A FAMÍLIA E A SUA IMPORTÂNCIA NA RELAÇÃO DO ADOLESCENTE

INTRODUÇÃO

No presente trabalho podremos falar sobre a família e a sua importância na relação do adolescente. Sendo assim podemos dizer que a família, desde os tempos mais antigos, corresponde a um grupo social que exerce marcada influência sobre a vida das pessoas, sendo encarada como um grupo com uma organização complexa, inserido em um contexto social mais amplo com o qual mantém constante interação. O grupo familiar tem um papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo importante na determinação e na organização da personalidade, além de influenciar significativamente no comportamento individual através das ações e medidas educativas tomadas no âmbito familiar.
A FAMÍLIA E A SUA IMPORTÂNCIA NA RELAÇÃO DO ADOLESCENTE

A adolescência é uma fase evolutiva na vida do ser humano onde se busca uma nova forma de visão de si e do mundo; uma reedição de todo desenvolvimento infantil visando definir o caráter social, sexual, ideológico e vocacional. 
Esse processo evolutivo ocorre dentro de um tempo individual e de forma pessoal em que o adolescente se vê envolvido com as manifestações de seus impulsos intuitivos exteriorizados através de suas condutas nem sempre aceitas como normais pela sociedade. 
Podemos dizer que adolescência é sinônimo de crise, pois o adolescente, em busca de identidade adulta, passa para o período “turbulento” (variável segundo o seu ecossistema (sócio-familiar). 
Essa fase poderia ser definida como correspondente à positiva elaboração da posição depressiva. 
A esta crise, provocada pela ampla e profunda desestruturação em todos os níveis da personalidade, segue-se um processo de reestruturação, passando por ocasiões nas formas de exprimir-se ao longo dos anos. 
O eixo central dessa reestruturação é o processo de elaboração dos lutos gerados pelas três perdas fundamentais desse período evolutivo: 
1. Perda do corpo infantil: 
Nessa fase, o adolescente vive com muita ansiedade as transformações corporais ocorridas a partir da puberdade, as quais exigem dele uma reformulação de seus mundos interno e externo. Muitas vezes, as restrições familiares e sociais para controlar esses impulsos, ameaçam tanto o seu desenvolvimento que chega a causar retardo em seu crescimento e no aparecimento natural das funções sexuais próprias dessa fase. 
2. Perda dos pais da infância: 
Os pais, antes idealizados e supervalorizados, passam a ser alvo de críticas e questionamentos. Dessa forma, o adolescente busca figuras de identificação fora do âmbito familiar. 
Nesta fase, se caracteriza a dependência/independência dos filhos em relação aos pais e vice-versa; é o momento em que o adolescente busca substituir muitos aspectos da sua identidade familiar por outra mais individual. 
3. Perda da identidade e do papel sócio-familiar infantil: 
Da relação de dependência natural do convívio da criança com os pais, segue-se uma confusão de papéis, pois o adolescente, não sendo mais criança e não sendo ainda um adulto, tem dificuldades em se definir nas diversas situações de sua cultura.
No caminho para a sua independência, sentindo-se ora inseguro, ora temeroso, busca o apoio do grupo, que tem importante função, pois facilita o distanciamento dos pais permitindo novas identificações. Para atingir a fase adulta, o adolescente deverá fazer uma síntese de todas essas identificações desde a infância. Essa perdas se elaboram realizando-se verdadeiros processos de luto, psicanaliticamente falando. O adolescente exterioriza os seus conflitos e formas de elaboração de acordo com as suas possibilidades e as do seu meio, com as suas experiências psico-físicas, ocorrendo o que chamamos de “patologia normal da adolescência”. 
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO ADOLESCER

Não se pode pensar no indivíduo, no caso o adolescente, desvinculado de sua inserção do meio ambiente. O adolescente é produto do meio que o circunda e o processo universal da adolescência é vivido de maneira diversa nas diferentes culturas.
Na adolescência a família é o primeiro grupo de referência. Seus padrões, sua dinâmica e valores moldam o pensamento desde a infância. A família, enquanto estrutura primeira da vida de uma pessoa, possibilita as relações da criança com objetos externos, assumindo juntamente com os fatores constitucionais, grande importância para o destino do indivíduo. 
A despeito de qualquer referencial, para que o processo da individuação seja adequado, é de extrema importância que o bebê tenha tido condições de ir constituindo, em seu mundo interno, imagos de mãe e de casal parental seguros e carinhosos. Esses são os alicerces dos quais dependem a auto-estima, a confiança em si mesmo e no mundo. 
Se houve durante a infância o problema de baixa auto-estima, ele se tornará intenso na puberdade onde a menina precisará, reactivamente, desesperadamente de alguém por quem se sinta amada; buscará uma figura com a qual possa simbiotizar-se, como forma de repetir a relação fracassada com a mãe. Para que o processo de individuação seja levado a bom termo, é necessário que o bebê vivencie um casal parental adequado, capaz de amar o filho. Alguns bebês não conseguem introjetar essas figuras parentais suficientemente boas; outros, não tiveram a oportunidade real de tê-las. Há, nesta questão, inúmeros fatores ambientais e constitucionais.
Como consequência, teremos meninas fragilizadas tendo em seu mundo interno objetos lábeis e inseguros e, dessa forma, problemas sérios de auto-estima. Nesse processo se desenrola a trama edipiana e a falta de auto-estima, de objetos internos fortes dificultará a competição com a mãe rival e, posteriormente, poderá identificar-se com ela. Por outro lado, a descrença na capacidade de ser amada pelo pai e, no futuro, por qualquer outro homem, poderá fixar-se.
Por outro lado, as relações estabelecidas entre pais e filhos dentro deste modelo de família são marcadas pelas diferenças entre as gerações.
Assim, frente a tais alterações, a tendência atual da família moderna é ser cada vez mais simétrica na distribuição dos papéis e obrigações, ou seja, uma família marcada pela divisão entre os membros do casal referente às tarefas domésticas, aos cuidados com os filhos e às atribuições externas, sujeita a transformações constantes, devendo ser, portanto, flexível para poder enfrentar e se adaptar às rápidas mudanças sociais.



CONCLUSÃO

Depois da pesquisa feita, deu-se a concluir que no que tange à função social da família com o adolescente, o maior equilíbrio está na transmissão da cultura de uma dada sociedade aos indivíduos, bem como na preparação dos mesmos para o exercício da cidadania. Sendo assim, é a partir do processo socializador que o adolescente elabora sua identidade e sua subjetividade, adquirindo, no interior da família, os valores, as normas, as crenças, as idéias, os modelos e os padrões de comportamento necessários para a sua atuação na sociedade. As normas e os valores que introjetamos no interior da família permanecem connosco durante toda a vida, atuando como base para a tomada de decisões e atitudes que apresentamos no decorrer da fase adulta. Além disso, a família continua, mesmo na etapa adulta, a dar sentido às relações entre os indivíduos, funcionando como um espaço no qual as experiências vividas são elaboradas.



BIBLIOGRAFIA

A família e a sua importância na relação do adolescente. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n2/v12n2a05. Acessado aos 27 de Julho de 2015.