a febre
A Febre
Febre ou pirexia é
a elevação da temperatura do corpo humano
para cima dos limites considerados normais (36 a 37,4 °C),
faixa (range) que compreende 95% da população sadia. A regulação da
temperatura é realizada pelo hipotálamo. Pode ser causada por uma série de fatores que
incluem: infecção, sequelas de lesão tecidual, inflamação, rejeição de enxerto,
processo maligno ou outros fatores. A febre não é uma doença e geralmente
não necessita de rápida intervenção, é um sintoma que possui papel de defesa
orgânica. Seu controle estrito não previne convulsões (somente em 4% de uma população de crianças
sadias ocorre convulsão febril), mas esta pode ser fator desencadeante em
pacientes suscetíveis, mesmo com uma pequena elevação de temperatura.
Funções
É
uma reação orgânica primitiva com múltiplas aplicações contra
um mal comum, interpretada pelo meio médico como um simples sinal. A reação descrita como um
aumento na temperatura corporal nos seres humanos para níveis até 37,8 °C Celsius chama-se estado febril; ao passar dessa temperatura, já pode ser
caracterizado como febre e é um mecanismo adaptativo próprio dos seres vivos. A
febre é uma reação do corpo contra patógenos; a sensação ruim que sente a pessoa febril faz com
que ela poupe energia e descanse, funcionando também através do maior trabalho
realizado pelos linfócitos e macrófagos. Apesar da maior parte das febres ser causada por
infecções, nem sempre febre é indicador de infecção. Mede-se tradicionalmente a
temperatura corporal através da testa e pescoço (com a mão), da boca, da axila,
da membrana timpânica ou do ânus (utilizando um termômetro, que pode ser eletrônico ou não).
As
crianças são mais afetadas pela febre porque, para o organismo delas,
praticamente todos os vírus e bactérias são desconhecidos. Então, quando esses
micro-organismos invadem o corpo, ele logo produz aprostaglandina.
Valores normais de
temperatura
·
Temperatura axilar:
35,5 a 37,3 °C, com média de 36 a 36,5 °C.
·
Temperatura bucal: 36
a 37,4 °C.
·
Temperatura rectal:
36 a 37,8 °C, isto é, 0,5 °C maior que a axilar.
·
A temperatura rectal
maior que a axilar em valores acima de 1 °C, pode ser indicativo de
processo inflamatório abdominal baixo ou pélvico.
Mecanismo
A
febre geralmente ocorre em resposta a substância pirogênicas (o mais conhecido
é a interleucina 1 a 6), que são
secretados pelos macrófagos como resposta inflamatória. Essas substâncias
pirogênicas agem proporcionando liberação de prostaglandinas que agem no centro termorregulador, o hipotálamo anterior,
reconfigurando o ponto de referência da termorregulação para uma temperatura
mais alta, e ao fazê-lo, evoca os mecanismos de aumento de temperatura do
corpo, fazendo-o aumentar a temperatura a níveis acima do normal (níveis
homeostásicos).
O
corpo tem várias técnicas para aumentar a temperatura:
·
Aumento da
temperatura corporal - tremores, que envolvem movimentos físicos
e que produzem calor;
·
Diminuição da perda
de calor - vasoconstrição, ou seja, a diminuição do
fluxo sanguíneo da pele, reduzindo a quantidade de calor perdido pelo corpo.
A
temperatura do corpo é mantida nesses níveis até que os efeitos dos pirógenos
cessem.
Tipos
A
febre pode ser classificada como de baixa intensidade (37,8 a 38 °C),
moderada (38 a 39 °C) ou alta (mais de 39 °C), dependendo de quanto a
temperatura corpórea subiu.
A
febre pode ser benéfica, e é parte da resposta do corpo a uma doença; no
entanto, se a febre for acima de 41,7 °C, então pode causar danos
significativos aos neurônios, com risco de afetar a meninge e essa fase é chamada de hipertermia maligna. A
alta temperatura causa a desnaturação de proteínas e enzimas, o que agrava o
estado do paciente.
A
temperatura normalmente flutua ao longo do dia, e o mesmo se aplica à febre. Se
esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumentada do corpo
pode ser por causa de insolação, uma disfunção mais séria. A insolação é causada
pelo excesso de exposição ao sol e desidratação.
A
ausência de febre é chamada de apirexia.
Tratamento
Existe
certa fobia da febre cercada de mitos tanto para profissionais
de saúde quanto para a população em geral de que a febre seja algo que implique
rápida ação com algum medicamento, principalmente quando ela envolve crianças.
No entanto, existem medidas que podem reduzir a febre de forma natural como
banhos e resfriamento do ambiente.
Embora
a febre seja uma resposta imunológica própria do organismo contra algum mal, a
medicina moderna chegou a desenvolver algumas drogas chamadas de antipiréticos que podem reduzir a febre a níveis
tolerados. O antipiréticos mais usados são o paracetamol, a dipirona, o ibuprofeno, cetoprofeno e ácido acetilsalicílico.
Causas de febre no
pós-operatório
Após
uma cirurgia, é comum haver a elevação da temperatura corporal até 37,8 graus
Celsius sem maiores significados. No entanto, temperaturas maiores de 38 graus
Celsius podem representar, conforme o tempo decorrido desde a cirurgia:
·
Até 48 horas - atelectasia (problema pulmonar).
·
Terceiro e quarto
dia: pneumonias
·
Quinto dia: abcesso
(coleção purulenta na área cirúrgica).
Outras causas não
infecciosas de febre
·
Em transfusões sanguíneas incompatíveis
·
Doenças reumáticas
·
Doenças auto-imunes
Padrões
característicos
Algumas
doenças apresentam um padrão febril bem característico, chamando a atenção para
seu diagnóstico:
·
Tuberculose - febre vespertina (todo final de tarde), não
muito alta; a febre héctica aparece nos estados avançados de tuberculose
pulmonar, que sobe durante a noite e baixa de manhã; é atualmente rara.
·
Malária - febre alta por algumas horas e que se repete
todo dia ou em dias alternados, dependendo da espécie de Plasmodium que está causando a infecção e de quantas vezes o indivíduo foi contaminado.
·
Abcesso: Febre persistente, baixa, com piora à noite.