cuidados de enfermagem
Introdução
A
Doença Renal Crónica (DRC) consiste em lesão renal e geralmente perda
progressiva e irreversível da função dos rins. Actualmente ela é definida pela
presença de algum tipo de lesão renal mantida há pelo menos 3 meses com ou sem
redução da função de filtração. É
conhecido actualmente que cerca de um em cada 10 adultos é portador de doença
renal crônica.
A
maioria destas pessoas não sabe que tem esta doença porque ela não costuma
ocasionar sintomas, a não ser em fases muito avançadas. Em muitos casos o
diagnóstico precoce e o tratamento da doença nas suas fases iniciais podem
ajudar a prevenir que a doença progrida para fases mais avançadas (inclusive
com a necessidade de tratamento com hemodiálise ou transplante de rim).
Como
a doença renal muitas vezes está associada com diabetes, pressão alta e doenças
do coração, o seu tratamento também ajuda a evitar outras complicações como
enfarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e derrames. Por isso, é importante
saber algumas coisas a respeito da doença renal e saber como preveni-la e
detectá-la.
O
que é Insuficiência Renal Crónica ?
A insuficiência renal crónica,
também chamada de doença renal crónica, é a perda lenta do funcionamento dos
rins, cuja principal função é remover os resíduos e o excesso de água do
organismo.
Causas
A insuficiência renal crónica
ocorre quando uma doença ou outra condição de saúde prejudica a função renal,
causando danos aos rins – que tendem a agravar-se ao longo de vários meses e
até mesmo anos.
Doenças e condições que
geralmente causam a doença renal crónica incluem:
- Diabetes dos tipos 1 e 2
- Hipertensão
- Glomerulonefrite, que é a inflamação dos
glomérulos, unidades funcionais dos rins, onde ocorre a filtragem do
sangue
- Nefrite intersticial
- Doença do rim
policístico e
outras doenças congénitas que afectam os rins
- Obstrução prolongada do trato urinário, que
acontece graças a condições específicas, como a hiperplasia prostática, pedras
nos rins e
alguns tipos de câncer
- Refluxo vesicoureteral
- Infecção renal recorrente, também chamada de
pielonefrite
- Doenças autoimunes
- Lesão ou trauma aos rins
- Uso excessivo de analgésicos e outros medicamentos
- Uso de algumas substâncias químicas tóxicas
- Problemas nas artérias dos rins
- Nefropatia de refluxo
A insuficiência renal crónica
leva a um acúmulo de líquidos e resíduos no organismo. Essa doença afecta a
maioria dos sistemas e funções do corpo, inclusive a produção de glóbulos
vermelhos, o controle da pressão arterial, a quantidade de vitamina D e a saúde
dos ossos.
Sintomas de Insuficiência Renal Crónica
A doença renal crónica piora
lentamente com o tempo. Nos primeiros estágios, pode ser assintomática.
A perda de função,
geralmente, demora meses para ocorrer. Ela pode ser tão lenta que os sintomas
não aparecem até que o funcionamento dos rins seja menor que um décimo do normal.
Ou seja, quando a pessoa perceber, ela já costuma estar com o funcionamento dos
rins completamente comprometido.
Os primeiros sintomas da
insuficiência renal crônica, em geral, também ocorrem com frequência em outras
doenças e podem ser os únicos sinais da insuficiência renal até que ela esteja
em estágio avançado.
Os sintomas podem incluir:
- Mal
– estar geral e fadiga
- Coceira
generalizada (prurido) e pele seca
- Dores
de cabeça
- Perda
de peso não intencional
- Perda de apetite
- Náuseas
Outros sintomas podem aparecer, principalmente quando o funcionamento
dos rins piora, incluem:
- Pele
anormalmente clara ou escura
- Dor
nos ossos
- Sonolência e confusão
- Dificuldade
de concentração e raciocínio
- Dormência nas mãos, pés e outras áreas do corpo
- Espasmos
musculares ou cãibras
- Mau hálito
- Fácil
aparição de hematomas, hemorragia ou sangue nas fezes
- Sede excessiva
- Soluços
frequentes
- Baixo
nível de interesse sexual e impotência
- Interrupção
do período menstrual (amenorreia)
- Distúrbios
do sono, como insónia, síndrome
das pernas irrequietas e apneia nocturna
- Inchaço
de mãos e pernas (edema)
- Vómitos,
normalmente pela manhã
Diagnóstico de Insuficiência Renal Crónica
A hipertensão está quase
sempre presente durante todos os estágios da doença renal. Um exame neurológico
pode mostrar sinais de dano nervoso. O médico pode escutar, com a ajuda de um estetoscópio,
ruídos anormais no coração ou nos pulmões.
O exame de urina pode, ainda,
mostrar proteínas ou outras alterações. Essas alterações podem aparecer de seis
meses a dez anos ou mais, antes do aparecimento dos sintomas.
Os exames que verificam o funcionamento
dos rins abrangem:
- Níveis de creatinina
- BUN (nitrogênio ureico no sangue)
- Depuração de creatinina
A insuficiência renal crónica
altera os resultados de vários exames. Cada paciente necessita verificar os
níveis de alguns sais e minerais presentes no sangue regularmente, com a
frequência de dois a três meses aproximadamente, com a realização de um
hemograma completo e de um exame para checagem de colesterol. Veja as substâncias cujos
níveis essa doença costuma prejudicar:
- Potássio
- Sódio
- Albumina
- Fósforo
- Cálcio
- Magnésio
- Electrólitos
As possíveis causas da
insuficiência renal crónica podem ser identificadas em:
- Tomografia computadorizada abdominal
- Ressonância magnética abdominal
- Ultrassom abdominal
- Ultrassom renal
O médico pode, ainda, retirar
uma pequena amostra do tecido que reveste os rins para análise laboratorial.
Esse teste pode ajudar, também, a identificar as possíveis causas da
insuficiência renal crónica.
Cuidados de
Enfermagem e Tratamento
Medicamentos para
Insuficiência renal crónica
Os medicamentos mais
usados para o tratamento de insuficiência renal crónica são:
- Aradois
- Bicarbonato
de Sódio
- Captopril
- Cloridrato
de Dopamina
- Diurix
- Hidroclorotiazida
- Hemax
Eritron
- Noripurum
EV
Somente
um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como
a dosagem correcta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as
orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do
medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em
quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Hemodiálise
O
momento para começar a diálise depende de diferentes fatores, como os
resultados dos exames de laboratório, a gravidade dos sintomas e a disposição
do paciente para as sessões.
O
paciente deve começar a se preparar para a diálise antes que ela seja
efetivamente necessária.
A
preparação envolve aprender sobre a diálise e os tipos existentes, além dos
procedimentos que devem ser realizados antes das sessões
O
transplante de rim surge como uma das últimas opções para um paciente de
insuficiência renal crónica.
Tratamento
Controlar
a pressão arterial é a chave para atrasar a maior parte dos danos causados pela
insuficiência renal crónica. O objectivo desta fase do tratamento é manter a
pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg.
Outros tratamentos
podem incluir:
- Medicamentos especiais usados para ajudar a impedir que os níveis de
fósforo no sangue fiquem muito altos
- Tratamento para anemia, com adição de ferro à dieta, uso de
suplementos orais de ferro, injecções intravenosas para suprir a
necessidade dessa substância na corrente sanguínea e transfusões de sangue
- Suplementos de cálcio e de vitamina D
Alterações
na rotina e nos hábitos diários e alimentares também devem ocorrer. Aliados ao
tratamento médico, essas adaptações à actual condição são essenciais para
garantir a qualidade de vida do paciente.
Conclusão
A assistência de enfermagem é um instrumento científico que orienta a
prática do enfermeiro e de toda sua equipe, sendo de extrema importância para
que o cuidado do paciente renal crónico, pois esta possibilita ao profissional
enfermeiro a identificação dos problemas, formulação dos diagnósticos de
enfermagem de forma precisa, o panejamento adequado das intervenções de
enfermagem e avaliação diária das intervenções desempenhadas, possibilitando
uma recuperação e reabilitação adequada do paciente com insuficiência renal
crónica.