O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DA CRIANÇA DE O A 2 ANO NO BERÇÁRIO DA CRECHE
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DA CRIANÇA DE O A 2 ANO NO BERÇÁRIO DA
CRECHE
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM DA CRIANÇA DE O A 2
ANO NO
BERÇÁRIO DA
CRECHE15
Taciana Lúcia
Link Lindolfo 16
Gema Domitila
Bigaton17
Laerte
Feliciano de Jesus 18
Resumo: como e por que a criança, nesta fase etária
balbucia? Qual o significado da linguagem em cada cultura? Estas são
algumas questões da temática do balbuciar que pressupõe sua relevância para
compreensão do desenvolvimento infantil. Analisando o conceito do balbucio de 0
a 2 anos na Instituição de Educação Infantil, com abordazem em diversos
teóricos, busca-se conhecer como a práxis de observação é significativa ao
utilizar tais pressupostos. Neste artigo, analisamos os diálogos entre mãe e
educador com o bebê, e qual a aquisição da linguagem que se dá em sua forma
complexa e diversificada. Na finalização deste contexto observa-se um pouco da
trajetória profissional na tentativa de fornecer alguns subsídios que possam
auxiliar no desenvolvimento da criança de zero a dois anos. Para isso o mesmo
apóia-se em experiências do cotidiano das educadoras infantis e das
bibliografias citadas.
Palavras-chave: linguagem, desenvolvimento, bebê,
berçário.
5.1 - INTRODUÇÃO
Este artigo tem como objetivo analisar o desenvolvimento
da linguagem da criança de 0 a 2 anos no Berçário e Maternal I da Creche
Municipal Ivo da Silva Carvalho. Para atingir o objetivo esperado foram
observadas 05 crianças do berçário e maternal I acima citados. Tais observações
ocorreram sob o critério da faixa etária: criança A (5 meses); criança B (8
meses); criança C (1 ano); criança D (1 ano e 3 meses) e criança E (2 anos).
Para fundamentar as observações realizamos revisão bibliográfica de publicações
de autores como: Winnicott
Trabalho de conclusão de área da disciplina de
Linguagem, do Curso de licenciatura em
Pedagogia para educação infantil, Coordenadoria de
Educação á Distancia Universidade do Estado Mzo Grosso. UNEMAT, Núcleo
Pedagógico de São Félix do Araguaia/MT.
I IProfessora da Educação infantil do Município de
Santa Cruz do Xingu-MT, graduando em Pedagogia pelo curso de licenciatura em
Pedagogia para Educação Infantil pela Universidade do Estado de Mato
Grosso-UNEMAT. 12Professora da Educação Infantil do Município de Santa Cruz do
Xingu-MT, graduando em Pedagogia
Pelo curso de licenciatura em Pedagogia Infantil
pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
13 Professor orientador do curso de Licenciatura,
Professor Laerte Feliciano de Jesus, graduado em Biologia pela Universidade do
Estado de Mato Grosso — UNEMAT.
(1952); Lancan (1953); Stern (1953); Vigotsky
(1991) entre outros. Inicialmente os autores citados destacam a linguagem
verbal, oral e escrita que possibilita ao ser humano representar o real por
meio de signo, compreendendo que através do signo que as crianças se comunicam
no mundo do faz de conta que ela se constrói. Todo signo, como afirma Possari e
Neder (2002) que a linguagem verbal é uma das formas sociais de comunicação e
de significado, que ser diferenciadas demais por uma linguagem de sons,
articulada. Através das pesquisas feitas pelas leituras de livros e DVD
analisamos que o desenvolvimento da linguagem começa antes do nascimento, o
bebê responde a sons e sensações sentidas pelas mães. Este artigo estruturase
em três partes, na primeira parte definimos o conceito do desenvolvimento no
período gestacional, e na segunda o desenvolvimento da linguagem do balbucio. E
na terceira préverbal e pré-linguistico, que corresponde de a idade de 0 ao 2
anos. Considerando a possibilidades do desenvolvimento infantil nas diferentes
áreas cognitiva, psicológica, afetiva, social e psicomotora, que através do
balbuciar a criança se expressa a forma de como se reflete expressando
simbolicamente os seus desejos, medos e fantasias podendo analisar que alem de
estarem ligados intimamente no processo de desenvolvimento e a capacidade de
aprendizado do bebê.
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A finalidade deste trabalho é apresentar para os professores da educação infantil a importância do conhecimento do desenvolvimento do bebê, desde o nascimento, para proporcionar a qualidade da linguagem, levando-nos a refletir o uso da imaginação e criatividade além do sentimento da esfera emocional e afetiva, cognitivo e (psicomotora) que embora não pode ser observado e avaliado, que eles possam possibilitar o desenvolvimento qualificado das crianças na educação infantil.
5.2 - OS ASPECTOS INTERATIVOS DO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM DAS CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS
Segundo a obra de Winnicott (1952), ao nascer a
criança nada mais é do que um ser de muitas potencialidades no crescimento e
desenvolvimento. A principio o bebê é movido por impulsos instintivos e inatos
denominados de reflexo, que são respostas automáticas a estímulos específicos.
Estes vão se constituir em importante conquista para o desenvolvimento futuro
das crianças. Nas quatro primeiras semanas não existe para o bebê objeto
material ou ser humano. Para esse autor o recém-nascido encontra-se imerso num
mundo de impressões visuais, sonoras e táteis, não tendo consciência do
"eu".
Ele conhece os objetos porque reage a eles. Mas as
coisas são percebidas como se fosse uma continuação do seu corpo. Não existe
separação entre o corpo e o objeto. As atividades mais marcantes desta fase são
o sono, o choro, os movimentos e as primeiras manifestações sociais.
Partindo do pressuposto, da teoria da linguagem,
segundo Lacan (1953), Esse processo de linguagem começa antes de a criança
nascer. Ainda na fase gestacional, o bebê já é capaz de responder a sons e
sensações vivenciados pela mãe. Quando nasce, o bebê encontra um mundo de
linguagem, onde a mãe fala com ele e com as demais pessoas na presença dele.
Desta forma, quando o bebê começa a falar é com o outro que ele se refere,
dizendo; ele quer, o nenê gosta; em suas relações com os objetos e com o outro,
seja crianças ou adulto. Este processo é nomeado pelo autor como alienação. E
preciso alienar-se no desejo e nas palavras de outras pessoas para poder ter
existência simbólica.
Portanto, para esse autor, nessa linha de
pensamento, o bebê distingue a voz humana de outro som, em poucos dias após o
seu nascimento reconhece vozes e até mesmo o cheiro dos pais. Mesmo antes de
falar, aprende a se comunicar com gestos e interpretar expressão de felicidade,
tristeza e raiva. Tendo o seu eu como sujeito de seu enunciado. Primeiramente,
a linguagem vai habitá-la através das palavras que o envolve e após ele terá a
ilusão de domináIa. Também, será necessária a separação que desalienará o bebê
do saber e das palavras da mãe, para que ela tenha existência simbólica
própria. Os pais se admiram a cada vez, que tem a satisfação de acompanhar a
primeiras vocalizações do bebê, seus balbucios e fragmentos de enunciados,
reconhecendo parte de suas próprias falas.
Na argumentação do teórico, pressupôe-se que a
aquisição da lingua em é um fenômeno que se repete em cada ser e que na
convivência com a família, o bebê recebe a transmissão de uma língua, junto com
as normas, tradições e costumes da comunidade, do contexto cultural em que está
inserido. Nessa dimensão teórica o que se pode observar é a necessidade do
respeito que se deve à fase da criança e a individualidade de cada um, nesta
fase a internalizarão de conhecimento dos bebês começa a funcionar já nos
primeiros dias de vida. Trata-se daquilo que muitas mães já sabiam por
instinto. Eles sabem distinguir a voz humana de outros sons, reconhecem faces,
vozes e até o cheiro dos pais. O bebê consegue realizar conexões de causa e
efeito entre dois eventos de modo a prever ou controlar um terceiro, ou seja,
percebe que o movimento das pernas pode fazer balançar o móbile acima do berço
e repete o gesto com intenção de balançá-lo.
Diante dos pressupostos abordados, verifica-se
certa coerência na contextualização da criança nos primeiros anos de vida. Os
autores pressupõem, numa mesma linha de pensamento, que o bebê desde a fase
gestacional aprende a linguagem dos que com ele convive. E, portanto a partir
da linguagem que ele começa a conhecer é que ele irá fundamentar sua própria
aprendizagem na aquisição da linguagem.
Para tanto, Souza reafirma essa parafrasearão sob
algum aspecto:
A criança quando se sente amada, valorizada e
respeitada, adquire autonomia, confiança e aprende a amar, desenvolvendo o
sentimento de autovalorização e a importância da interação. Sendo assim, a
criança terá maiores condições de aprender. (1994)
A opinião que a bebê vai fazer de si mesma esta
relacionada com sua capacidade, para aprendizagem e seu rendimento. O autoconceito
se desenvolve, desde muito cedo, na relação da criança com outros. Os pais
atuam como espelhos, que desenvolve determinada imagem para o filho.
Desenvolvendo forte vínculo de amor e essência humana, em matéria de
sentimento. É importante a construção sólida da auto-imagem nesta primeira
infância. Desde pequenos os bebês sentem o que desperta no adulto a sua volta.
Portanto, pais e educadores devem saber que não só o que falamos, mas todas as
nossas atitudes são observadas. Crianças aprendem muito com nossos exemplos, as
vezes mais do que com as próprias palavras.
Pode-se afirmar que a função que a linguagem cumpre
no desenvolvimento do ser humano é algo insubstituível, como coloca
Jerusalinskys: (2002, p.09
Se bem que a criança humana nasça com uma disposição
na sua aparelhagem orgânica, para funcionar no campo da linguagem, ela não
nasce com a linguagem pré-estabelecida. Ela nasce tanto com a disposição como
também com a necessidade imperiosa de funcionar nessa área. Não há nada no
organismo humano que venha a superar a função imprescindível que a linguagem
cumpre.
A relação do sujeito com a realidade acontece
geralmente mediada, pelo outro através da linguagem. Vigotsky (1991) considera
a linguagem como constituidora das funções mentais superiores, sendo que o
conhecimento é adquirido nas relações entre as pessoas, através da linguagem e
da interação social. Para o autor todas as atividades cognitivas básicas do
individuo, ocorrem de acordo com sua história social. Sendo assim, constrói-se
o desenvolvimento histórico-social, as habilidades cognitivas e as formas de
estruturar o pensamento da criança. Isso não ocorre por fatores congênitos,
todavia, por resultados das atividades praticadas de acordo com os hábitos
culturais em que a criança se desenvolve.
Nessa
perspectiva de construção social pode-se observar a seguinte conjectura:
O meio social em que a criança se desenvolve e a
história pessoal são fatores importantes que determina de como a criança vai
aprender a pensar. Através deste processo de desenvolvimento cognitivo, a
linguagem e determinante de como a criança vão aprender a pensar, uma vez que
formas avançadas de pensamento são transmitidas à criança através de palavras
(Murray Thomas, 1993).
Segundo Stern (1953), a interpretação, que dá as
primeiras palavras das crianças, é a pedra de toque de todas as teorias da
linguagem infantil, e o ponto em todas as principais tendências, das modernas
teorias de linguagem que se encontram e se entrecruzam. Para esse o autor, as
palavras não devem ser interpretadas no ponto de vista intelectualista, nem do
ponto de vista do afeto-cognitivo. Não compartilha, contudo, com o pressuposto
de Meumann onde afirma que as primeiras palavras são simples expressões das
emoções e do desejo das crianças.
No entanto, Stern, escusa-se a ir buscar as raízes
da história da genética dessa tendência. Para ele, essa não resulta de uma
evolução, a partir da orientação afetiva para o objeto no ato de apontar
(gestos ou primeira palavras), surge do nada e é responsável pelo nascimento do
significado. Ele ainda considera a linguagem da criança como produto do meio
ambiente, sendo a participação da criança passiva. O autor tem o cuidado em não
desmerecer o papel desempenhado por jogos de imitações no desenvolvimento da
linguagem. Fala ainda que o papel da atividade espontânea da criança com o
conceito de que a conquista de sua linguagem dá-se através de uma constante
interação de disposições internas que prepara a criança para a linguagem e para
as condições externas.
Como proposição do pensamento vigotskyano o autor
ainda afirma que: O desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem,
ou seja, pelos instrumentos lingüísticos do pensamento e pela experiência sócia
cultural da criança. Stern (p.390f112).
Nessa linha de pensamento, no contexto da discussão
de aquisição da linguagem, fazse necessário uma breve abordagem por Chomsky
(1976), onde a apreensão de uma linguagem específica requer a imersão, nessa
mesma língua, ou seja, a exposição passiva (ouvir os outros a falarem) e ativa
(interagir com eles). Se a tal, imersão ocorrer durante um determinado período
a criança tornar-se-á um falante competente. Fato esse em que o autor afirma
que as alterações no conhecimento da língua que ocorre durante um período de
aquisição da linguagem chamam desenvolvimento da linguagem.
Outros pressupostos retratam uma perspectiva
fundamental na construção e desenvolvimento dos sentidos da criança Tais
aspectos são indispensáveis no berçário, pois convergem no intuito de fornecer
novas práxis do cuidar e educar.
5.3 - OS QUATRO SENTIDOS NO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM
A audição é a escuta da comunicação oral e
entoação. A criança que apresenta problemas auditivos, não evolui para além do
balbucio sendo incapazes de escutar. O choro é a forma do bebê se comunicar e
chamar a atenção.
Possari e Neder (2001, p.31) afirmam que:
Uma das formas da dimensão humana da interação é a
acústica. Não o é apenas o falar que ouve, mas todas as formas acústicas, sons,
ruídos, barulhos que nos chegam ao ouvido. Esses sons são percebidos por nós
pelas suas propriedades de altura, timbre, intensidade e duração.
Outro fator importante é a visão — A criança se
comunica através do olhar, como pedido socorro ou mostrando carinho. Aspectos
não verbais da comunicação. Davis (1979,
p.68) demonstra que:
Imagine que você esteja sentada num lugar publico,
ao se levantar repara que alguém olha para você fixamente e que não se altera
quando você o encara também. E quase certo que você vai olhar rapidamente para
o outro lado e, em seguida, volta a olhar, para ver o outro continua a olhá-la
outras vezes para conferir. Se ainda persistir o olhar. Você poderá ter reaçöes
diferentes dependendo do que você sentiu naquela situação.
O outro sentido a se observar é o tato — transmite
sentimentos de segurança, tranqüilidade ou agressividade, através do tato, que
a criança se sentem segura, para começar a gatinhar e a conquistar a sua
liberdade de movimento, (Segundo Davis (1979, p. 135), o ato de se tocar,
significa um tipo especial de proximidade entre pessoas e contato com a pele ,
e o tato é a forma que o bebê explora o mundo, sabendo, assim aonde começa e
termina seu próprio corpo.
No olfato — a criança não tem classificação plena
dos cheiros. Não diferencia o desagradável do agradável, ela imita os gestos
dos adultos. Recebe a informação nem sempre consciente. Portanto em seus
pensamentos (Hall 1986), considera que ainda bem que não valorizarmos tanto os
cheiros para interagir, isso pode ter dado ao homem a grande capacidade de
suportar aglomerações.
5.3.1 - O desenvolvimento da linguagem das crianças através dos estágios
5.3.1.1 - Período
Pré-verbal - 0 aos 12 meses
O primeiro ano de vida do bebê representa um
período muito importante para o desenvolvimento sócio afetivo, ele deverá criar
autoconfiança nas suas competências comunicativas fornecendo-lhe bases sólidas
para o seu desenvolvimento lingüístico, embora durante este período possa não
ter ainda pronunciado uma única palavra. Este período chamase pré-verbal ou
pré-linguistico, caracteriza-se pelo lançamento das bases da comunicação entre
o bebê e os que o rodeiam, iniciando as vocalizações e desenvolvendo as capacidades
de diferenciar os sons da fala humana. Inclui a emissão de sons que não são
palavras, como choro, tagarelar, arrulhar e imitação de sons.
No decorrer do primeiro mês o choro altera-se
conforme as suas causas, como por exemplo: dor, fome, birra, solidão ou sono.
Abaixo constam os três tipos de choro.
Manha: é a grande arma do bebê para realizar a sua
vontade. Acontece nos momentos de birra, quando a criança sente ciúmes ou é
proibida de fazer algo (o choro mantém sempre o mesmo nível).
Fome/desconforto: o bebê chora quando sente fome,
frio, etc. (o choro aumenta de intensidade até a criança ficar satisfeita).
Dor: quando o bebê sente alguma dor (o choro é inconstante tendo gritos pelo
meio).
Para além do choro, o bebê emite ainda, sons
vegetativos — tosse, espirros, soluços, etc. Entre um mês e meio aos três meses
o bebê emite variados sons como expressão das suas emoções, chamados de
arrulhos ou gorgolejos e o riso.
Fechado: sorriso envergonhado, utilizado
normalmente quando a criança fica embaraçada ao receber uma crítica ou elogio.
Superior: sorriso social, quando a criança quer
apenas ser simpática, utilizado normalmente quando lhe contam uma história ou
quando é apresentada aos amigos dos pais. Largo: demonstração máxima de
felicidade, de divertimento, a criança dá uma gargalhada expressiva com som.
Dos três aos quatro meses o bebê emite mais e
variados sons, chamados chilreios e tagarelice. Por volta dos seis meses o bebê
torna-se repetitivo na Ia-la — ma-ma, pa-pa, etc.
Entre os sete e os dez meses surgem as inteirações
entre o bebê e os adultos.
Aos nove, dez meses o bebê imita os sons emitidos
pelos outros, mesmo que não se compreenda. Estes sons emitidos pelo bebê
começam a fazer parte de um repertório de sons base, desde que saiba como os
produzir e compreender, estão preparados para aprender a língua da sua cultura.
5. 3.12-12 A 24 MESES
A evolução da aquisição da linguagem no segundo ano
de vida é caracterizada por duas fases distintas, cada uma delas, aproximadamente,
com a duração de seis meses.
Na primeira fase (dos 12 aos 18 meses) a criança
repete palavras, mas ainda não consegue formar frases, utiliza apenas uma única
palavra para se expressar. Nesta idade a criança fala, em média com 50
palavras. Devido ao número limitado de palavras atribui à mesma palavra vários
significados. Esta é a denominada fase da holofrase. Nesta idade precoce as
holofrases são constituídas por bissílabos, e também reproduções aproximadas
dos sons produzidos animais (por exemplo: "au-au",
"miau-miau", "quá-quá", "piu-piu , mamã",
"papá"). Normalmente, já conseguem compreender o significado de
alguns verbos, tais como
"quero", "dar", "pegar"
Na segunda fase (dos 18 aos 24 meses) a criança a
começa construir pequenas frases, normalmente constituídas por substantivos,
alguns verbos, raros advérbios e adjetivo. Utiliza
-4 o seu
próprio nome, já consegue reconhecer partes do corpo em si e nos outros.
A aquisição de vocabulário parece muito lenta ate
aos 19 meses, a partir daí surgem muitas palavras novas por dia, nem os
próprios pais perecem saber como a criança aprendeu tantas coisas novas.
Os temas que abordam estão intimamente ligados ao
"seu mundo", tais como, as pessoas que lhe são mais próximas, os
objetos que fazem parte da sua rotina, os seus animais preferidos.
O aumento do vocabulário resulta da aquisição dos
traços semânticos. O bebê aprende o significado de uma palavra através da união
de várias características. Fixa-se num som, por exemplo, o som que produz certo
animal, como de um gato. Este animal chamar-se-á "miau" Gradualmente
a criança reconhecerá que o "miau" tem quatro patas, rabo comprido,
bigodes, pelo curto. Passo a passo a criança vai alterando o seu conceito até
se aproximar do conceito de "gato".
Segundo o autor Gardner (1991) diz que a inteligência
lingüística é a que mais se aproxima da concepção de inteligência da psicologia
tradicional. O ensino e a aprendizagem estão quase que totalmente baseados no
uso da linguagem e, sobretudo, nas palavras escritas. Ao mesmo tempo em que faz
estas observações, Gardner assinala um fato bastante curioso, baseado no qual
afasta totalmente a idéia de que essas pessoas são inteligentes e a média dos
seres humanos não é: o cientista Albert Einstein não começou a falar na época
em que normalmente todos os bebês começam a pronunciar as suas primeiras
palavras. Isso significa que cada um de nós tem certa competência lingüística,
que é a mais ampla e democraticamente na espécie humana. "O dom da
linguagem e universal e seu desenvolvimento nas crianças e surpreendentemente
constate em todas as culturas" (Howard
Gardner, id, p 25).
5.4 - Analise de dados
Através de observação, na creche Ivo da Silva
Carvalho num grupo de 18 crianças, sendo que selecionamos entre elas 05 com
idades diferentes e então analisamos as diferenças no desenvolvimento
lingüístico, sendo que eles possuem idades diferenciadas.
Quanto a criança A (5 meses) pudemos registrar as
seguintes observações:
Observamos que a criança já separa seu corpo dos
objetos externos e isto facilita a discriminação das características e funções
do objeto. Já consegue leva-lo até sua boca com a intenção de provocar
sensações táteis. Numa atividade em que ela (criança) viu em sua frente
diversos brinquedos de cores variadas ela preferiu aqueles que possuíam cores
mais vibrante. Porém constatou-se que rapidamente a atenção dessa criança se
dispersou. E isso ocorreu com todas as brincadeiras que fizemos.
Quando ela estava com seus colegas do grupo
percebemos que não se sentiu a vontade para dividir seus brinquedos. Ao contrário,
ficou nervosa e logo se isolou.
Constatamos então que nessa idade é oportuno dar ao
bebê objetos para o seu manuseio, aumentando seu repertório em relação ao
conhecimento, tendo o cuidado de apresentar objetos em pequenas quantidades,
para que ele possa reconhecer e distinguir significado. O bebê ainda não se
refere a eles com apoio de palavras, e sim com ações.
Vimos que o som que produz junto aos objetos ou
pessoas são apenas indícios e não significantes, pois a palavra faz parte de um
conjunto de ações que identifica objeto e eventos. Nessa fase os balbucios, são
apenas vocalizações combinadas entre consoantes e vogais, como "dá, dá,
dá" e "bá, bá, bá" que algumas vezes saem como se fossem fala
real. O bebê gasta mais tempo fazendo balbucios, quando esta sozinha; os sons
que produz têm entonação semelhante á fala. Responde todos os sons e barulhos
que são feitos em sua volta com gestos carinhosos (não balbucia).
"A brincadeira das crianças evolui mais nos
seis meses primeiros anos de vida do que em qualquer outra fase do
desenvolvimento humano e neste período, se estrutura de forma bem diferente de
como a compreenderam teóricos interessados na temática". (Brougére,
1998).
As
observações realizadas com a criança B nos forneceram os registros abaixo:
Vimos que a criança no oitavo mês, continua com os
balbucios, sempre evoluindo mais, observamos que ao ouvir o som da voz do
adulto e ver os movimentos de sua boca, intervenções dos adultos não podem ser
mecânicas, descontextualizadas, mas através de brincadeiras, para que o bebê
sinta prazer, e assim as experiências se tornam agradáveis e duradouras. Nessa
fase, o bebê já engatinha e se movimenta por todos os lados e responde a sons
com gestos e palmas geralmente repetindo os nossos gestos, e quando estão com fome
choram, faz birra, grita desesperadamente, se aclama quando é atendida. Neste
período, gosta de brincar sozinho, fazendo barulho, imitando sons diversos.
"A brincadeira é uma atividade que a criança
começa desde seu nascimento no âmbito familiar" (Kishimoto, 2002, p. 139).
As observações realizadas com a criança de 01 ano
renderam os seguintes dados Nessa fase eles já são capazes de entender ordens
simples, e é o momento de iniciar a colocação de limites. Neste período
ensinamos a ela as regras de usar o banheiro, fazer fila para ir ao refeitório,
segurar o copo, orienta como se alimentar sozinho, deixando ela próprio crie
sua maneira. A existência de limites claros e coerentes auxiliarem o bebê a se
'situar' trazendo uma sensação de segurança, mesmo quando aparentam discordar.
O adulto que convive com o bebê deverá ter a sensibilidade de dizer sim ou não
na hora certa. Nessa fase o bebê percebe que de seu corpo saem sons e também
que ele è capaz de repeti-los com balbucios e suas primeira palavras, que são
suas tentativas de expressão verbal. Sua repetição transforma-se numa
brincadeira, se incentivada pelo adulto. Pronuncia "a, a, a" para
pedir água, "mama" para mãe e "papa" para pai anda por
todos os lados. Ao ouvir musica, tenta dançar, imitando as imagens, levanta e
cai, brinca com objetos diferentes transformando-os em brincadeiras com simples
imaginação.
Segundo Benjamin, [1984:] 'a criança quer puxar
alguma coisa, torna-se cavalo, quer brincar com areia e tornar padeiro, quer
esconder-se se torna ladrão ou guarda e alguns instrumentos do brincar arcaico
desprezam toda a máscara imaginária [na época, possivelmente vinculados a
rituais]; a bola, o arco, a roda de penas e o papagaio, autênticos brinquedos,
tanto mais autênticos quanto menos o parecem ao adulto' [pp. 76-77]
Os dados abaixo referem-se a criança D de 01 ano e
três meses
Observamos o desenvolvimento, a fase de dozes meses
não significa grandes mudanças da fase anterior. As mudanças visíveis de
comportamento surgem por volta dos quinze/dezoito meses; Nesta fase, observamos
que surgem mudanças de transição, difere de crianças para crianças. Entretanto,
dos quinze aos vintes e quatro meses isso acontece e se revela na mudança da
postura para a posição ereta, ficando em pé e caminhando, na articulação de
palavras e nas realizações de ações sem ajuda do adulto. Neste período quer
explorar o mundo de modo novo. As primeiras palavras são difíceis de adivinhar
o que significa, por exemplo: "cabou" que quer dizer fome, e quando
quer repetir aponta para a cozinha, outras se expressa de maneira diferente,
cada um tem sua maneira de se comunicar.
A última criança observada está com 2 anos e a
partir destas observações obtivemos os dados abaixo descritos:
O processo do sentido de autonomia inicia-se por volta
desta idade, é um processo longo que atravessa várias fases da infância, sendo
que a pessoa poderá ser dependente ate a vida adulta; tudo vai depender do
tratamento que lhe é dado. Mesmo sem pretender que a criança dessa faixa etária
seja autônoma, as raízes do sentimento de autonomia começam a fluir quando ela
aprender a andar sozinha, a dizer o que quer e a explorar o mundo de modo
independente, e quando descobre que é capaz de iniciar suas próprias
atividades. Se o sentido de confiança for bem desenvolvido, ela mais facilmente
poderá romper com a dependência e decidir sobre suas pequenas ações.
Analisamos que o processo do sentido de autonomia é
lento, mesmo que a criança sente que é capaz de realizar algumas tarefas sem o
auxilio do adulto, continua dependente da mãe, gosta de ficar com ela, de
mostrar-lhe tudo o que faz, de obter sua aprovação ou reprovação, como se cada
ação desempenhada precisasse da avaliação materna ou de nos que auxiliamos para
essa construção. Isso demonstra uma inter-relação entre o sentido de confiança
e de autonomia que estão emergindo.
Também essa fase marca a relação da criança com
outras. Ela gosta de brincar com outras, embora as brincadeiras não sejam
compartilhadas, Dessa forma a criança também descobre que existe como pessoa. E
necessário criar, nessa fase, situações que levem ao fortalecimento da
individualização, pois só quando a criança sente-se individuo tem a
possibilidade de um relacionamento social mais consistente. Ela é
essencialmente egocêntrica, a maioria de seus relacionamentos é consigo mesma.
Nessa fase a criança está mais disposta a
experimentar e exercitar, sua energia motora é muito forte, esta constantemente
ativa, locomovesse andando, tentando correr, subir escadas com menos
dificuldade. Gosta de atirar objetos. Entretanto, nessa fase é sua capacidade
voluntária de largar e pegar que prevalece. Assim, por exemplo, consegue
empilhar mais objetos na torre. Essa capacidade de largar e pegar o brinquedo
facilita os jogos com bola, que nessa idade lhe proporcionam muito prazer.
Na hora das atividades, ela fica agitada e quer
fazer tudo de sua maneira, para desenhar ou pintar, move todo o braço. As mãos
ainda não têm muita agilidade nos pulsos; por isso sente dificuldade em pegar
nos objetos que é oferecido. A atividade motora é mais desenvolvida ao chegar
aos dois anos já é capaz de folhear a pagina uma revista, tirar os sapatos,
abrir um zíper e outras atividades que dependem de motricidade mais fina. Nessa
faixa etária o mundo da criança se expande rapidamente. Há um bom equilíbrio em
seu sistema de ação e isso lhe dá condições de participar de muitos jogos
infantis, individualmente ou na companhia de outras pessoas, tornando-se cada
vez mais sociável. Embora as brincadeiras ainda não sejam plenamente compartilhadas
entre crianças dessa fase, elas entreolham-se, trocam brinquedos, sorriem,
atiram objetos umas nas outras, gostam de estar juntas, mas desenvolvem
brincadeiras paralelas.
5.5 Considerações Finais
Conforme a analise feita constatamos que o bebê a
partir dos cinco meses venceu o desequilíbrio temporário. Passa a ser mais
expansivo e expressivo, reconhecendo as pessoas, sorrindo com mais facilidade e
espontaneidade. Que responde as caricias com alegria e balbuciadas. Busca com
as mãos iniciar as suas explorações agarrando objetos. Mantendo a cabeça
erguida apóia-se e se senta.
É importante ressaltar, que os estudos contribuem
para diferentes desenvolvimentos no âmbito infantil. O quanto os bebês conseguem
se desenvolver antes mesmo de primeiro ano de vida, a noção da fala, e
transmitir todo o processo vivido por ela no intervalo de zero a dois ano.
Verificamos que o educador deve valorizar as
seguintes considerações. Estando consciente que cada criança apresenta sua
individualidade, e todos os aspecto de desenvolvimento se tornam mais
específicos, a medida que ela amadurece. Os seus comportamentos são
características conforme sua idade. Ao se desenvolver, a bebê tem seu
comportamento diferenciado aumentado, não só em quantidade, mas também em
qualidade.
É digno de nota as idéias de Chomsky, Stern,
Vygostisky, Lacan, Winnicott, Ramos, que muito contribuíram para
aperfeiçoamento de nosso estudo. Esperamos que o referindo artigo possa
contribuir para apronfudamento de estudos relacionado à educação infantil
buscando novas respostas e conhecimento. Referências Bibliográficas
FARIAS Maria Cilvia Queiroz. Linguagem na Educação
Infantil. Fortaleza, SEDUC, 2003 pp. 10 -23.
VYGOTSKY, Liev Semiónovich. Pensamento e Linguagem.
3 0ed. S.Paulo; Martins Fontes, 1991.
NEDER, Maria Lucia Cavalli, Linguagens na Educação
Infantil I: Pensamento e
Linguagem/Maria L. Cavalli Neder, Lucia Helena. V.
Possari, Regina M. de Souza. Cuiabá: EdUFMT,2008.
NEDER, Maria Lucia Cavalli, Linguagens na Educação
Infantil II: pensamento e linguagem/Maria L.Cavalli Neder, Lucia H. Vendrusculo
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111 NÚCLEO DE
ESTUDOS: DINÂMICA E TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
V Seminário Temático: "Dinâmica e organização
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CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
GESTÃO E PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 1 e 11
EDUCAÇÃO INFANTIL, CIDADANIA E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A DINÂMICA DO TRABALHO E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
O PROJETO PEDAGÓGICO DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL