Evolução do Pensamento Econômico
Evolução do Pensamento Econômico
O pensamento
econômico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas
discrepâncias e oposições. No entanto, a evolução deste pensamento pode ser
dividida em dois grandes períodos: Fase Pré- Científica e Fase Científica
Econômica.
A fase pré-científica é composta por três subperíodos.
A Antigüidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos
estudos político- filosóficos. A Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta
de doutrinas teológico- filosóficas e tentativas de moralização das atividades
econômicas. E, o Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados
consumidores e, consequentemente, do comércio. Como iremos tratar de um
pensamento econômico que nos influencia até hoje só trataremos da fase
científica.
A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia,
Escola Clássica e Pensamento Marxista. Esta primeira pregava a existência de
uma “ordem natural”, onde o Estado não deveria intervir (laissez-faire,
laissez-passer) nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam
que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda),
através do ajuste de preços (“mão- invisível”). Já o marxismo criticava a
“ordem natural” e a “harmonia de interesses” (defendida pelos clássicos),
afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na
exploração do trabalho.
Apesar de fazer parte da fase científica, convém
ressaltar que a Escola Neoclássica e o Keynesianismo, diferenciam-se dos outros
períodos por elaborar princípios teóricos fundamentais e revolucionar o
pensamento econômico, merecendo, portanto, destaque. É na Escola Neoclássica
que o pensamento liberal se consolida e surge a teoria subjetiva do valor. Na
Teoria Keynesiana, procura-se explicar as flutuações de mercado e o desemprego
(suas causas, sua cura e seu funcionamento).
1. Fisiocracia
(Séc. XVIII)
Doutrina de ordem
natural: O Universo é regido por leis naturais, absolutas e
imutáveis e universais , desejadas pela Providência divina para a felicidade
dos homens.
A palavra fisiocracia significa governo da natureza.
Isto é, de acordo com o pensamento fisiocrata as atividades econômicas não
deveriam ser reguladas de modo excessivo e nem guiadas por forças
“antinaturais”. Deveria- se conceder uma maior liberdade a essas atividades,
afinal “uma ordem imposta pela natureza e regida pelas leis naturais”
governaria o mercado e tudo se acomodaria como tivesse que ser.
Na fisiocracia a base
econômica é a produção agrícola, ou seja, um liberalismo agrário,
onde a sociedade estava dividida em três classes:
·
a classe produtiva, formada pelos agricultores.
·
a classe estéril, que engloba todos os que trabalham
fora da agricultura (indústria, comércio e profissões liberais);
·
a classe dos proprietários de terra, que estava ao
soberano e aos recebedores de dízimos (clero).
A classe produtiva garante a produção de meios de
subsistência e matérias primas. Com o dinheiro obtido, ela paga o arrendamento
da terra aos proprietários rurais, impostos ao Estado e os dízimos; e compra
produtos da classe estéril – os industriais. No final, esse dinheiro volta à
classe produtiva, pois as outras classes têm necessidade de comprar meios de
subsistência – matérias primas. Dessa maneira, ao final, o dinheiro retorna ao
seu ponto de partida, e o produto se dividiu entre todas as classes, de modo
que assegurou o consumo de todos.
Para os fisiocratas,
a classe dos lavradores era a classe produtiva, porque o trabalho agrícola era
o único que produzia um excedente, isto é, produzia além das suas necessidades.
Este excedente era comercializado, o que garantia uma renda para toda a
sociedade. A indústria não garantia uma renda para a sociedade, visto que o
valor produzido por ela era gasto pelos operários e industriais, não criando,
portanto, um excedente e, conseqüentemente, não criando uma renda para a
sociedade.
O papel do Estado se limitava a ser o guardião da
propriedade e garantidor de liberdade econômica, não deveria intervir no
mercado (“laissez-faire, laissez-passer” que quer dizer deixe-se fazer,
deixe-se passar.), pois existia uma “ordem natural” que regia as atividades
econômicas.( 07 de Abril de 2005 às 13 h e 27 minutos)
François Quesnay
O fundador da escola fisiocrata, e da primeira fase
científica da economia, foi François Quesnay (1694-1774), autor de livros que
até hoje são inspiração para economistas atuais, como por exemplo Tableau
Économique. Não se pode falar em fisiocracia, sem citar seu nome. Quesnay foi
autor de alguns princípios, como o da filosofia social utilitarista, em que
deveria se obter a máxima satisfação com um mínimo de esforço; o do harmonismo,
não obstante a existência do antagonismo das classes sociais, acreditava-se na
compatibilidade ou complementaridade dos interesses pessoais numa sociedade
competitiva; e, por fim, a teoria do capital, onde os empresários só poderiam
começar o seu empreendimento com um certo capital já acumulado, com os devidos
equipamentos.
Em seu livro Tableau Économique foi representado um
esquema de fluxo de bens e despesas entre as diferentes classes sociais. Além
de evidenciar a interdependência entre as atividades econômicas e mostrou como
a agricultura fornece um “produto líquido” que é repartido na sociedade.
Com o advento da fisiocracia surgiram duas grandes
idéias de alta relevância para o desenvolvimento do pensamento econômico. A
primeira diz que há uma ordem natural que rege todas as atividades econômicas,
sendo inútil criar leis à organização econômica. A segunda se refere a maior
importância da agricultura sobre o comércio e a indústria, ou seja, a terra é a
fonte de todas as riquezas que mais tarde farão parte destes dois campos
econômicos. (www.pgj.ce.gov.br- 06 de Abril de 2005 às 14 h e 46 minutos)
2. A Escola
Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX)
A base do pensamento da Escola Clássica é o
liberalismo econômico, ora defendido pelos fisiocratas. Seu principal membro é
Adam Smith, que não acreditava na forma mercantilista de desenvolvimento
econômico e sim na concorrência que impulsiona o mercado e conseqüentemente faz
girar a economia.
A teoria clássica surgiu do estudo dos meios de manter
a ordem econômica através do liberalismo e da interpretação das inovações
tecnológicas provenientes da Revolução Industrial.
Todo o contexto da Escola Clássica está sendo
influenciado pela Revolução Industrial. É caracterizada pela busca no
equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços, pela não-
intervenção estatal na atividade econômica, prevalecendo a atuação da “ordem
natural” e pela satisfação das necessidades humanas através da divisão do
trabalho, que por sua vez aloca a força de trabalho em várias linhas de
emprego.
De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia
não deveria se limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da
nação, pois, segundo o mercantilismo, desta nação fazia parte apenas a nobreza,
e o restante da população estaria excluída dos benefícios provenientes das
atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível de
vida de todo o povo.
Em sua obra Wealth of Nations (Riqueza das Nações),
Adam Smith estabelece princípios para análise do valor, dos lucros, dos juros,
da divisão do trabalho e das rendas da terra. Além de desenvolver teorias sobre
o crescimento econômico, ou seja, sobre a causa da riqueza das nações, a
intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do
capital.
Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi
original em suas obras, devido ao seu método, que se caracteriza por percorrer
caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar elementos já
existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o
desenvolvimento do pensamento econômico, devido a sua clareza e ao espírito
equilibrado. (www.factum.com.br- 07 de Abril de 2005 às 13 h e 27 minutos)
Adam Smith (1723-1790)
Filósofo, teórico e economista, nascido na Escócia em
1723, dedicou-se quase que exclusivamente ao magistério. É considerado o pai da
Economia Política Clássica Liberal. Seu pensamento filosófico e econômico
encontra-se, basicamente, em a “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759) e em a
“Riqueza das Nações” (1776), respectivamente. Os críticos a essas duas
importantes obras de Smith, afirmam haver um paradoxo entre ambas: Na “Teoria”,
Smith teria como sustentação de sua concepção ética o lado simpático da
natureza humana; enquanto na “Riqueza das Nações” realça a idéia do homem
movido pelo egoísmo, constituindo-se este, na força motriz do comportamento
humano. Crítica essa repudiada e apontada como um falso problema, não havendo
descontinuidade de uma obra para outra.
As idéias liberais de Adam Smith, em a Riqueza das
Nações aparecem, entre outras, na sua defesa a liberdade irrestrita do
comércio, que deve, não só ser mantida como incentivada, por suas inegáveis
vantagens para a prosperidade nacional. Ao Estado caberá manter uma relação de
subordinação entre os homens e, por essa via, garantir o direito da
propriedade.
Para Adam
Smith as classes se constituem em: classe dos proprietários; classe dos
trabalhadores, que vivem de salários e a classe dos patrões, que vivem do lucro
sobre o capital. A subordinação, na sociedade, se deve a quatro fatores:
qualificações pessoais, idade, fortuna e berço. Este último pressupõe fortuna
antiga da família, dando a seus detentores mais prestígio e a autoridade da riqueza
aos mesmos.
Smith afirmava que a livre concorrência levaria a sociedade à perfeição uma vez que a busca do lucro máximo promove o bem-estar da comunidade. Smith defendia a não intervenção do Estado na economia, ou seja o liberalismo econômico.
Smith afirmava que a livre concorrência levaria a sociedade à perfeição uma vez que a busca do lucro máximo promove o bem-estar da comunidade. Smith defendia a não intervenção do Estado na economia, ou seja o liberalismo econômico.
Thomas Malthus (1766
– 1834):
Tentou colocar a economia em sólidas bases empíricas.
Para ele, o excesso populacional era a causa de todos os males da sociedade
(população cresce em progressão geométrica e alimentos crescem em progressão
aritmética). Malthus subestimou o ritmo e o impacto do progresso tecnológico.
David Ricardo (1772 –
1823):
Mudou, de modo sutil, a análise clássica do problema
do valor: “Então, a razão, pela qual o produto bruto se eleva em valor
comparativo é porque mais trabalho é empregado na produção da última porção
obtida, e não porque se paga renda ao proprietário da terra. O valor dos
cereais é regulado pela quantidade de trabalho empregada em sua produção
naquela qualidade de terra, ou com aquela porção de capital, que não paga
aluguel”. Ricardo mostrou as interligações entre expansão econômica e
distribuição de renda. Tratou dos problemas do comércio internacional e
defendeu o livre- cambismo.
John Stuart Mill
(1806 – 1873):
Introduziu na economia preocupações de “justiça
social”
Jean Baptist Say
(1768 – 1832):
Deu atenção especial ao empresário e ao lucro;
subordinou o problema das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida
sua concepção de que a oferta cria a procura equivalente”, ou seja, o aumento
da produção transformar-se em renda dos trabalhadores e empresários, que seria
gasta na compra de outras mercadorias e serviços.
Lei de Say – “É a lei
dos mercados”. A oferta cria sua própria procura.
– Partindo do pressuposto de que o mecanismo da
economia funcione de modo perfeito e harmônico que tudo se governa de modo
eficiente e sutil, o todo não é problema e apenas as partes mereciam estudo e
atenção.
– Foi o economista francês Jean Baptist Say que deu
formulação definitiva a esta corrente de idéias em sua célebre “Lei dos Mercados”,
a qual depois se transformou em dogma indiscutível e aceito sem restrições.
– De acordo com ela, a superprodução é impossível,
pois as forças do mercado operam de maneira tal que a produção cria sua própria
demanda.
– Nestas
condições os rendimentos criados pelo processo produtivo serão fortemente
gastos na compra desta mesma produção. Tal opinião arraigou-se profundamente no
século atrasado.
(www.carula.hpg.ig.com.br- 07 de Abril de 2005 às 13 h e 36 minutos)
(www.carula.hpg.ig.com.br- 07 de Abril de 2005 às 13 h e 36 minutos)
Críticas de Say a
Adam Smith
Say recusa-se a acreditar que a Produção deva
analisar-se como o processo pelo qual o homem prepara o objeto para o consumo.
Segundo Say a
Produção realiza-se através do concurso de 3 elementos, a saber: O Trabalho, O
Capital e os agentes Naturais (Por Agentes Naturais entenda-se a Terra, etc).
Tal como Smith, considera o Mercado essencial.
Esta faceta é facilmente verificada quando Say afirma
que os salários, os lucros e as rendas são Preços de Serviços, sendo
determinados pelo jogo da oferta e da procura no Mercado desses fatores.
Say acredita, contrariamente a Adam Smith, que não há
distinção entre trabalho produtivo e Trabalho não Produtivo.
Recorde-se que Adam Smith defendia que o Trabalho
Produtivo era aquele que era executado com vista à fabricação de um objeto material,
já Say defende “todos aquele que fornecem uma verdadeira utilidade em troca dos
seus salários» são Produtivos”
Crítica de Keynes as
Teorias Clássicas
O ponto em que Keynes se baseou para contestar os
clássicos é que o trabalhador prefere sempre trabalhar a não trabalhar e que
está interessado sobretudo em manter os seus salários nominais, o que significa
que está sujeito ao fenômeno que chamou de “ilusão monetária”. A rigidez do
salário nominal decorre da resistência dos trabalhadores em aceitar reduções de
seu salário nominal vis- à -vis aos trabalhadores de outro ramo industrial,
porque percebem que a sua situação relativa sofreu uma deterioração. Já este
não é o caso do salário real porque a sua queda afeta por igual todos os
trabalhadores, a não ser quando essa queda for excessivamente grande.
Keynes achava que os trabalhadores, ao agirem dessa
forma, revelaram-se mais razoáveis que os próprios economistas clássicos, que
jogavam a culpa do desemprego nos ombros dos trabalhadores pela sua recusa em
aceitarem reduções no seu salário nominal. À essa altura, Keynes só tinha dois
caminhos a seguir: ou explicava o salário real e, a partir daí, determinava o
nível de emprego; ou explicava primeiro o nível de emprego para depois chegar
ao salário real (Macedo, 1982). Keynes escolheu o segundo caminho. Para ele,
não são os trabalhadores que controlam o emprego, mas sim a demanda efetiva.
Dessa maneira, a diminuição dos salários nominais não constitui estratégia
eficaz para aumentar o emprego, uma vez que a manipulação da demanda
representava uma política muito mais inteligente. Nesse aspecto, Keynes
literalmente vira “de pernas para o ar” a estrutura clássica: “o emprego não é
elevado pela redução dos salários reais, … o que sucede é o inverso, os salários
reais caem porque o emprego foi elevado mediante um aumento da procura”
Portanto, os contratos entre patrões e empregados só determinam os salários
nominais; enquanto que os salários reais – para Keynes – são determinados por
outras forças, isto é, aquelas relacionadas com a demanda agregada e o
emprego. (http://www.economia.unifra.br – dia 17/04/2005 às 15 h e 10
minutos)
3 – A Teoria
Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)
A partir de 1870, o pensamento econômico passava por
um período de incertezas diante de teorias contrastantes (marxista, clássica e
fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da Teoria
Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Através
destes buscou-se a racionalização e otimização dos recursos escassos.
Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia
racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus gastos. É nela que se
dá a consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico
competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de
emprego dos fatores de produção.
Pode-se dividir essa
nova teoria em quarto importantes escolas: Escola de Viena ou Escola
Psicológica Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de
Cambridge e a Escola Neoclássica Sueca. A primeira se destaca por formular uma
nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjetiva do valor), ou
seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Também
chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a
interdependência de todos os preços do sistema econômico para manter o
equilíbrio. A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava
que a economia era o estudo da atividade humana nos negócios econômicos,
portanto, a economia seria uma ciência do comportamento humano e não da
riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável pela tentativa
da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por
Keynes.
Em contraposição ao Karl Marx, um importante
neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser determinado
pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do
trabalho. Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para
ser vendido.
Com base em novos modelos teóricos, com novas
concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção e outros, os
neoclássicos se dispuseram a rever toda a análise econômica clássica. Várias
obras foram escritas tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia.
Alfred Marshall, em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar de que forma o
livre funcionamento das relações comerciais garantiriam a plena alocação dos
fatores de produção.
A principal preocupação dos neoclássicos era o
funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno emprego dos fatores de
produção, baseada no pensamento liberal.
Alfred Marshall
(1842-1924)
Alfred Marshall, um dos grandes fundadores da teoria
Neoclássica no séc. XIX, no processo de sua construção, procurou apoiar-se em
dois paradigmas de ciência que não se combinam confortavelmente: o mecânico e o
evolucionário.
Conforme o primeiro, a economia real é entendida como
um sistema de elementos (basicamente, consumidores e firmas) que permanecem
idênticos a si mesmos exteriores uns aos outros, e que estabelecem relações de
trocas orientados unicamente pelos preços. Estes últimos tem a função de
equilibrar as ofertas e demandas que constituem os mercados .Na economia como
um sistema mecânico é preciso notar, todo movimento é reversível e nenhum
envolve qualquer mudança qualitativa.
Conforme o segundo, a economia real é compreendida
como um sistema m permanente processo de auto- organização que apresenta
propriedades emergentes. Os elementos do sistema evolucionário podem se
transformar no tempo. Influenciando-se uns aos outros, relacionando-se entre si
de várias formas, as quais também podem mudar. Ao contrário do que ocorre no
sistema mecânico, neste último o movimento acompanha a flecha do tempo e aos
acontecimentos são irrevogáveis.
Para Marshal é preciso tomar um caminho evolucionário
e este caminho hoje está aberto mesmo o plano do formalismo já que a era do
computador permite o desenvolvimento de modelos com base em dinâmicas
complexas. (www.economiabr.net – 06 de Abril de 2005 às 15 h e 38 minutos)
Críticas de Samuels
ao Neoclassicismo:
Um terceiro aspecto é que há nos institucionalistas
várias críticas ao neoclassicismo, embora Samuels (1995) julgue que exista uma
certa suplementariedade entre ambos, com notáveis contribuições dos últimos
quanto ao funcionamento do mercado. Para os institucionalistas, a principal
falha do pensamento neoclássico está no “individualismo metodológico”, que
consiste em tratar indivíduos como independentes, auto-subsistentes, com suas
preferências dadas, enquanto que, em realidade, os indivíduos são cultural e
mutuamente interdependentes, o que implica analisar o mercado do ponto de vista
do “coletivismo metodológico”. A oposição ao “individualismo metodológico” se
dá porque o mesmo se assenta em pressupostos que falseiam a complexa, dinâmica
e interativa realidade econômica, que pouco tem a ver com a racionalidade
otimizadora de equilíbrio. Ao criticar a natureza estática dos problemas e
modelos neoclássicos, reafirmam a importância em se resgatar a natureza
dinâmica e evolucionária da economia.
4 – Pensamento
Marxista
A principal reação política e ideológica ao
classicismo foi feita pelos socialistas, mais precisamente por Karl Marx
(1818-1883) e Frederic Engels. Criticavam a “ordem natural” e a “harmonia de
interesses”, pois há concentração de renda e exploração do trabalho.
O pensamento de Marx
não se restringe unicamente ao campo da economia, mas abrange, também, a
filosofia, a sociologia e a história. Preconizava a derrubada da ordem
capitalista e a inserção do socialismo. Convém esclarecer que Marx não foi o
fundador do socialismo, pois este já vinha se formando durante os períodos ora
citados, tendo por início a obra “A República”, onde Platão demonstra sinais de
ideologia socialista. No entanto, as obras anteriores ao Karl Marx, estiveram
destituídas de sentido prático e nada mais fizeram do que contrapor-se às
práticas comerciais realizadas à época.
Em contraposição aos clássicos, Marx afirmava que
erraram ao afirmar que a estabilidade e o crescimento econômico seria efeito da
atuação da ordem natural. E explica, dizendo que “as forças que criaram essa
ordem procuram estabilizá-la, sufocando o crescimento de novas forças que
ameaçam solapá-la, até que essas novas forças finalmente se afirmem e realizem
suas aspirações”.
Ao afirmar que “o valor da força de trabalho é
determinado, como no caso de qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho
à produção, e conseqüentemente à reprodução, desse artigo em especial”, Marx
modificou a análise do valor-trabalho (teoria objetiva do valor). Desenvolveu,
também, a teoria da mais- valia (exploração do trabalho), que é a origem do
lucro capitalista, de acordo com o pensamento marxista. Analisou as crises
econômicas, a distribuição de renda e a acumulação de capital.
No decorrer da
evolução do pensamento econômico, Marx exerceu grande impacto e provocou
importantes transformações com a publicação de duas conhecidas obras: Manifesto
Comunista e Das Kapital. Segundo sua doutrina, a
industrialização vinha acompanhada de efeitos danosos ao proletariado, tais
como, baixo padrão de vida, longa jornada de trabalho, reduzidos salários e
ausência de legislação trabalhista.
Teoria da mais valia:
Portanto Marx afirmava que a força de trabalho era
transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao
socialismo necessário.
Tudo estaria bem, contudo o valor deste socialmente
necessário é um problema.
Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de
subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do
trabalho.
Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba
por criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja,
fornece mais do que aquilo que custa é essa diferença que Marx chama de mais
valia.
A mais valia não pode ser considerado um roubo pois é
apenas fruto da sociedade privada dos meios de produção.
Mas, os capitalistas e os proprietários, procuram
aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é pois
esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais
critica.
Marx critica a essência do Capitalismo, que reside
precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e
que segundo Marx, um dia Haverá de levar a Revolução
Social.(www.economiabr.net- 06 de Abril de 2005 às 15 h e 41 minutos)
5 – O Keynesianismo
(Década de 1930)
Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente
diante de novos fatos econômicos, surgiu o economista inglês John Maynard
Keynes que, com suas obras, promoveu uma revolução na doutrina econômica,
opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo. Substituindo os
estudos clássicos por uma nova maneira da raciocinar na economia, além de fazer
uma análise econômica reestabelecedora do contato com a realidade.
Seus objetivos eram
de, principalmente, explicar as flutuações econômicas ou flutuações de mercado
e o desemprego generalizado, ou seja, o estudo do desemprego em uma economia de
mercado, sua causa e sua cura.
Opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava
que o capitalismo poderia ser mantido, desde que fossem feitas reformas
significativas, já que o capitalismo houvera se mostrado incompatível com a
manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. Recebendo, portanto,
muitas críticas dos socialistas no que se refere ao aumento da inflação, ao
estabelecimento da uma lei única de consumo, ignorando as diferenças de
classes. E, por outro lado, algumas de suas idéias foram agregadas ao
pensamento socialista, como por exemplo, a política do pleno emprego e a do
direcionamento dos investimentos.
Keynes defendia a
intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão para o socialismo
do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que resolveria os
problemas sociais, ao Estado compete incentivar o aumento dos meios de produção
e a boa remuneração de seus detentores.
Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas possuem. Primeiramente a lógica, para assim poder ter se transformado num grande especialista na teoria pura da Economia. Dominar a técnica de escrever lúcida e convincentemente. E, por fim, possuir um senso realista de como as coisas se realizarão na prática.
Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas possuem. Primeiramente a lógica, para assim poder ter se transformado num grande especialista na teoria pura da Economia. Dominar a técnica de escrever lúcida e convincentemente. E, por fim, possuir um senso realista de como as coisas se realizarão na prática.
Suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos
não só no campo econômico, mas também nas áreas da contabilidade e da
estatística. Na evolução do pensamento econômico, até agora, não houve nenhuma
obra que provocasse tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro e
da moeda de Keynes.
O pensamento Keynesiano deixou algumas tendências que
prevalecem até hoje no nosso atual sistema econômico. Dentre as principais, os
grandes modelos macroeconômicos, o intervencionismo estatal moderado, a
revolução matematizante da ciência econômica…
Os Keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o
pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações
dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Por esta razão, foram
tomadas medidas que evitassem o crescimento de salários e preços. Mas a
partir da década de 60os índices de inflação foram acelerados de forma
alarmante.
A partir do final da década de 70, os economistas tem
adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina
Keynesiana; mas as recessões em escala mundial, das décadas de 80 e 90 refletem
os postulados da política econômica de Jonh Maynard Keynes.
(www.gestiopolis.com.br- 06 de Abril de 2005 às 15 h e 08
minutos).
Bibliografia
Consultada:
Sites:
www.pgj.ce.gov.br- 14:46 h – 06/04/2005
www.gestiopolis.com- 15:08 h – 06/04/2005
www.economiabr.net- das 15:18 a 15:43 h – 06/04/2005
www.factum.com.br- 13:27 h – 07/04/2005
www.carula.hpg.ig.com.br – 13:36 h – 07/04/2005
www.pgj.ce.gov.br- 14:46 h – 06/04/2005
www.gestiopolis.com- 15:08 h – 06/04/2005
www.economiabr.net- das 15:18 a 15:43 h – 06/04/2005
www.factum.com.br- 13:27 h – 07/04/2005
www.carula.hpg.ig.com.br – 13:36 h – 07/04/2005