Contabilidade gerencial e a sua função dentro das empresas
1.
Introdução
A história da contabilidade é tão antiga quanto à própria
história da humanidade. Com o desenvolvimento das civilizações e a ascensão
industrial a contabilidade, passou a ter maior importância, devido ao
surgimento das grandes empresas comerciais e industriais. Com o passar do
tempo, esta, foi se desenvolvendo e hoje possui várias especializações, tais
como: auditoria contábil, contabilidade de custos, perícia contábil,
contabilidade rural, e outras. Dentre os diversos ramos de atuação da
contabilidade um deles vem obtendo um grande destaque nas últimas décadas, a
contabilidade gerencial, devido à sua importante atuação nas empresas, pois
esta promove informações indispensáveis para o crescimento e desenvolvimento
empresarial.
A contabilidade gerencial funciona como uma ferramenta
que auxilia a administração da empresa no processo de redução de custos,
aumento de lucratividade, planejamento estratégico. Também fornece informações
úteis a investidores, órgãos governamentais, credores, dentre outros. O contador
que exerce a função gerencial, deve ser altamente qualificado, para que
apresente informações claras e objetivas, pois este será o responsável por
importantes tomada de decisões dentro da empresa.
Este tema foi escolhido devido a sua relevante
importância, no processo de tomada de decisões, e sua magnitude atual. O
objetivo do artigo é analisar as características, bem como a aplicação e os
benefícios da Contabilidade Gerencial nas empresas.
2.
Origem do conhecimento contábil
Desde as civilizações primitivas, antes do saber escrever
e calcular, o homem já possuía sua forma de inscrição, que era a artística. A
idéia de “patrimônio” era algo comum, já que a qualidade e a quantidade das
reservas de utilidades, quer caça, quer de colheitas, foram elementos que o
homem notou como algo distinto conquistado com seu trabalho. À medida que a
riqueza do homem primitivo começou a aumentar e com maior variedade, mais
complexa foram ficando as inscrições, forçando o aprimoramento do critério de
registro de seus bens. Assim nasceram os registros de escrituração contábil
porque se quantificava e evidenciava a riqueza patrimonial do indivíduo e de
sua família (SÁ, 1999; IUDÍCIBUS, MARION, 2002).
Conforme Sá (1999), o nascimento da contabilidade é o da
inscrição de elementos da riqueza patrimonial, passando aos poucos a registros
mais elaborados. Com a invenção da escrita, desenvolveu-se ainda mais o sistema
de registros, mas segundo estudiosos sobre a questão, foi à escrita contábil
que deu origem a escrita comum e não o inverso. O desenvolvimento contábil,
como já pode ser visto, acompanha de perto o desenvolvimento econômico, e assim
ao longo da história a contabilidade vem se evoluindo.
Na idade Média, segundo Iudícibus e Marion (2002), o
marco do pensamento científico da Contabilidade foi à primeira literatura
contábil relevante pelo Frei Luca Pacioli em 1494, consolidando o método das
partidas dobradas, expressamente a causa efeito do fenômeno patrimonial com os
termos débito e crédito, permanecendo inalterado até os dias de hoje.
Atualmente com as duas grandes Revoluções Industriais e com a grande evolução
tecnológica, a Contabilidade evoluiu de forma a proporcionar ao profissional
diversas áreas de atuação, sendo uma delas a Contabilidade Gerencial.
3.
Contabilidade Gerencial
A Contabilidade Gerencial pode ser considerada como um
sistema de informação destinado a auxiliar seus usuários no processo de tomada
de decisões. Desde a antiguidade com as transações ocorridas em organizações
remotas, com demanda de produtos de troca, já eram conhecidos controles
gerenciais simples, que atendiam as necessidades das informações daquela época.
Com a Revolução industrial, houve um desenvolvimento na prática da
Contabilidade Gerencial, devido à necessidade das organizações buscarem um aperfeiçoamento
em suas informações para obter uma melhor administração e um eficiente controle
em seus negócios (FIGUEIREDO, CAGGIANO, 1997).
A Contabilidade Gerencial passou a ter uma atenção
especial perante os profissionais contábeis quando da necessidade de tratar os
custos de diferentes formas para tomada de diferentes decisões, pois as
empresas buscam redução dos custos, com o aumento da lucratividade.
A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e
procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira,
na contabilidade de custos, na analise financeira e de balanços etc., colocados
numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes
das entidades em seu processo decisório (IUDÍCIBUS, 1998, p. 21).
Assim, esse ramo da contabilidade está voltado para fins
internos, estando direcionada ao planejamento, controle, avaliação e tomada de
decisões. Segundo Iudícibus (1998), a Contabilidade gerencial, num sentido mais
profundo, está voltada para a Administração da Empresa procurando suprir as
informações que se encaixem de uma maneira efetiva no modelo decisório do administrador.
O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso de informação contábil para a administração, pois os dados contidos em seus relatórios propiciam fortes influências no planejamento estratégico empresarial, portanto todo tipo de empresa deve utilizar a contabilidade gerencial para direcionar seus negócios presentes e futuros e para que isso ocorra é necessário um sistema gerencial eficaz. O profissional contábil que exerce a função gerencial recebe o nome de Controller, e este não se prende totalmente aos princípios tradicionais aceitos pelos contadores (RICARDINO, 2005).
O ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso de informação contábil para a administração, pois os dados contidos em seus relatórios propiciam fortes influências no planejamento estratégico empresarial, portanto todo tipo de empresa deve utilizar a contabilidade gerencial para direcionar seus negócios presentes e futuros e para que isso ocorra é necessário um sistema gerencial eficaz. O profissional contábil que exerce a função gerencial recebe o nome de Controller, e este não se prende totalmente aos princípios tradicionais aceitos pelos contadores (RICARDINO, 2005).
O controller precisa ser um profissional altamente
qualificado, que definirá todo fluxo de informações da empresa, garantindo que
as informações corretas cheguem aos interessados dentro de prazos adequados e
que a alta administração somente receba informações úteis à tomada de decisões.
( CREPALDI, 1998).
A Contabilidade Gerencial utiliza-se de diversos campos
do conhecimento, como a própria contabilidade geral, de custos, como também a
administração, planejamento estratégico, estrutura organizacional,
microeconomia, entre outros. O campo gerencial está passando por grandes
inovações e oportunidades de crescimento, devido aos avanços tecnológicos e à
necessidade de um profissional apto a competir diante da globalização.O
desenvolvimento da função gerencial depende fundamentalmente do desempenho do
contador em interagir-se com os diversos níveis da empresa, para estabelecer
metas e objetivos a serem alcançados, podendo assim haver um crescimento e um
aumento na lucratividade da empresa (SÁ, 1999).
Para Ricardino (2005), a contabilidade Gerencial passou a
ser um processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação,
interpretação e comunicação de informações que são usadas pelos administradores
para o planejamento, avaliação e controle de uma organização. A principal
ferramenta que o Controller utiliza para realizar seu papel na empresa é o
sistema contábil utilizado por ela. Esse sistema deve ser integrado basicamente
por três ramos contábeis: geral, fiscal e de custos. Portanto a primeira tarefa
do Controller deve ser a de estabelecer um plano de contas apto a atender as
necessidades da empresa na qual este gerencia. É através de relatórios que os
usuários do sistema contábil poderão comparar o que foi planejado com o que foi
realizado; portanto o Controller deve fornecer informações claras, e objetivas
para atender estes usuários, que podem ser internos e externos.
- Usuários externos: São pessoas ou entidades que
possuem interesse na empresa, que está direta ou indiretamente voltada a
atender à sociedade. Podemos citar: clientes, investidores, credores,
fornecedores, órgãos governamentais, e outros.
- Usuários internos: Pessoas responsáveis pelo
planejamento e controle empresarial, responsáveis pela sobrevivência da
empresa; vai desde o administrador, sócios, proprietários até os operários
desta (PADOVEZE, 1997).
O controller acaba tornado-se responsável pelo projeto, implementação de um sistema integrado de informações, que operacionaliza o conceito de que a contabilidade, como principal instrumento para mostrar a quitação de responsabilidade que decorrem da accountability da empresa e seus gestores, é suportada pelas teorias da decisão, mensuração e informação. (NAKAGAWA,1995).
O controller acaba tornado-se responsável pelo projeto, implementação de um sistema integrado de informações, que operacionaliza o conceito de que a contabilidade, como principal instrumento para mostrar a quitação de responsabilidade que decorrem da accountability da empresa e seus gestores, é suportada pelas teorias da decisão, mensuração e informação. (NAKAGAWA,1995).
Dessa forma, os Controllers devem estar sempre atentos às
mudanças e desenvolvimentos econômicos, sociais, tecnológicos, que ocorrem no
mundo, para poder prestar informações úteis à tomada de decisões.
4.
Área de atuação da Contabilidade Gerencial nas Empresas
A utilização da Contabilidade Gerencial dentro da empresa
proporciona diversas informações ajudam os gestores das empresas a tomarem
decisões relativas à produção, vendas, orçamentos, planejamento, etc. Os
gerentes de empresas industriais e das empresas de serviços, com um ambiente
muito mais competitivo necessitam de informações gerenciais e relevantes sobre
os seus custos efetivos, para ajudarem seus engenheiros e projetarem produtos
que podem ser fabricados eficientemente, avisar onde são necessárias as
melhorias em qualidade, eficiência e rapidez nas operações de produção,
orientar as decisões sobre mix de produto, escolher entre fornecedores
alternativos, negociar com clientes sobre preços alternativos, especificações do
produto, qualidade, entrega e serviços (IUDÍCIBUS, MARTINS, GELBCKE, 2003).
A Contabilidade Gerencial segundo Padoveze (1997), esta
relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é,
aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela sua
organização e controle de suas operações. A Contabilidade gerencial pode ser
cadastrada com a Contabilidade Financeira, que é relacionada com o fornecimento
de informações para os acionistas, credores e outros que estão fora da organização.
A contabilidade gerencial, para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decisões necessita de integração com: a
contabilidade de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis e
financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a
fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos
de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade
gerencial (...)
que requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões (IUDÍCIBUS, 1998, p. 22).
que requerem informações contábeis (além das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões (IUDÍCIBUS, 1998, p. 22).
A Contabilidade Gerencial para apresentar informações
gerenciais ao gestor necessárias para a tomada de decisões devera apresentar um
sistema integrado, para aumentar o nível da informação que deve ser de forma
clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa, mostrando como um
todo conforme a necessidade do usuário.
O processo da tomada de decisões termina coma a escolha
da melhor ação a ser implementada. Para alcançar esse ponto é necessário que se
passe pelas fases de definição do problema, obtenção dos fatos, formulação das
alternativas, ponderação e decisão. Em todas essas etapas a informação contábil
é de suma importância. Alguns problemas existem somente quando os relatórios
contábeis são analisados regularmente e, com o orçamento elaborado com base nas
informações históricas e projeções contábeis.
5.
Considerações Finais
Este artigo procurou demonstrar a importância da
utilização da contabilidade gerencial no processo de tomada de decisão
empresarial. Ao levar em consideração o objeto do artigo nota-se que o
profissional contábil que exerce a função gerencial, deve ter um amplo
conhecimento nos diversos ramos contábeis, bem como planejamento estratégico,
legislação tributária, além de estar atento aos avanços tecnológicos. Para que
este possa atender às necessidades da empresa diante do mercado atual. Nota-se
que a contabilidade gerencial vem obtendo um importante destaque na atualidade.
Pois, ela é responsável por levar informações indispensáveis à alta
administração da empresa, tais como, auxilio a redução de custos, planejamento
estratégico e empresarial, como também o aumento da lucratividade.
Referências
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS Eliseu; GELBCKE Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistemas de informação contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
RICARDINO, Álvaro. Contabilidade Gerencial e Societária: origens e desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 2005.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
FISCH, Silvio; MOSINIMANN, Clara Pellegrinello. Controladoria: Seu papel na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
CREPALDI, Silvio Aparecido.Contabilidade Gerencial: teoria e pratica. São Paulo: Atlas, 1998.
NAKAGAWA, Masayuki. Introdução a Controladoria: Conceitos, sistemas, implementação. São Paulo: Atlas, 1995.
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS Eliseu; GELBCKE Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistemas de informação contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
RICARDINO, Álvaro. Contabilidade Gerencial e Societária: origens e desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 2005.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
FISCH, Silvio; MOSINIMANN, Clara Pellegrinello. Controladoria: Seu papel na administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
CREPALDI, Silvio Aparecido.Contabilidade Gerencial: teoria e pratica. São Paulo: Atlas, 1998.
NAKAGAWA, Masayuki. Introdução a Controladoria: Conceitos, sistemas, implementação. São Paulo: Atlas, 1995.