MICROBIOLOGIA PARASITOLOGIA

Técnico em Enfermagem
Módulo I














APOSTILA
DE
MICROBIOLOGIA
PARASITOLOGIA










Fernando Santiago dos Santos
www.fernandosantiago.tecnetinfo.com

SUMÁRIO

Microbiologia
1. Importância da Microbiologia para o Técnico em Enfermagem
2. Origens históricas da Microbiologia
3. Primeiros experimentos em Microbiologia
4. A Microbiologia moderna
5. Características de um microrganismo
6. Unidades utilizadas em Microbiologia
7. Reino Monera — o reino das Bactérias
8. Reino Protista — o reino dos Protozoários
9. Reino Fungi — o reino dos Fungos, Mofos e Bolores
10. Vírus — organismos sem reino definido
11. Principais doenças endêmicas, epidêmicas e pandêmicas e outras moléstias causadas por microrganismos, no Brasil e no mundo
12. A AIDS

Parasitologia
13. Importância da Parasitologia para o Técnico em Enfermagem
14. Origem do estudo dos parasitas
15. Parasitas microscópicos e parasitas macroscópicos
16. Ectoparasitas e endoparasitas
17. Principais doenças parasitárias endêmicas do Brasil
18. Ciclos de vida de Platelmintos (vermes achatados)
19. Ciclos de vida de Nematelmintos (vermes cilíndricos)
20. Profilaxia e tratamento de parasitoses
21. Bibliografia geral para Microbiologia e Parasitologia
22. Figuras


METODOLOGIA DE ESTUDO
Esta é uma apostila com resumos dos principais assuntos relacionados às disciplinas de Microbiologia e Parasitologia. Os resumos a seguir foram divididos em itens para facilitar o estudo. Ao final desta apostila o leitor encontrará uma bibliografia de consulta. Ao término de cada assunto o aluno encontrará um pequeno glossário, em itálico e no interior de um quadro, das palavras-chave encontradas no texto e que possam apresentar dificuldade para o entendimento geral. As palavras explicadas no glossário serão apresentadas no texto em Caixa Alta.
1. IMPORTÂNCIA DA MICROBIOLOGIA PARA O TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Para quem lida com a saúde das pessoas, a compreensão dos processos biológicos que envolvem microrganismos é um fator crucial. A contaminação de salas de cirurgia, a veiculação de moléstias e outras doenças presentes no ar, no sangue, na água e nos mais diversos meios naturais e a gravidade que certas doenças adquiriram — como a AIDS, a hepatite e outras — tornaram importante o conhecimento dos principais Patógenos causadores de tantos males à humanidade.
Como todo estudo científico, o estuda da microbiologia exige que conheçamos seu passado para que, a partir dele, entenda-se o que se faz no presente e o que se pode esperar para o porvir. O estudo das bases históricas nos fornece algumas coisas interessantes para conhecermos a ciência atual. Vejamos algumas delas:
  • o conhecimento dos métodos de pesquisa atual evoluíram, de alguma forma, de métodos antigos;
  • as hipóteses que foram apenas cogitadas no passada e que, por alguma razão, não puderam ser comprovadas, servem de material para pesquisas atuais;
  • o contexto histórico-cultural das civilizações serve como pano-de-fundo para o pesquisador do presente avaliar o desenvolvimento da ciência e dos métodos científicos;
  • doenças e outras moléstias de outrora podem ou não estar Erradicadas e prestam-se como escopo de pesquisa com objetivos médicos e de saúde pública;
  • previsões e suposições do passado sobre o futuro podem servir como rico material de consulta de dados e comparação de resultados.
Patógeno — qualquer organismo capaz de produzir uma determinada moléstia ou sintomas maléficos no homem, nas plantas e nos animais em geral.
Erradicar — reduzir o número de pessoas contaminadas por uma determinada doença, zerando o número de casos ou mantendo-os a níveis muito baixos.
2. ORIGENS HISTÓRICAS DA MICROBIOLOGIA
É difícil traçarmos uma "linha do tempo" para a microbiologia. Este ramo das ciências médicas não era conhecido como tal até meados do século passado, quando passou então a ganhar uma forma mais definida, graças a vários pesquisadores que se dedicaram à área.
Praticamente, pode-se dizer que estudos microbiológicos surgiram quando o ser humano descobriu formas de investigar o universo microscópico. Em 1665, quase que por acaso, o matemático e cientista amador Robert Hooke inventa o primeiro Microscópio de que se tem notícia. As primeiras estruturas analisadas pelo microscópio de Hooke, feitas em um pedaço de cortiça, foram chamadas de células. A partir desta primeira visão do microcosmo, a pesquisa na área microbiológica recebeu um pontapé tremendo e, com o melhoramento dos equipamentos de laboratório e do próprio microscópio, que passou a ter uma potência muito maior, começaram-se a realizar pesquisas detalhadas sobre bactérias, vírus, protozoários, fungos e outros organismos praticamente considerados "invisíveis".
Microscópio — o primeiro deles foi feito invertendo-se o sistema de lentes de uma luneta de mão. Atualmente, os mais potentes aumentam até 500 mil vezes.
3. PRIMEIROS EXPERIMENTOS EM MICROBIOLOGIA
Como foi citado anteriormente, os primeiros experimentos feitos em microbiologia de que se têm notícia datam do final do século XVII e início do século XIX. Como já se sabia, empiricamente, que várias moléstias eram causadas por microrganismos, a pesquisa microscópica em busca desses "minúsculos seres infernizantes" começou quando a ciência ganhou um novo impulso, fato que se deu, principalmente na França e na Inglaterra, após a penúltima década do século XVIII.
Os grandes primeiros experimentos feitos em microbiologia ocorreram nos séculos XIX e XX. Entre as várias descobertas que abriram um horizonte mais promissor no campo da microbiologia encontram-se:
  • descoberta da penicilina, em 1928, por Alexander Fleming (Escócia), a partir do fungo Penicillium notatum;
  • descoberta dos micróbios (Germes) causadores do azedamento do vinho, em 1864, por Louis Pasteur (França);
  • processo de aquecimento rápido com subseqüente esfriamento do leite, chamado processo de pasteurização, em 1865, por Louis Pasteur;
  • descoberta, por volta de 1870, do bacilo (bactéria) causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis (conhecido popularmente por Bacilo de Koch)por Robert Koch;
  • descoberta, por volta de 1889, do bastonete (bactéria) causador do carbúnculo do gado (Bacillus anthracis), por Robert Koch.
Empírico — tudo que é conhecido através da tradição oral e da prática, porém sem estudo sistemático ou científico.
Germe — palavra utilizada com freqüência popularmente, refere-se em geral a qualquer patógeno. É sinônimo de micróbio, porém deve ser utilizada tecnicamente como MICRORGANISMO.
4. A MICROBIOLOGIA MODERNA
Atualmente, a microbiologia, como as demais áreas das ciências médicas, segue o caminho do DEVE-SE ESPECIALIZAR O MÁXIMO QUE SE PUDER. Assim, encontramos os bacteriologistas (especializados em bactérias), os virologistas (especializados em vírus), os micologistas (especializados em fungos), os ficologistas (especializados em algas microscópicas) etc.
Muitos microbiologistas estudam a relação entre os micróbios e o homem, os animais e as plantas. Os microbiologistas médicos pesquisam o papel dos microrganismos nas doenças humanas e buscam meios de prevenir e curar tais doenças. Os microbiologistas especializados em odontologia estudam os patógenos encontrados na boca, especialmente seu papel na cárie dentária e outras doenças bucais. Em agricultura, os microbiologistas estudam as doenças das plantas, o papel dos microrganismos na fertilidade do solo, e os prejuízos que os microrganismos causam à produção agrícola. Na indústria, os microbiologistas usam os microrganismos na fabricação de produtos tais como bebidas alcoólicas, antibióticos, ácido cítrico e vitamina C. Os microbiologistas não especializados em um campo particular estudam os fatos básicos dos microrganismos, inclusive suas relações ecológicas, genéticas, Metabólicas, Fisiológicas e Morfológicas.
Os microrganismos também desempenham importante papel no tratamento de esgotos e no controle da poluição. Um novo ramo da microbiologia que vem se desenvolvendo rapidamente é a microbiologia marinha, que dedica sua atenção ao vasto número de microrganismos dos oceanos.
Certos microrganismos estão sendo cultivados e armazenados experimentalmente, para serem usados como alimento.
Metabolismo — reação natural que ocorre nas células, produzindo e queimando energia; Fisiologia — estudo do funcionamento dos tecidos e órgãos; Morfologia — estudo da forma (estrutura) dos tecidos e órgãos.
5. CARACTERÍSTICAS DE UM MICRORGANISMO
Não é uma tarefa fácil caracterizar-se um microrganismo genérico. Há uma ampla gama de características que ora aplicam-se a uns, ora a outros. O que tentaremos fazer a seguir é dar uma noção geral dos principais traços morfológicos que delineiam a grande maioria dos microrganismos.
Os seres vivos podem ser morfologicamente divididos em dois grandes grupos: o dos organismos Eucariontes e o dos organismos Procariontes. Ao primeiro grupo pertencem todos os seres vivos, exceto as bactérias e as algas azuis, que são procariontes. Há uma tendência entre os biólogos de catalogarem os seres procariontes como sendo menos evoluídos; historicamente, eles são os mais primitivos, pois, segundo as teorias mais aceitas atualmente, foram os primeiros a surgirem na Terra.
Uma das principais características de todo microrganismo é sua extrema adaptação ao habitat em que vive. Uma vez colocado em situações ótimas, o microrganismo crescerá em ritmo acelerado (situação ótima é toda situação em que sejam fornecidos fatores básicos de sobrevivência, ou seja, alimento, fatores respiratórios, espaço disponível para o crescimento e condições próprias para a reprodução), por vezes segundo um padrão sigmóide de crescimento, ou seja, um crescimento em proporção geométrica, que tende a continuar até que seja atingido um patamar de equilíbrio.
Adaptar-se ao meio significa, em outras palavras, sobreviver e viver plenamente no ambiente, usufruindo das condições que o mesmo oferece.
Uma outra característica bastante interessante que os microrganismos apresentam é a de se mutacionarem. É através da Mutação que os microrganismos adquirem resistência a antibióticos, por exemplo, e iniciam ciclos reprodutivos com aspectos inovadores. Se as alterações mutacionais persistirem nas populações, ao longo do tempo surgirão indivíduos cada vez mais resistentes e adaptados a condições cada vez mais ameaçadoras. Esse fato é facilmente observável em certas bactérias que, ao longo do tempo, começam a não ser mais eliminadas com determinados antibióticos. É bom salientarmos, também, que as mutações acontecem em maior freqüência quando o número de casos aumenta. Em uma população pequena, a taxa de mutação tende a manter-se baixa. Quando o número de indivíduos começa a aumentar consideravelmente, a taxa de mutação também tende a aumentar.
Já vimos que, uma vez dadas condições ótimas de sobrevivência, um microrganismo desenvolve-se rapidamente, seguindo o modelo da curva sigmóide de crescimento supramencionada. Todo microrganismo tem facilidade extrema de captar o máximo que o ambiente pode lhe oferecer em termos de recursos disponíveis. Isto quer dizer o seguinte: a população do microrganismo vai crescer até o limite máximo, que é atingido somente quando não há realmente mais nenhum recurso disponível. A capacidade de tolerar limites extremos de falta de alimento tornou os microrganismos exímios Colonizadores dos mais variados meios, desde as regiões geladas da Antártida até os lugares áridos como os desertos.
Procarionte — qualquer ser vivo que não tenha membrana no núcleo, ou seja, em que os cromossomos ficam esparramados pelo citoplasma; Eucarionte — qualquer ser vivo em que há membrana nuclear, ou seja, os cromossomos ficam encerrados no interior de uma membrana central, no citoplasma.
Mutação — modificação molecular espontânea ou induzida, de caráter deletério ou não, que ocorre nos cromossomos de um indivíduo, podendo ou não ser transmitida para a próxima geração.
Colonizador — organismo capaz de iniciar a colonização e o desenvolvimento de um novo ecossistema.
6. UNIDADES UTILIZADAS EM MICROBIOLOGIA
Desde que o homem começou a estudar com mais seriedade o mundo à sua volta, sentiu a necessidade de propor parâmetros de medida para as coisas. O universo é medido em anos-luz; a distância da Lua à Terra, em milhares de quilômetros; a altura de um prédio, em metros; o comprimento de uma folha de papel, em centímetros; o tamanho de um botão, em milímetros. Para muita gente, o milímetro é a unidade mínima que o ser humano possui. Isso não é verdade.
Como a microbiologia trabalha com seres microscópicos, ou seja, praticamente invisíveis a olho nu, obviamente o milímetro é uma unidade grande demais. Assim, os microbiologistas tiveram que criar medidas que representassem seus objetos de estudo. Surgiram, pois, o micrômetro, o nanômetro e o ângstrom.
O Limite de Resolução mínima do olho humano é de cerca de 0,1 mm (10-1 mm), embora muita gente não consiga nem enxergar 0,5 mm. O aumento propiciado pelos microscópios, tanto os Ópticos quanto os Eletrônicos, é baseado no limite de resolução.
  • MICRÔMETRO — é uma unidade que eqüivale a dividir o milímetro em 1.000 vezes. Seu símbolo é m m (m é uma letra grega, e lê-se "mi"). Portanto, 1 m m = 1/1000 = 0,001 mm (10-3 mm).
  • NANÔMETRO — é uma unidade mil vezes menor que o micrômetro. Eqüivale a dividir o milímetro em 1 milhão de partes. Seu símbolo é nm. Portanto, 1 nm = 1/1000000 = 0,000001 mm (10-6 mm ou 10-3 m m).
  • ÂNGSTROM — é uma unidade dez vezes menor que o nanômetro, ou dez milhões de vezes menor que o milímetro. Foi criada em homenagem ao cientista Ångstrom. Seu símbolo é a inicial de seu nome, ou seja, Å. Portanto, 1 Å = 1/10000000 = 0,0000001 mm (10-7 mm ou 10-4 m m ou 10-1 nm).
Limite de resolução — é a capacidade que o olho humano tem, sem nenhum artifício de aumento como lentes, por exemplo, de enxergar dois pontos distintos.
Microscópio óptico — é aquele pelo qual passa um feixe de luz, ampliando a imagem até umas 4 mil vezes (mais potentes); microscópio eletrônico — é aquele que tem um poder de aumento maior, até 500 mil vezes, e pelo qual passa um feixe de elétrons.
7. REINO MONERA — O REINO DAS BACTÉRIAS
As bactérias, incluindo as algas azuis, compreendem os organismos procariontes vivos. Os procariontes não levam núcleo individualizado em suas células, nem organelas intracelulares e não se reproduzem Sexualmente. O respectivo material genético acha-se incorporado em uma só molécula circular de DNA. Possuem paredes celulares rígidas e são os únicos organismos nos quais os polipeptídeos fazem parte da estrutura básica da parede celular. Não há procariontes genuinamente multicelulares: conquanto possam as células não se dividirem completamente, formando, então, filamentos ou massas, não existem conexões citoplasmáticas entre elas.
As bactérias partilham com os fungos a função de agentes da decomposição no ecossistema mundial. Metabolicamente, revelam-se versáteis: a grande maioria é heterotrófica, ou seja, obtém alimento a partir de matéria orgânica ou inorgânica presente no meio, algumas são fotossintetizadoras (realizam a fotossíntese) e outras ainda, quimioautotróficas (obtém energia a partir de reações químicas, na presença de luz). Quanto à forma de respiração, podem ser Anaeróbias, Anaeróbias facultativas e Aeróbias. Apesar de sua ação benéfica na decomposição, muitas são agentes patogênicos terríveis, causando doenças fatais.
As células bacterianas podem ser formas esféricas (cocos), de bastonete (bacilos), de hélice em espiral (espirilos ou espiroquetas) ou em forma de vírgula (vibriões). Podem congregar-se em grupos ou filamentos ou massas sólidas, caso as paredes celulares não se dividam completamente.
Há estruturas de locomoção como os cílios e os flagelos, e estruturas que revestem completamente a célula, como os mucos.
A recombinação genética nas bactérias e algas azuis implica na transferência de DNA de célula para célula. Nos procariontes, a mutação, combinada a uma elevada taxa reprodutiva, é uma fonte muito mais fértil de variabilidade do que a recombinação.
Abaixo, exemplos ilustrativos de vários tipos celulares de bactérias, além de exemplos de cílios, flagelos e muco.
Sexualmente — é o tipo de reprodução no qual há troca de material genético, ou incorporação de material genético proveniente de gametas (como espermatozóide e óvulo, por exemplo).
Aeróbio — organismo que respira na presença de oxigênio; anaeróbio facultativo — organismo que normalmente respira na presença de oxigênio, podendo respirar sem ele, em casos de necessidade; anaeróbio — organismo que respira na ausência de oxigênio.
8. REINO PROTISTA — O REINO DOS PROTOZOÁRIOS
Os protozoários são organismos unicelulares ou coloniais, que pertencem a vários Filos. Muitas espécies são móveis e heterotróficas, o que é considerado um caráter animal. Os protozoários são encontrados no mar e na água doce, e muitas espécies são parasitas.
Os protozoários são divididos em 4 Classes: ciliados, flagelados, sarcodíneos esporozoários. A divisão em classes, entre os protozoários, é feita geralmente com base no tipo ou na ausência de estruturas locomotoras.
Os ciliados possuem um complexo de organelas, especialmente como parte da película, na camada externa da célula. Os cílios são utilizados na natação e, em alguns organismos, na alimentação. Alguns ciliados são Predadores e outros são Filtradores.
Os flagelados incluem os protozoários que têm apenas um núcleo e um ou mais flagelos, geralmente não mais do que oito. Sua locomoção em água é bastante rápida, e geralmente são organismos de dimensões bastante grandes (alguns podem ser vistos a olho nu).
Os sarcodíneos incluem todos os protozoários que se locomovem a partir de estruturas denominadas Pseudópodos. São bastante comuns em água doce, e o exemplo mais comum é o da ameba (AmoebaEntamoeba e outros gêneros).
Os esporozoários são protozoários parasitas de invertebrados e vertebrados e alguns deles necessitam de dois hospedeiros. Não há nenhum tipo de estrutura de locomoção. Entre os esporozoários causadores de doenças encontra-se o famoso Plasmodium, que é o agente causador da malária, o qual ataca preferencialmente Eritrócitos humanos.
Filo — categoria de classificação dos seres vivos, abaixo do Reino.
Classe — categoria de classificação dos seres vivos, abaixo de Filo.
Predador — organismo que se alimenta de outro, matando a vítima; filtrador — organismo que obtém alimento a partir da filtração do meio.
Pseudópodos — estruturas locomotoras onde há prolongamentos do citoplasma. Seu nome vem do grego, e significa "falsos pés".
Eritrócito — também denominado hemácia, é o mesmo que glóbulo vermelho
9. REINO FUNGI — O REINO DOS FUNGOS, MOFOS E BOLORES
Os fungos, que antigamente eram classificados no Reino Mycota, são os organismos encarregados da decomposição da matéria, ao lado das bactérias, degradando produtos orgânicos e devolvendo carbono, nitrogênio e outros componentes ao solo e ao ar. Conhecem-se umas 100 mil espécies. Trata-se de organismos de crescimento rápido e não fotossintetizantes, que dão origem a característicos filamentos denominados hifas. Na maioria dos casos, os filamentos mostram-se altamente ramificados, compondo um tecido denominado micélio.
Os fungos reproduzem-se por meio de esporos. Entre suas peculiaridades genéticas estão os fenômenos que envolvem mutações a nível estrutural.
O Glicogênio é a principal reserva polissacarídica destes organismos heterotróficos. O componente fundamental da maioria das paredes celulares deles é a Quitina. Em massa, revelam-se Sapróbios, e muitos são parasitas e absorvem seu nutrimento de células vivas.
Além do papel que desempenham como decompositores, os fungos, do ponto de vista econômico, denotam possuir apreciável importância como destruidores de matérias alimentares e outros materiais orgânicos. O grupo também inclui os fermentos, a penicilina e outros produtores de antibióticos, os bolores de queijo, as altamente prezadas trufas e outros cogumelos comestíveis (champinhon, por exemplo).
O Reino Fungi está dividido em três filos, que são:
  • Ascomicetos — compreendem umas 30 mil espécies descritas, sendo o maior dos filos do reino. As leveduras ou fermentos são ascomicetos unicelulares que se reproduzem por Brotamento. A maioria dos fungos azul-esverdeados, vermelhos e pardos, que estragam alimentos, são ascomicetos, incluindo a Neurospora, um bolor do pão de coloração salmão, o qual tem desempenhado notável papel na história da genética moderna. Embora sejam muito comuns os ascomicetos bem desenvolvidos e comestíveis (como as famosas trufas européias), existem também algumas espécies microscópicas, como o Penicillium notatum, produtor do antibiótico penicilina, e o Saccharomyces cerevisiae, que é a levedura da cerveja.
  • Ficomicetos — microscópicos quando isolados, porém em conjunto assumem formações macroscópicas. Algumas espécies são parasitas de plantas, atacando a batata, certos cereais e a uva. Outros provocam doenças em animais, como o gênero Saprolegnia, que causa o emboloramento de peixes de aquário, levando-os à morte.
  • Basidiomicetos — compreendem a maioria dos cogumelos de jardim e cogumelos comestíveis (champignons), existindo cerca de 25 mil espécies. Embora haja espécies comestíveis, muitos basidiomicetos são extremamente venenosos e alguns são alucinógenos (como o gênero Psilocibe, consumido no México durante cerimônias xamanísticas). Há espécies microscópicas, mas a maioria é macroscópica e bastante desenvolvida. Uma das principais características morfológicas deste grupo é a presença do chapéu, que fica no topo de um pequeno caule, e no qual estão as Lamelas com os esporos.
Glicogênio — carboidrato polissacarídico que também é armazenado pelos animais, no fígado; quitina — proteína encontrada em animais (como a carapaça de insetos, por exemplo); sapróbio — organismo que se alimenta de matéria em decomposição.
Brotamento — forma de reprodução assexuada na qual há o desenvolvimento de um novo indivíduo a partir de brotos laterais.
Lamela — estrutura em forma de sulco ou gaveta.

DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Os microfungos ou cogumelos microscópicos podem causar no homem doenças denominadas micoses, do mais variados tipos. O termo micose foi empregado pela primeira vez por Virchow, em 1856. Ocupam as micoses lugar de destaque na patologia tropical. No Brasil há estudos e trabalhos importantes sobre o assunto, e que interessam a vários ramos da Medicina.
Os cogumelos microscópicos de interesse clínico pertencem, na maioria, à classe dos chamados fungos imperfeitos.
Actinomicose. Micose produzida pelo Actinomyces bovis. As lesões actinomicóticas se instalam em setores os mais diversos do organismo. Descrevem-se as seguintes formas anatomoclínicas: (1) cérvico-facial, com lesões também na língua, bochechas e encéfalo; (2) Abdominal, com início no apêndice, gerando sintomas de apendicite aguda ou subaguda. Daí, o fungo pode invadir outras estruturas: cólon, ovários, trompas, fígado etc.; (3) Torácica, acometendo pulmões, geralmente a porção inferior, pleura e parede do tórax, onde forma fístulas. Tratamento: (1) penicilina, de preferência; (2) sulfonamidas, para os casos que não se beneficiam com a penicilina; (3) iodeto de potássio; (4) remoção cirúrgica do pus e dos tecidos mortos; (5) repouso e boa alimentação.
Nocardiose. Micose do tipo crônico, produzida por Nocardia asteroides, fungo muito comum no solo e de fácil crescimento nos meios usuais de laboratório. Encontra-se no pus ou nos tecidos orgânicos. As manifestações clínicas da nocardiose se assemelham, por vezes, às da actinomicose, mas aquela afeta com maior freqüência os pulmões e os pés. Nos pulmões causa broncopneumonia tipo caseoso (aspecto de queijo), podendo mesmo confundir-se com a tuberculose. Forma abscessos em vários pontos do corpo, inclusive no cérebro. No tratamento, as drogas preferenciais são as sulfonamidas.
Geotricose. Micose causada por uma ou mais espécies do gênero Geotrichum e produz lesões na boca, semelhantes às do sapinho, no intestino, nos brônquios e pulmões. Trata-se com violeta de genciana. As formas pulmonares e brônquicas se beneficiam com o iodeto de potássio e vacina autógena.
Coccidioidocose. Micose causada pelo Coccidioides immitis. Apresenta-se sob duas formas clínicas: (1) primária, aguda, benigna, de bom prognóstico: os sintomas são os de uma infecção respiratória banal: (2) progressiva, disseminada, grave, de elevada mortalidade: os sintomas variam com os órgãos acometidos (pulmões, ossos, pele). Tratamento: a coccidioidomicose primária cura-se em algumas semanas, sem qualquer tratamento específico: a forma progressiva é muito difícil de tratar, embora novas esperanças tenham surgido com o aparecimento recente do amphotericin, droga fungicida.
Criptococosee (torulose). Esta doença acomete qualquer parte do organismo, com acentuada preferência pelo cérebro e pelas meninges. É provocada pelo Cryptococcus neoformans. A mortalidade é elevada. O tratamento com o amphotericin tem produzido bons resultados, quando aplicado nas fases iniciais da doença.
Rinosporidiose. Infecção de natureza fúngica, produzida pelo Rhinosporidium seeberi, caracterizada pela formação de pólipos pedunculados ou sésseis no nariz e nas conjuntivas. O primeiro caso brasileiro de rinosporidiose foi registrado por Montenegro em São Paulo. Tratamento: extirpação cirúrgica com auxílio do bisturi elétrico, administração de antimonial pentavalente e tratamento local com tartarato de potássio e antimônio a 5%, ou tártaro emético a 2%.
Candidíase (monilíase, sapinho). Doença provocada pela Candida albicans (antiga Monilia albicans). Este fungo é habitante de estruturas normais, como a boca, o intestino e a vagina. Não se encontra normalmente na pele, salvo se nesta houver alguma doença concomitante. Pode ser identificado também no escarro de pessoas com doença pulmonar e brônquica não micótica. A candidíase se manifesta por lesões das seguintes partes do organismo: (1) mucosa da boca (sapinho) e da vagina; (2) pele, sobretudo quando trabalhada constantemente pela umidade; (3) unhas; (4) brônquios; (5) pulmões. Tratamento: as formas brônquicas e pulmonares devem ser tratadas com iodeto de potássio; a forma generalizada resiste aos tratamentos habituais, mas o amphotericin deve ser tentado, uma vez que in vitro a Candida é sensível a esse fungicida.
Esporotricose. Micose crônica causada pelo Sporotrichum schenki, e espalhada pelo mundo todo, especialmente entre homens de campo, horticultores e operários. Este fungo penetra no corpo através de ferimentos da pele das extremidades e pelo tubo gastrintestinal. A lesão cutânea inicial é característica: nódulo subcutâneo de consistência elástica, forma esférica, móvel, não aderente; depois adere à pele, que se torna avermelhada e, a seguir, preta, por causa da necrose, ou morte do tecido.
Medicamento de escolha: iodeto de potássio em doses crescentes.
Aspergilose. Doença causada por um microfungo, do gênero Aspergillus, particularmente o A. fumigatus e o A. niger, e caracterizada por lesões na pele, no ouvido externo, seios paranasais, órbita, vagina, pulmões, brônquios e, às vezes, meninges e ossos. Tratamento médico se faz à base de iodeto de potássio e vacina autógena.
Blastomicose norte-americana (doença de Gilchrist). Micose causada pelo Blastomyces dermatitidis, caracterizada por lesões na pele, nos pulmões, ou generalizadas. O Blastomyces não se transmite de homem a homem, mas de sua fonte natural, o solo, onde vive e se multiplica. Esta micose é comum nos EUA, mas raríssima na América do Sul. Tratamento: iodeto de potássio, vacinas e aplicações locais de vários medicamentos.
10. VÍRUS — ORGANISMOS SEM REINO DEFINIDO
Os vírus, ainda sem classificação oficial e não possuindo um reino próprio, são agentes infecciosos compostos de uma parte central de ácido nucléico, seja RNA ou DNA, e de uma capa protetora cuja índole é protéica. Não se reproduzem fora das células vivas. Nos vírus providos de DNA (DNA vírus ou Adenovírus), este entra em competição com o DNA da célula hospedeira e assume a direção das atividades dela. Nos vírus que encerram RNA (RNA vírus ou Retrovírus), o qual é geralmente formado de uma só faixa, este atua como mensageiro na célula parasitada, associando-se aos Ribossomos e servindo como modelo para a síntese das proteínas.
Cada tipo de vírus apresenta uma estrutura altamente específica, sendo o icosaedro um dos arranjos mais facilmente encontrados, embora outras formas, como espirais, cilindros, quadrados e losangos, também sejam encontrados.
Os Bacteriófagos são vírus que atacam bactérias, e são geralmente mencionados simplesmente como Fagos. O mais estudado é o Fago T4, que ataca a bactéria Escherichia coli. A forma típica de um fago T4 é mostrada a seguir, juntamente com outras formas virais.
Os vírus são chamados, biologicamente, de parasitas intracelulares obrigatórios. Isto eqüivale a dizer que, fora da célula-alvo viva, o vírus não tem atividade. Costuma-se, portanto, dizer que os vírus são um meio-termo entre a matéria bruta e os seres vivos. Dentro da célula-alvo, os vírus replicam-se normalmente, desempenhando, então, uma função que é comum a todos os seres vivos (reprodução); fora dela, alguns vírus entram em um estado chamado "cristalizado", o que os torna estruturas inertes semelhantes a minúsculos cristais. Nestas condições, os vírus não têm nenhuma atividade e tornam-se semelhantes à matéria bruta.
Ribossomo — estrutura presente na célula, responsável pela síntese de RNA.
Bacteriófago — a palavra significa, literalmente, "comedor de bactérias".
11. PRINCIPAIS DOENÇAS ENDÊMICAS, EPIDÊMICAS E PANDÊMICAS E OUTRAS MOLÉSTIAS CAUSADAS POR MICRORGANISMOS, NO BRASIL E NO MUNDO
Como vimos, os microrganismos são seres que, devido à sua alta taxa mutacional, rápido crescimento e facilidade de colonização dos mais variados meios, conseguiram se desenvolver abundantemente na água, no solo, no ar, no interior de plantas e animais, e também sobre a superfície corporal destes.
A gravidade e o número de pessoas acometidas por uma determinada doença determinam a condição disseminadora do agente causador. Assim, as doenças podem ser classificadas em:
  • EPIDEMIA — doença que acomete um grande número de pessoas, num curto espaço de tempo, em uma determinada área geográfica. Temos como exemplos as famosas epidemias de cólera, de conjuntivite, de hepatite, de meningite, de dengue etc. Geralmente, as epidemias iniciam-se com um Surto que posteriormente toma a forma de uma epidemia propriamente dita;
  • ENDEMIA — doença que acomete um número de pessoas constante, ou com pouca oscilação, durante décadas ou espaço de tempo superior, em uma determinada área geográfica. As endemias mais comuns no Brasil são a malária, a doença de Chagas, o amarelão e a ascaridíase, pois os números de pessoas acometidas, em suas regiões de ocorrência, são constantes, ano após ano;
  • PANDEMIA — tipo de epidemia que se dissemina rapidamente sobre várias regiões geográficas do planeta, com controle sanitário muito pequeno ou nulo. Atualmente, as pandemias que mais preocupam a população mundial são a gripe e a AIDS. Uma pandemia famosa do início do séc. XX foi a gripe espanhola, que matou mais de 20 milhões de pessoas no mundo inteiro.
Os gráficos abaixo mostram o comportamento das epidemias, endemias e pandemias. Note que o gráfico da pandemia é idêntico ao da pandemia, porém no último caso a área geográfica é muito maior, podendo atingir vários países ou até mesmo vários continentes.
A tabela abaixo lista algumas doenças que ocorrem no mundo inteiro, divididas por agente causador (patóteno). Note que algumas doenças são endêmicas e epidêmicas, ao mesmo tempo. Isso se deve ao fato de a mesma doença ser endêmica, por exemplo, no Brasil, porém epidêmica na África etc. Entre parênteses, temos as abreviações, ao término de cada doença: Ep = epidemia; En = endemia e P = pandemia.
Doenças bacterianas:
Brucelose (En)
Carbúnculo (En)
Cólera (En; Ep)
Coqueluche (En)
Coréia (En)
Difteria (En; Ep)
Disenteria (En; Ep)
Erisipela (En)
Escarlatina (En; Ep)
Febre reumática (En)
Intoxicação alimentar (En; Ep)
Lepra (En)
Meningite (Ep)
Peste Bubônica (Ep)
Pneumonia (En; Ep)
Sífilis (En; Ep)
Tétano (En)
Tifo (En; Ep)
Tuberculose (En; Ep)
Tularemia (En)
Doenças virais:
AIDS (P)
Caxumba (En; Ep)
Dengue (Ep)
Encefalite viral (En; Ep)
Gripe (Ep; P)
Gripe Espanhola (P)
Herpes (En)
Mononucleose (En)
Poliomielite (En) à erradicada praticamente no Brasil
Raiva (En)
Resfriado (En; Ep)
Rubéola (En; Ep)
Sarampo (En; Ep)
Varicela (En)
Varíola (Ep)
Viroses em Geral (Ep)
Doenças causadas por fungos:
Estomatite (En)
Histoplasmose (En)
Pé-de-atleta (En)
Frieira (En)
Micose cutânea (En)
Sapinho ou candidíase (En)
Ferrugem vegetal (En)
Cravagem (En; Ep)
Blastomicose (En)
Coccidioidomicose (En)
Monilíase (En)
Tinha ou micose capilar (En)
Doenças causadas por protozoários:
Doença de Chagas (En)
Malária (En)
Doença do sono (En)
Amebíase ou disenteria amebiana (En; Ep)
Giardíase (En; Ep)
Leishmaniose Tegumentar (En)
Leishmaniose Visceral (En)
Leishmaniose Botão-do-Oriente (En)
Obviamente, outras doenças incluem-se na lista acima. O objetivo da tabela foi listar as de maior ocorrência, no Brasil e no mundo.
Surto — ocorrência rápida e geralmente súbita de uma determinada doença.
Pandemia — a origem da palavra vem do grego (pan = todos; demos = povo; doença que se dissemina sobre todos os povos).
Peste bubônica — foi uma das mais terríveis epidemias que assolaram a Europa, matando quase 1/3 da população européia durante a Idade Média.
Gripe espanhola — um tipo de gripe fatal que assolou o mundo inteiro entre 1917 e 1918, matando mais de 20 milhões de pessoas no mundo inteiro.
Herpes — doença viral de fácil contágio. Estima-se que mais de 60% da população brasileira tenha a herpes simples; há outros tipos de herpes, além da simples, que são a zoster e a genital.
Viroses em geral — de difícil classificação, as viroses são doenças genéricas que atacam a população, de tempos em tempos. Nem mesmo os médicos conseguem, às vezes, diagnosticar o vírus causador.
Leishmaniose — denominação comum a três doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania: a tegumentar ou Úlcera de Bauru; a visceral ou calazar, e o botão-do-Oriente.
12. A AIDS
Como vimos, o vírus da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), o HIV, é um retrovírus. Em todos os seres vivos, o DNA orienta a síntese de uma molécula de RNA mensageiro. Essa molécula se dirige, então, ao citoplasma da célula onde, com o auxílio de ribossomos, enzimas e outras moléculas de RNA, determina a síntese de uma proteína específica. Nos retrovírus ocorre o inverso, pois com o auxílio de uma enzima típica desse grupo, o RNA do vírus sintetiza uma molécula de DNA que se incorpora no material genético da célula hospedeira. Deste DNA pode, então, permanecer inativo por tempo indeterminado. A qualquer momento, porém, pode desencadear a síntese de novas moléculas de RNA e de proteínas da cápsula, formando novos vírus idênticos ao original. Com o rompimento e destruição da célula, os novos vírus se libertam, podendo, então, atacar e destruir outras células. Assim, um número progressivamente maior de células é destruído.
O HIV, que já se mostrou ser um vírus com capacidade mutacional — reconhecem-se várias classes de HIV, como o HIV-I, HIV-II, HIV-III etc. — realiza seu ciclo dentro de um grupo de glóbulos brancos especializados na transmissão de mensagens aos produtores de anticorpos. Esses glóbulos brancos são os Linfócitos T4. Os linfócitos T4 são as células auxiliadoras do sistema imunológico humano, pois transmitem a informação sobre a presença de agentes estranhos no organismo aos Linfócitos B. Estes, por sua vez, são responsáveis pela produção de anticorpos, porém esta produção somente será feita mediante a mensagem transmitida pelos linfócitos T4. Assim, conclui-se facilmente que o organismo infectado pelo HIV começa a ficar imunodepressivo (ou seja, com uma baixa taxa de linfócitos circulantes no sangue, reduzindo a capacidade imunitária) devido à morte progressiva dos linfócitos T4, deixando, portanto, o organismo infectado totalmente vulnerável a outras infecções e doenças ditas oportunistas, causadas por bactérias, outros vírus, fungos, protozoários etc. Apesar de ainda não se ter a cura definitiva, a AIDS pode ser combatida através de Coquetéis, como o AZT, por exemplo.
AIDS — em português, utiliza-se a abreviação inglesa (Acquired Immune Deficiency Syndrome); em outros países, como os de língua espanhola, por exemplo, utiliza-se a abreviação SIDA.
Linfócito — leucócito de origem linfóide, com capacidade de produção de anticorpos. Representa relevante papel nos mecanismos imunitários do organismo. Há várias classes, sendo as mais conhecidas a dos linfócitos B e a dos linfócitos T.
Coquetel — mistura de vários medicamentos com o intuito de deter a ação reprodutiva dos vírus.
13. IMPORTÂNCIA DA PARASITOLOGIA PARA O TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Analogamente ao que ocorre com a microbiologia, a parasitologia é um ramo especializado das ciências médicas que se dedica ao estudo dos Parasitas. É uma área de pesquisa bastante diversificada, pois os parasitas, que podem estar sobre a superfície ou no interior de seres vivos, são de ampla distribuição, hábitos variados e fácil disseminação. Para quem lida com a saúde humana, a parasitologia oferece ferramentas para conhecer os causadores de várias doenças, incluindo as famosas verminoses (tão comuns na infância) e as ectoparasitoses (explicadas mais à frente), assim como as medidas Profiláticas e Terapêuticas cabíveis em cada doença.
14. ORIGEM DO ESTUDO DOS PARASITAS
Há muito a humanidade vem sofrendo com as doenças causadas por parasitas, sejam eles vermes ou não. Há relatos de doenças, provavelmente verminoses, que atacavam populações nas antigas Mesopotâmia e Babilônia; os hebreus, sabedores das doenças que eram veiculadas a partir do porco, proibiram, como parte de sua Lei Mosaica, o povo de ingerir carne suína; o mesmo ocorre na Índia, onde praticamente não há infestação humana por vermes veiculados através do boi ou da vaca, já que o povo não ingere carne bovina, por considerar tanto o boi quanto a vaca sagrados.
Em teoria, qualquer ser vivo que viva dentro ou na superfície de outro ser vivo é considerado um parasita. Biologicamente, o parasitismo é considerado como sendo uma relação interespecífica desarmônica, ou seja, uma relação em que dois organismos vivem juntos, porém um deles obtém energia e alimento às custas do outro, sendo este último denominado hospedeiro e sofrendo algum tipo de prejuízo (podendo ser, inclusive, a própria morte). Assim, dentro desta ótica conceitual, os microrganismos causadores de doenças (bactérias, fungos, protozoários e vírus) também são considerados parasitas; a nível didático, porém, faz-se a distinção entre microbiologia (que, como já vimos, estuda todos os seres vivos e demais organismos considerados microscópicos, ou seja, menores que 0,1 mm) e parasitologia (que aborda todos os organismos vivos macroscópicos ou não, porém pertencentes ao Reino Animal). Assim, consideram-se parasitas os vermes achatados e os cilíndricos, estudados mais à frente, além dos Artrópodes, como os aracnídeos (carrapato, ácaro e ácaro da sarna) e os insetos (piolhos, chatos e larvas de moscas).
15. PARASITAS MICROSCÓPICOS E PARASITAS MACROSCÓPICOS
Esta divisão baseia-se no tamanho dos parasitas. Alguns vermes possuem uma fase geralmente microscópica (ovo ou larva), porém há parasitas, como o da sarna, que são microscópicos ou Sub-microscópicos. A divisão leva como ponto de partida o tamanho do adulto (se o adulto for menor que 0,1 mm, é considerado microscópico ou sub-microscópico; se for maior que 0,1 mm, é considerado macroscópico).
A tabela abaixo lista alguns desses parasitas, em suas devidas classificações. Entre colchetes [ ] observa-se a fase do parasita que é microscópica, quando o mesmo for macroscópico.
PARASITAS MICROSCÓPICOS Ácaros
Ácaro da sarna
PARASITAS MACROSCÓPICOS Carrapatos
Vermes cilíndricos [ovo; larva]
Vermes achatados [ovo; larva]
Piolhos
Chatos
Larvas de moscas
16. ECTOPARASITAS E ENDOPARASITAS
Além da classificação geral em microscópicos e macroscópicos, os parasitas podem igualmente ser classificados em parasitas externos e parasitas internos. O primeiro grupo inclui os ectoparasitas; o segundo, os endoparasitas.
Há diferenças bastante notáveis entre os parasitas que infestam a superfície corporal do hospedeiro daqueles que infestam seu interior. O ciclo biológico é bastante complexo entre os endoparasitas, que podem ou não ter uma fase larval externa, muitas vezes de vida livre. À exceção dos ácaros e dos ácaros da sarna, todos os outros ectoparasitas são macroscópicos; os endoparasitas, via de regra, são macroscópicos.
Vejamos como os parasitas são classificados, segundo estes parâmetros:
ECTOPARASITAS Carrapatos
Ácaros
Ácaros da sarna
Larvas de moscas
Piolhos
Chatos
ENDOPARASITAS Vermes cilíndricos
Vermes achatados
Muito comumente, os ectoparasitas causam prurido e irritação extrema da pele, podendo, inclusive, criar bolsas ou necroses locais; os endoparasitas, por sua vez, causam os mais variados sintomas, conforme estudaremos a seguir.
Os carrapatos, os ácaros e os ácaros da sarna são aracnídeos que sugam o sangue do hospedeiro, fazendo com que a fêmea muitas vezes atinja proporções até vinte vezes o tamanho normal do adulto. Embora os ácaros passem despercebidos, são causadores de grandes e intensas alergias, no mundo inteiro. Alguns carrapatos podem ser veiculadores de doenças silvestres, daí a importância de serem estudados. Os ácaros da sarna cavam canais na pele, causando um prurido muito intenso e criando verdadeiros túneis endodérmicos, que podem atingir extensões variáveis.
Os piolhos e os chatos são insetos que se instalam sobre o couro cabeludo ou na região pubiana, muitas vezes até mesmo na região axilar e nas sobrancelhas, ou sobre o pêlo do corpo, causando intensa coceira. As fêmeas depositam seus ovos, as lêndeas, na base do pêlo ou do cabelo.
As larvas de moscas pertencem a várias espécies. A mais comum é a da mosca varejeira, também conhecida como mutuca ou butuca no Brasil, e que medicamente é identificada como sendo o famoso berne. As larvas desenvolvem-se no interior do tecido epitelial, e, após algumas semanas, a larva transforma-se em pupa e sai, então, o adulto.
17. PRINCIPAIS DOENÇAS PARASITÁRIAS ENDÊMICAS DO BRASIL
O Brasil, assim como a África e o sudeste da Ásia, sofre com uma série de doenças parasitárias, genericamente denominadas verminoses ou HelmintosesParece haver uma relação muito intensa entre o desenvolvimento de verminoses e o clima. Em locais úmidos e quentes, como é a maioria de nosso país, assim como o Continente Negro e o sudeste asiático, os vermes desenvolvem-se rápida e acentuadamente; em contrapartida, em regiões temperadas ou polares, parece não haver desenvolvimento de ciclos de vida de vermes.
Em linhas gerais, as principais doenças parasitárias, de interesse médico-sanitário e ambiental, são as seguintes:
FASCIOLITE
ESQUISTOSSOMOSE (BARRIGA D’ÁGUA)
TENÍASE (SOLITÁRIA)
CISTICERCOSE
ASCARIDÍASE (LOMBRIGUEIRO)
AMARELÃO
OXIURÍASE (OXIUROSE)
ELEFANTÍASE
As doenças supramencionadas são discutidas nas duas seções seguintes, em forma de ciclo de vida (ciclo vital).
Os vermes, em biologia, são classificados em dois grandes grupos: o dos Platelmintos e o dos Nematelmintos.
18. CICLOS DE VIDA DE PLATELMINTOS (VERMES ACHATADOS)
Todos os vermes pertencentes a este grupo animal têm uma característica bastante peculiar: são achatados dorso-ventralmente, ou seja, assemelham-se a fitas métricas. Alguns têm dimensões reduzidas, como é o caso das fascíolas, mas outros, como as solitárias, podem alcançar até 12 metros de comprimento. Alguns representantes deste filo são de vida livre, como as planárias (de habitat aquático); outros são parasitas do homem e de outros animais (habitat terrestre e no interior do corpo).
Os platelmintos apresentam sistema digestório incompleto (sem ânus) ou ausente, como no caso da solitária. A digestão é extra ou intracelular e, no caso citado, por absorção através da vasta área corporal do animal.
O filo está dividido em três classes, que são:
  • Classe Turbellaria (Turbelários). São platelmintos de vida livre. O grande representante desta classe é a planária, que não apresenta nenhuma preocupação sanitária, já que, caso seja ingerida por água contaminada, o adulto morre logo que chega ao estômago.
Classe Trematoda (Trematódeos). São platelmintos de vida parasitária, tanto endoparasitas como ectoparasitas. Podem ser Hermafroditas, como a Fasciola hepatica ou de sexos separados, como o Schistosoma mansoni. Possuem duas Ventosas, uma com função de boca e a outra com função de fixação. Dois representantes deste grupo causam doenças no homem e nos animais: a Fasciola hepatica, que causa a fasciolite, e é um endoparasita de carneiro, podendo, eventualmente, parasitar o homem, afetando-lhe o fígado e podendo ocasionar cirroses; e o Schistosoma mansoni, que provoca no homem a esquistossomose ou barriga d’água, tão comum em regiões ribeirinhas onde exista o caramujo transmissor (hospedeiro intermediário).
Classe Cestoda (Cestódeos). São platelmintos exclusivamente endoparasitas. Vivem principalmente no intestino de vertebrados. O corpo é revestido por uma Cutícula grossa e dividido em segmentos denominados proglotes. Não possuem boca nem aparelho digestório. São hermafroditas completos, com órgãos masculinos e femininos dentro de cada proglote. O grande representante brasileiro desta classe é o gênero Taenia, com duas espécies: T. saginata (cujo hospedeiro intermediário é o boi) e T. solium (cujo hospedeiro intermediário é o porco). Ambas são conhecidas popularmente como solitária. Causam as doenças teníase e cisticercose. A segunda é mais grave que a primeira, pois a ingestão direta do ovo ocasiona o desenvolvimento do cisticerco (larva) no interior de órgãos humanos como o cérebro, coração, fígado etc., podendo levar o indivíduo infestado à morte.
19. CICLOS DE VIDA DE NEMATELMINTOS (VERMES CILÍNDRICOS)
Todos os vermes pertencentes a este grupo são compostos por corpos cilíndricos e alongados. Possuem musculatura disposta longitudinalmente. Podem ser aquáticos ou terrestres. São muito numerosos no mundo inteiro, especialmente nas regiões tropicais e equatoriais. Em uma amostra de solo de 40 cm3 do Zaire foram contados 4.200 vermes (entre ovos, larvas e adultos) de muitas espécies de platelmintos e nematelmintos, especialmente estes últimos. No Brasil, este filo está muito bem representado por organismos patogênicos de grandes endemias nacionais (amarelão, lombrigueiro, oxiurose etc.).
Apresentam sistema digestório completo, com boca e ânus. Não apresentam sistema circulatório nem respiratório. A maioria dos nematelmintos é de sexos separados; a reprodução é sempre Sexuada.
A classificação dos nematelmintos é bastante complexa. Os principais representantes brasileiros do grupo são:
Ascaris lumbricoides (lombrigueiro ou ascaridíase)
Ancylostoma duodenale Necator americanus (amarelão)
Enterobius vermicularis Oxyurus sp (oxiurose ou oxiuríase)
Wuchereria bancrofti (elefantíase ou filariose)
Por isso, a nível didático, não serão mencionadas as classes, e sim apenas os principais representantes do grupo, através de ilustrações.
20. PROFILAXIA E TRATAMENTO DE PARASITOSES
A prevenção para todas as parasitoses é basicamente a mesma: as condições de higiene pessoal determinam a disseminação ou não dessas doenças. Existe uma relação direta entre nível sócio-econômico e erradicação de verminoses. Em populações carentes, onde não haja sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgotos adequados, as verminoses são doenças endêmicas. Assim, costuma-se associar a presença de vermes em crianças pobres, sem condições sanitárias adequadas. Em parte essa afirmação é verdadeira, embora toda a população esteja suscetível de se contaminar com os vermes.
Abaixo, algumas medidas profiláticas que podem evitar a infestação pelos vermes anteriormente estudados:
  • sempre lavar bem os alimentos, principalmente frutas e verduras, com água tratada e corrente. De preferência, deixe os alimentos (saladas, verduras e legumes) que forem consumidos crus descansando em um recipiente com água e Hipoclorito de Sódio por cerca de 15 a 20 minutos. Na falta deste produto, pode-se utilizar vinagre, que contém ácido acético. Estas duas medidas matam os ovos que porventura estiverem na superfície dos vegetais a serem consumidos;
  • quando consumir carne (de qualquer origem, seja ela bovina, suína, de cabra etc.), cozinhar, assar ou fritar bem os pedaços. Prefira não consumir carne mal passada, ou então pedaços muito grossos. Nestas duas circunstâncias, caso haja ovos ou cisticercos de solitária, por exemplo, a temperatura de cozimento pode ser insuficiente para matar o ovo ou cisticerco no interior do músculo;
  • na ausência de abastecimento de água tratada, consuma apenas água filtrada e/ou fervida. Nunca beba água sem conhecer sua origem, ou que não seja tratada;
  • evite defecar em locais inadequados, como córregos, matas, lavouras etc. Esta prática é uma das que mais contribui para a não erradicação das verminoses no Brasil, pois o ciclo dos vermes é continuado a cada vez que uma pessoa infestada defeca nesses locais, pois o verme pode contaminar novamente o solo, a água, as verduras, frutas e legumes, iniciando novamente um ciclo de infestação.
O tratamento das verminoses é específico para cada doença. Não existe nenhuma "receita de bolo" para esta ou aquela verminose. Via de regra, deve-se consultar o médico sempre que os sintomas abaixo forem sentidos, para que seja feito o diagnóstico correto e aplicada a medicação cabível, em cada caso:
  • forte dor abdominal, com contrações intestinais e sensação de "intestino preso" (obstrução intestinal). É a famosa cólica abdominal, que ocorre com muita freqüência em quase todas as verminoses;
  • diarréia ou alternância entre diarréia e obstrução intestinal, acompanhada ou não de falta de apetite;
  • manchas esbranquiçadas no rosto;
  • prostração, falta de apetite, acompanhados ou não por febre e irritabilidade;
  • inchaço na barriga, na virilha, nas axilas, nas pernas ou nos braços;
  • principalmente em crianças: tendência a comer areia, terra, pedaços de papel, ou então lamber ferro, parede, madeira e outros objetos semelhantes.
Obviamente, há outros sintomas, que podem eventualmente juntar-se aos supramencionados. Sempre deve-se consultar o médico para os exames Coprológicos adequados.
Parasita — em biologia, denomina-se parasita todo ser vivo que vive às custas de um outro ser vivo, podendo levar o hospedeiro à morte ou não. Popularmente, os parasitas são mais conhecidos como vermes.
Profilaxia — medida de prevenção de uma doença; Terapia — medida de tratamento de uma doença. Os adjetivos correspondentes são profilático terapêutico.
Lei Mosaica — leis de Moisés, conforme narradas nos cinco primeiros livros da bíblia.
Reino Animal — um dos cinco reinos biológicos, que inclui todos os organismos multicelulares, heterótrofos. Os outros reinos são: MoneraProtistaFungi e Vegetal.
Artrópode — animal que tem patas articuladas. É o maior grupo de seres vivos, englobando os insetos, o aracnídeos, os crustáceos e os miriápodes.
Sub-microscópico — denominação dada a qualquer parasita que dificilmente é visto a olho nu. Podem ter dimensões entre 0,1 a 0,3 mm (ligeiramente acima do pode de resolução mínimo).
Ectoparasita — a palavra vem do grego (ecto = externo); Endoparasita — analogamente ao ectoparasita, a palavra também vem do grego (endo = interno).
Helmintose — o termo é sinônimo de parasitose ou verminose. A palavra deriva do grego (helmintós = verme).
Platelmintos — grupo de vermes achatados (do grego: platy = achatado, helmintós = verme).
Nematelmintos — grupo de vermes cilíndricos (do grego: nematy = cilindro, helmintós = verme).
Hermafrodita — animal ou planta que possui os sexos masculino e feminino no mesmo indivíduo.
Ventosa — órgão de fixação de alguns animais, que funciona como um "desentupidor de pia", grudando o animal à superfície de contato com o hospedeiro.
Cutícula — camada espessa, geralmente recobrindo a epiderme, podendo ter ou não uma subcamada de gordura.
Sexuada — tipo de reprodução em que há envolvimento de gametas (células reprodutivas) masculinos e femininos, havendo a junção do núcleo de ambos, formando, então, o ovo (célula-ovo) ou zigoto.
Hipoclorito de sódio — produto químico conhecido popularmente como água sanitária ou alvejante. A proporção é a seguinte: pingue duas ou três gotas a cada 5 litros de água.
Exames coprológicos (coprologia) — exames de laboratório para detecção de vermes (ovos, larvas, adultos) presentes nas fezes

21. BIBLIOGRAFIA GERAL PARA MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
ABRÃO, H. Doenças Sexualmente Transmissíveis — Saiba como Evitá-las. Belo Horizonte: Editora Lê Ltda., 1991.
AICHELBURG, U. di. O Corpo Humano. Coleção Coruja, a Conquista do Saber. São Paulo: Editora Melhoramentos, 1979.
BALLANTINE BOOKS. The PDR Family Guide Encyclopedia of Medical Care — From the Publishers of the Physicians’ Desk Reference; a Complete Home Resource for More than 350 Medical Problems and Procedures. United States: Ballantine Books Editions, 1999.
De ROBERTIS, E. D. P. & E. M. F. De ROBERTIS. Bases da Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1985.
OXFORD UNIVERSITY PRESS. Medical Dictionary. Oxford: Oxford University Press, 5th. Edition, 2000.
SOARES, J. L. Dicionário Etimológico e Circunstanciado de Biologia. São Paulo: Editora Scipione, 1993.
STRYJER, R. S. & L. J. STRYJER. Sobre Vida. Rio de Janeiro: Editora Biologia e Saúde, 3 volumes, s.d.
22. FIGURAS
As figuras referentes aos grupos estudados serão mostradas durante o curso. O professor deverá ser consultado para esclarecimentos à medida que elas foram sendo apresentadas aos alunos.
As figuras foram retiradas de duas fontes básicas: do CD-Rom do Sistema Positivus© (5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental) e de sites variados da Internet.