muitas ocorrências no meio poderão causar impactos diferentes nas organizações. Em um ambiente turbulento e de incertezas, o sucesso das empresas não depende somente da eficiência de suas operações internas, ela precisa estar alerta às mudanças do ambiente externo e buscar sua adaptação a ele, onde muitas delas podem causar impactos que afectem a sua continuidade, muito mais profundamente que políticas e melhorias internas. A empresa precisa ter uma vantagem competitiva, tanto para sua estabilidade no mercado quanto um desenvolvimento no sector que actua.


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