VIDA E OBRA DE ANAXIMANDRO, ANAXÍMENES, TALES DE MILETO

INTRODUÇÃO


O presente trabalho insere-se na abordagem da vida e obra de filósofos como Anaximandro, Anaxímenes e Tales de Mileto. Neste sentido é importante debruçar sobre as suas contribuições na Filosofia e noutros ramos do universo visto que de acordo as suas espectativas e contribuições sobressaiu-se a filosofia em diversos sentidos. Neste contexto a especificação de cada filósofo e as suas abordagens poderão estar inseridos no desenvolvimento do trabalho.




VIDA E OBRA DE ANAXIMANDRO, ANAXÍMENES, TALES DE MILETO

Vida e obra de Anaximandro

O filósofo, astrônomo grego e pré-socrático nasceu em 610 a.C em Mileto, actual Turquia, e faleceu em 547 a.C, na mesma região. Anaximandro foi discípulo de Tales, segundo filosofo da escola jónica, natural de Mileto. Foi geógrafo, matemático, astrónomo e político. Escreveu um livro, Sobre a natureza, que se perdeu. Autor do primeiro mapa da história e iniciador da astronomia. Afirmou que a origem de todas as coisas seria o Ápeiron, o infinito. O mundo se dissolveria nele também. É apenas um mundo dentre muitos. Ao contrário de Tales não deu à génese um carácter material. O apeíron é eterno e indivisível, infinito e indestrutível. O princípio é o fundamento da geração de todas as coisas, a ordem do mundo evoluiu do caos em virtude deste princípio. Supôs a geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens. Anaximandro imaginava a terra como um disco suspenso no ar. Diz-se também, que preveniu o povo de Esparta de um terramoto.

Vida

Filho de Praxíades e discípulo de Tales, 14 ou 24 anos mais jovem que o mestre, mas ambos morreram mais ou menos no mesmo ano. Nasceu na Cidade de Mileto em 610 a.e.c.. Segundo Diógenes Laércio, Anaximandro tinha 64 anos por ocasião da 58ª olimpíada (547 a.e.c.) e logo depois morreu, é possível fixar, que efectivamente faleceu cerca de 545 a.e.c. Esta informação coincide com  a de Hipólito sobre o nascimento no terceiro ano da 42ª olimpíada (610 a.e.c.).
Diodoro de Éfeso, ao escrever a respeito de Anaximandro, diz que [Empédocles] o imitava no gesto e no uso de vestes solenes". Como se sabe, Empédocles de Agrigento, da escola jónica nova, fora um filósofo festejado ao mesmo tempo como atleta olímpico. Sendo-lhe uma geração posterior, a comparação deve ser apenas de fundo histórico, por conta de quem a fez. Além disto, Anaximandro foi político, professor, administrador e construtor de relógios solares, há que diga que ele foi o inventor dos Gnômons (Relógios Solares), mas é uma teoria bastante discutível uma vez que os gregos adoptaram essa tecnologia além das doses horas do dia dos babilónicos. Mas de qualquer forma, foi Anaximandro quem introduziu os Gnômons na Grécia.

Obras

Anaximandro atribuiu construção de indicadores de horas para assinalar os solstícios e equinócios. Foi o primeiro a traçar os contornos da Terra e do mar, e a construir uma esfera celeste. Foi o autor da primeira obra filosófica grega; Anaximandro foi historicamente o primeiro a expor a teoria da evolução dos animais: o homem e todas as atuais espécies precedem de um ser marinho escamoso comum. Autor de quatro livros: Sobre a natureza, Perímetro da terra, Sobre as estrelas filhas e uma Esfera celeste.

Previsão de um terramoto

Fez a previsão de um terramoto. Anaximandro foi até Lacedemonia e aconselhou o exército espartano a abandonar a cidade, segundo testemunho de Cicero a cidade inteira foi destruída. A previsão do terramoto de Anaximandro deve ter acontecido pela experiência a respeito uma vez que Mileto estava dentro de uma zona sísmica.
A Tradição considera Anaximandro, antes de tudo, um filósofo, sucessor e discípulo de Tales, cuja filosofia devemos interpretar como um desenvolvimento interno do racionalismo de seu mestre. Anaximandro desenvolveu, como crítica a filosofia de Tales, as idéias filosóficas seguintes:
a) O ápeiron. Segundo as fontes procedentes de Teofrasto, Anaximandro havia afirmado que o principio de todas as coisas existentes não é nenhum de os denominados elementos (água, ar, terra, fogo), se não alguma outra natureza ápeiron [indefinido o infinito]; 
b) O cosmos. Do centro do ápeiron eterno se agrega espécies de elementos, sem determinações, principalmente sem qualidades contrárias. Este cosmos é dinâmico e temporal que tem sua origem e seu fim no ápeiron.
c) A diversidade de mundos. Todas as fontes procedentes de Teofrasto (Simplicio, Hipólito e Ps. Plutarco) atribuem a Anaximandro ideia de mundos infinitos (simultâneos e sucessivos).

Doutrinas

Ápeiron - É o infinito na qualidade e na quantidade. O ápeiron não surgiu de nada, mas existe e não tem fim. E justamente por ser infinito em extensão e profundidade pode gerar todas as coisas. Muitos identificam esse infinito com o divino, pois é imortal e não pode ser destruído. Aqui a imortalidade não é somente algo que não tem fim, mas também algo que não tem começo. Neste ponto Anaximandro destrói as bases das crenças nos deuses gregos. Estes não tinham fim, mas tinha começo, eles nascem em um determinado tempo. O ápeiron era a realidade inicial e final de todas as coisas e por consequência continha em si toda a natureza divina.

O mapa

Anaximandro foi o primeiro a definir um perímetro da terra e do mar. Além de construir um mapa da terra habitada, que foi aperfeiçoada posteriormente por Hecateo de Mileto. Seu mapa-múndi foi um desenho circular, em que as regiões conhecidas (Ásia e Europa) formavam segmentos aproximadamente iguais e todo ele rodeado pelo oceano. Os conhecimentos geográficos de Anaximandro se baseavam nas notícias de navegantes que seriam abundantes e variadas em Mileto, centro comercial e de colonização.

O universo de Anaximandro

Anaximandro considerava que a Terra tinha o formato de um cilindro e que era circundada por várias rodas cósmicas, imensas e cheias de fogo.
O Sol era um furo, numa dessas rodas cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa roda girava, o Sol também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra. Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo.
A mesma explicação era dada para as fases da Lua, que também era um furo em outra roda cósmica. E finalmente, as estrelas eram pequenos furos em uma terceira roda cósmica, que se situava mais perto da Terra, do que as rodas do Sol e da Lua.
"Anaximandro, representa a passagem da simples designação de uma substância como princípio da natureza para uma ideia desta, mais aguda e profunda, que já aponta para os traços que irão caracterizá-la em toda a filosofia pré-socrática." (Julian Marías, 'História da Filosofia', Martins Fontes, 1ª edição, 2004, pg.17)

Cosmos

Em seu livro - Física, o pensador Simplício nos relata: "Dentre os que afirmam que há um só princípio, móvel e ilimitado, Anaximandro, filho de Praxíades, de Mileto, sucessor e discípulo de Tales, disse que o apeiron (ilimitado) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a água nem algum dos chamados elementos, mas alguma natureza diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos. É  manifesto que, observando a transformação recíproca dos quatro elementos, não achou apropriado fixar um destes como substrato, mas algo diferente, fora estes. Não atribui então a geração ao elemento em mudança, mas à separação dos contrários por causa do eterno movimento."
Para Anaximandro, o Universo era eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiu antes do nosso. Após sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial (o a-peiron) e posteriormente outros mundos tornaram a nascer.
Anaximandro, contudo, não acreditava em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação, evolução e destruição eram fenómenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a matéria abandonava e se separava do apeiron. O apeiron era a realidade primordial e final de todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio.
Tudo o que existe, somente existe em função de uma emancipação do ser eterno e, portanto ao se separar deste, é digno de castigo.

Principais fragmentos

I “... Nosso mundo é um dos muitos mundos que surgem de alguma coisa e se dissolvem no infinito...”.
II “...O que vem antes e depois do finito, tende a ser infinito...”.
III “... As estrelas são porções comprimidas de ar, com a forma de rodas cheias de fogo, e emitem chamas a partir de pequenas aberturas ...''.
IV ”... O Sol é um círculo vinte e oito vezes maior que a Terra; é como uma roda de carruagem, cujo aro é côncavo e cheio de fogo, que brilha em certos pontos de abertura como os bicos dos foles...''.
V “... O ilimitado é eterno...”
VI “... O ilimitado é imortal e indissolúvel...”

VIDA E OBRA DE ANAXÍMENES

Filósofo grego pré-socrático
 585 a. C., Mileto (na atual Turquia)
524 a. C., Mileto (na atual Turquia)
Terceiro e último representante da Escola de Mileto, Anaxímenes nasceu nessa mesma cidade, provavelmente em 585 a. C., e aí teria morrido em 524 a.C. Não existe certeza absoluta quanto às datas. Foi amigo e discípulo de Anaximandro. Diógenes Laércio - historiador e biógrafo de antigos filósofos gregos - diz que ele escreveu um livro, "Sobre a natureza", em dialeto jônico, num estilo simples e conciso.
Mileto foi uma importante cidade da Ásia Menor, no sul da Jônia, fragilizada pelos conflitos de ordem política. Conquistada pelos lídios, acabou sendo parcialmente destruída pelos persas. Mileto teria conhecido uma nova fase de progresso durante o período imperial de Roma. Depois, no final do século 10, teria sido destruída por um terremoto.
Para Anaxímenes, o elemento primordial é o ar, do qual as coisas resultam e ao qual retornam por um duplo movimento de condensação e rarefação. Identificado com a alma, o ar anima não só o corpo do homem, mas o mundo todo.
As notícias que temos da cosmologia de Anaxímenes são escassas e, em geral, manifestam opiniões bastante ingênuas. Para ele, por exemplo, a Terra, o Sol, a Lua e os demais astros cavalgam sobre o ar e são planos. Os astros não se movem debaixo da Terra, mas ao redor dela, "como gira um chapéu ao redor da nossa cabeça".
Infelizmente, o que se sabe desse e de outros filósofos pré-socráticos é muito incompleto, pois suas obras se perderam, delas restando, em alguns casos, fragmentos ou citações.
Anaxímenes de Mileto foi terceiro filósofo da "escola milesiana" foi Anaxímenes de Mileto (gr. Αναξιμένης), que viveu entre -585 e -525 e fez importantes contribuições à filosofia da natureza e à astronomia. Assim como se dá com os demais milesianos, praticamente nada sabemos a respeito de sua vida.

Pensamento

Para ele, o princípio fundamental (gr. ἀρχή) da Natureza era o ar, e a própria alma era constituída de ar. A rarefação ou condensação dessa substância primordial produzia as transformações do mundo e até mesmo o calor e o frio eram determinados por esses fenômenos (frio = condensação; calor = "afrouxamento" do ar). Na astronomia, concebeu um sistema geocêntrico para a posição relativa dos corpos celestes.

Contribuições à Astronomia

Anaxímenes de Mileto (-585/-525) achava que a Terra, o Sol, a Lua e os demais corpos celestes eram planos e flutuavam no ar. Além disso, todos os corpos celestes haviam se originado da Terra e se moviam em torno dela (sistema geocêntrico).

Fragmentos, edições e traduções

Os fragmentos de Anaxímenes e as passagens doxográficas foram reunidas por Mulach (1923) e Diels-Kranz (61951), notadamente; mais prática é a antologia crítica de Kirk, Raven e Schofield (11957, 41994), que existe em tradução portuguesa.
Os fragmentos e a doxografia foram traduzidos para o português por Eudoro de Souza e por Gerd Bornheim, na década de '60. Nessa mesma época, os fragmentos foram também traduzidos por José Cavalcante de Souza e os trechos doxográficos, por Wilson Regis.
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) concordava com Anaximandro de Mileto quanto ao a-peiron, e com as características desse princípio apontadas por Anaximandro. Mas postulou que esse a-peiron fosse o Ar.
Foi discípulo e continuador da escola Jônica e escreveu sua obra: “Sobre a natureza”, também em prosa. Dedicou-se especialmente à meteorologia. Foi o primeiro a afirmar que a luz da Lua é proveniente do Sol.
Enquanto Tales sustentava a ideia de que a água é o bloco fundamental de toda a matéria, Anaxímenes dizia que tudo provém do Ar e retorna ao Ar. Era inquieto.
Adágio de Anaxímenes: "Exatamente como a nossa alma, o ar mantém-nos juntos, de forma que o sopro e o ar abraçam o mundo inteiro…"

A Cosmologia de Anaxímenes

Simplício em seu livro Física nos conta: “Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, companheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada, não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida, dizendo que ela é Ar. Diferencia-se nas substâncias, por rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo; condensando-se, vento, depois, nuvem, e ainda mais, água, depois terra, depois pedras, e as demais coisas provêm destas. Também ele faz eterno o movimento pelo qual se dá a transformação.”
A Terra, acreditava Anaxímenes, foi formada primeiro, e dela, ergueram-se as estrelas, dando a impressão de que estas são rarefações do fogo. A Terra era plana e boiava no Ar. O Sol também era “plano e largo como uma folha” e caminhava através do Ar.
De acordo com uma passagem isolada escrita pelo teólogo sírio Aécio, Anaxímenes pensava que as estrelas eram fixas como “pregos no cristalino”. Ele também alegadamente acreditava que as estrelas não produziam calor por causa de sua grande distância em relação à Terra, o que era uma visão mais acurada do que a de Anaximandro, que considerava as estrelas mais próximas da Terra do que o Sol.
A presunção feita por Anaxímenes de que o Ar estava eternamente em movimento, traz ao pensamento a noção de que o Ar possuía vida – uma crença razoável no contexto primitivo que sempre associou vida com sopro. Há evidências de que Anaxímenes fez analogias entre o Ar-divino que sustenta o Universo e o ar-humano, ou alma, que dá vida aos homens. Sobre isto, Aécio escreve: “Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém”.
Tal comparação, entre o macrocosmo e o microcosmo, permitiu a Anaxímenes desenvolver o argumento sobre a existência de uma única entidade – o Ar – a sustentar a diversidade de todas as coisas.

Anaxímenes e a Física Moderna

Anaxímenes diz que as coisas sólidas são ar condensado e que as mais rarefeitas são ar mais rarefeito (assim como a água para Tales, o ar deveria ser meramente uma metáfora do Ar, para Anaxímenes). E dá como exemplo o ar que sai da boca: se assopramos com os lábios mais apertados (fazendo beiço) o ar sai frio, e se "assopramos" com a boca aberta, sai quente.
"A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas" é uma forma de se dizer que todas as coisas são diferentes "formas" de Ar original. Isso é muito semelhante à teoria das supercordas, que diz que os quarks (partículas que formam todas as outras, inclusive elétrons, prótons e nêutrons) são como que vibrações de energia: as diferentes partículas seriam mais ou menos como frequências diferentes da vibração da energia (mais ou menos como as notas musicais são vibrações diferentes de um fio; a quarta corda do violão, se tocada enquanto se aperta na primeira casa, faz um dó, na segunda casa, um ré, e assim sucessivamente, porque quanto mais próxima a casa estiver do corpo do violão, maior vai ser a frequência da vibração da corda).
Se a teoria das supercordas estiver certa, Anaxímenes também estava. Pois, se chamarmos o Ar de energia, e sabendo que "quente" e "frio" são estados produzidos pela vibração dos elétrons (quanto mais os elétrons vibram, mais quente a coisa que eles compõem está), ele descreveu a teoria há muito tempo, utilizando expressões e imagens diferentes, como em uma analogia. (Para um estudo e análise mais detalhada sobre Anaxímenes cf. SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros mestres da filosofia e da ciência grega. Porto Alegre: Edipucrs, 2ªed., 2003).

VIDA E OBRA DE TALES DE MILETO

Tales de Mileto,  foi um filósofo, matemático, engenheiro, homem de negó­cios e astrônomo da Grécia Antiga, o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. De ascen­dência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 623 a.C. ou 624 a.C. e faleceu aproximadamente em 546 a.C. ou 548 a.C..
Tales é apontado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o fundador da Escola Jônica. Considerava a água como sendo a origem de todas as coisas, e seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à existência de um “princípio único" para essa natureza primordial.
Entre os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação.
No naturalismo esboçou o que podemos citar como os primeiros passos do pensamento Teórico evolucionista: "O mundo evoluiu da água por processos naturais", disse ele, aproximadamente 2460 anos antes de Charles Darwin. Sendo seguido por Empédocles de Agrigento na mesma linha de pensamento evolutivo: "Sobrevive aquele que está melhor capacitado".
Tales foi o primeiro a explicar o eclipse solar, ao verificar que a Lua é iluminada por esse astro. Segundo Heródoto, ele teria previsto um eclipse solar em 585 a.C.Segundo Aristóteles, tal feito marca o momento em que começa a filosofia. Os astrônomos modernos calculam que esse eclipse se apresentou em 28 de Maio do ano mencionado por Heródoto.
Se Tales aparece como o iniciador da filosofia, é porque seu esforço em buscar o princípio único da explicação do mundo não só constituiu o ideal da filosofia como também forneceu impulso para o próprio desenvolvimento dela.
A tendência do filósofo em buscar a verdade da vida na natureza o levou também a algumas experiências com magnetismo que naquele tempo só existiam como curiosa atração por objetos de ferro por um tipo de rocha meteórica achado na cidade de Magnésia, de onde o nome deriva.

A cosmologia

Os fenícios – através de sua mitologia – consideravam os elementos da Natureza (o Sol, a Terra, o Céu, o Oceano, as montanhas, etc.) como forças autônomas, honrando-os como deuses, elevados pela fantasia a seres altivos, móveis, conscientes e dotados de sentimentos, vontades e desejos. Estes deuses constituíam-se na fonte e na essência de todas as coisas do universo.
Tales foi um dos primeiros pensadores a alterar esses conceitos observando mais atentamente os fenômenos da natureza, a Physis (φύσις).
O ponto de partida da teoria especulativa de Tales – como também de todos os demais filósofos da escola Jônica – foi a verificação da permanente transformação das coisas umas nas outras e sua intuição básica é de que todas as coisas são uma só coisa fundamental, ou um só princípio (arché, ἀρχή).
Dos escritos de Tales, nenhum deles sobreviveu até nossos dias. Suas ideias filosóficas são conhecidas graças aos trabalhos de doxógrafos como Diógenes Laércio e Simplício e de filósofos, principalmente Aristóteles.
Em sua obra Metafísica, Aristóteles nos conta: “Tales diz que o princípio de todas as coisas é a água, sendo talvez levado a formar essa opinião por ter observado que o alimento de todas as coisas é húmido e que o próprio calor é gerado e alimentado pela umidade. Ora, aquilo de que se originam todas as coisas é o princípio delas. Daí lhe veio essa opinião, e também a de que as sementes de todas as coisas são naturalmente húmidas e de ter origem na água a natureza das coisas húmidas”.
Em seu livro Da Alma, Aristóteles escreve:
“E afirmam alguns que ela [a alma] está misturada no todo. É por isso, talvez nota 1 , que Tales pensou que todas as coisas estão cheias de deuses.

Contos

·           Platão no diálogo Teeteto faz Sócrates relatar a Teodoro de Cirene o caso da rapariga da Trácia que zombou de Tales por este ter caído num poço ao observar o céu (174a)9 .
·           Plutarco disse que Tales certa vez olhando para o céu, tropeçou e caiu, sendo repreendido por alguém como lunático: analisava o tempo para descobrir se haveria uma seca, o que o fez ganhar muito dinheiro. Outros dizem que tendo caído, desapareceu num buraco.
·           Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico (provavelmente herdado dos babilônios), Tales previu uma excelente colheita de azeitonas com um ano de antecedência. Sendo um homem prático, conseguiu dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da região e, quando chegou o verão, os produtores de azeite tiveram que pagar a ele pelo uso das prensas, o que o levou a ganhar uma grande fortuna com esse negócio.

Interpretação nietzschiana

·           "A Filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário determo-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida (estado latente, prestes a se transformar), está contido o pensamento: “Tudo é Um”. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e o mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego". (Friedrich Nietzsche, em A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos)

Descobertas geométricas

Os fatos geométricos cujas demonstrações são atribuídas a Tales são:
·           Que os ângulos da base dos triângulos isósceles são iguais;
·           Do seguinte teorema: se dois triângulos tem dois ângulos e um lado respectivamente iguais, então são iguais;
·           De que todo diâmetro divide um círculo em duas partes iguais;
·           De que ao unir-se qualquer ponto de uma circunferência aos extremos de um diâmetro AB obtém-se um triângulo retângulo em C. Provavelmente, para demonstrar este teorema, Tales usou também o fato de que a soma dos ângulos de um triângulo é igual a dois ângulos retos;
Ele chamou a atenção de seus conterrâneos para o fato de que se duas retas se cortam, então os ângulos opostos pelo vértice são iguais.

CONCLUSÃO


Depois da pesquisa feita chega-se então a conclusão de que muito deram os filósofos acima citados para o desenvolvimento de diversas áreas principalmente na filosofia. É importante dizer que com o trabalho feito a capacidade de percepção aumentou bastante no sentido de melhoria sobre conhecimentos dos autores da filosofia. Concluindo deve-se dizer que a decisão tomada pelo Professor é de carácter respeitoso, visto que o aluno/estudante aprofunda com mais detalhes os conhecimentos sobre a matéria.







BIBLIOGRAFIA

Anaxímenes. Disponível em: https://sites.google.com/site/filosofiapopular/filosofos/anaximenes-de-mileto. Acessado aos 16 de Julho de 2015.
Anaximandro. Disponível em: In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 014-09-15]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$anaximandro>. Acessado aos 16 de Julho de 2015.
Tales de Mileto. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto. Acessado aos 16 de Julho de 2015.



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