O PAPEL DAS FLORESTAS


INTRODUÇÃO

 

Uma das principais preocupações do sector que se abastece de florestas plantadas é o equilíbrio ambiental entre as áreas de produção, reservas naturais e as áreas de preservação permanente. As florestas cultivadas em consorciação com reservas nativas, além de possibilitar a diversidade da flora e fauna e proteger os recursos abióticos, permitem assegurar a manutenção das próprias plantações florestais que constituem o seu recurso económico e renovável.

O PAPEL DAS FLORESTAS

 

                O sector florestal brasileiro tem como função induzir o desenvolvimento sócio económico do país, e contribuir para a manutenção de um alto nível da biodiversidade e de equilíbrio ambiental. Estudos indicam que podem ser especificadas várias funções do sector de base florestal, como as que seguem:

* função indutora para o desenvolvimento económico:  para o cumprimento desta função, é de pleno reconhecimento que o manejo e a utilização correcta das florestas brasileiras contribuem para o desenvolvimento económico do nosso país. A actividade de base florestal será realmente indutora de desenvolvimento se, além de gerar produtos sólidos para a construção civil e movelaria, fibras para papéis e embalagens, produtos químicos, alimentícios e energéticos, esses bens e serviços forem produzidos de forma sustentável e com o menor impacto possível sobre o ambiente.

* função estimuladora do desenvolvimento social:  envolve questões complexas e bastante carentes de recursos financeiros e humanos. São temas de grande relevância e diversidade regional, envolvendo pequenas propriedades, extractivistas, e comunidades dependentes-de-sistemas-naturais. Além destes aspectos mais evidentes, são também temas sociais o aumento da produtividade do trabalhador florestal, o refinamento para maior mobilidade e ascensão profissional, a educação ambiental para a promoção de uma consciência conservacionista e voltada para o uso racional dos recursos escassos e substituição de fontes não renováveis, energia e matéria-prima;

* função contributiva para a manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ambiental: esta função existe principalmente se atividades de pesquisa e investigação científica forem mantidas pela sociedade. A criação de reservas e áreas de preservação, com embasamento em planos de zoneamento ecológico-econômico demandam grande esforço de pesquisa e, maior ainda, será o esforço requerido quando forem implantadas as ações de monitoramento que essas áreas de proteção exigirão.

               A base florestal brasileira contempla florestas naturais e plantadas. Da área total do território nacional, cerca de 66% são cobertos por florestas naturais, 0,5% por florestas plantadas e o restante (33,5%) por outros usos, tais como: agricultura, pecuária, áreas-urbanas-e-infra-estrutura,-dentre-outros. A composição da floresta natural é dada pelas florestas densas, florestas abertas-e-outras-formas-de-vegetação-natural. É de pleno conhecimento que por apresentar um melhor potencial econômico, as florestas densas são as mais utilizadas pelas indústrias de processamento mecânico.
 Informes técnicos indicam que estima-se que as florestas densas totalizam 412 milhões de hectares. Entretanto, desse total, somente 245 milhões de hectares são considerados efetivamente disponíveis. As áreas restantes são compostas por florestas de domínio público e de preservação permanente. Do total da área efetivamente disponível, cerca de 61% estão concentrados em apenas três Estados da Região Norte do Brasil (Amazonas, Pará-e-Mato-Grosso).


 

PAPEL DAS FLORESTAS NO EQUILÍBRIO AMBIENTAL

 

Temos noção da grandeza do incontável número de astros que com a Terra povoam o universo. Em semelhante dimensão sabemos que existem inúmeros seres vivos na Terra além de nós seres humanos, mas também aqui temos apenas uma vaga noção da grandeza deste número.  Alguns falam que na Terra existem aproximadamente 10 milhões de espécies diferentes, já outros arriscam 50 milhões, mas conhecidas até hoje são apenas 1,5 milhão. A variedade dos seres vivos do nosso planeta é expressa pelo termo diversidade biológica ou biodiversidade. Essa variedade se manifesta em todos os níveis de organização dos seres vivos, das células aos ecossistemas, e diz respeito a todas as espécies – as vegetais, as animais e os microorganismos.

A Biodiversidade terrestre é o resultado de bilhões de anos de evolução entre espécies convivendo em um complexo equilíbrio. Milhares de ciclos de milhares de espécies já vieram e se foram, resultando na composição de fauna, flora e microorganismos hoje existentes, que resistiram e se ajustaram às condições de mudança no ambiente terrestre.

Importância do Equilíbrio Natural

Muitas espécies de plantas e animais dependem diretamente da existência das florestas para se abrigar, reproduzir ou alimentar. Da mesma forma, algumas plantas dependem diretamente de animais ou insetos específicos para poder se reproduzir. Neste complexo e delicado equilíbrio natural, a extinção de determinadas espécies compromete a existência de muitas outras.

Nas florestas tropicais, o equilíbrio provém principalmente da diversidade de espécies. Água abundante, luminosidade intensa e temperaturas altas e estáveis, além de uma variedade de ocupação animal e vegetal, conferem ao ecossistema da floresta complexas interações entre fauna, flora e elementos não vivos. Vejamos alguns exemplos dessas interações:

 

Não é por acaso que as frutas são normalmente coloridas e saborosas. Várias delas dependem de animais herbívoros para dispersarem suas sementes. Estes as comem e, feita a digestão, defecam estas sementes já com um adubo natural. Todos saem ganhando : as plantas dispersam seus genes e, como “gratidão”, os animais ganham uma saborosa e nutritiva refeição.

Na floresta, existem plantas que exalam cheiros atraentes ou até mesmo simulam uma fêmea de algum animal com a função de atrair polinizadores, tais como abelhas, borboletas, mariposas, aves, entre outros. Suas formas, cheiros, tamanhos e cores variam de acordo com a espécie que as poliniza.

As Bromélias acumulam, em sua parte central, água e matéria orgânica que é decomposta e posteriormente absorvida por células especializadas, possibilitanto a absorção de nutrientes. A água retida em seu interior serve de habitat para vários organismos, como algas, protozoários, insetos e pequenos anfíbios.

 

 

MATA ATLÂNTICA

 

Se plantas de uma mesma espécie variam entre si apenas em função da altitude, é possível imaginar o que a diferença de pluviosidade, temperatura, fertilidade dos solos, relevo, iluminação e umidade, entre muitas outras, gera em termos de diversidade de flora, fauna e microorganismos.

A Mata Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Ao longo de todo sua extensão, apresenta uma variedade de formações que incluem florestas, restingas, mangues, florestas de altitude, praias, dunas, entre outros.

Assim, a Mata Atlântica está entre as florestas mais ricas do mundo em biodiversidade e também em endemismo, caso em que espécies ocorrem em apenas um ambiente. Na realidade suas espécies evoluíram de forma tão única que quatro entre dez de suas espécies de plantas existem apenas neste bioma. Além disso, está também entre as florestas mais ameaçadas do mundo, já tendo perdido 93% de sua cobertura original. Não é de se surpreender que a Conservation International, ao definir os 25 principais “hotspots” – ambientes mais ricos e mais ameaçados do planeta -, tenha colocado a Mata Atlântica entre os 5 principais.

O Cerrado

É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total. Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. 

O Bioma Cerrado é composto por diversos ecossistemas em seu domínio, sendo eles:

Cerrado (ecossistema);

Cerradão;

Campestre e;

Floresta de galeria.

Há também os ecossistemas de transição com os outros biomas que fazem limite com o Cerrado.

 

A AMAZÔNIA

 

A Amazônia é uma região natural da América do Sul, definida pela bacia do rio Amazonas e coberta em grande parte por floresta tropical - a Floresta Amazônica (também chamada de Floresta Equatorial da Amazônia ou Hiléia Amazônica) - a qual possui 60% de sua cobertura em território brasileiro. A bacia hidrográfica da Amazônia possui vários afluentes importantes tais como o rio Negro, Tapajós e Madeira, sendo que o rio principal é o Amazonas, que passa por outros países antes de adentrar em terras brasileiras. O rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes e estende-se por nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. É considerado o rio mais volumoso do mundo. A Floresta Amazônica é a floresta equatorial que forma a maior parte da Amazônia. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hiléia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.

A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de grande porte, como nas savanas. Entre as aves da copa estão os papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os morcegos, roedores, macacos e marsupiais.

No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da criação da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), em 1966.

É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do território, sendo o maior bioma terrestre do país.

Serviços das Florestas

Quando ligamos a torneira, dificilmente associamos que a nossa água provem de bacias hidrográficas protegidas e recarregadas pelas florestas ao seu redor. Quando estudamos a História do Brasil, a expansão dos ciclos econômicos do café e do açúcar, não somos ensinados que a qualidade dos solos que proporcionaram a expansão de nossa economia fora preservada e melhorada por nossas florestas, que rapidamente removemos e substituímos por plantações e pastos, muitos dos quais estão hoje abandonados.


IMPORTÂNCIA DAS FLORESTAS
 
                  Em conjunto com outras associações vegetais, a floresta encerra uma grande biodiversidade e garante o necessário equilíbrio ecológico. Por isso, ela é cada vez mais reconhecida como um espaço de importância fundamental para a manutenção dos valores naturais e para a melhoria da qualidade de vida das populações.
As florestas cobrem cerca de 30% da superfície terrestre. É nas florestas e noutros cobertos vegetais que se realiza a fotossíntese da qual depende a vida: produção de oxigénio a partir do dióxido de carbono. Elas são depositárias de dois quintos de todo o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres, sendo consideradas como “pulmões do mundo” ou “sumidouros de carbono”. Além da indispensável função fotossintética, as florestas desempenham papéis extremamente relevantes, quer a nível ecológico, quer económico e mesmo social. Entre inúmeras funções, elas:
 

- São fonte de bens como madeiras, combustíveis, alimentos e matérias-primas (ex. resina, celulose, cortiça, frutos, bagas);
- Têm funções de protecção do solo contra e erosão, de controlo do ciclo e da qualidade da água;
- Concentram a maior parte da biodiversidade terrestre, nomeadamente, de espécies vegetais e animais;
- Têm um elevado valor paisagístico e recreativo.

O ambiente nas florestas europeias

Na Europa é típica a existência de uma floresta mista: floresta de coníferas (ex. abetos e pinheiros) e floresta de árvores de folhas caducas (folha que cai sazonalmente). 
Mais comuns no Sul da Europa, as florestas de árvores de folhas caducas, são, de uma forma geral, de uma cor verde viva. Nelas existe mais variedade de espécies do que na floresta-de-coníferas.  Na floresta mista, sob as árvores (o estrato arbóreo) existem abetos, pinheiros, faias, carvalhos e outras espécies. Existe também um estrato arbustivo de buxos, zimbros e outros arbustos e árvores jovens. Mais junto ao solo surge o estrato herbáceo, de vegetação rasteira, e há ainda uma camada inferior, de musgos, líquenes e fungos. Tradicionalmente, existem animais de diversas espécies de caça grossa (corças, cervos) e caça miúda (texugos, lebres, roedores). São também habitadas por muitas aves e insectos, que aqui encontram alimentação abundante e abrigo.
O desenvolvimento da floresta é um processo que decorre muito lentamente, sendo necessário muito tempo para que se estabeleçam os equilíbrios fundamentais entre as diferentes espécies e o meio físico envolvente. O acelerado ritmo das actividades humanas e as agressões frequentes aos espaços florestais não é compatível com a lenta capacidade-de-resposta-dos-ecossistemas-florestais.  O importante património natural que a floresta integra, com enorme relevância do ponto de vista social, económico e ambiental, tem sofrido constantes pressões e ameaças que conduzem à sua progressiva degradação de destruição:

• Conversão para agricultura
• Fogos florestais
• Sobre-exploração da madeira
• Fragmentação por estradas
• Poluição atmosférica
• Alterações climáticas
• Introdução de espécies exóticas (plantas, fungos, etc.)


As florestas como “sumidouros” de carbono

Como foi referido, para além da importância no fornecimento de bens e serviços tradicionais como a madeira e outros, as florestas têm ainda um valor indirecto associado ao armazenamento ou absorção de carbono.

Explicando um pouco este fenómeno de armazenamento, a fotossíntese que ocorre nas plantas terrestres é responsável pela retenção de carbono atmosférico no material vegetal e, eventualmente, na matéria orgânica no solo. Logo, os ecossistemas com grande biomassa e com o solo pouco perturbado, como as florestas, retêm o carbono, sob a forma de dióxido de carbono (CO2) numa escala temporal muito maior, na ordem de décadas e séculos.

Contudo para absorver o carbono (CO2) que emitimos para a atmosfera, um dos gases responsáveis pelo Efeito de Estufa, seria necessário plantar uma média de 1000 árvores por pessoa e por ano, e se as novas florestas fossem cortadas e queimadas pelo Homem ou por fogos florestais, o CO2 removido seria emitido para a atmosfera, acelerando o aquecimento global do planeta.


Existem estimativas que apontam para uma capacidade das florestas europeias compensarem em 11% o CO2 que é emitido devido à queima de combustíveis fósseis, o que representaria quase o dobro das reduções de emissões a que a União Europeia se propõe ao abrigo do Protocolo de Quioto.
Em síntese, a quantidade de Gases com Efeito de Estufa (GEE) de um país é contabilizada através da soma dos poluentes (GEE) provenientes das chaminés das indústrias, dos escapes dos automóveis, das lixeiras e dos campos agrícolas, menos o total dos gases absorvidos pela vegetação, com ênfase nas florestas.
Este raciocínio tem levado muitos países a desenvolverem acções sob três linhas estratégicas simultâneas:

 Evitar os incêndios florestais, através da limpeza dos terrenos, proibição de fogueiras, mais cuidado com as queimadas com fins agrícolas ou de pastorícia, que nunca devem ser feitas de manhã, campanhas publicitárias que alertam para o risco de incêndio, mais guardas florestais em vigilância pelas florestas, mais e melhores meios de-combate-aos-incêndios; 
• Reflorestação, com plantação de novas árvores depois do corte das velhas, tratar as árvores contra seres vivos prejudiciais (doenças e pragas);
• Fazer uma exploração racional das florestas.

Recordamos que uma floresta demora dezenas e mesmo centenas de anos a formar-se. Quando destruímos uma floresta, estamos a destruir um ecossistema com uma tal biodiversidade, que importa fazer cada vez mais esforços no sentido de a defender como uma valiosa fonte de riqueza natural.

 
 

CONCLUSÃO

 

As florestas também têm uma função excelente de regular o clima, pois elas, pelo sistema da fotossíntese, absorvem o gás carbônico, que eliminamos com a respiração e aquele decorrente de inúmeras atividades humanas, que foram intensificadas no período pré-industrial e industrial. Recordamos que uma floresta demora dezenas e mesmo centenas de anos a formar-se. Quando destruímos uma floresta, estamos a destruir um ecossistema com uma tal biodiversidade, que importa fazer cada vez mais esforços no sentido de a defender como uma valiosa fonte de riqueza natural, e naquilo que é o equilíbrio ambiental.


 

 

BIBLIOGRAFIA