actividades de marketing
INTRODUÇÃO
Este estudo propõe uma
reflexão sobre a influência das actividades de marketing na performance de
melhor aperfeiçoamento, neste caso, analisando micro e pequenas empresas. Foram
considerados aspectos referentes ao perfil do empreendedor e como este se
relaciona com as actividades de marketing. Consideraram-se também
características da empresa e de seus produtos, como essas interferem na
implantação e desenvolvimento das actividades de marketing e sua influência na
performance da sua actuação. Com base nessas teorias e suportado por um modelo
conceitual, a principal contribuição desse artigo é desenvolver o conhecimento
de um modelo que contempla aspectos internos do perfil do empreendedor,
actividades de marketing internacional e performance exportadora.
ACTIVIDADES DE MARKETING
Marketing é uma palavra
proveniente da língua inglesa, apesar de estar intrínseca à cultura mundial. Em
inglês, market significa mercado e Marketing pode ser traduzido como
mercadologia, um estudo das causas, objectivos e resultados que são gerados
através das diferentes formas como nós lidamos com o mercado. Compra, venda e
trocas de serviços, produtos ou ideias.
Marketing é a ciência e a
arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um
mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não
realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o
potencial de lucro. Ele aponta quais os segmentos que a empresa é capaz de
servir melhor e que projecta e promove os produtos e serviços adequados.
(Philip Kotler)
Segundo o American Marketing Association, a definição do termo é
a seguinte: “O Marketing é uma actividade, conjunto de instituições e
processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor
para os consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral.”
Ou seja, o Marketing é uma série de estratégias, técnicas e práticas que
tem o principal objectivo de agregar valor às determinadas marcas ou produtos a
fim de atribuir uma maior importância das mesmas para um determinado
público-alvo, os consumidores.
Actividades de Marketing e Desempenho Inovador
De acordo com Faria, Lima e Santos (2010) as empresas
principiaram, actualmente, o seu interesse nas actividades conjuntas de
desenvolvimento e investigação, como é o caso das parcerias de divulgação e
marketing, co-produção, recursos compartilhados. As empresas trabalham
juntamente em actividades ligadas ao marketing, à produção, à partilha de
recursos ou ao desenvolvimento (Bonte e Keilbach, 2005), e estas empresas que
constantemente criam e sustentam relações próximas com fornecedores, clientes e
outros parceiros estão numa posição mais propícia para identificar e assimilar
novos conhecimentos externos no caso de ser necessário.
A gestão de relações como prática empresarial tem levado
alguns autores a defender que a questão pode ir para além de uma filosofia de
negócio para se tornar numa nova “cultura de marketing” (Morgan, 2000). Nesse
sentido, a importância das actividades de marketing no processo inovador da
empresa é demonstrada nos trabalhos de Kim e Mauborgne (1997), Trienekens et
al. (2008), Moreira (2010) e Silva et al. (2010). As actividades de marketing
estão orientadas para a introdução de novos produtos ou produtos
significativamente melhorados no mercado. Este tipo de actividades contribui
para a diferenciação da empresa, destacando-se que as actividades que se
orientam sobretudo pelo estudo das necessidades manifestas no mercado e têm um
papel crucial no processo inovador empresarial.
Fu (2001) refere
que ao longo de vários anos, a gestão de actividades de marketing foram vistas
sobretudo em livros e artigos de marketing das grandes organizações em
contextos ocidentais. No entanto, está a tornar-se claro que os princípios
básicos e as práticas que se aplicam numa envolvente específica pode não ser
necessariamente relevantes e aplicáveis numa outra actividade de marketing.
Webb et. al (2010) também defendem que as actividades de
marketing influenciam fortemente o desempenho inovador de uma empresa. Essas
actividades caracterizam um conjunto de meios que facilitam a capacidade das
empresas em explorar as oportunidades e em satisfazer as necessidades dos
clientes. Por sua vez, estas empresas podem identificar e explorar as
oportunidades de maneira mais eficiente ou atender eficazmente as necessidades
dos clientes através da inovação das actividades de marketing. Assim, estas
actividades podem aumentar a capacidade do empresário em explorar as
oportunidades, transmitindo os benefícios da inovação aos seus clientes (em
oposição, cria a consciência que existe uma inovação de produto), aumentando
assim o desempenho da empresa (Vorhies et al. 2009).
Características da actividade do marketing
Como todo desenvolvimento empresarial,
as actividades mercadológicas podem ser direccionadas dentro de praticas comuns
a todos os segmentos e portes empresariais, que permitem gerenciar diferentes
aspectos e factos relacionados a execução directa de todas as linhas traçadas,
assim como buscar cumprir com as metas e os objectivos estipulados previamente.
Assim, analisaremos a seguir as nove actividades
mais comuns dentro do campo do marketing, buscando elucidar os principais focos
de acção e as principais características que norteiam essas bases.
1. Determinar as características do mercado
Ao desenvolvermos actividades voltadas
ao mercado, nos deparamos directamente com um requisito básico para iniciar a
execução de qualquer trabalho – a determinação directa das característica
físicas e potenciais do mercado, seja ele específico ou global, que de uma
forma ou de outra estarão incidindo directamente no desenvolver do trabalho
mercadológico.
Como as premissas de marketing são
voltadas ao mercado, o determinar e analisar das características que envolvem
um processo empresarial de actuação são essenciais para o desenvolvimento de
qualquer projecto de acção, isso porque, as definições básicas e estratégicas
devem possuir cunho específico dentro de análises e situações de mercado, as
quais estarão intimamente envolvidas diante deste procedimento.
Pontos e aspectos como dados socioeconómicos,
fiscais, tributários, consumo, potencialização, renda, estrutura física,
amplitude e qualidade entre outros, são importantes factos de análise e
discussão para o início do estudo e validação das definições tomadas, pois a
todo momento devemos estar monitorando o mercado como um todo e principalmente
buscando novas oportunidades de acção, uma vez que suas características
mutáveis, mesmo que a longo prazo, o que abre inúmeras frentes de trabalho e
adaptações aos projectos actuantes neste contexto.
Como exemplo para esta situação, podemos
citar que ao inserir um produto ou uma actividade em um mercado, as análises
prévias deverão ser realizadas de forma a avaliar quais serão exactamente os
retornos frente aquilo que estará sendo introduzido, pois sem esta análise e
posterior monitoração, qualquer empreendimento poderá sofrer um sério risco de
fracasso, ou seja, prejuízos financeiros de grande proporção para qualquer
organização.
2. Medir o potencial do mercado
Como apresentado no tópico anterior, as
avaliações referentes ao mercado de actuação são importantíssimas para qualquer
organização em suas actividades. Por isso, em suas definições, uma das acções
mais importantes é voltada à medição do potencial do mercado em questão, isso
porque, a introdução ou o continuíssimo do processo de actuação empresarial
deverá ser seguido, ou não, de acordo com a avaliação do real potencial do
mercado. Podemos verificar isso em situações práticas.
3. Analisar a participação no mercado
Toda a actividade competitiva é norteada
por um posicionamento frente ao mercado de actuação. Assim sendo, a
concorrência é muito forte e influenciadora das definições e estratégias a
serem tomadas. Com isso, toda empresa, produto ou serviço acaba criando um
market share, ou seja, uma participação de mercado diante da sua actuação.
Esta participação pode ser apresentada diante de diferentes aspectos
como: uma empresa possuir uma alto market share de sua marca, um médio de seu
produto e um baixo em termos de valor de comercialização – preço.
Assim, verificamos que dividir o mercado
e possuir uma participação forte requer da organização um equilíbrio em sua actuação
para apresentar todos os possíveis elementos participativos do processo de
forma equacionada, pois assim, o empreendimento conseguirá, diante de seu
desenvolvimento, atingir patamares positivos e altamente competitivos,
conquistando portanto a tão sonhada vantagem competitiva.
4. Analisar as fases da venda
Como sabemos, venda é um processo que ao
longo dos anos vêm recebendo inúmeras atribuições, as quais a tornaram
altamente qualificada, com aspectos mais fortes e com bases coerentes e
participativas, que mudaram a forma de agir, pois os profissionais envolvidos, actualmente
necessitam possuir uma estrutura e um preparo pessoal altamente
qualificado. Vender, como muitos especialistas dizem, é e sempre será a
mesma coisa – por definição (dicionário):“v. 1. Tr. dir. Alienar (um objeto)
mediante certo preço; trocar por dinheiro. 2. Tr. dir. Negociar em. 3. Intr.
Exercer a profissão de vendedor. 4. Tr. dir. Sacrificar por dinheiro ou por
interesse. 5. Pron. Ceder a sua própria liberdade por certo preço; deixar-se
peitar para ceder ou fazer. 6. Pron. Bandear-se com um partido, atraiçoando o
seu ou desertando dele.” Mas como dito, este processo vêm
sofrendo alterações e as fases da venda podem ser divididas em três:
Pré-venda - “conhecer o perfil
do nosso cliente”, como suas expectativas e necessidades. Também, é preciso
conhecer a concorrência, analisar o mercado com muita eficiência e identificar
sempre as oportunidades.
Venda - quatro momentos
consecutivos: a abordagem do cliente, a apresentação do produto/serviço, a
negociação e por fim a concretização desta negociação.
Pós-venda - busca-se a manutenção, que
também é chamada de fidelização, ou seja, a conquista definitiva do cliente.
Estas três fases são importantíssimas em
uma análise, a prática de cada uma delas faz parte de um processo que deve ser
levado muito a sério, principalmente a primeira e a última, que são esquecidas
com muita frequência. O elaborar das abordagens e praticar o sistema de
pós-venda são essenciais no mercado competitivo de hoje. Empresas que deixam de
realizar este tipo de acção, perdem inúmeras vantagens de acção além de não
contar com um comprometimento do cliente, que facilmente poderá migrar para a
concorrência.
5. Realizar o benchmarking
Esta é uma das práticas mais comuns e
fortes entre as organizações de todo o mundo. Realizar o benchmarking é
importante para as bases das definições estratégicas, visto que a análise da
concorrência faz parte de um processo contínuo, pois além de monitorar as
mudanças do mercado, devemos estar atentos às acções e posicionamentos tomados
pelos concorrentes, pois estes estarão influenciando directamente nas futuras
decisões e postura que deverão ser tomadas diante do mercado.
Esta “espionagem” é muito forte, e é
praticada de forma sequencial pelas organizações, que ao possuírem informações
importantes de mercado e possíveis campos de acção à serem descobertos
podem lançar ou mesmo adaptar produtos e serviços antes da concorrência. Assim,
poderão ser criadas vantagens competitivas, pois o primeiro sempre
será lembrado, já os demais serão apenas copiadores de uma estratégia bem
sucedida. Portanto, monitorar a concorrência sempre será importante.
Conhecer, avaliar, dissecar e readaptar estratégias de sucesso, são passos fundamentais
e poderão trazer excelentes resultados organizacionais e empresariais.
6. Potencializar a entrada de um novo produto
Já analisamos até aqui inúmeros pontos
das acções de marketing, porém há ainda a análise de potencialização de entrada
de um novo produto e/ou serviço ao mercado, a qual requer a tomada de inúmeras
decisões antes da entrada de um novo conceito ao mercado. Estudos de consumo
devem ser realizados de forma contundente, pois serão neles que aspectos
positivos e negativos serão evidenciados, o que faz com que o novo seja ou não
posicionado e lançado junto ao mercado. Todas as fases que norteiam algo
novo devem passar por estudos preliminares e em regiões distintas de nosso
país, para que assim a decisão seja tomada de maneira fundamentada.
Assim, com dados concretos e avaliações
realizadas por levantamentos extraídos junto aos consumidores potenciais do
produto/serviço é que serão realizadas as decisões mais importantes: onde
lançar? Quais as praças potenciais? Que público será atingido além das
definições estabelecidas? Quais as políticas de comercialização? Qual o melhor
sistema de logística? Qual será a amplitude das acções? ... e estas são apenas
algumas questões que precisarão ser respondidas para que o processo seja
realizado de forma eficiente e eficaz.
Mesmo com todo este processo o resultado
pode ser um desastre, as falhas poderão ocorrer em meio as etapas, e com isso,
o mercado consumidor não reagir como esperado ocasionando um reestruturar de acções
emergencial. Inúmeros são os cases deste tipo de acontecimento negativo, e por
isso ao introduzir algo novo, quanto mais fases e etapas do processo forem
realizadas, menores serão as margens de risco e prejuízo.
7. Realizar previsões de curto e longo prazo
Toda organização deve possuir em seu
sistema anual de trabalho, definições das actuações a serem realizadas durante
o período. Estas deverão ser realizadas ou a curto prazo, quando a empresa
necessitar de resultados rápidos ou a longo prazo, quando este trabalho for
desenvolvido no decorrer dos meses, com acções pré-determinadas e análises
constante dos acontecimentos. A definição do período é necessária para
as delimitações estratégicas. Todos os planos, sejam eles de Marketing ou não,
são regrados de forma a serem executados dentro de um parâmetro de tempo.
Esta atmosfera criada, serve para que
cada passo seja realizado de forma consciente e dentro de uma cronologia.
Como dito, toda acção deve ser baseada em premissas e regras de actuação,
para que assim ocorram os resultados esperados e as avaliações necessárias,
pois todo processo deve possuir um início, desenvolvimento e por fim um
encerramento, pois as conclusões só poderão ser realizadas a partir de
elementos ocorrido durante todo o processo.
8. Realizar as definições dos objectivos empresariais
8. Realizar as definições dos objectivos empresariais
As linhas mestras de todo processo
empresarial, passam pela definição clara dos objectivos a serem alcançados
dentro de um cronograma de tempo. Toda estratégia deve ser norteada por bases
elucidadas em premissas previamente definidas, de modo que, todos aqueles
profissionais que estiverem envolvidos no processo, saibam o que estão buscando
e os resultados que deverão alcançar. A definição dos objectivos, pode
ser realizada e adequada de acordo com os acontecimentos históricos da organização.
Estes poderão ser divididos em primário,
ou seja, aquele que deverá ser buscado de forma principal, o que é de suma
importância possuir como resultado. E outros objectivos, classificados como
secundários, aqueles que serão relacionados de forma que, com a execução de
todo processo de acção em seu desenvolvimento poderão ser alcançados em cada
etapa concluída. Assim, os objectivos podem se adequar a inúmeras
situações, desde os organizacionais, empresariais, de marketing, financeiros, económicos,
de resultado. A única certeza é, todos os processos e projectos deverão possuir
em sua constituição as linhas que elucidarão os resultados pretendidos por
aqueles que, estrategicamente, o definiram.
9. Estudar e analisar as tendências dos
negócios empresariais
Constantemente, surgem as mais diversas
oportunidades de acção no mercado, são novas tecnologias e necessidades dos
consumidores, entre outras ideias, que tornam-se excelentes oportunidades de
negócios. Por isso, todo profissional envolvido em decisões estratégicas deve
estar consciente dessas questões e assim analisar as tendências de
empreendimentos. Questões como possibilidades de aquisições, fusões,
aperfeiçoamentos, contratações, novas soluções, avanços tecnológicos, entre
tantas outras que proporcionam a organização crescimentos substanciais, novas
perspectivas de trabalho, agilidade no processo, qualidade no produto final e
outros benefícios que são gerados por situações surgidas no mercado.
CONCLUSÃO
Ao longo deste artigo, buscou-se verificar, evidenciar
e exemplificar actividades comuns dentro das acções de Marketing, o que
demonstra a amplitude de um processo decisório e não apenas a relação criada
entre a prática do marketing e a venda. Como já apresentado em outras
situações, o marketing possui inúmeras ferramentas e possibilidades de trabalho,
que o tornam uma actividade extremamente importante e muitas vezes vital para
uma organização, pois é este sector com seus profissionais, que estarão a todo
instante dedicados na realização de estudos e análises, que servirão de bases
para decisões estratégicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Thiago Cabrino: As actividades do Marketing. Disponivel
em: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/9%20atividades%20do%20marketing.htm.
Acesso aos 6 de Outubro de 2016.
Andreassi, Tales. (2007).
Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson Learning.
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