O papel da Família
O
papel da Família
Tenho pensado muito sobre
o papel e a responsabilidade da família em relação à educação de seus filhos.
Para escrever este artigo, busco no passado, uma lembrança e num texto atual de
Tânia Zagury, a inspiração.
Lembro-me de ouvir, em
meados da década de 60, um programa de rádio sobre educação para o trânsito,
apresentado por meu amigo Coronel Fontenele, que começava diariamente, assim:
“São 10 horas da noite. Você sabe onde está seu filho?”. Até hoje, tantos anos
passados, muita coisa mudou. Dez horas da noite é, muitas vezes, a hora dos
jovens saírem e não a de voltarem; o perigo não está só na calada da noite, mas
nos ronda o dia todo.
Provavelmente, a abertura
do programa, hoje, seria diferente, mas aquela advertência soava e ainda soa
aos meus ouvidos como um grito de alerta e uma chamada à realidade.Onde estarão
nossos filhos, netos, nossos jovens a todas as horas do dia e da noite?
O que estarão fazendo?
Com quem estarão envolvidos? Temos sido para eles, ouvintes disponíveis e
atentos, promotores do diálogo, confidentes e exemplos? Temos dado a eles
compreensão, amor, segurança afetiva e social ou temos nos limitado a
satisfazer-lhes, sempre que possível e, às vezes, até além de nossas
possibilidades, seus desejos de consumo, e com isto pensamos estar cumprindo
nossa missão? Temos consciência do dever intransferível da família com a
educação dos filhos ou, envolvidos pelo processo desgastante da sobrevivência,
abrimos mão ou não cumprimos em toda a extensão o dever de orientar e educar
nossos filhos? Até um símbolo da família – a mesa de jantar – está
desaparecendo ou já desapareceu da maioria das casas. Já vai longe o tempo em
que a família sentava-se, pelo menos uma vez ao dia, à volta da mesa de jantar
para a refeição solidária, para as conversas amenas e educativas, quando os
pais transmitiam aos filhos, valores e conceitos de educação doméstica, de
moral, de ética, que iam sendo sedimentados, internalizados e que estreitavam,
ainda mais, os laços familiares. Hoje, cada qual faz sua refeição a uma hora e
em lugares diferentes. No quarto, à frente da televisão ou diante do
computador; nos restaurantes, tratando de negócios ou estreitando
relacionamentos; nos fast food, apressadamente, sozinho ou com um grupo de
colegas. Alguns, ainda sentam-se à mesa, sozinhos. Aliás, é raro ver-se nas
residências atuais, a “sala de jantar”. Há salas de estar, home theater, onde
as pessoas comem, com os pratos nas mãos e os olhos pregados no retângulo
mágico da TV, cada vez mais cinematográfica. A mesa de jantar comprida, com
muitas cadeiras à volta é o símbolo de um passado distante, no tempo das
famílias extensas, que foram sendo substituídas pelas famílias nucleares, que
também estão dando lugar a membros esparsos que moram sob o mesmo teto, sem o
significado de família.
Penso que isto é
sintomático, é uma das consequências da desagregação familiar, da vida moderna
marcada por correrias, por horários desencontrados, por interesses variados,
que acabam levando à dispersão da família.
Os tempos mudaram e a
família também. E a escola, que tem a responsabilidade de formar,
integralmente, as crianças, os adolescentes e os jovens, oferecendo-lhes ensino
de qualidade, garantindo efetiva aprendizagem, orientando-os e preparando-os
para a vida produtiva e cidadã, ressente-se da distância entre a família e a
escola e vê ampliada sua função, em consequência da falta de orientação e
educação familiar.
Quando um jovem se
desencaminha, é comum colocarem sobre os largos ombros da escola, a culpa por
não ter cumprido, totalmente, sua missão de educar.
E a família, que abriu
mão de sua missão intransferível na educação de seus filhos ou os educou sem
limites, sem valores, sem exemplos, em nome de uma propalada “educação
moderna”, onde fica sua responsabilidade?
Tânia Zagury, em vários
de seus excelentes livros, aborda este assunto. Em 1991, quando muitos
defendiam que era “proibido proibir”, foi ela uma das primeiras educadoras a
alertar para as consequências sociais da liberdade excessiva e da falta de
autoridade dos pais.
Chamava atenção para os
riscos e consequências a que a omissão da família ou o novo entendimento de
educação familiar poderia conduzir os jovens: à marginalidade, à falta de
responsabilidade social e à inexistência de projetos de vida.
Hoje, assistimos
perplexos e horrorizados ao número crescente de adolescentes e jovens de
classes favorecidas, que têm família, que frequentam boas escolas, que têm tudo
o que querem e que, por não terem formado uma escala de valores éticos e morais,
se envolvem em atos antissociais, em brigas, agressões, assassinatos, caem no
mundo sem volta das drogas.
Faltou-lhes, como falta
aos que perambulam pelas ruas, sem o apoio da família, da escola, da religião,
da sociedade, sem ter o que comer, sem conseguir realizar nenhum de seus
desejos, a orientação para uma vida comprometida com a moral e a ética.
A família precisa
repensar seu papel de educadora, assumindo seu dever, que não pode ser
transferido para outros espaços educativos, embora a esses também caiba a
participação permanente na formação das crianças, dos adolescentes, dos jovens.
Refiro-me à escola, à
igreja, às mídias – estas últimas que exercem grande influência na educação de
nossos jovens, por meio da linguagem televisiva e da linguagem virtual, através
da rede que oferece um mundo de informações, sem qualquer seleção.
Todos os espaços
educativos precisam exercer seu principal papel, o de formar cidadãos íntegros,
saudáveis física e moralmente, bem informados, reflexivos, críticos,
produtivos, solidários, oferecendo-lhes os instrumentos para que saibam
distinguir o caminho e o descaminho, para que tenham consciência de seus
limites e dos limites dos outros, para que sejam responsáveis, para que saibam
fazer escolhas para trilhar caminhos seguros, buscando sua plena realização
como pessoa humana, sabendo estender a mão para aqueles que precisam de apoio.
Pais e professores: o
futuro de nossas crianças, adolescentes e jovens depende, em grande parte, de
uma educação familiar e escolar comprometidas com o amor, a compreensão, o
diálogo, os limites, a responsabilidade, a solidariedade, comprometida com a
moral e a ética, com os valores permanentes, comprometida com o exemplo.
O papel da Criança
na Sociedade (pesquisa e dissertação)
É preciso discutir qual o
papel da criança em nossa sociedade e não vê-la como co-responsável pelo
sustento familiar que é uma tarefa dos adultos. O problema do trabalho infantil
embora bastante complexo, tem que ser visto como uma perversão do papel da
criança na sociedade. Esse fenômeno não é exclusivo do mundo moderno, mas
acreditava-se na tendência de sua erradicação diante de conquistas trabalhistas
que impunham uma legislação que garantia relações de trabalho mais humanas.
__ Na sociedade feudal, a
criança executava um papel produtivo direto ("de adulto"), assim que
ultrapassava o período de alta mortalidade. Na sociedade burguesa, ela se
transforma em alguém que demanda ser cuidada, escolarizada para uma atuação
futura. Essa idéia de infância é, então, determinada historicamente pela
modificação das formas de organização da sociedade. Esse modo de organização
institui diferentes classes sociais no interior das quais o papel da criança é
diferente.
__ A 1ª Guerra Mundial e
a nova depressão econômica afetaram o pensamento de então, voltando a ser posto
em causa o significado da diferença, o papel da criança na sociedade a
prevenção das doenças e deficiências, as prioridades no domínio dos serviços de
saúde e de segurança social, etc. Nos EUA, é nesta altura que se começa a fazer
a formação de professores de ensino especial nas Universidades, que se formam
as 1ª associações de deficientes (1934), que saía a 1ª revista sobre crianças
deficientes (1935)- Excepcional Children, que se começa a estar preocupado com
a identificação precoce, com o tornar a educação do deficiente a mais próxima
possível da normal, que se discute enfim a educação em escolas especiais versus
integração escolas regulares, etc.
__ Entretanto a globalização da economia e a revolução da informática alteraram significativamente o mundo do trabalho, cresce a demanda por serviços, empregos temporários de mão-de-obra flexível e trabalhos de meio expediente, essa precarização das relações de trabalho facilita a entrada precoce no mercado de trabalho.
__ Além dessas questões, é preciso notar que segundo as pesquisas do DIEESE, a maioria das crianças assumem que gostam de trabalhar e não querem parar, as famílias acreditam que é bom para a profissionalização e no mercado de trabalho há empregadores que reforçam essa noção, burlando a lei e os direitos da criança e do adolescente. Pode-se dizer que temos um trabalho invisível, realizado por crianças carentes e que a sociedade não vê com nocivo.
__ As crianças dizem que gostam de trabalhar, afirmam que não têm muito estímulo para os estudos e que a escola não é interessante. O reflexo disso está nos altos índices de repetência, em torno de 60 a 70%, contrastando com os índices oficiais que ficam em torno de 20% ao ano, o que demonstra que a repetência escolar é maior entre crianças que trabalham, além da defasagem idade/série.
__ Embora poucas crianças se manifestem quanto ao desejo de não trabalhar para estudar e ter tempo livre segundo a pesquisa, a maioria sonha com a universidade e com outra profissão. O DIEESE aponta ainda que o trabalho infantil além de estratégia de sobrevivência é também uma forma de inserção social das famílias. A sociedade e as famílias aceitam o mito que o trabalho faz parte de um aprendizado e preenche o requisito de experiência anterior tão exigido no mercado formal de trabalho. Assim o trabalho infantil é visto de maneira natural e muitas vezes desejável.
__ A sociedade deve estar voltada para estas questões, investindo na formação de seus membros. Supomos que através de tal prática pedagógica, a família, escola e comunidade possam tornar-se agentes formativos, melhorando a qualidade da vida da criança, integrando-a nas relações sociais de forma benéfica. Lembrando-se sempre que integrar não significa ignorar as especificidades, mas favorecê-las em exercícios diários. (Sílvio Lôbo)
__ Entretanto a globalização da economia e a revolução da informática alteraram significativamente o mundo do trabalho, cresce a demanda por serviços, empregos temporários de mão-de-obra flexível e trabalhos de meio expediente, essa precarização das relações de trabalho facilita a entrada precoce no mercado de trabalho.
__ Além dessas questões, é preciso notar que segundo as pesquisas do DIEESE, a maioria das crianças assumem que gostam de trabalhar e não querem parar, as famílias acreditam que é bom para a profissionalização e no mercado de trabalho há empregadores que reforçam essa noção, burlando a lei e os direitos da criança e do adolescente. Pode-se dizer que temos um trabalho invisível, realizado por crianças carentes e que a sociedade não vê com nocivo.
__ As crianças dizem que gostam de trabalhar, afirmam que não têm muito estímulo para os estudos e que a escola não é interessante. O reflexo disso está nos altos índices de repetência, em torno de 60 a 70%, contrastando com os índices oficiais que ficam em torno de 20% ao ano, o que demonstra que a repetência escolar é maior entre crianças que trabalham, além da defasagem idade/série.
__ Embora poucas crianças se manifestem quanto ao desejo de não trabalhar para estudar e ter tempo livre segundo a pesquisa, a maioria sonha com a universidade e com outra profissão. O DIEESE aponta ainda que o trabalho infantil além de estratégia de sobrevivência é também uma forma de inserção social das famílias. A sociedade e as famílias aceitam o mito que o trabalho faz parte de um aprendizado e preenche o requisito de experiência anterior tão exigido no mercado formal de trabalho. Assim o trabalho infantil é visto de maneira natural e muitas vezes desejável.
__ A sociedade deve estar voltada para estas questões, investindo na formação de seus membros. Supomos que através de tal prática pedagógica, a família, escola e comunidade possam tornar-se agentes formativos, melhorando a qualidade da vida da criança, integrando-a nas relações sociais de forma benéfica. Lembrando-se sempre que integrar não significa ignorar as especificidades, mas favorecê-las em exercícios diários. (Sílvio Lôbo)
Papel do Estado
Estado: comunidade humana
fixada num território e que, dentro das suas fronteiras, institui uma forma de
organização do poder político soberano com o fim de garantir a segurança, a
justiça e o bem-estar económico e social.
Divisão tradicional
dos poderes do Estado Liberal:
- Legislativa
- Executiva
- Judicial
Funções do Estado
Contemporâneo:
- Políticas (promove
a paz social, gerindo a administração pública e aplicando os recursos na
satisfação das necessidades colectivas)
- Sociais (promove
a melhoria das condições de vida e de bem-estar da população)
- Económicas (pretende-se
que estabilize a economia e garanta o seu bom funcionamento, promova o
crescimento e desenvolvimento económico)
« O Estado deve
garantir a:
- eficiência
- estabilidade
- equidade.
« Deve assumir-se
como:
- dinamizador
- regulador
- planificador
- fiscalizador da
actividade económica.
Órgãos de Soberania:
- Presidente da
República
- Assembleia da
República
- Governo
- Tribunais
Sector Público
Administrativo (ou Administrações Públicas): engloba o conjunto de
serviços aos quais compete desempenhar as actividades tradicionais do Estado.
Não visam o lucro mas a satisfação das necessidades colectivas (saúde,
educação, segurança,…)
O Sector público abrange
3 subsectores:
- Administração Central
(ministérios, Direcções Gerais,…)
- Administração Local
(Autarquias locais)
- Segurança Social
(financia as prestações sociais)
Sector Empresarial
do Estado (ou Sector Produtivo do Estado): conjunto de empresas em que o
Estado detém a totalidade ou a maioria dos respectivos capitais. Distinguem-se:
- Empresas públicas
(a totalidade do capital é do Estado)
- Empresas Mistas
(associação de capitais públicos e privados)
-
Empresas Intervencionadas (empresas privadas em que o Estado intervém
para apoiar a sua recuperação)
Estado Liberal:
intervém apenas nos campos onde não surja iniciativa privada. É a busca do
Lucro individual, o motor da actividade económica.
Estado Intervencionista:
Intervém directa e indirectamente na actividade económica para combater e
prevenir crises.
Estado Providência:
pretende combater as desigualdades sociais e garantir as condições mínimas de
sobrevivência.
« Os planos do
Estado são imperativos para o Sector público e apenas orientativos para o
sector privado. São elaborados pelo Governo e aprovados (ou não) pela
Assembleia da República.
Sempre é adequado repensar o papel do Estado; melhor
ainda se o fizermos com a objetividade e a amplitude necessárias, já que
qualquer análise a esse respeito estará inevitavelmente influenciada por
referências ideológicas. Digo isto a propósito do artigo da Sra. Elena Landau,
“Repensando o papel do Estado: de novo”, publicado pelo GLOBO dia 18.
Em primeiro lugar, assim
como o fazem as democracias mais consolidadas do mundo, é necessário observar o
equilíbrio entre o mercado e o Estado, com este exercendo o seu papel
regulador, fiscalizador, orientador social e executor de políticas públicas,
tratando de garantir um processo de desenvolvimento equilibrado e socialmente
justo.
A Telebras, uma das
empresas citadas por Landau e que tenho a honra de presidir, foi reativada em
2010, 12 anos após as privatizações do setor de telecomunicações, a partir da
constatação da concentração, pelas operadoras privadas, da oferta de internet
em banda larga nas regiões de elevada densidade demográfica e maior poder
aquisitivo, em detrimento de vastas regiões e segmentos de menor renda da
população.
A despeito de ter
apresentado prejuízo no balanço de 2015, a Telebras dobrou seu faturamento com
relação ao exercício anterior e continua o seu caminho rumo à sustentabilidade
econômica, sem se descuidar da sua missão de governo, que é a de exercer papel
complementar ao setor privado, oferecendo serviços de banda larga a provedores
locais em regiões e populações precariamente ou não atendidas, contribuindo
para a redução dos preços dentro do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Em pouco mais de quatro
anos, ampliou sua rede de fibras óticas em mais de 28 mil quilômetros, em todas
as regiões brasileiras. Essa rede permite aos governos federal, estaduais e
municipais conectar suas unidades em todo o Brasil com segurança e qualidade.
Atualmente, a Telebras
está coordenando um projeto estratégico de governo e de país: o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que será usado para
comunicações civis em banda larga e militares. A construção de um cabo submarino
conectando o continente sul-americano ao europeu é outra ação da maior
relevância.
A empresa também está
empenhada em outros projetos estratégicos, como a modernização da educação
pública brasileira através da conexão em banda larga de alta velocidade de
nossas escolas urbanas e rurais, com a oferta de conteúdos educacionais e
culturais multimídia de qualidade. Também está em desenvolvimento avançado o
projeto de implantação de cidades inteligentes que melhorem a vida dos cidadãos
por meio da elevação da eficiência dos serviços públicos e da redução dos
custos desses serviços.
Apesar de expressivos
investimentos, o setor privado de telecomunicações ainda deixa muito a desejar,
sendo campeão de reclamações junto aos órgãos de defesa do consumidor, além de sistematicamente
inadimplente em relação às obrigações de universalização dos serviços
contratados nos leilões da Anatel para aquisição de licenças para o uso de
frequências.
Lutar por um Estado que
seja republicano e inovador não significa privatizar de qualquer maneira, mas
sim definir políticas equilibradas que combinem ação pública com interesses da
população e do setor privado.
Nos cartões anteriores, abordamos as vantagens do sistema de alocação via mercado em comparação ao planejamento central. Mas isso não significa que o Estado não tenha papel nenhum a desempenhar nessa história. Pelo contrário, sua ação é fundamental.
Primeiro, para que os
mercados e o sistema de preços funcionem
adequadamente, precisamos de uma infraestrutura mínima, com leis e um sistema
jurídico que garantam o cumprimento de contratos. Por exemplo, se você compra
alimento estragado e fica doente, como responsabilizar o estabelecimento que
lhe vendeu o produto? E se você vende um carro, mas o comprador não lhe paga?
Uma infraestrutura que
assegure o cumprimento de contratos permite que as pessoas se protejam (em
partes) de eventos do gênero. Isso faz com que os indivíduos se sintam mais
seguros para fazer transações, trazendo mais gente para o mercado e
aprofundando os ganhos que ele propicia.
Note: o setor privado
sozinho não é capaz de prover uma estrutura jurídica desse tipo – é o que
chamamos de bem público. O Estado tem que necessariamente tomar conta desse
aspecto.
E tem mais: em
determinadas situações os mercados, sim, falham. Isso justifica a atuação
estatal, para elevar o bem-estar social. Estas falhas de
mercado incluem:
Concorrência imperfeita:
ocorre quando algum agente tem poder de mercado (por exemplo, monopólio) capaz
de afetar os preços;
Externalidades: ocorre
quando a ação de um indivíduo afeta o bem estar de outros (por exemplo, quando
uma firma decide produzir mais, ela eleva a quantidade de poluição lançada na
atmosfera);
Informação imperfeita:
ocorre quando uma parte da negociação tem mais informação sobre o bem
transacionado do que a outra. Por exemplo, se você vai comprar um carro usado,
você não sabe exatamente se o veículo tem algum defeito (mas o vendedor sabe).
A atuação do governo é
também crucial nos chamados bens públicos, ou seja, aqueles que o setor
privado não consegue prover. Isso ocorre nesses casos porque o
empresário não consegue excluir ninguém de consumir o bem e, portanto, não tem
como cobrar pelo seu uso. Exemplo clássico: segurança nacional. As leis e o
sistema jurídico (mencionados no início deste cartão) também se encaixam nessa
categoria.
Outra importante função
do estado: redistribuir renda/riqueza entre
os indivíduos. Como discutido anteriormente, o mercado não necessariamente leva
a uma distribuição equitativa dos recursos escassos, já que conseguem consumir
determinado bem somente os que estão dispostos a gastar mais. E quanto mais
rico for indivíduo, maior a quantidade de dinheiro que ele terá para gastar e
maior a chance de contar com o recurso escasso.
Em 2007, durante o III
Fórum Nacional sobre a Criança, o Governo Central de Angola assumiu os 11 Compromissos
de protecção à criança:
1. A esperança de vida
2. Segurança alimentar
nutricional
3. Registo de nascimento
4. Educação da primeira
infância
5. Educação primária
6. Justiça juvenil
7. Prevenção e reedução
do impacto do vih/sida nas famílias e nas crianças
8. Prevenção e mitigação
da violência contra a criança
9. Competências
familiares
10 Criança e comunicação
social
11 Criança no orçamento
geral do Estado.
epois dos 11
Compromissos, e considerando as circunstâncias especiais de um país que viveu, nas
últimas três décadas, em guerra, nos dois primeiros anos de seu efectivo funcionamento,
as prioridades propostas para acção do Conselho Nacional da Criança, são as
seguintes:
1ª Definição da política
nacional para a criança toda e para todas as crianças de 0 aos 18 anos,
abrangendo as áreas de sobrevivência, protecção, desenvolvimento e participação;
2ª Ampliação da Esperança
de Vida dos angolanos, com harmonização das estratégias sectoriais para a
diminuição da mortalidade infantil, incluindo o acesso à água potável e ao
saneamento básico, à escola e à segurança alimentar e nutricional;
3ª Fortalecimento das
competências familiares, entendidas como os conhecimentos, as práticas e as
habilidades das famílias que facilitam e promovem a sobrevivência, a protecção,
o desenvolvimento e a participação das crianças;
4ª Aumento do valor
global a ser alocado ao sector social no (OGE), com atribuição de uma
percentagem significativa de recursos financeiros aos programas destinados à
criança, em cumprimento dos 11 compromissos assumidos no III Fórum;
5ª Prevenção e redução do
impacto do VIH/SIDA nas famílias e nas crianças;
6ª Educação primária para
todas as crianças, inclusive para aquelas que não frequentaram a escola na
idade apropriada;
7ª Possibilitar o registo
de nascimento de crianças menores de 5 anos junto das maternidades e
administrações locais, à luz do decreto 31/07, de 14 de Maio, do Conselho de
Ministros;
8ª Promoção de uma maior
integração, coordenação e articulação entre as instituições que lidam com a
problemática da criança e da família, no processo de materialização de
políticas integradas, criando, para o efeito, redes de cooperação entre as
referidas instituições e os órgãos de comunicação social;
9ª Revisão das respostas
institucionais relacionadas às meninas adolescentes dos 12 aos 18 anos, com
relação à saúde materno-infantil, educação e justiça.