A socialização resumo

Introdução

No presente trabalho irei abordar sobre a socialização. Assim sendo começo por dizer que a Socialização é a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria. É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável.
O processo de socialização inicia-se após o nascimento, e através, primeiramente, da família ou outros agentes próximos da escola, dos meios de comunicação de massas e dos grupos de referência que são compostos pelas nossas bandas favoritas, atores, atletas, super-heróis, etc. A socialização é o processo através do qual o indivíduo se integra no grupo em que nasceu adquirindo os seus hábitos e valores característicos. É através da socialização que o indivíduo pode desenvolver a sua personalidade e ser admitido na sociedade.

















Conceito de Socialização

Depois de ter ocupado um lugar central nas teorias clássicas em ciências sociais, a partir dos anos 70, o conceito de socialização parece ter sido preterido por muitos autores, por não casar bem com o movimento de “retorno” dos atores ao centro da análise social. No entanto, nos últimos anos, temos assistido a um renovado interesse pelo processo, associado a novas definições e metodologias que importa discutir. Nas áreas da infância, da educação, da família, das profissões, da economia, da comunicação, entre outras, a socialização tem surgido na explicação de diferentes fenómenos e, por vezes, como objeto de estudo. Este tratamento (multi-)temático brinda-nos, hoje, um conhecimento mais detalhado de como a socialização ocorre em diferentes contextos e etapas da vida, ainda que comporte riscos de fragmentação e redução analítica (Scott, 2005).2 Entretanto, o conceito tem sido objeto de reflexões, sínteses e propostas teóricas, denotando-se uma tendência para a demarcação das definições estruturalistas e funcionalistas, criando uma noção de socialização compatível com os quadros teóricos contemporâneos, nos quais assumem particular importância conceitos como agência, identidade e reflexividade, no âmbito da “modernidade tardia” (ou “pós-modernidade”).
Reconhecendo avanços importantes nestes trabalhos, propõe-se uma noção de socialização que equacione a inscrição objetiva deste processo, quer na dialéctica natureza-cultura, na linha de Elias (1983, 1990, 1992 & 1994), quer em trajetórias de vida, marcadas por práticas sociais, relações de poder e condições de existência (Bourdieu, 1979, 1980 & 1987). No primeiro caso, este posicionamento implica um diálogo com outras disciplinas científicas, como a psicologia e as neurociências. No segundo, significa explorar como as dinâmicas atuais de individualização e reflexividade se entrelaçam com relações estruturais de apropriação, dominação e exclusão, alimentando profundas desigualdades à escala global (Castells, 1996; Beck e BeckGernsheim, 2003; Reygadas, 2008; Atkinson, 2010). Partimos da premissa de que todas as experiências do indivíduo, ao longo da vida, contribuem para o processo de socialização, ou seja, para a construção de disposições internas que permitem (e orientam) a participação na vida social. No entanto, sabemos que: (1) a experiência dos indivíduos é apenas uma fração do “todo social”; (2) essa experiência depende da capacidade (e disposição) de interpretar e interpelar o social; (3) a informação resultante das experiências não pode ser armazenada e posteriormente mobilizada, na sua totalidade, o que supõe processos (intersubjetivos) de seleção, generalização e analogia. Esta reflexão está organizada em cinco campos centrais de produção do processo de socialização: os ciclos de vida; as práticas sociais; as relações de poder; as identidades e biografias; e as emoções.



Tipos de socialização

Socialização Primária: É onde a criança aprende e interiorizar a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se pertence. A socialização primária tem um valor primordial para o indivíduo e deixa marcas muito profundas em toda a sua vida, já que é aí que se constrói o primeiro, mundo do indivíduo. É essencial na construção do caráter do indivíduo. Socialização primária Família Escola Grupo de pares Media.

Socialização Secundária: É todo e qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores, do mundo objetivo da sua sociedade (na escola, nos grupos de amigos e amigas, no trabalho, nas atividades dos países para os quais visita ou emigra, etc.), existindo uma aprendizagem das expectativas que a sociedade ou o grupo depositam no indivíduo.

Inicialmente, os indivíduos incorporam-se em práticas simples, sendo a sua participação periférica e mimética. Progressivamente, através do envolvimento repetido, se vão criando disposições que permitem um maior protagonismo, assim como uma integração em práticas mais complexas, o que torna o indivíduo um exemplo para os recém-ingressados.
As práticas são, então, sistemas de ação (coletivos) regulados, codificados e significativos, desenvolvidos através do seu acionamento repetido por comunidades específicas e associados às suas condições de existência. O seu caráter performativo, gerado pelo envolvimento de diferentes agentes no seu progressivo aperfeiçoamento (possível pela incorporação de uma parte das suas normas e procedimentos), conferelhes uma “lógica interna” que escapa parcialmente à consciência dos atores e que vai moldando as suas disposições corporais, mentais e emocionais, tornando-os mais seguros e eficientes. Por seu lado, se existem práticas mais simples, partilhadas pela generalidade dos membros de uma sociedade, observa-se uma tendência para a sua relativa especialização, associada à divisão social do trabalho, à escassez de recursos e a relações de poder (ver tópico seguinte). Desta forma, as práticas organizam (e regulam) a vida social, permitindo uma inscrição social dos sujeitos em quadros coletivos de interdependência e de diferenciação de papéis. As práticas em que o valor emocional e simbólico assume uma importância central denominam-se “rituais”.




Conclusão

Cheguei a conclusão que embora a socialização inclua todas as experiências no mundo social, a participação regular em práticas sociais constitui um espaço privilegiado para os indivíduos desenvolverem competências, relações, identidades e disposições, assim como incorporarem representações do mundo e de si mesmos.
 Por duas razões: por um lado, com os seus materiais, símbolos e protocolos próprios, as práticas possuem uma “lógica interna”, cimentada ao longo do tempo e que vincula as ações dos sujeitos às estruturas sociais (e às respectivas condições de existência); por outro lado, a participação regular implica aceitar e interiorizar essa lógica, impulsionando o desenvolvimento de disposições corporais, mentais e emocionais afins, em grande medida inconscientes e performativas, assim como o sentimento de pertença a uma comunidade e o reconhecimento de um papel específico no seu interior.





                            












Referências bibliográficas

ABRANTES, Pedro (2003), Os Sentidos da Escola: Identidades Juvenis e Dinâmicas de Escolaridade, Oeiras, Celta.
– (2011), “Bolívar, Juárezy Guevara: apuntes sobre socialización e identidad”, in Convergencia
 – Revista de Ciencias Sociales, vol. 18, n.º 57, 165-183. AGUILAR, Andréa (2009), “Estratégias educativas de internacionalização: uma revisão da literatura sociológica”, in Educação & Pesquisa, 35 (1), 67-79.
DAMÁSIO, António (2010), O Livro da Consciência: A Construção do Cérebro Consciente, Lisboa, Temas & Debates.


















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