Fármacos que actuam como estimulantes no sistema nervoso central

INTRODUÇÃO

No presente trabalho a abordagem principal centraliza-se aos fármacos que actuam no sistema nervoso central (SNC) que por sua vez podemos definir como um conjunto de órgãos que coordenam todas as actividades do organismo. É a sede da consciência, da memória, da capacidade de aprender, de reconhecer e dos mais elaborados e característicos atributos do Homem, tais como a imaginação, o raciocínio abstracto, o pensamento criativo, entre outros. Neste contexto o presente trabalho está constituído pelos subtítulos que nos foi referenciado para a melhor especificação do tema.






SISTEMA NERVOSO CENTRAL

O sistema nervoso central é constituído por duas partes, o encéfalo, que se situa no crânio, e a medula espinal, que se aloja no canal raquidiano, o SNC é formado por mais de 10 000 milhões de neurónios.
Embora se esteja ainda muito longe de compreender a base celular e molecular das múltiplas e complexas funções do SNC, os progressos farmacológicos obtidos nos últimos anos permitem já uma intervenção terapêutica eficaz e relativamente selectiva em muitas situações decorrentes de perturbações funcionais do SNC.

FÁRMACOS ESTIMULANTES QUE ACTUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Os medicamentos estimulantes centrais podem atuar em diferentes regiões do sistema nervoso central  (SNC), sendo classificados de acordo com o local em que atuam de maneira predominante e, muitas vezes, até mesmo específica, em três grandes grupos:
  • Estimulantes corticais;
  • Estimulantes bulbares;
  • Estimulantes medulares.
Os fármacos deste grupo atuam de forma preponderante sobre os centros superiores. Nesta categoria encontramos a anfetamina e seus respectivos derivados e as metilxantinas (cafeína, teofilina, teobromina) e seus derivados.
Causam, em graus distintos, alterações comportamentais; podem levar a excitação e euforia, reduzir a sensação de fadiga e aumentar a atividade motora.
Este grupo de fármacos, na medicina humana, é utilizado no tratamento da obesidade, pois é inibidora do apetite.
Além de inibir o apetite, as anfetaminas também podem, em certa dosagem, provocar um estado de excitação e sensação de poder. Seu uso foi popularizado durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 50, para combater a fadiga causada pelo combate.
O uso deste fármaco passou a ser comum entre os jovens. Conhecida entre eles como “bolinha” ou “rebite”, deixam o indivíduo “ligado”. A partir da década de 1970, iniciou-se o controle da comercialização, pois as anfetaminas passaram e ser consideradas drogas psicotrópicas, sendo, deste modo, ilegal seu uso sem acompanhamento médico adequado.
As substâncias derivadas das xantinas são: cafeína, teofilina e teobromina, encontradas naturalmente em alimentos ou bebidas como o café, o chá, o chocolate e certos tipos de refrigerantes de sabor cola. São rapidamente absorvidas pelo organismo, após administração oral, parenteral e retal.
Existem evidências de que este grupo de fármacos são antagonistas competitivos de receptores da adenosina, em contraposição a outras possíveis ações observadas com doses mais altas, como a translocação do cálcio, a inibição da fosfodiesterase ou a liberação de neurotransmissores, especialmente a noradrenalina.
A teofilina apresenta grande importância no tratamento da asma, na doença pulmonar obstrutiva crônica, além de funcionar como estimulante do SNC.
A cafeína é encontrada em certas plantas e utilizada para o consumo em bebidas, na forma de infusão, como estimulantes. Dentre as três substâncias do grupo das xantinas, esta é a que mais atua sobre o SNC. Atua ainda sobre o metabolismo basal e eleva a síntese de suco gástrico. Doses terapêuticas dessa substância aumentam a capacidade de trabalho do músculo cardíaco, além de causar vasodilatação periférica.
São medicamentos que apresentam ações estimulantes nos centros bulbares, especialmente no centro respiratório e, em num segundo momento, no centro vasomotor, levando à exacerbada excitabilidade reflexa e, em doses maiores, convulsões. Também são chamados de analépticos.
Atuam sobre o centro respiratório, elevando a ventilação pulmonar, efeito mais potente quando ocorre depressão deste centro pelo uso de barbitúricos, hidrato de cloral, entre outros. Nesta categoria estão englobados o doxapram, a niquetamida, o amifenazol, o etamivam, a picrotoxina e o pentilenotetrazol.

São fármacos que estimulam de preponderante a medula espinhal. O principal representante desta categoria é a estricnina, um alcalóide oriundo da planta Strychnus nux vomica.
A estricnina age de forma indireta, inibindo seletivamente a neurotransmissão inibitória, o que leva ao aumento da atividade neuronal e aumento exagerado da atividade sensorial de todo o SNC. É um bloqueador de receptores da glicina, mediador dos neurônios medulares, causando hiperpolarização dos motoneurônios e inibindo as células de Renshaw, responsáveis pela condução seletiva de impulsos excitatórios alternados para músculos antagônicos. Além disso, em doses elevadas, a estricnina é também um inibidor da liberação do GABA, que é um dos principais neurotransmissores inibitórios do SNC.
Este é um dos estimulantes centrais mais poderosos. Causa convulsões tônicas e simétricas em toda a musculatura esquelética, sendo estes efeitos desencadeados por estímulos ambientais

FÁRMACOS ANALGÉSICOS ANTI-PIRÉTICOS

ácido acetilsalicílico é o padrão dos chamados anti-inflamatórios não esteróides, caracterizados pela acção inibidora das cicloxigenases. O ácido acetilsalicílico é o analgésico de primeira escolha para as cefaleias, dores musculos-esqueléticas e dismenorreia. Possui, também, acção antipirética e anti-inflamatória. O seu principal inconveniente, que é comum a todos os anti-inflamatórios não esteróides, é a possibilidade de provocar lesões da mucosa gástrica, o que pode ser obviado em parte pela ingestão do medicamento a seguir às refeições. Recomenda-se evitar o seu uso em crianças. O paracetamol, que em doses terapêuticas é o analgésico mais inócuo, constitui uma boa alternativa para usar nas crianças. Contudo, é potencialmente hepatotóxico a partir de 4 g/dia e as doses muito altas, da ordem de 10 g - 15 g, podem provocar necrose hepática fulminante. Fundamentalmente, distingue-se do ácido acetilsalicílico porque não tem acção anti-inflamatória e, por isso, não provoca irritação gástrica.
O metamizol, magnésico ou sódico, é um analgésico activo, bastante utilizado; como derivado da dipirona tem um risco potencial de causar agranulocitose.
Tem sido dada particular atenção à dor pós-operatória, em especial nas situações de cirurgia ambulatória, surgindo a utilização de anti-inflamatórios com particular efeito analgésico, como o cetorolac (oral e parentérico) ou oparecoxib (parentérico).
O tratamento da dor neuropática, devido a lesão de nervos sensitivos somáticos, é em regra feito com opiáceos, visto que os analgésicos convencionais são inoperantes. É o caso da neuropatia diabética, da nevralgia do trigémio, por exemplo. Nestas situações a analgesia é obtida pelo emprego de antidepressivos tricíclicos (sobretudo amitriptilina) e anticonvulsivantes (em especial a carbamazepina e a gabapentina).

FÁRMACOS ANALGÉSICOS ANTI-INFLAMATÓRIOS

Ácido Acetilsalicílico (Aspirina)
É um  analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Atua, portanto, na dor, febre e inflamação. É também um antiagregante plaquetar em baixas doses pelo que é usado para prevenir tromboembolias.
É usado no tratamento da dor, febre, inflamações, artrite reumatóide, prevenção de tromboembolias, etc.
Deve-se tomar depois das refeições com bastante água ou leite para minimizar os efeitos gástricos.
As formulações efervescentes são as mais eficazes, mas as mais utilizadas são em comprimidos. Os supositórios são os menos eficazes.
A dose para adultos e crianças com mais de 11 anos, para combater a dor e febre, varia desde 325mg até 650mg de 4/4horas. Como anti-inflamatório a dose é o dobro.
Paracetamol
É um analgésico antipirético sem qualquer ação anti-inflamatória. Tem a vantagem de não afetar a coagulação sanguínea e não apresenta efeitos gastrointestinais.
Está indicado no tratamento da dor moderada e ligeira como dor de cabeça, sintomas da gripe, constipações e sinusite. Assim como no tratamento da febre. No tratamento da dismenorreia (dor menstrual) tem a vantagem  de não afetar o fluxo menstrual.
Crianças com mais de 11 anos e adultos devem tomar uma dose que varia desde 325mg a 1g de 4/4 horas ou 6/6horas. Em pediatria a dose varia desde 40mg a 480mg de 4/4 horas ou 6/6 horas consoante a idade.


FÁRMACOS SELECTIVOS E PINOICOS

A farmacodinâmica descreve uma infinidade de modos pelos quais as substâncias afetam o corpo. Depois de terem sido engolidos, injetados ou absorvidos através da pele, quase todos os medicamentos entram na corrente sangüínea, circulam pelo corpo e interagem com diversos locais-alvo. Mas dependendo de suas propriedades ou da via de administração, um medicamento pode atuar apenas em uma área específica do corpo (por exemplo, a ação dos antiácidos fica em grande parte confinada ao estômago). A interação com o local-alvo comumente produz o efeito terapêutico desejado, enquanto a interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar em efeitos colaterais (reações medicamentosas adversas).
Alguns medicamentos são relativamente não seletivos, atuando em muitos tecidos ou órgãos diferentes. Exemplificando, a atropina, uma substância administrada com o objetivo de relaxar os músculos no trato gastrointestinal, também pode relaxar os músculos do olho e do trato respiratório, além de diminuir a secreção das glândulas sudoríparas e mucosas. Outros medicamentos são altamente seletivos e afetam principalmente um órgão ou sistema isolado.
Um Encaixe Perfeito
Um receptor de superfície celular tem uma configuração que permite a uma substância química específica, por exemplo um medicamento, hormônio ou neurotransmissor, se ligar ao receptor, porque a substância tem uma configuração que se encaixa perfeitamente ao receptor.
Exemplificando, a digital, uma droga administrada a pessoas com insuficiência cardíaca, atua principalmente no coração para aumentar sua eficiência de bombeamento. Drogas soníferas se direcionam a certas células nervosas do cérebro. Drogas antiinflamatórias não-esteróides como a aspirina e o ibuprofen são relativamente seletivas, porque atuam em qualquer local onde esteja ocorrendo inflamação. Como as drogas sabem onde exercer seus efeitos? A resposta está em como elas interagem com as células ou com substâncias como as enzimas.
Receptores
Muitas drogas aderem (se ligam) às células por meio de receptores existentes na superfície celular. A maioria das células possui muitos receptores de superfície, o que permite que a atividade celular seja influenciada por substâncias químicas como os medicamentos ou hormônios localizados fora da célula.
O receptor tem uma configuração específica, permitindo que somente uma droga que se encaixe perfeitamente possa ligarse a ele - como uma chave que se encaixa em uma fechadura. Freqüentemente a seletividade da droga pode ser explicada por quão seletivamente ela se fixa aos receptores. Algumas drogas se fixam a apenas um tipo de receptor; outras são como chaves-mestras e podem ligar-se a diversos tipos de receptores por todo o corpo. Provavelmente a natureza não criou os receptores para que, algum dia, os medicamentos pudessem ser capazes de ligar-se a eles. Os receptores têm finalidades naturais (fisiológicas).
Enzimas
Além dos receptores celulares, outros alvos importantes para a ação dos medicamentos são as enzimas, que ajudam no transporte de substâncias químicas vitais, regulam a velocidade das reações químicas ou se prestam a outras funções de transporte, reguladoras ou estruturais. Enquanto as drogas que se direcionam para os receptores são classificadas como agonistas ou antagonistas, as drogas direcionadas para as enzimas são classificadas como inibidoras ou ativadoras (indutoras). Exemplificando, a droga lovastatina, utilizada no tratamento de algumas pessoas que têm níveis sangüíneos elevados de colesterol, inibe a enzima HMG-CoA redutase, fundamental na produção de colesterol pelo corpo.
Quase todas as interações entre drogas e receptores ou entre drogas e enzimas são reversíveis - depois de certo tempo a droga "se solta" e o receptor ou enzima reassume sua função normal. Às vezes uma interação é em grande parte irreversível (como ocorre com omeprazol, uma droga que inibe uma enzima envolvida na secreção do ácido gástrico), e o efeito da droga persiste até que o corpo manufature mais enzimas.
Afinidade e Atividade Intrínseca
Duas propriedades importantes para a ação de uma droga são a afinidade e a atividade intrínseca. A afinidade é a atração mútua ou a força da ligação entre uma droga e seu alvo, seja um receptor ou enzima. A atividade intrínseca é uma medida da capacidade da droga em produzir um efeito farmacológico quando ligada ao seu receptor.
Medicamentos que ativam receptores (agonistas) possuem as duas propriedades; devem ligarse efetivamente (ter afinidade) aos seus receptores, e o complexo droga-receptor deve ser capaz de produzir uma resposta no sistema-alvo (ter atividade intrínseca). Por outro lado, drogas que bloqueiam receptores (antagonistas) ligam-se efetivamente (têm afinidade com os receptores), mas têm pouca ou nenhuma atividade intrínseca - sua função consiste em impedir a interação das moléculas agonistas com seus receptores.

FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVEIS

A depressão psíquica e a doença bipolar são incapacitantes doenças alteradoras do humor que afetam a disposição física, o sono, o apetite, a libido e a capacidade funcional. A depressão difere da esquizofrenia, que produz distúrbios cognitivos. Os sintomas da depressão correspondem à sensação intensa de tristeza, desesperança, desespero e incapacidade de sentir prazer em atividades rotineiras.
A mania se caracteriza pelo comportamento oposto, ou seja, entusiasmo, rapidez mental e verbal, extrema autoconfiança e diminuição da capacidade crítica. Todos os fármacos antidepressivos de utilização clínica (também chamados timolépticos) potenciam, direta ou indiretamente, as ações da noradrenalina, dopamina, e/ou serotonina, no cérebro. Isso, em conjunto a outras evidências, levou à teoria das aminas biogênicas, que propõe que a depressão se deve à deficiência em monoaminas, tais como a noradrenalina e a serotonina, em certos pontos-chave cerebrais. 
Contrariamente, cogita-se que a mania é causada pela superprodução desses neurortransmissores. A teoria das aminas biogênicas é provavelmente excessivamente simplista, desde que se sabe, atualmente, que os fármacos antidepressivos, particularmente os antidepressivos tricíclicos, afetam muitos sistemas biológicos em adição à captura de neurotransmissor. Não se sabe qual desses sistemas neuroquímicos é o principal responsável pela atividade antidepressiva.

FÁRMACOS ANTIULCEROSOS

Antiulceroso é a definição que se aplica a todos os medicamentos ou fármacos que atuam de forma a curar ou facilitar a cicatrização de uma úlcera, ou qualquer inflamação ou ferida na mucosa do trato gastrointestinal.
De uma forma geral medicamentos dessa classe estão indicados para o tratamento da doença gastroduodenal ulcerosa, esofagite de refluxo, úlcera gástrica, úlcera duodenal e síndrome de Zollinger-Ellison.
Alguns medicamentos que podem ser citados devido ao seu potencial antiulceroso como a ranitidina, o omeprazol, a cimetidina, a famotidina, o sucrafato entre outros.



CONCLUSÃO

Depois da pesquisa feita chega-se então a conclusão de que o sistema nervoso é responsável pela maioria das funções de controlo em um organismo, coordenando e regulando as actividades corporais. O neurónio é a unidade funcional deste sistema. Assim é evidente a performance obtida pela docente atendendo a forma mais aprofundada de percepção sobre a matéria que nos dirigiu e até porque é uma das formas essencial que permite ao estudante integrar-se mais na base do conteúdo em abordagem.





BIBLIOGRAFIA

Estimulação do sistema nervoso central. Disponível em: https://www.infarmed.pt/formulario/navegacao.php?paiid=33 Acessado aos 26/08/2015
Estimulação do sistema nervoso central. Disponível em: http://www.infoescola.com/farmacologia/estimulantes-do-sistema-nervoso-central/ Acessado aos 26/08/2015



ÍNDICE