A comunicação empresarial
INTRODUÇÃO
As
formas de comunicação apregoada como a chamada “revolução da informação”,
mudaram muito as diferentes abordagens e perspectivas desenvolvidas nas
organizações. Atualmente, na medida em que o mundo vai se globalizando, aumenta
ainda mais a importância da informação. Nesse sentido, muitas organizações têm
procurado demonstrar a importância que a comunicação organizacional vem
assumindo em face do novo cenário globalizado. Com a constante busca por uma
administração cada vez mais eficiente, a comunicação tem desempenhado um papel
importante e conquistando um lugar de destaque nas organizações.
Definida
pelos autores Chiavenato (2003) e Hampson (1992), como uma atividade administrativa,
a comunicação é composta por dois propósitos principais, a saber: estabelece
informações e compreensões necessárias para conduzir as pessoas em suas
atividades e desenvolve atitudes necessárias voltadas para o estímulo,
interação grupal e satisfação nos cargos. Esses dois propósitos, em conjunto,
proporcionam a criação de um ambiente que conduz a um espírito de equipe e a um
melhor desempenho na realização das tarefas.
Porém,
algumas barreiras são encontradas nos processos de comunicação. O primeiro desses
problemas é a sobrecarga de informações, em que as informações são
transformadas ou alteradas ao longo do processo. Bateman e Snell (2006),
explica muito bem esse problema, pois “grande parte da informação não é muito
importante, mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se percam”.
Um
segundo problema é a falta de abertura, que ocorre quando os administradores ou
subordinados retêm as informações mesmo quando compartilhá-las é extremamente
importante. O terceiro problema é a filtragem, que está relacionada ao receptor
que retém, ou seja, ignora ou pode até distorcer as informações. Um quarto
problema é o jogo da culpa, isto é, em que as pessoas culpam a comunicação,
mas, na realidade, o problema está na incompetência das mesmas.
Dentro
deste contexto, pretende-se, com este trabalho, demonstrar a importância da
comunicação nas organizações, abordando o gerenciamento eficaz como estratégia
crucial para o sucesso de uma organização. Para tanto, se faz necessário fazer
uma abordagem geral do assunto, bem como uma investigação acerca dos seguintes
temas: comunicação, comunicação de cima para baixo, de baixo para cima,
Comunicação face a face, comunicação horizontal, comunicação entre os gêneros e
comunicação intercultural.
Entendendo-se
que a fonte de pesquisa foi de dados secundários, esta envolveu obras
literárias em geral, como: livros, artigos, periódicos, anais, bancos de dados,
relatórios, teses, dissertações, etc. Como também, meios eletrônicos. Os dados
secundários são divididos, segundo Malhotra (2001) em: dados internos e dados
externos. Os dados secundários deste estudo foram coletados de dados externos,
utilizando como instrumento de coleta a pesquisa bibliográfica, consistindo em
materiais publicados e dados disponíveis em home page da internet. As
principais abordagens são de Bateman e Snell (2006).
COMUNICAÇÃO
A
comunicação é atualmente um elemento indispensável dentro da estrutura
organizacional e dentro de qualquer forma de relacionamento humano. Por isso,
deve ser bem estudada e aplicada para que os objetivos organizacionais possam
ser alcançados. Tanto é assim que existem grandes redes de informação e
comunicação servindo para o tráfego de sons, imagens e dados. A internet
diminuiu muito as distâncias e, por conseguinte, minimizou as dificuldades de
comunicação antes existentes nas empresas, principalmente nos conglomerados
espalhados por um ou mais país. Todavia, os excessos de informação confundem o
campo conceitual da noção de comunicação.
Para
Cahen (1999) e Chiavenato (2008), uma comunicação ocorre quando uma informação
é transmitida a alguém, e é então compartilhada também por esse alguém. Assim,
para que haja comunicação, é necessário que o destinatário da informação
recebe-a e compreenda. Neste contexto, o comunicador tem que ser bem claro na
comunicação, principalmente para evitar a confusão de conceitos e ideias.
Não
obstante, muitas organizações acreditam que basta que a informação seja
disseminada internamente e/ou externamente que já está realizando a
comunicação, como o texto acima descreve se o receptor dessa informação não
compreender não houve comunicação, talvez esse seja um dos problemas que levam
a distorção desse processo.
Nesse
sentido, uma das maneiras correta de se verificar se a informação está sendo
compreendida pelo receptor é a aplicação do feedback no processo de comunicação
da empresa, não importa a direção (horizontal ou vertical), todos necessitam de
dar e receber um feedback, seja ele positivo ou negativo, esse parece ser a
melhor forma de se corrigir as distorções da informação no processo de
comunicação, até pra saber onde a informação está sendo distorcida e trabalhar
o problema na hora certa e no lugar certo.
Nas
organizações, existem várias formas de comunicação interpessoal, as mais usadas
e/ou conhecidas são: Comunicação intercultural; Comunicação entre os gêneros;
Comunicação horizontal; Comunicação face a face; Comunicação de baixo para
cima; e comunicação de cima para baixo.
COMUNICAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO
A
comunicação de cima para baixo ocorre quando os superiores atribuem tarefas e
avaliam os seus colaboradores, fornecendo-lhes informações sobre normas,
políticas, vantagens e outros assuntos. Bateman e Snell (2006) a define como o
fluxo de informações que partem dos níveis mais altos para os mais baixos,
percebendo que os colaboradores necessitam de informações para desempenharem
suas funções, tornando-se fiéis à organização.
Esta
comunicação de cima para baixo aprimora a identificação dos colaboradores com a
empresa, as suas atitudes de apoio e as decisões consistentes com os objetivos
da organização. O principal problema desse tipo de comunicação é a perda de
informação. Esse problema é causado, principalmente, por um número de camadas
hierárquicas muito extensas nas organizações. Por isso, as empresas estão
colocando em prática a redução de níveis hierárquicos, reduzindo, assim, o
número de camadas hierárquicas. Essa prática ameniza os problemas causados pela
perda de informação, à medida que passa de uma camada para outra.
As
melhorias nesta comunicação ocorrem quando os gerentes dão feedback de
desempenho às pessoas que reportam diretamente a eles. O feedback serve para
discutir o mau desempenho e as áreas que podem ser aprimoradas. A melhor
maneira de se atingir o feedback é aplicar o coaching, definido, por Bateman e
Snell (2006), como o diálogo com meta de ajudar outra pessoa a ser mais eficaz
e a alcançar todo o seu potencial no trabalho.
O
coaching, quando praticado de forma apropriada, é um verdadeiro diálogo entre
duas pessoas comprometidas envolvidas na solução de problemas e o bom coaching
pressupõe alcançar real compreensão do problema, da pessoa e da situação,
gerando idéias em conjunto para que as pessoas possam se encorajar para
alcançar melhorias.
Outra
prática, que auxilia na comunicação de cima para baixo, é a gerência de livros
(contábeis) abertos. Essa prática consiste em compartilhar, com todos os
colaboradores da organização, informações que antes só ficavam na gerência.
Elas incluem: metas financeiras, demonstrações de lucro e perdas, orçamentos,
vendas, provisões e outros dados importantes sobre o desempenho da empresa.
COMUNICAÇÃO DE BAIXO PARA CIMA
A
comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais baixos da hierarquia aos
mais altos. Nesse tipo de canal, a alta gerência obtém um quadro mais nítido do
trabalho, das realizações, dos problemas, dos planos e das atitudes dos
colaboradores. Nesse processo de comunicação, os colaboradores se beneficiam
com a oportunidade de comunicar para cima, permitindo ao administrador saber o
que está acontecendo dentro da organização, pois uma comunicação bem
estruturada e efetiva provoca impacto positivo no desempenho individual dos
colaboradores.
A
comunicação eficaz de baixo para cima facilita a comunicação de cima para
baixo, à medida que a boa audição se torna uma via de mão dupla. Para Cahen
(1999) na comunicação de mão-dupla, o fluxo de informações ocorre em duas
direções: o receptor fornece realimentação, feedback, e o emissor é receptivo e
responde à realimentação.
No
entanto, a falta de atenção à comunicação de baixo para cima pode causar nos
colaboradores frustração, por se sentirem, de certa forma, menosprezados e
ansiosos, por se verem diante do desconhecido, o que acaba provocando medo e
incertezas quanto à segurança de permanência no emprego. Os problemas da
comunicação de baixo para cima são semelhantes aos encontrados na comunicação
de cima para baixo, pois os administradores, como seus colaboradores, são
bombardeados com informações e podem negligenciar ou perder informações.
Nesse
contexto, as pessoas tendem a compartilhar apenas as boas notícias com seus
chefes, suprimindo as notícias ruins, isso porque querem parecer competentes;
não confiam no chefe e temem por seu emprego. Por essas e outras razões, os
administradores podem não ficar sabendo de problemas importantes, utilizando-se
da filtragem, que é o processo de reter, ignorar ou distorcer as informações.
Logo,
para gerar informações úteis vindas de baixo são exigidas que se façam duas
coisas: em primeiro lugar, os administradores devem facilitar a comunicação de
baixo para cima e, em segundo lugar, estimular as pessoas a fornecer
informações valiosas. As comunicações úteis de baixo para cima devem ser
reforçadas e não, punidas.
Portanto,
a existência de uma boa comunicação na empresa motiva a boa execução das
tarefas, elimina as incertezas, as ambiguidades e produz confiança e segurança.
Para ser eficaz, o processo de comunicação não pode ser tratado como algo
sazonal. Ao contrário, precisará ser permanente e adequado ao contexto em que
vivem os colaboradores. Ou seja, os colaboradores necessitam de uma comunicação
Just in time, isto é, a informação certa, na medida certa e no tempo certo para
executarem com êxito suas tarefas.
COMUNICAÇÃO FACE A FACE
A
comunicação face a face, oferece um feedback imediato e direto, onde os
receptores podem sentir a sinceridade (ou a falta dela) por parte do emissor. A
comunicação oral é a mais persuasiva e também
menos dispendiosa que a escrita. Entretanto, a comunicação oral pode
conduzir a afirmações espontâneas e não refletidas, ocorrendo um registro não
permanente dela.
Nesse
caso, a habilidade na comunicação torna a linguagem eficaz, fazendo com que as
pessoas que possuem tal desenvoltura tornem-se um diferencial, destacando-se
das demais. Existem muitas formas de adquirir habilidade na comunicação, não
constituindo fórmulas prontas ou dom, mas sim técnicas criteriosas que precisam
ser seguidas. Por exemplo, conforme Bateman e Snell (2006):
–
Apresentação e persuasão: apresentar-se de forma clara não basta, tem que ser
dinâmico, convencer quem ouvi, pois isso mostrará sua forma persuasiva quanto
aos seus liderados, fazendo com que acreditem realmente no que é dito;
–
Habilidades de redação: para uma redação ser denominada como eficaz e hábil, é
necessário mais empenho do que meras correções gramaticais, ela tem que ter,
antes de tudo, coerência, coesão e brevidade, que são pontos-chave da boa
redação. O mesmo vale para relatórios e memorandos;
–
Linguagem: o modo no qual se escolhe a comunicação pode ajudar ou não. O uso
frequente de jargão pode acarretar no mau encaminhamento do que se pretende
dizer. Assim, como também na questão da comunicação com pessoas das mais
diferentes culturas, tentar entender tudo minuciosamente pode causar conflitos
na hora de acordos empresariais, por exemplo;
Vale
ressaltar que, a habilidade de se comunicar de forma não verbal acontece em
todos os momentos, seja como apoio ao que foi falado ou simplesmente por
sinais. Este suporte pode ajudar as pessoas a mostrarem maior ou menor grau de
satisfação, entusiasmo e até respeito numa conversa.
Assim
com também, alguns sinais ajudam a enviar resultados positivos entre chefes e
colaboradores, como: arrumação do local do trabalho de forma que enquanto maior
a distância entre estes, maior evidencia o grau de superioridade e
autoritarismo, outro meio é o silêncio, pois muitos acreditam que bons
entendedores não precisam usar tanto as palavras. Não obstante, para Conrado
(1999) a comunicação deficiente é um problema nas organizações e muitas pessoas
atribuem tudo o que acontece a um problema de comunicação, pois enfrentar o
real problema muitas vezes é difícil, como, por exemplo, a sua incompetência.
Na
prática, o problema de credibilidade nas organizações é cada vez maior, os
colaboradores não se inclinam a acreditar que a administração seja franca ou
honesta naquilo que diz e, com isso, desenvolve-se o que se manifesta como
problemas de comunicação. Muitas vezes, conflitos interpessoais são confundidos
e chamados de problemas de comunicação, mas são provocados, de fato, por
diferenças básicas de convicções, como:
–
Má comunicação proposital: geralmente se desconsidera um fato básico sobre a
comunicação, muitas vezes interessa a uma ou a ambas as partes, em uma comunicação,
evitar a clareza. Manter vagas as comunicações pode reduzir os questionamentos,
permitir que decisões sejam tomadas mais depressa, minimizar as objeções,
reduzir a oposição, negar aquilo que se declarou anteriormente e preservar a
liberdade pessoal de mudar de opinião.
–
Comunicação não verbal: as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os
movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também
importantes, são os elementos não verbais da comunicação. Os significados de
determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e
de época para época.
A
comunicação verbal ou face a face é plenamente voluntária; o comportamento
não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas
de regular e encadear as interações sociais e de expressar emoções e atitudes
interpessoais.
A
maior parte da comunicação interpessoal nas organizações ainda acontece por
meio de interação face a face. Mas o uso de alguns meios de comunicação como
telefone, e-mail, conferências eletrônicas, faxes e comunicadores pessoais têm
reduzido a importância da comunicação não-verbal nas organizações (CHIAVENATO,
2003).
Os
receptores interpretam as mensagens mediante o entendimento de significados de
todos os canais que estejam à sua disposição. Segundo Bateman e Snell (2006)
uma categoria entre os canais de comunicação é a mídia eletrônica. Essa categoria é utilizada pelos gestores,
não apenas para armazenar informações, mas também para comunicar-se com outras
pessoas dentro e fora da organização.
Os
meios eletrônicos mais usados são: as teleconferências que proporcionam a
interação de pessoas por meio das linhas telefônicas (audioconferências); e por
meio de monitores de televisão (videoconferência), que permite a transmissão
nos dois sentidos, de imagem televisadas via satélite ou cabo.
As
vantagens da comunicação eletrônicas são inúmeras. As empresas reduzem muitos
custos, e aumentam a velocidade no compartilhamento de informações. Porém, as
desvantagens da comunicação eletrônica incluem a dificuldade de solucionar
problemas complexos que só podem ser resolvidos face a face. Além de ser uma
oportunidade para a existência de fofocas, insultos, ameaças, preconceitos e
vazamentos de informações confidenciais, oportunidades essas geradas pelos
e-mails eletrônicos.
Dessa
forma, quando estão se comunicando face a face com alguém, escutam palavras,
interpretam símbolos como aparência, por exemplo, e observam expressões
faciais, posturas, contato visual, distanciamento físico e outros indicadores
não-verbais no seu esforço de extrair significados. Na medida em que as
insinuações não-verbais são condizentes com a mensagem verbal, elas atuam para
reforçar a mensagem. Mas quando são incompatíveis, geram confusão para o
receptor.
Comunicação horizontal
Segundo
Davis e Newstrom (2004, p.13) na hierarquia organizacional, nem toda
comunicação se dá para cima ou para baixo, nem é formalmente determinada pela
empresa e nem ocorre no trabalho ou na interação face a face. No âmbito
organizacional também ocorre à comunicação horizontal ou vertical.
A
comunicação horizontal ocorre entre pessoas que estão discutindo, no mesmo
local, falando sobre os mesmos assuntos, em que essa comunicação é uma
informação compartilhada por pessoas do mesmo nível hierárquico. Esse tipo de
comunicação possui várias funções, como: permitir o bom compartilhamento das
informações, solucionar problemas entre as unidades, minimizar conflitos e
ajudar na interação entre as pessoas além de fornecer apoio social e emocional.
Segundo
Davis e Newstrom (2004, p.23), “as comunicações horizontais são necessárias
para a coordenação do trabalho com pessoas de outros departamentos e são também
utilizadas porque as pessoas preferem à informalidade das comunicações
horizontais a ir para cima e para baixo nas cadeias oficiais de comando”.
Na
administração, a comunicação horizontal serve como um suporte, principalmente,
em ambientes complexos nos quais as decisões de uma unidade afetam a outra,
devendo a informação ser compartilhada horizontalmente, para todos que estão no
local, são exemplos de empresas que desempenham esse tipo de comunicação: a
Motorola, a NASA e a GE.
Não
obstante, a comunicação horizontal tanto pode colaborar como servir de
obstáculos dentro da organização, por isso, merece uma atenção especial por
parte da direção organização. Note-se que, o mais importante para total
eficácia da comunicação horizontal é que ela seja exercida em diferentes
classes, desde uma empresa de muito sucesso até uma de nível inferior.
Isto
porque, nas organizações embora exista um processo pela qual a comunicação
obedece, sempre existe grupos informais que trabalham a comunicação de maneira
mais agilizada, e muitas vezes sem a direção ficar sabendo. Por isso, o
administrador deve está atento há esses processos, até porque em muitos casos
podem contribuir para o sucesso organizacional, mas muitas vezes podem servir
como obstáculos.
A
comunicação informal numa organização pode ocorrer de forma a mover-se de baixo
para cima, de cima para baixo ou horizontalmente (método responsável pelo
melhor desempenho das tarefas). São exemplos da comunicação informal dentro de
uma organização: fofocas, rumores, boatos, sugestões, reclamações de
funcionários e comentários sobre o comportamento dos colegas de trabalho.
Conforme Bateman e Snell (2006) esse tipo de comunicação ajuda na interpretação
da organização passando da linguagem formal para a informal assim como também
veicula as informações do sistema formal as quais iriam ficar omitidas ou
acobertadas, o que ajuda na harmonia da organização.
No
entanto, a comunicação informal tem o seu lado negativo, sendo observado quando
ocorrem boatos dentro de uma organização. Esses são transmitidos de forma que
atrapalham a organização, provocando um grande desgaste nas unidades de
serviços, como também podem destruir a lealdade e a confiança das pessoas e da
empresa.
Contudo,
há várias maneiras de aperfeiçoar a comunicação informal indo ao encontro da
formal, desde o ato de escrever até falar ou mesmo ouvir, o que facilita o
entendimento do que se quer comunicar, seja ela de baixo para cima ou de
qualquer outra forma. Segundo Benitez (2001) por meio da comunicação se pode
compartilhar conhecimentos, opiniões, sentimentos e, talvez, convencer os
outros a pensarem como a gente.
Apesar
dos malefícios que podem acompanhar a comunicação informal, ela não pode ser
banida totalmente de dentro de uma organização, na verdade de acordo com
Bateman e Snell (2006) ela precisa ser trabalhada. Por exemplo:
–
Se o administrador ouve uma história, deve então conversar com as pessoas
envolvidas para um maior esclarecimento;
–
Para impedir rumores dentro da organização, é necessário explicar os fatores
importantes, reduzir ao máximo as dúvidas e incertezas estabelecendo uma
comunicação aberta e confiável;
–
Neutralizar boatos já existentes na organização, desconsiderando histórias e
falar abertamente o que é ou não verdade.
Levando
em consideração a visão do autor acerca da comunicação informal é importante
salientar que nem tudo aquilo que é ouvido dentro da organização deve ser
realmente considerado uma vez que não é algo concreto e explícito, por isso, se
faz necessário impedir que rumores se alastrem, podendo isso acarretar dúvidas
ou incertezas dentro da organização, caso esses rumores já existam, o ideal é
tentar minimizá-los com o diálogo aberto e a inserção da comunicação
horizontal.
A
discussão e o diálogo transformam os grupos em equipes capacitadas, auxiliando
na eficácia organizacional. O discurso ocorre quando cada pessoa está tentando
vencer um debate, no sentido de fazer com que sua visão seja aceita pelo grupo.
Entretanto, as discussões podem ser polidas e úteis, mas também podem operar em
propósitos contrários e se tornarem destrutivos.
Já
o diálogo tem a meta de ir além do entendimento de uma única pessoa, pois
aprimoram as habilidades da comunicação interpessoal de cada indivíduo, podendo
ser exploradas questões complexas a partir de vários pontos de vista para
alcançar compreensão comum e mais ampla. Bateman e Snell (2006, p. 479)
explicam que “a exploração livre de idéias ajuda os indivíduos e também o
grupo, como uma unidade, a pensar e aprender”.
A
discussão e o diálogo são exemplos de modos de comunicação. A comunicação é um
instrumento eficaz que proporciona uma ação administrativa eficiente, ocorrendo
através da troca de informação de uma parte, para outra, por meio de símbolos
compartilhados.
Neste
caso, o processo de comunicação ocorre de duas maneiras. A comunicação de mão
única acontece quando o fluxo de informações é apenas em uma direção em que não
existe o feedback. Entretanto, a comunicação de mão dupla é realizada quando o
fluxo de comunicação ocorre em duas direções, permitindo, assim, o feedback. A
comunicação de mão dupla não serve apenas para fornecer feedback por parte do
receptor, mas também para verificar se o emissor é receptivo a esse feedback e
responde a ele.
A
comunicação de mão dupla cria trocas construtivas, na qual a informação é
compartilhada pelas duas partes e não meramente passada de uma parte para
outra. Também proporciona aos receptores a oportunidade de fazer perguntas,
compartillhar preocupações, fazer sugestões ou modificações e,
consequentemente, entender, de forma mais precisa, o que está sendo comunicado
e o que devem fazer com a informação. Enfim, a comunicação pode ser veículada
através de vários canais, conforme apresentado na Figura 1, incluindo o oral, o
escrito e o eletrônico, que oferecem vantagens e desvantagens.
Comunicação entre os gêneros
Homens
e mulheres têm diferentes formas de comunicar. Para as mulheres, a comunicação
é considerada uma arte, já para os homens que as ouvem, também, mas arte
abstrata. As diferenças nos estilos de discurso nem sempre estão relacionadas
aos gêneros.
Mas
existem evidências cada vez maiores de diferenças gerais entre homens e
mulheres em seus estilos de conversação. E essas diferenças podem criar
barreiras reais quando homens e mulheres tentam comunicar-se entre si. Os
homens utilizam a conversa para enfatizar status, ao passo que as mulheres a
utilizam para criar conexão. As mulheres falam e ouvem uma linguagem de conexão
e intimidade, os homens falam e ouvem uma linguagem de status e independência.
A
intimidade enfatiza a proximidade e os pontos em comum. A independência
enfatiza o distanciamento e as diferenças. Para muitos homens, as conversas são
principalmente um meio para preservar a independência e manter o status em uma
ordem social hierárquica. Para muitas mulheres, as conversas são negociações de
proximidade, nas quais tentam obter e dar confirmação e apoio.
COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL
Os
fatores interculturais geram um potencial para maiores problemas de
comunicação. A comunicação intercultural pode ser dificultada por quatro
problemas específicos relacionados às dificuldades de linguagem nas
comunicações interculturais. As barreiras provocadas pela semântica, neste
caso, as palavras podem significar coisas diferentes para pessoas diferentes,
particularmente para aquelas de culturas nacionais diferentes.
Algumas
palavras de determinada cultura, não encontram tradução em outra. Em segundo
lugar, existem as barreiras provocadas pelas conotações das palavras, ou seja,
as palavras insinuam coisas diferentes em línguas diferentes. As negociações
com executivos de culturas diferentes podem ser mais dificultadas porque
palavras, dependendo da cultura, e a sua tradução podem ter duplos
significados.
Em
terceiro lugar, estão as barreiras provocadas por diferenças de tom. Em algumas
culturas, a linguagem é formal, em outras, o tom de voz muda dependendo do
contexto: as pessoas falam de modo diferente em casa, nas ocasiões sociais e no
trabalho. Em quarto lugar, há as barreiras provocadas por diferenças entre percepções.
Pessoas que falam línguas diferentes vêem, de fato, o mundo de maneiras
diferentes.
Contudo,
é possível observar que a desenvoltura na comunicação é o que diferencia entre
outras coisas o bom do mal comunicador, pois ele tem a oportunidade de tornar a
linguagem clara e dinâmica, interessante, fazendo com que se torne um
diferencial, destacando-se das demais pessoas.
Assim como na vida pessoal, na vida
profissional a comunicação é fundamental.
É através da comunicação que alcançamos
sinergia dentro de uma organização, uma vez que a comunicação nos permite unir
forças, promover a integração e o inter-relacionamento entre pessoas e
departamentos, permitindo que, todos além de conhecer, atuem de maneira a
cooperar e a colaborar, somando forças e caminhando de forma interagida em prol
dos objetivos organizacionais, procurando alcançar sempre a obtenção da
maximização dos resultados, por meio de um trabalho em equipe. A organização
deve aprender a valorizar cada mensagem recebida, para atuar em prol da melhoria
contínua.
Vivemos em um mundo globalizado, na era da
incerteza, mundo recheado de mudanças constantes, onde a comunicação tem o seu
valor, portanto, só poderão fazer o diferencial no mercado, as empresas que
aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma interligada e
inter-relacionada, somando forças, gerando assim, cada vez mais know-how, e por
sua vez, agregação de valor, o que é essencial no processo de crescimento e
expansão dos negócios, uma vez que, contribui e muito para que a empresa otimize
seus resultados e se transforme em um diferencial competitivo, neste mercado
onde a competitividade é demasiadamente acirrada.
Além da valorização das pessoas envolvidas no
processo organizacional, as empresas deverão apostar na comunicação de seus
objetivos, onde, o ideal é haver sempre feedback da comunicação realizada, a
fim de construir e manter relacionamentos harmoniosos , fortificando então, a
relação não só dos clientes internos, mas de todos os stakeholders envolvidos
no processo organizacional, permitindo surgir e manter um elo de ligação entre
todos, além de promover e colaborar para perpetuar um ambiente harmonioso e o
compartilhamento de idéias e valores, onde a idéia de parceria estará presente
em tudo que se faça e em todos.
Na era do conhecimento, a era em que vivemos,
é preciso que para o empreendimento sobreviva no mercado, tenhamos pessoas
talentosas, grandes líderes, uma ótima estrutura organizacional e que
apresentem não só produtos e serviços de qualidade, mas também valores éticos.
É também preciso, não só minimizar custos e maximizar lucros de seus
acionistas, mas, ir além, se faz necessário enxergar todos os stakeholders como
sendo parceiros, contribuindo assim para o desenvolvimento do empreendimento e
compartilhamento de seus resultados.
A organização não se pode jamais esquecer
que, para se obter êxito nas ações, eficiência e eficácia quanto à comunicação,
deverá ficar “antenada” quanto ao meio e também quanto a todos os ruídos que
por ventura aparecerem durante todo o processo.
Fazer com que a comunicação flua de maneira
satisfatória dentro de uma organização é de suma importância, uma vez que esta
poderá determinar o sucesso ou o fracasso das organizações e negócios,
influenciando no comportamento dos consumidores e nas relações de trabalho
gerando impacto positivo ou negativo na vida organizacional, quanto aos
valores, à política e a cultura organizacional existente.
Diante desse cenário, as empresas
inteligentes já começam a entender, o grandioso papel da comunicação dentro de
uma organização e já iniciam transformações como a reformulação de seus
conceitos, filosofias e práticas. Já são conscientes de que devem ficar atentas
quanto aos valores e a cultura organizacional, uma vez que, os empreendimentos,
assim como as pessoas, carregam sua história consigo e serão reconhecidos,
analisados, valorizados e avaliados por esta, portanto, ficar atento quanto ao
nosso comportamento e atitudes também é de suma importância.
Incorporar valores à marca, aos produtos e
aos serviços, constitui o grande desafio da comunicação empresarial. Portanto,
pensar em responsabilidade social, meio ambiente e cidadania corporativa, é
imprescindível nos dias atuais e o importante não é só a contemplação destas
idéias, mas a implementação das mesmas.
É de suma importância que, além de uma
empresa trabalhar em prol de um ambiente transparente, respeitoso e acolhedor,
que também tenha uma comunicação rápida, clara e eficiente, zelando sempre pela
sua imagem, imagem esta que deve ser de fato de um empreendimento sério e
confiável.
Criar e implementar uma política de
comunicação não constitui uma simples tarefa, pois, é preciso que haja mudanças
no que tange a cultura organizacional e isto não é fácil.
Temos que lembrar sempre que, as empresas são
compostas de seres vivos e estes vivem de relacionamentos.
O mundo mudou e nas organizações também é
preciso que haja mudanças.
Assegurar que a liderança da empresa acredite
que os pilares do sucesso organizacional, passam por transparência e
comunicação constitui um avanço.