HISTÓRIA DOS MAIAS, ASTECAS, INCAS E AMERINDIOS

INTRODUÇÃO
Quando adentramos o estudo da Antiguidade ou Idade Antiga, é bastante comum ouvir dizer que esse período histórico é marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. Geralmente, ao adotarmos a expressão “civilização” promove-se uma terrível confusão que coloca os povos dessa época em uma condição superior se comparados às outras culturas do mesmo período.
Na verdade, a existência de uma civilização não tem nada a ver com essa equivocada ideia de que exista um povo “melhor” ou “mais evoluído” que os demais. O surgimento das primeiras civilizações simplesmente demarca a existência de uma série de características específicas. Em geral, uma civilização se forma quando apontamos a existência de instituições políticas complexas, uma hierarquia social diversificada e de outros sistemas e convenções que se aplicam largamente a uma população.


HISTÓRIA DOS MAIAS, ASTECAS, INCAS E AMERINDIOS
CIVILIZAÇÃO MAIA
Ninguém sabe quando nasceu a Civilização Maia e tampouco é fácil definir quem são. Pode-se considerar que apareceu como povo ou povos ao redor de 2500 a.C., e sua melhor época iniciou-se em 900 d. C. e, finaliza no século XVI, antes da chegada a dos espanhóis.
Pode dizer-se que os maias não têm uma única origem nem um idioma comum, nem constituíam uma só nação, senão que eram um conglomerado de cidades-estado. A zona que ocuparam abarca distritos dos atuais, México, Honduras, Belize e El Salvador e são produto de emigrações de tribos procedentes do altiplano, todas da mesma família e chegaram à América Central desde o norte.
Os maias desenvolveram um sistema de escritura do qual se conservam alguns códigos como Dresde (que fala de adivinhação e astronomia), Paris (de índole profética), Madri (horóscopos e almanaques) e Grolier (com um calendário completo).
Tinham quatro deuses principais, bacabs, que se identificavam co os quatro pontos cardiais. Edificaram, na selva, notáveis edifícios dos quais restaram as ruínas de Tikal, Chitzén Itzá, Palenque ou Copán. Dedicaram-se à agricultura do algodão, milho e cacau e ao comércio.
Especula-se que desapareceram por suas tensões internas, guerras intestinas, secas tenazes, enfermidades ou discórdias civis pelas diferenças entre os cidadãos e as classes dominantes. Aos espanhóis custou-lhes subjugá-los, sua última fortaleza caiu em 1697 e depois houve revoltas em Yucatán e Chiapas.
Hoje em dia sobrevivem em vários países da América Central cerca de quatro milhões de indígenas que falam algum dos 28 dialetos maias, e constituem uma população campesina, empobrecida e perseguida.
CIVILIZAÇÃO ASTECA
Introdução 
Povo dedicado à guerra, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa área de pântanos, próxima do lago Texcoco.
Sociedade asteca 
A sociedade era hierarquizada (dividida em camadas bem definidas) e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). 
Montezuma 
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região. 
Agricultura 
Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.
Artes, religião e arte asteca
artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

HISTÓRIA DOS INCAS

A Civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram conquistados e dominados pelos espanhóis no ano de 1532.
Governo 
O imperador, conhecido por Sapa Inca, era considerado um deus na Terra. A sociedade era extremamente hierarquizada e formada por: nobres ( governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei  em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.
Cultura Inca
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de  pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. 
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.
religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).
Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem: o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.
POVOS AMERÍNDIOS
As denominações dadas aos habitantes do continente americano começaram após a chegada dos navegadores europeus. Entre várias tentativas de nomear os povos da América estão nativo americano, indígena e índio. Porém, até hoje ainda não se sabe como estes povos chegaram ao continente. As teorias são diversas, mas, a de maior aceitação indica que eles chegaram pelo Estreito de Bering, localizado ao Norte da Ásia. Esta faixa de terra faz uma divisão entre os E.U.A. e a Rússia. Na época da movimentação dos povos até a América, o mar estava em um nível mais baixo graças à glaciação. Desta forma, uma passagem de gelo natural foi formada entre a América e a Ásia, pela qual esta população chegou à América.
Outra hipótese indica que os povos ameríndios tenham chegado atravessando o oceano Pacífico. Assim, teriam vindo de partes da Ásia e da Oceania. De acordo com alguns historiadores, os primeiros povos da América teriam feito a migração há aproximadamente 70 mil anos e, devido à grande quantidade de pessoas, não poderiam ter utilizado apenas um caminho.
A nomenclatura que ficou mais conhecida para designar estes povos foi “índio”. Isso ocorreu devido a uma confusão feita por Cristóvão Colombo, líder da frota que alcançou o continente americano. Na verdade, Colombo achava que tinha descoberto as Índias, por isso nomeou desta forma os povos que encontrou no local. É por isso que atualmente as ilhas do Caribe ainda são chamadas de Índias Ocidentais.
No que se refere à América do Norte, os nomes dados a estes povos são: indígenas da América, nativos do Alasca, primeiras nações, índios americanos e povos aborígines. Um grupo que não se encontra nestas denominações são os esquimós (aleutas, yupik e inuit) e os métis encontrados na região do Canadá. Isso ocorre, pois tais populações apresentam características genéticas diferentes em relação aos outros índios.
CONCLUSÃO
Sem dúvida, o estudo das civilizações antigas se mostra importante para que possamos entender melhor sobre as várias feições que a nossa cultura assume atualmente. Contudo, sob outro ponto de vista, o estudo da Antiguidade também abre caminho para que possamos contrapor os valores e parâmetros que um dia foram comuns a alguns homens e hoje se mostram tão distantes do que vivemos. É praticamente infinito o leque de saberes que se aplica a esse período histórico.





BIBLIOGRAFIA

História do Mundo: Idade antiga e as civilizações. Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-antiga/. Acesso aos 17 de Março de 2017.