experiências familiares
Introdução
Hoje em dia são vários os
problemas que afectam as nossas famílias entre os quais destacamos a droga, o
alcoolismo, a prostituição, e a delinquência. Face a esses problemas sociais,
as crianças são, provavelmente as que mais sofrem, tendo em conta as
dificuldades dos pais em acompanhar os filhos no seu desenvolvimento
psicossocial.
A família considerada como a
célula da sociedade torna-se a primeira responsável pela educação das crianças
e a principal interessada no seu bem-estar, deve vendo tomar parte activa no
desenvolvimento psicossocial daquelas e conduzi-las para melhor integrar na
sociedade.
No entanto como é sabido a
socialização das crianças não é uma tarefa exclusiva das famílias. Há um
envolvimento do Estado bem como das organizações da sociedade civil que em
colaboração com as famílias podem contribuir para o desenvolvimento
psicossocial das mesmas. Segundo Oliveira (1955), a socialização não acontece
por mero acaso, há todo um processo que se inicia no seio da família e
posteriormente alarga-se para fora dela. Esse processo deve ser conduzido de
modo que as crianças ao fazerem parte de novos grupos sociais adquiram e
incorporem os padrões do meio onde quer que se encontram.
Na sociedade actual, as
crianças frequentam creches e jardim-de-infância cada vez mais cedo, que são as
duas instituições que ocupam cada vez mais o lugar de privilégio no processo de
socialização das crianças. Neste caso, ao jardim-de-infância cabe desempenhar o
seu papel de agente socializador da criança fora do seu meio familiar e estar
preparado para atender prontamente as crianças que viveram ou vivem, em
condições sociais e económicas difíceis, diminuindo a probabilidade de elas
virem a ser mal sucedidas futuramente no plano emocional, afectivo e educativo.
No presente trabalho,
pretendemos compreender a problemática do desenvolvimento psicossocial das
crianças, no seio familiar e em outros meios sociais.
Factores que
Influenciam o Desenvolvimento da Criança
Exposta a questão da
compreensão de desenvolvimento psicossocial, para uma compreensão integral
desse processo, é necessário ver os factores que estão na origem desse
desenvolvimento. Em Bento e Monteiro os factores influenciadores no desenvolvimento
psicossocial de um ser Humano, são do tipo biológico, sociopsicológico e
cultural.
Hereditariedade: Segundo Bento (2004) a abrange todas as
influências biológicogeneticas transmitidas dos pais ás células que se fundem
para formar o novo ser. Ainda na mesma linha de pensamento este autor
afirma-nos que a hereditariedade consiste na herança individual que cada
criança recebe de seus pais ao ser concebida.
Maturação Neuropsicologica: É considerada um outro factor importante
que influi no desenvolvimento psicossocial. Ela se refere às mudanças
determinadas internamente, tais como o tamanho do corpo, desenvolvimento dos órgãos,
desenvolvimento de habilidade de arrastar-se, andar, correr, agarrar.
Factores Sociais: (Família, Escola, Grupo social, Comunidade
Cultura.) Segundo Sousa (2008) a família desempenha um papel determinante nos
primeiros anos de vida da criança. Todavia, o seu papel é insubstituível, neste
sentido os valores e os conhecimentos adquiridos no núcleo familiar ajudam a
criança a saber actuar e interiorizar os comportamentos cívicos de modo a
preparar-se para viver e participar na sociedade a que pertence. Ela é
considerada como primeiro contexto de socialização, o contexto em que a criança
interage e participa de for ma quotidiana, onde recebem as primeiras
influencias para avançar na construção de seu desenvolvimento social e pessoal.
Ainda na perspectiva do mesmo autor a partir do nascimento, a criança é
inserida num contexto familiar que torna responsável pelos cuidados físicos,
pelo desenvolvimento psicológico, emocional, moral e cultural desta criança na
sociedade. É a partir da família que a criança estabelece a ligação emocional
próxima, intensa e duradoura sendo crucial para a socialização (revista Iber
americana 1681).
Segundo a abordagem ecológica
de Bronfenbrener (1979), para melhor compreendermos o desenvolvimento, devemos
estudar a criança no contexto múltiplo ou seja devemos ter em conta os vários
ambientes ou sistemas ecológicos nos quais ela se desenvolve. Por sua vez a
teoria Ecológica, citado por Spodek (1998), designa esses ambientes como a
família, a escola, a comunidade e a cultura, alegando de que são elementos
interdependentes e influenciam mutuamente. Deste modo vê-se que o
desenvolvimento da criança não pode ser realizado unicamente pelo grupo
familiar, pela escola, pelo grupo social, pela comunidade ou pela cultura
individualmente, mais sim sendo ela um processo está constantemente
influenciada por um conjunto de factores.
Afinal, juntos a escola e a família são responsáveis pela formação do indivíduo.
Afinal, juntos a escola e a família são responsáveis pela formação do indivíduo.
Não se pode valorizar a escola
em oposição à educação familiar e vice-versa. Nesta mesma linha, a escola
também não deve ser vista isolada da comunidade, sendo ela, uma das
responsáveis pela transformação dos indivíduos.
Com efeito, a criança quando
entra na escola, possui já uma bagagem cultural transmitida e aprendida no seio
da comunidade em harmonia com a família e o grupo social. Pimenta (1999) na
perspectiva de Hobbs e Colab ‘1984 as famílias constituem o elemento
fundamental no desenvolvimento de crianças saudáveis, competentes e
responsáveis afinal, elas só conseguem exercer melhor as suas funções se
tiverem o apoio forte e responsável da comunidade, pois esta fornece os
suplementos formais e informais aos recursos da família. Partindo da ideia de Pimenta
(1999), podemos afirmar que a escola não deve ignorar a comunidade específica
que a rodeia, caso contrário a escola instala-se como um corpo estranho no seio
da mesma e não cumpre o seu papel de educadora possuindo o seu estatuto próprio
e regendo-se por determinadas normas sociais poderá que contrariar os valores
que vigoram na própria comunidade onde se instalou.
Relação Escola e
Cultura
Ao entrar na escola a criança
encontra uma cultura diferente da cultura da casa, se atendermos ao que diz
Pimenta (1999) quando afirma que a escola, enquanto instituição, possui uma
cultura específica, onde o aluno vai encontrar um conjunto de hábitos, costumes
valores e conhecimentos que uma vez complementam o que já possui e ainda depara
com outros que desconhecem onde sentem a necessidade de estabelecer uma ligação
com os quais já tinham aprendido. Para este autor a escola deve aproveitar a
bagagem cultural das crianças que lhe são confiadas, transmitindo afecto, valoriza-las
e imprimir uma nova dinâmica que irá acelerar e integrar, de modo equilibrado
permitindo o seu desenvolvimento psicossocial. Para que se efective processo de
desenvolvimento psicossocial, a cultura da escola deve tocar a criança como
sujeito social e histórico, ou seja, inserida numa sociedade, o que irá
marca-la profundamente.
Se esses factores de
desenvolvimento psicossocial forem trabalhados em conjunto consegue-se abranger
as mais importantes áreas de referência da criança. Todos são considerados como
ambiente de formação e compartilhamento, e o (segundo como o elemento
primordial na formação do individuo, pois é o núcleo mais particular e onde a
criança aprende as regras básicas e os valores. (htt// www.webartigos. com
consultada a 26/07/10)
Os educadores não só mantém
com elas (as crianças) uma relação formativa no sentido de aquisição de novas
aprendizagens sociais, como também é formativa a nível mais profundo pelo facto
de afectar o desenvolvimento da própria capacidade de se relacionar de integrar
a imagem social e a própria exigência do meio. Zabalza (1992)
Relações entre
grupos sua Importância no Desenvolvimento da Criança
O jardim-de-infância é o
espaço onde a relação da criança em grupo acontece de forma mais sistemática,
contínua e intencional. Segundo Bento (2004) a criança necessita do outro para
o seu desenvolvimento e aprendizagem é, através das interacções com o grupo que
ela desenvolve e socializa, experimenta a cooperação, a amizade, a aceitação
respeito. Por outro lado, Schaffer (2004) considera que as relações entre
grupos de pares assumem para o desenvolvimento duas formas: social e
intelectual. Parte do princípio de que a primeira tarefa básica da infância é
estabelecer um sentido de identidade. Diz também que o auto conceito é
primeiramente construído no contexto de relações de inicio com os pais e em
seguida, cada vez mais com os pares.
Tendo em conta a idade das
crianças do pré-escolar, considera-se importante, as formas como elas se
relacionam umas com as outras pois isso condiciona a maneira como elas se vão
sentir valorizadas pelos colegas.
Conclusão
Ao chegar ao fim este trabalho
consideramos uma primeira caminhada de um tema muito complexo que exigiu muito
esforço para a concretização de forma resumida.
As crianças nos primeiros anos
de vida necessitam de alguns cuidados para poderem desenvolver-se precisam ser
estimuladas desde muito cedo. Também necessitam crescer em espaços onde se
sentem seguras e que tudo que se encontra ao redor lhes oferece segurança, amor
e carrinho para um bom desenvolvimento psicossocial das mesmas.
Neste contexto, o seio
familiar, o jardim – de – infância e outras instituições sociais desempenham
uma tarefa super importante pelo qual moldam o carácter da criança de hoje, bem
como o perfil do adulto de amanhã.
Referências Bibliográficas
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Oliveira
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Artur Monteiro (2004) Um novo olhar
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